Entrevista
Bruno Proença e Filipe Garcia
09/04/12 00:05
Ministra quer uma equipa a acompanhar o fenómeno da seca, cujos danos
ainda não são conhecidos.
Garante que Portugal não reagiu tarde à seca e que embora ainda não se
conheça a extensão dos prejuízos, o Governo está a acompanhar o
desenrolar da situação. No futuro, a solução passará por um conjunto
de alertas à semelhança do aplicado nas vagas de calor.
Qual é a medida mais emblemática da política ambiental deste Governo?
O desafio das próximas décadas e dos tempos modernos será a eficiência
dos recursos e isso tem a ver com o ministério do Mar, Agricultura e
Ordenamento do Território, mas também com a água, com a energia e
electricidade que é do Ministério da Economia. A eficiência dos
recursos alimentares é um grande tema que tem vindo a ganhar terreno
na comunidade internacional. Com a população mundial a crescer diria
que temos muito trabalho a fazer na área da eficiência dos recursos.
E medidas no terreno?
Se me perguntar por uma acção que leve a uma transformação visível a
curto prazo, diria que é a reestruturação de todo o sector das águas.
Está em marcha, há um novo conselho de administração da Águas de
Portugal que está a trabalhar afincadamente nas directrizes políticas.
Isto implica, no caso dos resíduos, preparar a privatização da EGEF e
nas águas, reestruturar todo o grupo empresarial e caminhar para uma
concentração de empresas e uma verticalização, o que implica um grande
esforço junto dos municípios para poder ter tudo preparado para
concessionar aos privados. As opções políticas estão tomadas, mas é
muito trabalho em marcha. Estamos optimistas.
É incontornável falar da seca. Reagiu tarde?
De todo. A seca é um fenómeno progressivo, no final de Janeiro, quando
o ministério preparou a 'task force' e começou a recolher todas as
informações, ainda era razoável que chovesse alguma coisa e se isso
acontecesse não teríamos grandes danos. Nessa altura percebemos que
era preciso fazer o levantamento de toda a informação. Como é
evidente, também nessa altura, o que era dito no terreno é que tudo
ainda era reversível se chovesse no final do mês, o que não aconteceu.
Mas o trabalho já estava a ser feito com todo o rigor para informar
Bruxelas. Não posso telefonar para Bruxelas e dizer que aqui não chove
há um mês ou dois, ajudem-nos. Pressupõe um trabalho de casa e agora
estamos a fazer o levantamento dos reais prejuízos. É um fenómeno
particular, há situações que acontecem de um dia para o outro e que
estão consumados, a seca vai evoluindo.
http://economico.sapo.pt/noticias/nao-posso-telefonar-para-bruxelas-e-dizer-que-aqui-nao-chove_142103.html
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