sábado, 27 de dezembro de 2014

Portalegre:presidente da Jerónimo Martins Agroalimentar assegura salvaguarda de postos de trabalho da Serraleite


Publicado em 23-12-2014

O presidente da Jerónimo Martins Agroalimentar, António Serrano, adiantou hoje que a fábrica destinada à transformação de leite, que o grupo vai construir em Portalegre, deverá começar a laborar no primeiro trimestre de 2017.

António Serrano explicou que a cooperativa Serraleite, com sede em Portalegre, e que também se dedica à produção de leite, terá uma participação no capital da nova fábrica, assegurando que os cerca de 70 postos de trabalho da empresa estão salvaguardados.

O mesmo responsável revelou que a nova fábrica, com uma capacidade de produção três vezes superior à Serraleite, vai criar 40 postos de trabalho diretos, prevendo-se que os indiretos sejam em maior número.

Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura dos protocolos para a instalação da nova unidade na zona industrial de Portalegre, António Serrano, esclareceu que a Serraleite vai continuar nas atuais instalações, tendo como função assegurar o abastecimento da futura fábrica ao nível da matéria-prima.

O presidente da Jerónimo Martins Agroalimentar explicou, ainda, que o grupo optou por realizar este investimento em Portalegre "na sequência da relação de parceria de negócio" que mantêm desde há cinco anos com a cooperativa Serraleite. 

A cerimónia de assinatura dos protocolos contou com a participação da representante do Grupo Jerónimo Martins, Ana Luísa Virgínia, que explicou que o grupo optou por realizar este investimento em Portalegre devido à parceria de negócio" que mantêm há cerca de cinco anos com a Serraleite. 

A Serraleite esteve representada pelo presidente da direção da cooperativa, José Manuel Pinheiro, que considerou a construção de uma nova fábrica de transformação de leite, em Portalegre, "um prémio" para a empresa.

A presidente da Câmara de Portalegre, Adelaide Teixeira, por seu turno, considerou o investimento do grupo Jerónimo Mastins em Portalegre como "essencial para a sustentabilidade futura do setor leiteiro e para a criação de um verdadeiro cluster do leite e derivados no Alto Alentejo".

Gabriel Nunes/Carla Aguiã

Bactéria encontrada em «maçãs do amor» mata pelo menos quatro pessoas nos EUA

22-12-2014 às 10:52   actualizada às 14:110
Bactéria encontrada em «maçãs do amor» mata pelo menos quatro pessoas nos EUA


Um surto de listéria, uma bactéria que, segundo se acredita, teria aparecido em «maçãs do amor» embaladas comercialmente, mataram pelo menos quatro pessoas nos EUA e deixaram 28 pessoas doentes desde Novembro, informaram fontes oficiais.
A «Listeria monocytogenes» pode causar graves doenças. A bactéria é particularmente perigosa para crianças, idosos e grávidas, em quem pode causar abortos espontâneos.
Um total de 83% das pessoas entrevistadas até agora (15 de 18 pessoas) disseram ter comido recentemente maçãs do amor.
Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA exigiram aos consumidores que não comam maçãs do amor produzidas e pré-embaladas comercialmente até nova ordem.
«Além da abundância de cautela, os CDC recomendam que os consumidores americanos não comam nenhuma maçã do amor comercialmente produzida e pré-embalada, incluindo maçãs caramelizadas comuns, com nozes, polvilhadas com chocolate ou outras coberturas até que nova orientação específica seja fornecida», acrescentaram os CDC em comunicado.
 
  
Dos 28 infectados, 26 foram hospitalizados e cinco pessoas morreram.
«A listeriose contribuiu com pelo menos quatro destas mortes», acrescentaram os CDC.
Nove dos casos foram relacionadas com gestantes e afectaram as futuras mães ou os seus bebês recém-nascidos.
Foram reportados três casos de meningite - uma complicação perigosa da listeriose - em crianças e adolescentes antes sadios com idades de 5 a 15 anos.
A doença propagou-se por 10 Estados.
A listéria pode provocar febre, dores musculares, náuseas e diarreia, e os sintomas costumam começar de alguns dias a meses depois de consumir um produto contaminado.
A bactéria é encontrada no solo, na água e em fezes de animais.
A listéria pode infectar vegetais crus, carne animal, leite não pasteurizado e comida processada, bem como molhos de queijo e enchidos.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Metade do país "abaixo de zero" na passagem de ano


por P.J.HojeComentar

Metade do país "abaixo de zero" na passagem de ano
Temperaturas descem entre 3 e 8 graus na segunda-feira. A boa notícia é que o sol vai continuar a brilhar.
As temperaturas mínimas vão descer na segunda-feira, dia 29, e deixar metade de Portugal continental "abaixo de zero" no final do ano. As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apontam para temperaturas a rondar os zero graus nos últimos dias do ano, depois de uma descida entre 3 e 8ºC no início da semana.
Assim, nove das 18 capitais de distrito vão ter mínimas abaixo de zero, incluindo o Porto, com -1º, e as outras ficam-se pelo 0 como Lisboa e Aveiro. Só Leiria e Faro ficam acima, com 2 e 7 graus, respetivamente. A situação é diferente nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, onde as temperaturas "não deverão sofrer alterações significativas", diz o IPMA.
Segundo as previsões do Instituto, o cenário mantém-se para o primeiro dia do ano. no entanto, a descida das temperaturas não se vai sentir tanto durante o dia, uma vez que as máximas vão manter-se positivas e normais para a época.
A boa notícia é que o sol vai voltar depois de fim de semana com mais nebulosidade: a previsão de final do ano para Portugal Continental do IPMA, atualizada todos os os dias, prevê "céu pouco nublado ou limpo, vento fraco a moderado do quadrante leste e acentuado arrefecimento noturno com formação de geada, em especial nas regiões do interior".
As previsões do IPMA são elaboradas com base em modelos numéricos, a partir do terceiro dia, o que diminui a sua fiabilidade.

