Entrevista
Bruno Proença e Filipe Garcia
09/04/12 00:05
Cristas admite ser mais "difícil" governar com a 'troika', mas que
também há vantagens.
Aos 37 anos, Assunção Cristas é a par de Álvaro Santos Pereira a
"super-ministra" do Governo de Passos Coelho. Uma missão "mais
difícil" estando sob a alçada da 'troika', mas que é desempenhada em
total união com os ministros do PSD. Sem saber que seria chamada a
ministra, trabalhou na preparação do programa de Governo e agora
resta-lhe defender as suas áreas. "Não são poucas".
Os partidos tinham uma agenda própria, com a qual foram a eleições e
que teve de ser calibrada pela 'troika'. Até que ponto é frustrante
governar sob a alçada da 'troika'?
Diria que é mais difícil, como é evidente. Preparamos legislação para
a qual falamos com muitas entidades e depois ainda tenho de falar com
a 'troika', mas são as circunstâncias que temos e cumpre-nos tirar o
melhor que podemos. No caso da reforma do arrendamento, foi positivo
existir o prazo do final do ano. Se não fosse assim, muito
provavelmente esta reforma ainda não estaria cá fora. Com um prazo
peremptório, cumpriremos escrupulosamente. Se quiser, essa é uma
vantagem. Um calendário fixo obriga a que as coisas andem mais rápido.
Tal como Álvaro Santos Pereira, que é um super-ministro do Governo.
Enquanto o responsável da Economia tem a imagem mais desgastada, a sua
está mais protegida.
O Governo trabalha com elevadíssima coesão. Trabalhamos muito em
conjunto, para os mesmos objectivos e com grande articulação. Estamos
todos comprometidos com os objectivos essenciais e transversais, os
objectivos da consolidação orçamental e do crescimento económico.
Temos um Governo do CDS dentro do Executivo? Os ministros populares
respondem primeiro a Paulo Portas e só depois a Passos Coelho?
Como é evidente, estamos a falar de uma coligação e é natural que haja
uma série de pontos importantes para o CDS. E não é por acaso que a
Agricultura ficou com o CDS, uma área em que sempre tivemos grande
combate político. Por exemplo, no ano passado executámos o PRODER com
153 milhões de euros e efectivamente conseguimos fazê-lo pela primeira
vez. Mas isso é a natureza de uma coligação. Esta é uma área de grande
compromisso político e que é abraçada por todo o Governo.
http://economico.sapo.pt/noticias/nao-e-por-acaso-que-a-agricultura-ficou-para-o-cds_142102.html
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