segunda-feira, 19 de março de 2012

Agricultores consideram apoio insuficiente e pouco claro

Face à «gravidade da situação atual» vivida no setor
Por: tvi24 / SM | 19- 3- 2012 21: 42
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considerou esta
segunda-feira em Coimbra, «insuficientes» e «pouco claras», face à
«gravidade da situação atual vivida pelos agricultores», as medidas de
apoio ao setor, anunciadas, no dia 15, pela ministra Assunção Cristas.
«A seca deste ano é mais grave que a de 2005, a situação é mais
desgraçada» do que foi naquele ano, sublinhou João Dinis, dirigente
nacional da CNA, que falava, hoje, à tarde, numa conferência de
imprensa, durante a qual reclamou «mais seriedade à senhora ministra
da Agricultura».

A responsável pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território «está a prometer ajudas sem as definir» e
«sem saber se há dinheiro no Orçamento de Estado», afirmou,
classificando o «pacote de ajudas contra a seca», anunciado pela
governante, como «fraude» e «publicidade enganosa».
Tem sido «hábito dos sucessivos governos» fazerem «o anúncio
propagandístico de ajudas de milhões para os agricultores», mas,
depois, estes «acabam por não receber» ou recebem apenas «migalhas»,
criticou João Dinis.
A CNA exige que «as medidas de apoio contra a seca sejam clarificadas
pelo governo¿ português e ¿também pela Comissão Europeia¿, no caso
desta entidade em relação ao programa Minimis (¿ajudas de reduzido
valor concedidas a uma empresa¿, não ¿suscetíveis de afetar de forma
significativa o comércio e a concorrência entre Estados-Membros¿).
Além disso, são ainda devidos aos agricultores e suas associações
cerca de 150 milhões de euros de apoios (essencialmente da União
Europeia) relativos a 2010 e, sobretudo, a 2011.
João Dinis também crítica Assunção Cristas por «ir a Angola [entre
hoje e o dia 23], em vez de ir a Bruxelas, participar na reunião do
Conselho Europeu de agricultura e discutir com os seus pares e o
comissário europeu da Agricultura os problemas da seca».
A ministra «podia ter escolhido outra altura para ir a Angola» ¿ onde,
«se calhar vai tratar de vendar (misto dos verbos vender e dar) o
Alqueva» ¿, defendeu o dirigente da CNA.
Sobre a seca, aquela organização sustenta que «a situação vivida em
2012 é muito diferente da situação de 2005, quer em termos de
gravidade» do fenómeno que atinge o país, quer «em termos da
capacidade financeira dos agricultores para ultrapassarem a situação»
e do «custo dos fatores de produção».
Em 2005, «tínhamos 77 por cento do território em seca severa e seca
extrema, no final de fevereiro deste ano já tínhamos 100 por cento do
território nestas duas classes de seca», salientou João Dinis.
«Perante a gravidade da situação da agricultura familiar e do mundo
rural e perante o verdadeiro programa de desastre nacional
protagonizado pelas troikas e pelo governo, a CNA e filiadas vão
realizar uma concentração nacional de protesto e reclamação», no dia 4
de maio, em Lisboa, anunciou o dirigente da CNA.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/agricultura-seca-assuncao-cristas-apoios-tvi24-ultimas-noticias/1334400-4071.html

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