No maior olival do mundo, a azeitona é aproveitada até ao caroço

Por Marta Cerqueira
publicado em 26 Dez 2014 - 11:00

São 10 milhões de oliveiras plantadas no Alentejo.O i foi visitar o lagar onde se faz azeite digno de Óscar
O telemóvel de Francisco Castanheira toca de dez em dez minutos, para conversas curtas de quem recebe e dá indicações práticas. É no engenheiro agrónomo que cai a responsabilidade de ser a ponte entre quem trabalha na apanha da azeitona e quem a recebe e trata no lagar. "Basta alguém no campo informar que a azeitona apanhou granizo, por exemplo, para que seja separada das restantes", explica enquanto tenta controlar a carrinha que teima em deslizar na lama que separa as filas de oliveiras que ocupam o horizonte. O todo-o-terreno continua no maior olival do mundo, com 10 mil hectares espalhados por 57 quintas e herdades. Em Ferreira do Alentejo, na Herdade do Marmelo, concentram--se 3,5 mil hectares, orientados para o Lagar Oliveira da Serra, ponto central de toda a propriedade.

A apanha - ou campanha, como lhe chama quem nela trabalha - começou em Outubro, "um pouco mais cedo que o habitual". A superprodução do ano anterior exigiu muito da planta, que dispõe assim de menos energia para crescer no ano seguinte, explica Francisco.

A viagem pelos caminhos estreitos que separam as filas de oliveiras acaba interrompida por uma das 25 máquinas que trabalham no terreno. Aquilo que parece uma máquina digna de deixar um rasto de destruição passa por cima das oliveiras deixando-as intactas, apenas sem as azeitonas. "A azeitona tem de cair à porrada", lembra o engenheiro. "Isso nem toda a tecnologia do mundo pode mudar." No entanto, o método usado de forma mecânica acaba por ser menos invasivo. Em vez de o trabalhador manejar a árvore com uma vara - como é hábito em produções mais tradicionais -, neste caso a máquina, em apenas um segundo, abana a árvore por inteiro, diminuindo o impacto na sua estrutura. A passagem dos métodos mais rudimentares para a mais alta tecnologia nem sempre foi fácil. "Contactamos pequenos produtores que não acreditavam ser possível fazer o trabalho com esta maquinaria. Eram coisas que nem sabiam que existiam", explica Francisco.

Durante os meses de campanha as máquinas trabalham 24 horas por dia, perseguindo as fileiras de árvores que, por terem sido plantadas por sistema GPS, estão milimetricamente alinhadas. Além disso, o controlo na plantação faz com que as árvores estejam alinhadas na direcção norte/sul, para conseguirem apanhar sol dos dois lados das fileiras.

Com a passagem da maquinaria, as azeitonas caem e são armazenadas em recipientes existentes no topo da máquina, para depois serem colocadas em reboques. Neste processo, a azeitona nunca toca no chão, o que ajuda à produção de azeite virgem extra, com total ausência de defeitos. É agora que começa a corrida: "Na passagem de azeitona a azeite passam quatro horas", explica Francisco, lembrando que o pouco tempo de espera para o processamento é fundamental para garantir uma maior qualidade. O cuidado em acompanhar o trabalho de produção tem sido reconhecido, com um dos azeites da marca a vencer o concurso Mário Solinas, uma espécie de Óscar do sector.

DA ÁRVORE À GARRAFA As azeitonas extraídas dos mais de 10 milhões de oliveiras plantadas nos diferentes pólos encontram-se no lagar de 5 mil metros quadrados, inaugurado em 2010. Nas traseiras, camiões e tractores fazem fila para descarregar as toneladas de produto que transportam todos os dias.

As azeitonas de vários tons vão caindo aos milhares em efeito cascata para depósitos subterrâneos por uma série de passadeiras rolantes que se cruzam e nas quais é feita a separação de folhas e ramos, e de onde são recolhidas pequenas amostras para análise. Quando é dado o acordo dos técnicos, as azeitonas passam para umas termobatedoras de onde sai uma espécie de pasta que posteriormente é direccionada para decantadores onde a gordura é separada da água que ainda resta. Depois de uma filtragem minuciosa, o resultado fica próximo do azeite que chega ao mercado.

Apesar de agora o azeite já estar em condições de ser armazenado nos 78 depósitos espalhados pelo lagar, não é isso que determina o fim do trabalho. Durante o processo de produção tudo é aproveitado: a água com que se lavam as azeitonas é usada para a rega e as folhas e ramos separados durante a selecção regressam aos campos como fertilizante. O líquido que fica quando se faz a separação do azeite e da água é aproveitado para bagaço, uma substância vendida para transformação em biocombustível ou ração para animais. No fim nem o caroço vai para o lixo. "O caroço é uma espécie de madeira, óptima para transformar em energia", diz Francisco. Os milhares de caroços que todos os dias são retirados às azeitonas acabam triturados em grandes máquinas, para depois serem queimados e servirem de combustível para aquecer o próprio lagar.

A partir dos depósitos é feito o transporte do azeite em camiões-cisterna para a fábrica de embalamento onde é engarrafado e rotulado. Do momento em que a azeitona sai da árvore até estar à venda em forma de azeite passam cerca de duas semanas, mas o processo só acaba no prato. "É preciso saber escolher", salienta Francisco, e deixa umas dicas: virgem extra para saladas e temperos, virgem para cozinhar.

Tecnologia transforma flatulência de vacas em sacos de plástico

23-12-2014 às 11:180
Tecnologia transforma flatulência de vacas em sacos de plástico


No seu complexo processo digestivo, as vagas expulsam entre 100 e 200 litros de metano por dia. «É biomagia», diz Oliver Campbell, director do departamento de embalagens da empresa de tecnologia Dell, enquanto segura numa das mãos um saco de plástico comum...ou quase.
O saco em questão é feito, literalmente, do ar que respiramos.
À primeira vista, os sacos de metano são iguais aos que conhecemos. A diferença é que os modelos comuns são feitos de petróleo, enquanto a engenhoca nas mãos de Campbell vem do AirCarbon, o carbono extraído do metano expulso pelas vacas, ou que é libertado dos aterros.
O procedimento não apenas evita o uso de combustíveis fósseis, como também contribui para a diminuição de gases tóxicos no meio ambiente. A versão proveniente do metano é produzida por uma empresa californiana chamada Newlight.
«(O metano) reage com um biocatalizador e cria uma reacção que separa o carbono e o oxigénio no gás. Depois passa por um período de fermentação, de onde surge este material plástico», exlpica Campbell à BBC.
«A partir daí, podemos criar vários tipos de plástico». Ele sublinha que este processo é mais barato do que o uso do petróleo.

