domingo, 10 de julho de 2016

Casa do Douro terá nova administração até final da semana

ISABEL AVEIRO | ia@negocios.pt | 06 Julho 2016, 13:51

Casa do Douro terá nova administração até final da semana

O Governo já encontrou os nomes para a comissão administrativa que irá assegurar a gestão da Casa do Douro. Até ao final desta semana, a nomeação é publicada, garantiu Capoulas Santos.
O ministro da Agricultura, Floresta e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, avançou esta quarta-feira, 6 de Julho, que "até ao final desta semana", será publicada a nomeação da nova comissão administrativa da Casa do Douro.

Em declarações aos deputados, na comissão da agricultura da Assembleia da República, Capoulas Santos defendeu o grupo de pessoas nomeadas pela tutela como sendo de "inquestionável idoneidade". Adiantou assim que foram nomeados: como presidente da comissão administrativa, Agostinho Gonçalves Alves da Santa; e, como vogais, Mário António Monteiro de Sousa e António Manuel Sousa Ribeiro da Graça.

"Todos funcionários públicos, com vencimento pago pelos organismos de origem, e despesas [pagas] pelo capítulo 60º da dotação provisional [do Ministério das Finanças]", explicou. Ou seja, frisou Capoulas Santos, em resposta à oposição, "quem paga é quem a AR decidiu que pagaria", quando aprovou o projecto-lei que tenta encontrar nova solução para a Casa do Douro.

A Casa do Douro é a instituição duriense onde os produtores de vinho do Douro e Porto tinham, no passado, que se inscrever obrigatoriamente. A entidade, que deve cerca de 160 milhões de euros ao Estado, por dívidas acumuladas durante décadas, foi alvo de legislação do anterior executivo com vista à compensação de parte dos créditos públicos, transformando a Casa do Douro numa instituição de direito privado. 

Mas o processo não foi tranquilo, e a Casa do Douro acabou sob gestão da administração judicial. Os trabalhadores, que já tinham salários em atraso antes da última reforma da Casa do Douro, vêem-se agora numa situação complexa de vínculo laboral e de incumprimento salarial por parte da instituição, estando actualmente a ser contactados pelos serviços do Fisco e Segurança Social para regularizarem a sua situação, segundo foi dita na audição desta manhã na Assembleia da República.

Há poucos dias, o Presidente da República, que já promulgou a decisão dos legisladores de nomear uma comissão executiva para a regularização das dívidas e da situação dos trabalhadores, alertou para a salvaguarda do património vínico da Casa do Douro. "A Casa do Douro tem vindo a conhecer tanta mudança ao longo dos anos que os produtores perguntam como vai ser o futuro, quem é que vai administrar a Casa do Douro. Depois eu disse, atenção ao património da Casa do Douro porque há lá vinho muito antigo e muito valioso", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na passada semana, em visita à região.

Agricultura combate a exclusão social em Lisboa



07.07.2016 às 12h270

 
O novo projeto em Lisboa promete oferecer um pólo de recuperação social
PATRICIA DE MELO MOREIRA
Imagine um sítio onde a agricultura em meio urbano ajuda famílias carenciadas e apoia cidadãos com incapacidades? Não é preciso imaginar mais, basta visitar a Quinta das Carmelitas, em Carnide

RUBINA FREITAS
O desafio foi feito pela diretora geral da Cerci Cascais, Rosa Neto, à Câmara Municipal de Lisboa. Pediu apoios às instituições de solidariedade na área da deficiência através de trabalho "em vez de subsídios". E a autarquia anuiu. Protocolos assinados, obras feitas e dois anos depois nasceu o "Projeto hortícola integrado da Quinta das Carmelitas".

Situado junto ao Jardim da Luz, em Carnide, o novo espaço público é, sobretudo, local de desenvolvimento de "atividades ligadas à agricultura urbana e de apoio a cidadãos com incapacidades ou em risco de exclusão social". Fruto de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa, a Cerci de Lisboa, a Cerci de Cascais e o Instituto da Segurança Social, o projeto assume o pioneirismo na agricultura social em meio urbano e em modo de produção biológica. As portas já estão abertas e a médio prazo prevê-se a criação de postos de trabalho na área da agricultura e formação para cidadãos com incapacidades ou em risco de exclusão social. No plano está ainda a implantação de uma área para que famílias em risco extremo de pobreza produzam os seus próprios alimentos, e o desenvolvimento de atividades de horticultura terapêutica e a criação de um posto de venda de produtos hortícolas, com preços de produtor.

