HOJE às 19:270
inShareUma vaca clonada por cientistas argentinos com genes bovinos e
humanos começou a produzir leite similar ao materno como forma de
contribuir na luta contra a mortalidade infantil, informou esta
segunda-feira a universidade responsável pelos estudos.
Investigadores da Universidade Nacional de San Martín (Unsam) e do
Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) inseriram dois
genes humanos codificadores de duas proteínas presentes no leite
humano em «Issa», uma vaca clonada no ano passado.
As proteínas são a lactoferrina e a lisozima, incorporadas no ADN da
vaca, também conhecida como «Rosinha». «Esta é uma maneira de
contribuir para a luta contra a mortalidade infantil, já que uma
proteína permite evitar doenças infecciosas do aparelho digestivo e
evitar anemia nos recém-nascidos», explicou o reitor da Unsam, Carlos
Rota.
De acordo com o investigador Germán Kaiser, do Grupo de Biotecnologia
da Reprodução do INTA, a pesquisa não pretende substituir o vínculo
mãe-filho durante a lactação, mas é destinada aos bebés que, por
distintas razões, não têm acesso ao leite das suas mães, acrescentou.
Os cientistas conseguiram assim incluir na vaca transgénica dois genes
humanos no genoma bovino, o que permitiu que as duas proteínas
estivessem presentes na glândula mamária durante a amamentação,
indicou a universidade.
«Issa», nascida em Abril de 2011 no INTA, foi apresentada em Junho do
ano passado pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Na
ocasião, Cristina garantiu que a vaca tornar-se-ia na «primeira no
mundo capaz de produzir leite materno».
A Argentina entrou no clube da clonagem destinada a criar vacas
transgénicas com fins medicinais em Agosto de 2002, com o nascimento
de «Pampa», fruto de uma clonagem realizada por analistas do
laboratório local Bio Sidus com o intuito de obter leite bovino com a
proteína de crescimento humano «hGH».
Os descendentes de «Pampa», a primeira bezerra clonada na América
Latina, produzem leite do qual é extraída essa proteína para produzir
remédios para crianças com problemas de crescimento com menor custo.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=577296
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