Outro material não-biodegradável e raramente reciclável que a empresa se propôs a substituir foi o polietileno, usado em embalagens maleáveis e esponjas.
O material proposto é quase o oposto: embalagens cultivadas a partir de esporos de fungos, que produzem grandes blocos brancos com uma textura esponjosa.
Para criar este material, a empresa recolhe o substrato de antigas explorações de cogumelos para moldar as esponjas. «Colocamos esta estrutura no molde e injetamos matrizes de fungos. As matrizes usam os hidratos de carbono e açúcares ainda presentes no substrato para crescer», explica Campbell.
O material criado a partir dos fungos é biodegradável, mais flexível e duradouro que o polietileno.
«Testamos toda a cadeia de fornecimento para verificar se o produto se mantinha em boas condições. Isso é fundamental já que, no caso de danos, esta solução seria pior em termos de sustentabilidade.»
Os cientistas estão optimistas. «Ficamos surpreendidos quando analisamos a estrutura celular com o microscópio. O que se vê é uma estrutura de raízes com pequenos tentáculos que se entrelaçam. É como uma cinta de velcro, melhor que o material original», diz Campell.

Produtores de Melgaço vão protestar contra alargamento da produção de vinho Alvarinho


24-12-2014 11:08 | Norte
Fonte: Agência Lusa 

Melgaço, Viana do Castelo, 24 dez (Lusa) - Cerca de 400 produtores da Adega Quintas de Melgaço vão manifestar-se a 13 de janeiro, no Porto, contra o alargamento da produção de vinho Alvarinho a todos os concelhos da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).

A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo representante dos produtores de uvas, acionistas daquela empresa com sede em Melgaço, no distrito de Viana do Castelo.

Segundo Eduardo Nóvoas, o protesto vai decorrer à porta da CVRVV, no Porto, "no mesmo dia e hora" em que ocorrerá nova reunião do grupo de trabalho constituído pelo Governo e liderado pela CVRVV, defensora do alargamento da produção a todos os concelhos que a integram, para alcançar um acordo entre todos os produtores.

O representante daqueles acionistas, que detêm 30% do capital social da Adega Quintas de Melgaço, adiantou que a Câmara Municipal, acionista maioritária (70%), "irá garantir o transporte para a manifestação".

O protesto para exigir a manutenção da exclusividade da designação Vinho Verde Alvarinho à sub-região de Monção e Melgaço foi decidido "por esmagadora maioria", em assembleia geral extraordinária, no passado dia 21 de dezembro.

Contatado pela Lusa, o presidente da Associação de Produtores de Alvarinho (APA), com sede em Monção, escusou-se a fazer comentários sobre o assunto.

A APA representa 60% dos agentes económicos daquela sub-região demarcada centenária, que, no seu todo, corresponde a 80% do volume de negócios desta atividade, estimada em cerca de 25 milhões de euros.

Os municípios de Melgaço e Monção, que desde 1908 detêm e pretendem manter a exclusividade de produção de alvarinho, contestam o alargamento aos 47 concelhos que integram a CVRVV por considerarem que representa "mais uma estratégia de pressão utilizada por parte de empresas importantes na área dos vinhos verdes que também querem ter a possibilidade de produzir aquele vinho".

Defendem que o território que integra a sub-região "reúne as condições adequadas para a produção de alvarinho na sua excelência".

Além disso, sustentam, "depende dessa exclusividade a riqueza da sub-região".

Argumentam ainda que o alargamento "não vai garantir a qualidade" e que, pelo contrário, "vai pôr em causa todo o prestígio, nacional e internacional, angariado pela sub-região, através de décadas de trabalho e esforço dos viticultores e engarrafadores locais, com consequências dramáticas para a economia destes municípios".

"Ao contrário do que argumentam os defensores do alargamento, a alteração das regras atuais não iria aumentar os rendimentos de nenhum agente, dentro e fora da sub-região, mas sim levar a uma transferência de valor, mais concretamente uma diluição de valor por uma região inteira, e certamente gerar uma catástrofe na economia de um pequeno território", sustentam os 400 produtores da Adega Quintas de Melgaço.

Anualmente, a Adega Quintas de Melgaço produz cerca de 900 mil quilogramas daquela uva.

A seleção "das melhores" dá origem a mais de um milhão de garrafas de vinho alvarinho.

ABYC // CSJ

Lusa/Fim

Melhores respostas perante a escassez de água

16 Dezembro 2014, 22:26 por Moshe Alamaro

 
Na Califórnia, os consumidores residenciais estão a ser multados por desperdício de água. O objectivo é reduzir o consumo em 20%, no âmbito da luta contra uma seca severa. O problema é que o uso da água residencial representa menos de 15% do consumo total. O resto se destina principalmente à agricultura. Mesmo se as metas definidas forem alcançadas, não representarão menos de 3% da procura total – uma gota num balde quase vazio.
Enquanto isso, na China, cerca de 30.000 trabalhadores estão a tentar mudar as condições climáticas, tentando atingir as nuvens a partir de aviões ou bombardeando o ar com escudos anti-áereos, na esperança de provocar alguma chuva. Não há provas estatísticas de que este tipo de manipulação meteorológica funcione, mas os colocadores de nuvens também estão a tempo inteiro nos Estados Unidos, especialmente no oeste.
 
Estas medidas inúteis são o que eu chamaria de "placebos políticos": tentativas dos governos de demonstrar a sua cidadania que estão a fazer algo – qualquer coisa – para aliviarem a escassez de água. Os placebos podem ter sentido no âmbito da medicina, mas acabam por fazer mais mal do que bem se distraem os esforços para curar a doença. Aplicar medidas parecidas às da Califórnia é como dizer aos polícias que façam soar as suas sirenes sempre que conduzam para que as pessoas tenham a impressão de que estão a combater o crime. À medida que as alterações climáticas provoquem secas mais prolongadas e graves, a falta de água resultante vai exigir soluções novas, por vezes difíceis, que vão além das tentativas fúteis de acalmar o público.
 
