sábado, 27 de junho de 2015

Ovelha com gene «luminoso» de água-viva entra na cadeia alimentar


Uma ovelha geneticamente modificada com uma proteína de água-viva, utilizada em pesquisas científicas na área de cardiologia em França, acabou por ser enviada para um matadouro do país e vendida para consumo, lançando novos debates sobre a segurança alimentar.
O caso envolve o Instituto Nacional de Pesquisa Agronómica (Inra) de França, que, entre outras actividades, desenvolve programas científicos na área médica utilizando animais.
«O primeiro erro foi colocar a ovelha geneticamente modificada num lote com animais normais, de criação. Em seguida, esses animais foram transferidos para o matadouro. Dessa forma, a ovelha, que não deveria estar nesse rebanho, entrou na cadeia alimentar», declarou o presidente do Inra, Benoît Malpaux.
O ministro da Agricultura, Stéphane Le Foll, disse que o incidente «é inaceitável» e pediu ao Inra para realizar, até ao final do mês, um relatório sobre o problema.
A ovelha Rubi, que com grande probabilidade foi parar na mesa de um consumidor, tinha uma proteína extraída da medusa, a GFP (sigla em inglês para Proteína Verde Fluorescente), que torna as células fluorescentes e deixa a pele translúcida.
Essa proteína é usada em experiências científicas; confere luminosidade a outras proteínas ou genes e permite que cientistas acompanhem os movimentos e comportamento destes.
A ovelha fazia parte de uma pesquisa do Inra para estudar o transplante de células utilizadas para restaurar a função cardíaca após um enfarte do miocárdio.

Moçambique atingiu objetivo de redução da fome, que ainda afeta um quarto da população


Moçambique atingiu o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio de redução da fome, mas um quarto da população continua afetada, anunciou hoje a FAO em Maputo.
"A proporção de pessoas que sofrem de fome em Moçambique baixou de cerca de 56%, na década 90, para cerca de 24% na atualidade", disse Castro Camarada, representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Moçambique, durante a cerimónia de atribuição de um prémio ao Governo moçambicano de reconhecimento dos progressos nesta área nos últimos 15 anos.
Além de se destacar entre os 72 países que atingiram o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio, os dados da FAO indicam que Moçambique registou também progressos na meta assumida na Cimeira Mundial de Alimentação, em Roma em 1996, prevendo a redução para metade do número de pessoas subnutridas no país.
"Estes dados não significam que não existam problemas de alimentação no país, pelo contrário, os atuais níveis de pobreza significam que ainda temos indicadores de insegurança alimentar e, sobretudo, de desnutrição crónica, principalmente em crianças", afirmou Castro Camarada, lembrando que o país ainda possui muito trabalho pela frente.
Dados oficiais indicam que mais de 40% das crianças sofrem de desnutrição crónica em Moçambique e, pelo menos, 80 mil morrem anualmente em todo país, um fenómeno que afeta principalmente as zonas rurais, onde o acesso aos serviços de saúde ainda é deficitário.
"Estamos todos conscientes de que existem desafios, é preciso melhorar os indicadores, tanto da segurança alimentar como da desnutrição crónica, através de ações multissetoriais concertadas", declarou o representante da FAO em Moçambique, lembrando que, em breve, os objetivos do programa serão substituídos por outros mais ambiciosos.
De acordo com o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar em Moçambique, em oito anos, a desnutrição crónica de menores de cinco anos reduziu apenas em 3% para os atuais 43%.
O ministro moçambicano da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, falando durante a cerimónia, admitiu que, 40 anos após a independência de Moçambique, a desnutrição crónica constitui um desafio para o Governo, apontando, entretanto, a guerra civil como um dos fatores que contribuiu para o agravamento dos índices da pobreza.
"Eu manifesto a minha satisfação pelos avanços, mas, ao mesmo tempo, tenho ainda uma inquietação por saber que 24% dos meus concidadãos ainda enfrentam o problema de insegurança alimentar e, deste grupo, a maioria são crianças", lamentou José Pacheco.
O titular da pasta da Agricultura e Segurança Alimentar anunciou a adoção de estratégias de intervenção direta para redução de índices de pobreza que ainda prevalecem no país, destacando o incentivo à atividade agrária como forma de dinamizar o desenvolvimento, principalmente nas zonas rurais.
"Em Moçambique, nós temos comunidades altamente produtivas, mas, durante os processos de avaliação da segurança alimentar, encontramos resultados que não condizem com aquilo que essas populações produzem", afirmou o governante, que destaca a baixa inflação anual nos preços dos alimentos em Moçambique como um dos fatores que contribuíram para a redução da insegurança alimentar nos anos.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, discutidos recentemente durante um seminário sobre a metodologia de avaliação multidimensional de pobreza e bem-estar em Maputo, indicam que, entre 2003 e 2008, a pobreza no país estava estagnada, continuando nos 54%.
Cerca de 695 milhões de pessoas ainda sofrem de fome em todo mundo e uma em cada nove pessoas sofre de insegurança alimentar, segundo um relatório da FAO apresentado recentemente.
Diário Digital com Lusa

Fidelidade compra posição em empresa agrícola alemã


26 Junho 2015, 10:38 por Nuno Carregueiro | nc@negocios.pt

A seguradora portuguesa Fidelidade, controlada pelos chineses da Fosun, chegou a acordo para comprar 9,03% do capital da KTG Agrar, uma empresa agrícola alemã com uma capitalização bolsista inferior a 100 milhões de euros.