A diretora da Segurança Social de Lisboa, Fernanda Fitas, acredita que esta é uma oportunidade de "desenvolver emprego protegido" e defende que a iniciativa " demonstra grande sensibilidade para ajudar o outro, para ajudar as pessoas". A abertura da quinta "às escolas e às crianças" é fruto de "um percurso difícil mas estimulante", afirmou, por seu turno, Julieta Sanches, presidente da direção da Cerci Lisboa.

Depois do protocolo, assinado pelo vereador José Sá Fernandes e as entidades parceiras em 2014, a quinta foi sujeita a várias intervenções destinadas à revitalização de toda uma área com cerca de 6 hectares que conta agora com uma grande área para parque hortícola, e ainda com um caminho misto para peões e bicicletas. Foi ainda recuperado o sistema de rega e procedeu-se à demolição de equipamentos existentes obsoletos. "Vamos fazer com que esta quinta volte a ser uma quinta, que tenha as funções que sempre teve, agrícolas e hortícolas", disse na altura José Sá Fernandes.

Com entrada livre, o parque está aberto todos os dias entre as 9h e as 20h00 no período de verão, e das 9h às 17h30 no período de inverno.

Em busca do azeite perfeito, cientistas analisam genoma da oliveira


Em busca do azeite perfeito, cientistas analisam genoma da oliveira

Na busca da perfeita azeitona e do mais puro azeite, uma equipa de pesquisadores espanhóis sequenciou o genoma da oliveira, que provavelmente é a árvore mais antiga que foi domesticada pelo ser humano.
A domesticação da oliveira, nome científico Olea europaea, ocorreu há cerca de 6.000 anos. O espécime sequenciado é da variedade conhecida como Farga, típica do leste de Espanha, e tem uma idade estimada em 1.200 anos.
É difícil encontrar uma árvore tão emblemática de uma região como é a oliveira, típica de países do sul da Europa, e com grande importância na dieta e na economia de países como Portugal, Itália, Grécia, e Espanha, este último país que responde por quase um terço dos três milhões de toneladas de azeite produzidas por ano.
A análise do genoma vai permitir estudar as diferenças entre variedades, tamanhos e sabores das azeitonas, assim como entender a longevidade da árvore, e a sua incrível capacidade de adaptação a terrenos áridos.
Outro objectivo é encontrar maneiras de proteger as oliveiras de infecções que causam grandes danos, como ataques pela bactéria Xilella fastidiosa e o fungo Verticillium dhailae. Linhagens da X. fastidiosa atacam vinhedos na Califórnia, laranjais no Brasil, e também são responsáveis por um surto infeccioso em oliveiras na região da Apúlia, sul de Itália.
O genoma da bactéria que causa a praga do amarelinho na laranjeira foi sequenciado por um consórcio de pesquisadores paulistas financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e publicado na revista científica Nature em 2000.
Já o genoma da oliveira foi desvendado por pesquisadores de várias instituições, como o Centro para Regulação Genómica (CRG), de Barcelona e o Real Jardim Botânico, de Madrid. A pesquisa foi financiada pelo Banco Santander; os resultados foram publicados na revista científica de acesso aberto GigaScience.
«No que diz respeito a várias doenças das oliveiras, o nosso consórcio não começou a estudar as interações entre os elementos patogénicos e o hospedeiro, mas esperamos que o acesso ao genoma da azeitona acelere essa investigação», diz Tyler Alioto, pesquisador do CRG.
«É uma planta muito difícil para aperfeiçoar, pois é preciso esperar pelo menos 12 anos para ver que características morfológicas terá, e se é aconselhável fazer cruzamentos», diz o principal autor do artigo, Toni Gabaldón, também do CRG.