Os desafios são enormes. Em muitos locais, a água subterrânea é considerada a propriedade do dono da terra onde é extraída, mesmo se o poço faz uso de um aquífero que estende ao longo de milhares de quilómetros quadrados. Como resultado, não há grande incentivo para a conservar. Enquanto isso, a extração generalizada reduz o nível de todo o aquífero, o que pode dar lugar à entrada de água salgada. E, porque há muitos direitos de propriedade pelo meio, apenas o mais bravo dos políticos se atreve a enfrentar o assunto.
 
Em algumas áreas da Califórnia e Texas, parte da água chega aos consumidores praticamente grátis – graças a uma rede de represas, reservatórios e aquedutos construídos há décadas. A represa Hoover, por exemplo, que deu origem ao lago Mead, o maior reservatório nos Estados Unidos, foi construída em 1936 durante a Grande Depressão como parte do "New Deal". Mesmo que o governo federal tenha tido a intenção de recuperar o seu investimento vendendo a água do lago Mead, há muito que se amortizaram os custos da construção da represa.
 
Ao contrário de outras matérias-primas, muito frequentemente o preço da água depende de uma decisão política, sujeita à influência de grupos que pressionam para receber subsídios. Por exemplo, a maior parte da água utilizada na agricultura no Texas e Califórnia é vendida a um preço abaixo do seu custo. Como resultado, é frequentemente desperdiçada. O custo de um acre-pé (1232,75 metros cúbicos) de água em Dallas ou Austin é de pelo menos 150 dólares. Contudo, os cultivadores de arroz em Texas pagam apenas 10 dólares e a cada ano consomem o equivalente a uma inundação de 1,5 metros. Tão grande quantidade de água não é sequer necessária para cultivar arroz; a maior parte é usada para afogar as ervas daninhas.
 
O governo federal dos Estados Unidos deve intervir no sector hídrico. Enquanto esses desequilíbrios persistirem, será mais difícil que possam competir as novas tecnologias que vão surgindo. Se se racionalizar o sector, outros investidores poderão entrar no mercado. Os agricultores do Texas e Califórnia devem deixar de cultivar arroz, que poderá ser importado de países onde a água é abundante, como o Vietname. Em vez disso, os agricultores dos Estados Unidos devem ser encorajados a passar para outras plantas, como o sésamo, mediante planos nos quais o governo assuma o custo da substituição da maquinaria necessária para cultiva-las e colhê-las. Se forem adoptadas tecnologias como a irrigação, a utilização actual da água parecerá, em comparação, primitiva e antiquada. 
 
O sector da água deveria seguir o exemplo da indústria eléctrica, onde as mudanças efectuadas pelas normas federais na segunda metade do século XX permitiram que os produtores de energia independentes fizessem uso das linhas de transmissão existentes. Assim se pode reduzir os preços e melhorar o serviço de forma importante e que outros países se sentissem motivados a adoptar o modelo norte-americano. É o momento de fechar a torneira da água subsidiada e encontrar um remédio real para as zonas onde seja persistente a sua escassez.
 
Moshe Alamaro é um investigador do Departamento das Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias no MIT e responsável chefe de tecnologia do More Aqua, Inc.
 
Direitos de Autor: Project Syndicate, 2014.
Tradução: Raquel Godinho

Empresa espanhola criou impressora 3D de comida


 PÚBLICO 24/12/2014 - 22:13 

Foodini imprime alimentos reduzidos a puré que depois terão que ser cozinhados.
Natural Machines

 

Armas, utensílios do dia-a-dia, brinquedos, próteses para fins médicos, já se pode imprimir um pouco de tudo através de impressoras 3D. Uma empresa espanhola, a Natural Machines, criou a Foodini, uma impressora que cria comida a três dimensões, doce ou salgada, e cujo objectivo é promover uma alimentação saudável, com base em alimentos frescos.

Quando entramos no site da Natural Machines, além da habitual descrição da empresa e da impressora, saltam à vista várias fotografias de pratos de comida criados pela Foodini, desde massa com molho de tomate a biscoitos e pizzas.

A impressora funciona como outra qualquer em 3D, estando a diferença no que sai do equipamento, ingredientes em pasta, após terem sido triturados ou processados e inseridos em cápsulas, por sua vez colocadas na impressora. Os ingredientes estão crus e têm que ser cozinhados posteriormente, mas a empresa com sede em Barcelona pretende que no futuro a impressora produza alimentos já preparados para consumir.

"Pode pensar-se na Foodini como uma montagem (por exemplo, criar ravioli ou imprimir alimentos numa forma desenhada) e um aparelho de acabamento (por exemplo, decoração do prato). A Foodini não automatiza tudo o que se cozinha, nem cozinha alimentos. Se necessário, pode manter a comida quente enquanto funciona, já que tem um sistema de aquecimento", explica a empresa.

A Natural Machines pretende que o utilizador minimize o tempo que precisa para preparar alimentos frescos, reduzidos a puré com a ajuda de um liquidificador ou trituradora. Basta depois colocar o preparado em cápsulas de alimentos próprios da Foodini e literalmente imprimir o resultado. A impressora permite fazer decorações elaboradas em bolos ou biscoitos.

A empresa está a trabalhar com fabricantes da indústria alimentar para criar cápsulas já carregadas com alimentos que possam ser depois inseridas na impressora 3D.

Lynette Kucsma, co-fundadora da Natural Machines, adiantou à CNN que a impressora deverá chegar aos consumidores com um preço aproximado de 800 euros, sendo que a chegada ao mercado só deverá acontecer no segundo semestre de 2015.

