segunda-feira, 16 de abril de 2012

“Agro-alimentar é chave para relançamento da economia”

2012.04.16 (00:00) Portugal
O IV Congresso da Federação das Indústrias Portuguesas
Agro-Alimentares (FIPA) irá decorrer amanhã sob o lema "Uma Indústria
Estratégica para Portugal". Pedro Queiroz, secretário geral da
Federação, explica a importância deste evento e como a fileira
agro-alimentar deve ser vista como parte do relançamento económico de
Portugal.


Distribuição Hoje (DH): O que pode esperar o profissional da
distribuição moderna do congresso da FIPA?
Pedro Queiroz (PQ): Os profissionais da distribuição podem assistir a
um fórum onde a industria alimentar vai estar em destaque, o que é
importante pois a indústria alimentar é o principal fornecedor da
distribuição moderna. Estamos numa fase em que há muitos problemas e
muitos desafios comuns este Congresso será um momento de debate,
partilha e reflexão. Os problemas e os desafios da fileira irão ficar
mais presentes na cabeça de todos e acredito que este momento irá
provocar um sentimento de maior união na defesa de uma fileira
agro-alimentar que é estratégico para Portugal. Só com uma forte união
da fileira é que este sector pode passar a ser uma das soluções para o
problema que o país atravessa actualmente.


DH: Essa união será uma das soluções para melhorar o relacionamento
entre a produção e a distribuição?
PQ: A FIPA tem defendido, independentemente das divergências que
existem em algumas matérias, que é fundamental existir um forte
entendimento na defesa da fileira agro-alimentar. Só com uma indústria
alimentar forte e sólida é possível catalisar a produção agrícola. E
também só com uma distribuição consistente e a funcionar bem é que
podemos ter uma fileira agro-alimentar com potencial para ajudar a
levantar a economia portuguesa. Mas é importante que a distribuição
olhe para os fornecedores como parceiros e promovam o seu
desenvolvimento. Sabemos que há matérias menos fáceis mas queremos,
neste congresso, abordar as temáticas pela positiva e com isso
levantar Portugal através da fileira agro-alimentar.

DH: E haverá espaço no Congresso para se debater a das marcas de
fabricantes versus marcas da distribuição?
PQ: O tema não está em agenda mas, obviamente, que vamos ter
variadíssimas intervenções de empresas e eventualmente e numa
perspetiva de competitividade a questão poderá ser lançada.

DH: O crescimento da indústria agro-alimentar além-fronteiras faz
parte das linhas principais deste IV Congresso. De acordo com a FIPA
como deve ser feito esse crescimento?
PQ: Este tema vem num momento muito oportuno porque a FIPA foi
desafiada pelo Ministério da Agricultura para ajudar a desenvolver
uma visão estratégica para o processo de internacionalização e de
promoção de exportações no sector agro-alimentar, em conjunto com
outras organizações. Como prioritário indicamos que tem de existir uma
concentração dos apoios às empresas nacionais. E falamos de mecanismos
de apoio, nomeadamente a diplomacia económica que deve ser posta ao
serviço das empresas do sector agro-alimentar. No documento que
enviamos ao Ministério, indicamos que para além das questões mais
transversais à economia, como a disponibilidade de crédito, é
essencial diagnosticar as necessidades de empresas com capacidade
exportadora, sobretudo de projectos realistas e tendo em conta quem
está capaz de o fazer. Acima de tudo gostaríamos de ver é o Governo
colocar os seus recursos aos serviços das empresas nestes processos de
internacionalização e exportação.

DH: Como avalia o papel do Governo na área da indústria agro-alimentar?
PQ: A nossa relação com o Ministério da Agricultura tem-se saldado
pela positiva, sobretudo pela constituição da Plataforma de
Acompanhamento das Relações na Cadeia Agro-alimentar (PARCA), que é o
palco privilegiado para a discussão de um conjunto de problemas que
estão em agenda das empresas das várias organizações da fileira
agro-alimentar. Diria que temos participado activamente nas várias
matérias que têm sido discutidas e temos emitido a nossa opinião e
estas têm sido tidas em conta.

DH: Faz então um balanço positivo do vosso relacionamento com o Governo?
PQ: Sim. Faço um balanço positivo, embora existam matérias que já
poderiam estar agendadas ou flexibilizadas, tais como uma maior
concentração naquilo que é o relacionamento entre a indústria e a
distribuição. E depois há um conjunto de temas mais específicos
ligados à regulamentação alimentar onde sentimos que Portugal podia
ter um posicionamento mais sólido, nomeadamente ao nível da União
Europeia. Talvez devessem existir mais recursos humanos na área de
gestão de risco nas competências da Direcção Geral de Alimentação e
Veterinária. Mas temos a noção que há caminhos mais fáceis de executar
que outros.

DH: Voltando ao Congresso, qual o principal objectivo do evento?
PQ: É o de marcar efectivamente um momento deste sector. Celebramos
também o 25º aniversário da FIPA, e ao longo destes anos a Federação
tem congregado em torno dela muitos empresários, gestores e técnicos e
hoje é parceiro do Governo na discussão de vários temas.
Desejamos que o sector aproveite o Congresso para falar entre si e
para criar uma dinâmica de união e solidariedade. Gostávamos, também,
que cada profissional saísse do Congresso com um novo alento e um novo
potencial para este sector, quer em torno da FIPA quer no espírito
empreendedor que todas as empresas devem ter nesta matéria. É um
Congresso que se apresenta pela positiva e acreditamos que o país se
vai levantar por via desta indústria. É fundamental que o poder
político perceba que o sector agro-alimentar é uma das chaves para o
relançamento da economia nacional".

FONTE: Distribuição Hoje

http://www.anilact.pt/informacao-74/5602-agro-alimentar-e-chave-para-relancamento-da-economia

Sem comentários:

Enviar um comentário