quarta-feira, 13 de junho de 2012

Preservação da Biodiversidade alentejana com um longo caminho a percorrer

Quarta, 13 Junho 2012 09:18 | | |
A Conservação, infelizmente, é ainda vista como um entrave ao
desenvolvimento e produtividade

Foi no passado dia 10 de
Junho que o Festival Terras Sem Sombra, dando voz à causa promovida pelo ICNB e
a LPN, desenvolveu uma acção de sensibilização e educação para a prática de uma
actividade agrícola sustentável e de coabitação com as espécies residentes, na
Herdade da Apariça, uma das mais significativas áreas agrícolas da região de
Beja, estendida ao longo de 2000 ha. Esta foi a 5ª acção inserida no
programa de
Biodiversidade promovido pelo Festival que, desde Março tem vindo a desenvolver
diversas actividades de dinamização cultural e ambiental, em várias regiões do
Baixo Alentejo.

Sendo a mais pesada das
aves europeias, mas também uma das mais difíceis de observar, as abetardas
contam actualmente em Portugal com uma população de apenas 1400
indivíduos, pelo
que se tem observado um crescente no que toca à preservação desta espécie em
vias de extinção.


As alterações às práticas
agrícolas, a caça furtiva e os cabos de alta tensão são apontados como os
principais factores para a quebra exponencial da população de abetardas que se
tem observado desde o século XIX, chegando aos dias de hoje com apenas 40 mil
aves em todo o mundo.

Invertendo a tendência, os
agricultores incluídos na Zona de Protecção Especial (ZPE) de Cuba adoptaram,
desde 2009, um conjunto de medidas para compatibilizar a produção
agrícola com a
conservação de aves estepárias, como a abertarda e o sisão, ao abrigo do acordo
assinado com o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do
Território (GPP, ICNB, DRAP Alentejo), EDIA e duas ONGAS (SPEA e LPN).

Neste sentido, encimado
pelo Conde de Ripalda, D. Amalio de Marichalarb, Presidente do Fórum Mundial
para a Sustentabilidade e com a presença alegórica do actor Luís
Miguel Cintra -
recém-nomeado "Melhor Actor de Teatro" pela SPA, a actividade contou com a
sinalização de cercas, a construção de passagens para as abetardas nas vedações
de gado e a colocação de ninhos artificiais para o francelho (pequeno falcão
migrador), num gesto simbólico de sensibilização para um comportamento mais
sustentável e consciente por parte dos agricultores face a esta causa.

Fonte: Aqui à Beira

http://www.gazetarural.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1776:preservacao-da-biodiversidade-alentejana-com-um-longo-caminho-a-percorrer&catid=50:noticias&Itemid=18

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