Kucsma explicou ainda que a Foodini pode ser utilizada à distância, através de uma aplicação para smartphones, e as receitas criadas pelos utilizadores podem ser partilhadas na Internet.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Vinho do ano na Finlândia é português

Maior retalhista de bebidas alcoólicas escolheu vinho da Casa Santos Lima


Finlândia elegeu vinho português como o melhor do ano de entre 1500 referências.
Pedro Granadeiro/GI
23/12/2014 | 12:29 |  Dinheiro Vivo
Chama-se Quinta das Setencostas Tinto 2010 e é o vinho que encantou os finlandeses em 2014.
Numa lista com mais de 1500 referências, o júri finlandês da Alko, o retalhista com o monopólio de bebidas alcoólicas na Finlândia, considerou que o vinho do ano no país é um português da região de Lisboa, produzido em Alenquer pela Casa Santos Lima.
O vinho já tinha sido distinguido com três medalhas de ouro no Challenge International du Vin 2014, no Austrian Wine Challenge 2014 e no Prodexpo Wine Competition 2014.
"O Quinta das Setencostas 2010 é vendido abaixo dos 10euro, enquanto que o prémio de melhor vinho branco, atribuído ao Domaine Laroche Chablis 1er Cru Les Vaudevey 2011 é vendido a 27,90euro, o que só vem comprovar, uma vez mais, a excelente relação qualidade/preço dos vinhos da região de Lisboa", explica Vasco d"Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa).
Os vinhos portugueses têm andado nas bocas do mundo nas últimas semanas: primeiro, a BBC publicava uma reportagem sobre as novas gerações que andam a revolucionar o sector em Portugal. Logo depois foi a vez do USA Today publicar um trabalho sobre o facto de Portugal estar a abanar o mundo dos vinhos.
O mercado finlandês é um dos cinco mais importantes para as exportações de vinhos de Lisboa a seguir ao Reino Unido, Polónia, Alemanha e Dinamarca.
Este ano, a revista especializada Wine Spectator colocou três vinhos portugueses no TOP 4 dos melhores do mundo em 2014.
Leia mais: Na semana passada, o vinho português Astronauta Touriga Nacional também foi considerado o melhor na África do Sul.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Portugal perde 3070 produtores de leite por ano


No ínicio dos anos 90 do século passado eram 80.000, mas agora já só existem 6.300 produtores de leite. Com o fim do regime protegido das quotas leiteiras já em 2015 a situação pode agravar-se ainda mais.

Vítor Andrade e Margarida Cardoso |
10:30 Domingo, 21 de dezembro de 2014

Portugal perde 3070 produtores de leite por ano
Desde o início dos anos 90 que Portugal tem vindo a perder em média 3070 produtores de leite todos os anos. Dos 80 mil existentes há 24 anos restam apenas 6300, dos quais 2700 nas ilhas dos Açores, um dos poucos lugares a nível mundial onde as vacas leiteiras se alimentam praticamente só das pastagens.

Paralelamente, assistiu-se a um forte incremento da produtividade por vaca leiteira, que se cifra atualmente em 7.300 quilos de leite/vaca por ano, valor muito próximo do que se regista noutros países da União Europeia. Bastante acima dos valores de 1990, que rondavam os 4.400 quilos de leite/vaca/ano.

A partir de março de 2015 acaba o regime de quotas leiteiras, que existia desde 1985 na Europa comunitária. Agora, os produtores terão de concorrer em mercado livre e totalmente aberto à concorrência, o que poderá significar o fecho de muitas pequenas explorações.


"Pequenos agricultores vão ter benefícios"


Os agricultores que recebiam até 300 euros por ano da PAC vão passar a receber 500 euros.
Aministra da Agricultura garante que o Governo tentou defender os interesses dos pequenos agricultores na negociação da nova Política Agrícola Comum (PAC). Vão ter um aumento do rendimento anual e novas condições de IVA forfetário.

Relativamente à nova PAC, que entra em vigor em 2015, há uma mudança na lógica dos pagamentos. É um modelo que tem merecido queixas dos pequenos agricultores. Vão ser prejudicados relativamente às regras anteriores?

É preciso explicar duas coisas: em primeiro lugar, toda a reforma da PAC é altamente complexa, e foi no sentido de convergirmos com a média da União Europeia. Portanto, há mecanismos para se conseguir alguma convergência e isso vai acontecer, mas também é verdade que há uma convergência dentro dos vários sectores da agricultura e, naturalmente, haverá quem, a prazo, fique a ganhar e haverá quem, a prazo, fique a perder um bocadinho. A nossa preocupação foi limitar perdas, garantir que não havia abandono de actividade, garantir que não havia abandono do mundo rural. Portanto, as medidas de apoio às zonas desfavorecidas, que já existiam, vão continuar a existir, as medidas agro-ambientais vão continuar a existir para complementar a lógica do pagamento-base.

Sao os agricultores que tem de decidir quais sao os sectores estrategicos

A aprovação do Plano de Desenvolvimento Regional 2020 tem implícito uma meta ambiciosa. Chegar ao equilíbrio da balança comercial agro-alimentar, hoje ainda com défice.
Assunção Cristas ganhou a semana. A Comissão Europeia aprovou o Plano de Desenvolvimento Regional 2020 e já há candidaturas a apresentarem-se. Portugal foi dos primeiros países a ver aprovado o PDR, o sucessor do PRODER e, para Cristas, a oportunidade é muito importante. Mas recusa a ideia de definir, a partir do seu gabinete, quais são os sectores agrícolas estratégicos. Isso cabe aos agricultores e às suas organizações.
O Plano de Desenvolvimento Rural (PDR)tem um envelope financeiro de 4,1 mil milhões de euros até 2020 e, ainda antes de ser formalmente aprovado pela Comissão Europeia, já tinha candidaturas em curso. Quais são as suas expectativas em relação ao sucessor do PRODER?

A expectativa é grande e justificada com base naquilo que tem sido o bom desempenho do actual PRODER, que dá agora lugar ao Plano de Desenvolvimento Rural. Neste momento, temos já o PDR 2020 aprovado, foi um grande ganho. Em Bruxelas, na passada segunda-feira, tive a confirmação por parte do comissário, depois na terça-feira saiu o comunicado oficial da Comissão Europeia, que nos diz que estamos no grupo da frente dos países aprovados. Isto é particularmente relevante, porque, por questões orçamentais europeias, os que tivessem agora o programa aprovado podiam automaticamente começar a gastar o dinheiro. Isso é muito importante, porque temos um interesse crescente no terreno, seja por parte dos jovens agricultores, seja por parte da agro-indústria que quer modernizar-se, seja por parte de investimentos de gente de todas as idades, com empresas de todas as dimensões que tem vindo a investir na Agricultura. Posso dizer que, de facto, o que podemos ver é um sector muito dinâmico, que neste momento contribui para as nossas exportações em grande medida. 