Portugal produz cada vez mais azeite, mas consumiu menos em 2015


LUSA | 01 Julho 2016, 07:30
Portugal produz cada vez mais azeite, mas consumiu menos em 2015

Espanha foi o principal destino da produção nacional, absorvendo 49% do total (63.970 toneladas), seguindo-se o Brasil (25%), Itália (13%) e Angola (3%).
Portugal obteve a terceira maior produção de azeite no último século, mas o consumo, que se tem mantido estável nos 7 quilos 'per capita', nos últimos anos, sofreu um ligeiro decréscimo em 2015.

Os dados, que apontam para uma tendência de redução do consumo e aumento do preço desta gordura saudável, foram revelados no dia em que é inaugurada a V Bienal do Azeite, que transforma Castelo Branco, na capital do azeite durante três dias.

Segundo a empresa de estudos de mercado AC Nielsen, citada pela Casa do Azeite, o consumo de azeite em Portugal decresceu 1,6% em 2015, em volume, e registou um aumento de 18% em valor.

O preço médio de venda ao consumidor final em 2015 foi de 3,93 euros/kg, mais de 20% acima do preço médio praticado em 2014.

Mesmo assim, de acordo com os dados disponíveis no 'site' da Casa do Azeite, o consumo tem-se mantido estável nos últimos anos, em torno das 70.000 toneladas, o que representa um consumo 'per capita' de 7,0 kg e "uma nítida recuperação comparativamente ao início da década de 90, em que o consumo 'per capita' se situava em 2,6 kg".

Quanto à produção, atingiu na campanha 2015/2016 as 109.052 toneladas, um aumento de cerca de 79% relativamente à campanha anterior e que representa a terceira maior produção em 100 anos, segundo as estatísticas do INE recolhidas pela Casa do Azeite.

O Alentejo manteve-se como a principal região produtora (73% do total), com 79.344 toneladas, seguindo-se Trás-os-Montes (12%), com 13.092 e Ribatejo e Oeste (5,4%), com 5.887 toneladas.

Portugal encontra-se igualmente entre os cinco principais países exportadores de azeite, tendo vendido ao exterior 129.600 toneladas em 2015, apesar de um decréscimo de 4,4% no volume exportado.

Espanha foi o principal destino da produção nacional, absorvendo 49% do total (63.970 toneladas), seguindo-se o Brasil (25%), Itália (13%) e Angola (3%).

A produção mundial de azeite está concentrada na Bacia Mediterrânica, com oito países europeus a representar quase 70% do total: Espanha, Itália, França, Grécia, Portugal, Chipre, Croácia e Eslovénia.

Os dados provisórios do Conselho Oleícola Internacional, um organismo que representa 95% da produção mundial, sugerem um aumento de 18% para a campanha de 2015/2016 (após as quebras registadas nas duas campanhas anteriores), com um valor estimado de 2.985.500 toneladas.
 
Espanha continua a ser o maior produtor mundial, esperando-se um total de 1.300.000 toneladas para a campanha de 2015/2016, seguindo-se Itália (350.000), Grécia (300.000) e Portugal (109.052).

Agricultores do Sul criam unidade móvel para inspeção de equipamentos de aplicação de fitofarmacêuticos


por Ana Rita Costa- 28 Junho, 2016

A ACOS – Agricultores do Sul foi recentemente reconhecida pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária como Centro de Inspeção Periódica Obrigatória de Equipamentos de Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos. Nesse sentido, a associação criou um novo serviço técnico que presta serviços de inspeção e de certificação de pulverizadores através de uma unidade móvel.

Numa nota enviada às redações, a ACOS refere que esta unidade móvel permite "realizar as inspeções no local onde estão os pulverizadores, sendo apenas necessário marcação prévia".

Este serviço agora criado pela associação pretende ir ao encontro da legislação em vigor e que a partir de novembro deste ano estabelece o regime de inspeção obrigatória dos equipamentos de aplicação dos produtos fitofarmacêuticos autorizados para uso profissional.

"Estão isentos de inspeção obrigatória os equipamentos novos, ou seja, adquiridos depois de 16 de outubro de 2010, bem como os equipamentos utilizados em pulverização manual e que comportem barra de pulverização inferior a três metros de largura e os equipamentos que não se destinam à aplicação por pulverização", refere a ACOS.