segunda-feira, 9 de abril de 2012

Assunção Cristas diz que para o sector da água ser sustentável preços terão de subir

09 Abril 2012 | 09:00
Andreia Major - amajor@negocios.pt
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A Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território
afirma que, para o sector da água ser sustentável, é necessário o
aumento dos preços.
Assunção Cristas revelou, em entrevista ao Diário Económico, que é
necessário mais investimento e eficácia no sector das águas,
explicando que para que o mesmo seja sustentável os preços terão de
subir.

A Ministra sublinhou que as perdas do sector em Portugal estão
estimadas na casa dos 40%, e que o "benchmark" aponta para os 15, 20%,
pelo que "há bastante trabalho que pode e deve ser feito", e é preciso
investimento.

"(…) Temos um grupo Águas de Portugal com três mil milhões de euros de
dívida, temos défices tarifários crónicos e dívidas que não são pagas
à própria Águas. Queremos é resolver o problema para o futuro, mas o
problema também está no financiamento. É preciso atrair dinheiro novo
para se poderem fazer os investimentos", disse Assunção Cristas.

A Ministra explicou ainda que a opção do governo não é privatizar o
sector das águas, dado este ser "o cerne da existência humana", mas
sim manter a propriedade sobre a água e concessionar a sua gestão,
garantindo que desta forma existem ganhos de eficiência na gestão.

"Presisamos de reestruturar o grupo [Águas de Portugal] para lhe dar
sustentabilidade financeira e para conseguir um equilíbrio das
próprias tarifas, porque é impossível o interior pagar os
investimentos que foram feitos", disse Assunção Cristas sobre a Águas
de Portugal.

"Precisamos de temperar, numa lógica de solidariedade, pois no Litoral
a água é muito mais barata e há mais gente para pagar os sistemas. A
nossa opção é criar sistemas de que olhem para o país como bandas
entre litoral e interior e que permitam ter um equilíbrio com tarifas
mais aproximadas em todo o país", continuou.

A Ministra explicou que a água em alta do Porto é paga a 0,34
cêntimos, em Lisboa a 0,43, e em Trás-os-Montes a 0,66 cêntimos, "e,
ainda assim, para reflectir o custo teria de ser acima de um euro. É
um desiquilíbrio muito grande".

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