Preços dos cereais regista subida significativa


23 DE DEZEMBRO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO
trigoA queda do preço do petróleo, a desvalorização do rublo e o possível encerramento das exportações russas de cereais geraram alarme nos mercados, o que provocou um aumento do preço de matérias primas. Excetuando o preço do trigo duro, que se manteve estável num nível elevado, depois das subidas contínuas dos últimos meses, o preço do resto dos cereais subiu, de acordo com a Associação de Comércio de Cereais e Oleaginosas de Espanha (ACCOE).

Na semana 51 (15-21 de dezembro), o preço do trigo mole foi o que mais subiu (+ 3,37 €/tn) e o milho (+ 0,97/tn), seguido pela cevada (+1,09 €/tn) até aos 191,79 €/tn, seguido pela cevada (+ 1,09 €/tn) até aos 180,42 €/tn e o milho (+ 0, 97 €/tn) até aos 172,5 €/tn, de acordo com a informação proporcionada pela Associação de Comércio de Cereais e Oleaginosas de Espanha (ACCOE) para a semana 51. O trigo duro manteve-se estável em 379 €/tn.

Ler aqui.

Empresários dos vinhos de Tondela detidos para cumprir sentença de 2009


Lusa
22 Dez, 2014, 14:35

A GNR deteve hoje três empresários do setor dos vinhos do concelho de Tondela, para dar cumprimento a uma sentença de 2009, que os condenou a prisão efetiva por fraude na obtenção de subsídios comunitários.
De acordo com uma fonte da GNR, a detenção ocorreu ao início da manhã de hoje na Lajeosa do Dão, vila do concelho de Tondela onde os três homens têm residência.

"Os três homens - de 70, 74 e 83 anos - foram conduzidos ao Estabelecimento Prisional de Viseu, dando-se cumprimento aos mandados de detenção que pendiam sobre eles", informou.

Em 2009, o empresário do setor dos vinhos Alfredo Cruz, da Lajeosa do Dão (Tondela) foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, pela prática, sob a forma consumada, de um crime de fraude na obtenção de subsídio.

Pelo mesmo crime, foram também condenados, a quatro anos de prisão efetiva, os seus dois irmãos, José e António Cruz.

Na altura, a firma Cruz e Companhia - presidida por Alfredo Cruz e uma das maiores exportadoras de vinho a granel de Portugal - foi condenada a 240 dias de multa à taxa diária de mil euros.

Foi ainda condenada a Vinibeira, que trata dos vinhos engarrafados e onde intervinham também Alfredo Cruz e os seus dois irmãos e sócios na altura, a 90 dias de multa à taxa diária de 400 euros.

Em causa estiveram subsídios atribuídos pelo ex-Instituto do Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e das Pescas (IFADAP) e pelo Instituto Nacional de Intervenção e Garantia Agrícola (INGA), hoje Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), entre 1995 e 1999.

A empresa de Alfredo Cruz, conhecido por "Samarreiro", foi alvo de várias apreensões de vinho.

Em julho de 2008, durante uma operação que decorreu em cinco distritos do país, a Brigada Fiscal da GNR apreendeu cerca de meio milhão de litros de vinho e foram constituídos cinco arguidos, um deles Alfredo Cruz, indiciados pela prática de crimes como associação criminosa, fraude fiscal e introdução fraudulenta ao consumo.

Em 2006, a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tinha apreendido 26 milhões de litros de vinho de mesa em depósitos da empresa situados em vários pontos do país, por falta de documentação de suporte legal para esta quantidade.

Mudanças climáticas afectam agricultura mundial


Novo estudo revela que a produção agrícola pode baixar até 18% em algumas regiões devido às alterações do clima da Terra
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19-12-2014 • Luís Silvestre
As alterações climáticas vão exigir grandes transformações na agricultura mundial, nomeadamente o aumento da irrigação e a deslocação de produção de uma região para outra, de acordo com o novo estudo publicado na revista Environmental Research Letters.


A nova pesquisa realizada por cientistas do International Institute for Applied Systems Analysis, um instituto científico com sede na Áustria, coloca nove cenários climáticos, 18 culturas e quatro sistemas de produção, bem como interacções entre a produção agrícola, o consumo, os preços e o comércio global. Examina as adaptações e o investimento intensivo e não são facilmente reversíveis, tais como a construção de novas infra-estruturas de gestão de água para irrigação.
 
O estudo constata que as alterações sobre a produção agrícola causadas pelas mudanças no clima, tais como o aumento da temperatura, os níveis de precipitação e o aumento da concentração atmosférica de dióxido de carbono, podem levar a um declínio de 18% na produção em algumas regiões. Noutras zonas, poderá existir um aumento de 3% em 2050.

 
O estudo também sublinha a importância dos recursos hídricos limitados para a segurança alimentar no futuro num clima em mudança, mostrando que em grande parte do mundo pode ser necessário um aumento da irrigação superior a 25%.

Ministra da Agricultura: “Pequenos agricultores vão ter benefícios”

22 Dezembro 2014, 09:25 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, em entrevista ao Diário Económico, garante que o Governo tentou defender os interesses dos pequenos agricultores na negociação da nova Política Agrícola Comum (PAC).

A ministra, em entrevista ao Diário Económico, adiantou que os agricultores "vão ter um aumento do rendimento anual e novas condições de IVA forfetário".
 
"É preciso explicar duas coisas: em primeiro lugar, toda a reforma da PAC é altamente complexa, e foi no sentido de convergirmos com a média da União Europeia. Portanto, há mecanismos para se conseguir alguma convergência e isso vai acontecer, mas também é verdade que há uma convergência dentro dos vários sectores da agricultura e, naturalmente, haverá quem, a prazo, fique a ganhar e haverá quem, a prazo, fique a perder um bocadinho", referiu.
 
A governante disse ainda que a preocupação do Governo foi "limitar perdas, garantir que não havia abandono de actividade, garantir que não havia abandono do mundo rural. Portanto, as medidas de apoio às zonas desfavorecidas, que já existiam, vão continuar a existir, as medidas agro-ambientais vão continuar a existir para complementar a lógica do pagamento-base". 
 
Quanto às novas quotas de pesca que o Governo negociou a ministra da Agricultura disse acreditar que há condições para os pescadores as aproveitarem.

UE destina 7,5 ME para ajudar a controlar pragas vegetais

 22-12-2014 
 

 
A União Europeia destinou 7,5 milhões de euros para co-financiar programas, com o objectivo de estudar as pragas das plantas ao longo de 2015.

Os fundos serão atribuídos a Portugal; Bélgica; Croácia; Chipre; Republica Checa Dinamarca; estónia; Alemanha; Grécia; Itália; Letónia; Malta, Países Baixos; Polónia; Eslováquia; Espanha e Suécia, ou seja, os Estados-membros que solicitaram este apoio à União Europeia.

Esta iniciativa visa ajudar a controlar a ausência ou presença de pragas, centrando-se nas dos citrinos, árvores de folha caduca e batata, para além de pragas com medidas temporárias na União Europeia, como o nemátodo do pinheiro.

Os inquéritos realizados proporcionaram conhecimento acerca dos riscos emergentes, como novas pragas, e dados de riscos ligados a tipos específicos de importações.

Fonte: Agrodigital

CE recupera 102 milhões de euros de despesas da PAC

22-12-2014 
 

 
A Comissão Europeia recuperou 102 milhões de euros de fundos da política agrícola comum (PAC) utilizados indevidamente por vários Estados-membros.

Bruxelas recupera no quadro denominado procedimento de liquidação de contas, que afectou a Grécia, Irlanda e a Eslovénia. Os 102 milhões de euros voltam ao orçamento devido a incumprimento das normas da União Europeia ou procedimentos inadequados no controlo às despesas agrícola da União Europeia.

Os Estados-membros são responsáveis pelo pagamento e controlo das despesas da PAC e a Comissão é obrigada a garantir que os países façam um uso correcto destes fundos.

Fonte: Agrodigital

Cogumelos 'made in' Japão produzidos em estufas de Vimioso


Cogumelos oriundos do leste do Japão, conhecidos por 'Shiitake', estão a ser produzidos em estufas na zona industrial de Vimioso, distrito de Bragança, por dois jovens empreendedores, os irmãos Rosário.

O método de produção de cogumelos 'Shiitake' é considerado simples e passa pela introdução de inóculos produzidos no laboratório em madeira previamente selecionada. A inoculação é feita em troncos de carvalhos, para assim se produzir um fungo que atualmente é dos mais consumidos na Europa, dadas as suas propriedades gastronómicas e medicinais.
Para se lançarem na produção de cogumelos, os irmãos Rosário abandonaram as profissões que tinham na área da multimédia e das engenharias.
«Tentamos apostar num tipo de empresa que se enquadra no concelho de Vimioso e, ao mesmo tempo, aproveitamos os recursos naturais existentes como é caso da madeira de carvalho», disse Paulo Rosário.
O projeto teve o seu início há dois anos, mas só agora é que começou a produzir, porque foi necessário reunir algumas condições.
«Tivemos de arranjar a madeira. Os primeiros troncos que foram inoculados são provenientes de uma exploração situada no termo de Santalhão e pertencente ao meu pai. Foi uma ajuda para dar início ao nosso projecto», explicou.
Outra das razões que atrasou o início da produção foi obtenção de fundos comunitários para dar início à criação do complexo de estufas, que requerem alguns cuidados.
O investimento na empresa Cogumelos do Planalto ronda os 100 mil euros, tendo obtido um comparticipação comunitária que ronda os 80 mil euros.
O projeto inclui duas estufas com ambiente controlado. Porém, a aposta terá de ir mais longe, já que, segundo os mentores, será necessário colocar equipamentos que produzam calor e humidade para que os cogumelos tenham o ambiente ideal a fim de se reproduzirem tanto de inverno como de verão.
«No período de inverno não vamos conseguir produzir as qualidades de cogumelos que esperávamos devido à falta de condições apropriadas para o efeito», frisou Paulo Rosário.
Nesta primeira fase de produção, o mercado mais natural será o nacional. O mercado espanhol será o potencial alvo numa segunda fase.
«Os vizinhos espanhóis consomem mais cogumelos do que os portugueses e, por esse motivo, é uma aposta a ter em conta, já que estamos muito próximos da fronteira», atirou o empresário nordestino.
Por outro lado, Rúben Rosário destacou no projeto conjunto com o irmão um ponto forte: o que passa pelo aproveitamento da madeira de carvalho autóctone para a produção de cogumelos de «altíssima qualidade».
A aposta passa pela produção de cerca de mil quilos de cogumelos 'Shiitake' por mês para tornar o investimento rentável.
Dinheiro Digital com Lusa

Ministro do Ambiente recusa parar a reforma da água em nome da coesão social


Lusa - Esta notícia foi escrita nos termos do Acordo Ortográfico
19:00 Sexta feira, 19 de Dezembro de 2014 |
 
Penafiel, Porto, 19 dez (Lusa) - O ministro do Ambiente recusou-se hoje a parar a reforma da política da água, que prevê a convergência tarifária entre o interior e o litoral, criticando os que defendem a coesão territorial, mas querem adiá-la.

"Todos defendem a coesão territorial, mas quando chega a hora de a promover existe sempre quem utilize bons argumentos para achar que este não é o momento, esta não é a opção", afirmou Jorge Moreira da Silva.

Em declarações à Lusa, à margem da inauguração da nova estação de tratamento de águas residuais (ETAR) em Paço de Sousa, Penafiel, o ministro insistiu: "Neste contexto, os verbos adiar, hesitar e transigir não se podem conjugar, numa altura em que é necessário avançar para uma reforma que supere problemas estruturais".



Governo enaltece «espírito construtivo» de plataforma de relações agro-ambientais

22-12-2014 
 

 
O Governo enalteceu a dinâmica da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agro-alimentar (PARCA), elogiando o «espírito construtivo» dos intervenientes e a importância do sector não só em termos de cadeia alimentar, mas inclusive em matéria económica.

«Com este Governo, os agentes económicos, os investidores, têm razoes para acreditar que Portugal, gradualmente, na medida das nossas possibilidades, se vai tornando mais propício para o investimento», realçou o ministro da Economia, António Pires de Lima, no final de uma reunião da PARCA.

A plataforma esteve reunida no ministério da Agricultura e Mar, e Pires de Lima e a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, falaram aos jornalistas a meio do encontro. «Os parceiros estão a trabalhar para caminharem para a autorregulação e código de boas práticas», realçou a ministra.

E acrescentou: «Enquanto Governo estamos activos, participando nesse processos, facilitando esse processo, mas não nos cabe a nós directamente impor de forma alguma a autorregulação».

A PARCA foi criada para fomentar a equidade e o equilíbrio da cadeia alimentar, promovendo o diálogo para permitir o aumento da transparência do mercado e o equilíbrio na distribuição de valor entre os diferentes sectores da produção, da transformação e da distribuição de produtos agrícolas e agro-alimentares.

Fonte: Lusa

domingo, 21 de dezembro de 2014

Cabo Verde: Lava do vulcão do Fogo destrói adega de vinho


Uma adega destruída e o corte de uma estrada em Chã das Caldeiras são o resultado, hoje, do avanço da lava que há quase um mês jorra ininterruptamente do vulcão da ilha do Fogo, em Cabo Verde, noticia a imprensa local.

A frente de lava, que se dirige de Monte Saia para Ilhéu de Losna, destruiu, na madrugada de hoje, a adega de vinho do produtor Eduíno Lopes, que produz a marca "Sodade", e uma das principais propriedades de cultivo de videira em Chã das Caldeiras, disse o presidente do Serviço Nacional da Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) de Cabo Verde, Arlindo Lima, à agência Inforpress.
A mesma fonte adiantou que a torrente cortou a via alternativa entre Cova Tina e Portela, já galgou a estrada em mais de 20 metros e continua a consumir campo de cultivo de feijão, mandioca, vinha e macieira, nesta que é uma das localidades de Chã das Caldeiras.
Segundo o responsável, outras duas habitações que ainda estão intactas, nas proximidades da adega, também estão ameaçadas e poderão ser destruídas pela força da lava.
Com a destruição da estrada, as pessoas que pretendem chegar a Portela ou a Bangaeira, as duas principais localidades de Chã das Caldeiras, consumidas na totalidade pelas lavas, terão de percorrer a pé o troço alternativo a partir de Ilhéu de Losna, fazendo mais de uma hora numa marcha mais acelerada.
Quanto à frente de lava de Bangaeira, que se encaminhava em direcção a Fernão Gomes, com possibilidade de atingir a encosta do município dos Mosteiros, o presidente do SNPCB indicou que está estacionária há pelo menos quatro dias.
Hoje, o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, efetua a sua segunda visita à ilha do Fogo desde o início da erupção vulcânica.
A ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, que tutela a área de solidariedade social e da família, também visita hoje a ilha, para se inteirar da situação.
O vulcão da ilha do Fogo entrou em erupção no dia 23 de novembro e, até agora, não provocou vítimas, tendo destruído Portela e Bangaeira, as duas povoações de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos da ilha.
Diário Digital com Lusa

ASAE instaura 49 novos processos por más práticas no comércio


ANA RUTE SILVA 19/12/2014 - 20:21
Governo admite rever algumas normas da nova lei das promoções. Desde que entrou em vigor já foram fiscalizados 188 supermercados.

 
Más práticas no comércio motivaram inspecções a centenas de empresas JOSÉ SARMENTO MATOS/ARQUIVO
 
Em vigor desde finais de Fevereiro, a lei que regula as más práticas no comércio poderá sofrer alterações e já levou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a instaurar 49 processos este ano. Os casos ainda estão a ser analisados e, ao PÚBLICO, Pedro Portugal Gaspar, inspector-geral do organismo, adiantou que ainda não há decisão sobre eventuais coimas.

A ASAE passou a liderar a instrução dos processos – antes nas mãos da Autoridade da Concorrência – e criou três brigadas especializadas em cada unidade regional. À margem da última reunião do ano da PARCA (Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agro-Alimentar), Pedro Portugal Gaspar disse ainda que no total foram fiscalizados este ano 188 operadores económicos.

O diploma das Práticas Individuais Restritivas do Comércio (conhecida pelas PIRC) deu dores de cabeça às cadeias de distribuição e fornecedores e levou a ASAE a redigir um total de 43 documentos de esclarecimento. O conceito de venda abaixo do preço de custo passou a abranger novos tipos de desconto, nomeadamente, os descontos em cartão que contribuem, agora, para a formação do preço de compra, essencial para detectar se houve ou não venda com prejuízo.

As PIRC fizeram disparar o valor das multas de um máximo de 30 mil euros (com cúmulo jurídico) para 2,5 milhões de euros. Quanto mais pequena for a empresa que cometer a infracção, menos paga: os micronegócios incorrem numa multa máxima de 50 mil euros.

No final do encontro, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, admitiu fazer "pequenos afinamentos" na lei das PIRC, tendo em conta as dúvidas que ainda permanecem em algumas das normas. Também António Pires de Lima, que tutela a Economia, destacou que o Governo mostrou "abertura para poder melhorar e rever" o diploma, "acolhendo alguns contributos que a grande distribuição e outros parceiros foram fazendo chegar". Ao que o PÚBLICO apurou uma das normas que poderá ser revista é o âmbito da aplicação, já que a lei 166/2013 só abrange as empresas estabelecidas em território nacional.

Quanto à PARCA, criada por Assunção Cristas no rescaldo da promoção do 1º de Maio do Pingo Doce, em 2012, o balanço "é positivo", diz a ministra da Agricultura. O grupo de trabalho que junta a grande distribuição, indústria, agricultores e consumidores na mesma mesa "pode e deve continuar", afirmou, acrescentando que as associações que representam os vários sectores pediram para "institucionalizar" a PARCA, ou seja, torná-la uma estrutura permanente independentemente do governo em funções.