A companhia de seguros portuguesa Fidelidade, controlada a 85% pelos chineses da Fosun, vai comprar 620 mil acções da KTG Agrar, uma companhia agrícola alemã.

"O envolvimento da Fosun será de longo prazo e irá apoiar o KTG Group a explorar o mercado chinês", refere o comunicado da KTG Agrar e da Fosun, assinalando que os "alimentos alemães estão a ter uma crescente procura por parte da classe média chinesa".

 
A empresa alemã recorda vários dos investimentos já realizados pela Fosun, como o Club Med em França, a Folli Follie na Grécia e a Tom Tailor na Alemanha, sendo que um dos objectivos passa sempre pelo reforço destas empresas no mercado chinês.

Um dos primeiros investimentos da Fosun na Europa passou pela aquisição da Fidelidade à Caixa Geral de Depósitos. Foi através da seguradora que a Fosun comprou a Espírito Santo Saúde (Luz Saúde), sendo que a compra da posição na KTG Agrar será a primeira em que a Fosun realiza através da empresa portuguesa.

A KTG Group tem 45 mil hectares em terrenos para cultivo, intitulando-se como uma das maiores produtoras agrícolas da Europa. Produz cereais, batatas e soja, tendo fechado 2014 com receitas de 297,7 milhões de euros e mais de mil trabalhadores.

Cotada na bolsa alemã, a empresa apresenta uma capitalização bolsista de 99,1 milhões de euros. O valor do negócio não foi revelado. 

O papel da agricultura familiar na sustentabilidade dos territórios

OPINIÃO

Ricardo Vicente


A PAC tem um historial desfavorável às agriculturas do sul da Europa. Apesar desta desadequação crónica existe margem de manobra para os países do sul concretizarem algumas adaptações e minimizarem as consequências negativas.

19 de Novembro, 2014 - 00:04h

A Política Agrícola Comum, os mercados locais e a importância das agriculturas familiares na sustentabilidade dos territórios:

2014 é o primeiro ano do novo quadro comunitário que se prevê durar até 2020. Já estão definidos os valores que subsidiarão os vários países da comunidade europeia e estão desenhadas as regras comunitárias para a Política Agrícola Comum (PAC). Caberá a Portugal um orçamento de 8,5 mil milhões de euros, a distribuir entre 2 pilares distintos: Pagamentos Diretos e o Programa de Desenvolvimento Rural.

Pensar a sustentabilidade dos diferentes sistemas agrários em Portugal e, a uma escala diferente, os seus papéis na sustentabilidade territorial, obriga a uma interpretação das consequências da aplicação da PAC nesses territórios. As agriculturas familiares representam a quase totalidade da agricultura nacional e até mesmo europeia e são muito diversas, em função das culturas praticadas e das especificidades locais. No contexto português, o agricultor médio tem 63 anos de idade e apenas o 1º ciclo de escolaridade, 1/3 da população agrícola tem outra atividade económica complementar e apenas 1/5 dos agricultores trabalha a tempo inteiro na exploração agrícola (RA2009). Esta realidade é bastante distinta do centro e norte da Europa, onde a profissionalização e os níveis de capitalização das explorações agrícolas são muito superiores.

A PAC tem um historial desfavorável às agriculturas do sul da Europa, desde a sua origem é uma ferramenta que cria desigualdades produtivas entre países e que gera dependências alimentares internacionais através da destruição do potencial produtivo dos países menos favorecidos. Foi e continua a ser estruturada para os modelos de produção agrícola e societais do centro e norte da Europa, não considerando as especificidades do sul, onde as culturas, os modos de produção e as dinâmicas das atividades agrícolas são muito distintas. Apesar desta desadequação crónica existe margem de manobra para os países do sul concretizarem algumas adaptações e minimizarem as consequências negativas, no entanto os diversos Governos que implementaram as PAC em Portugal nunca demonstraram tal interesse.

1º Pilar da PAC - Pagamentos Diretos

Em Portugal, nos quadros comunitários anteriores, mais de 50% dos apoios foram aplicados no 1º pilar, Pagamentos Diretos, e na sua maioria distribuídos pelos agricultores de forma desvinculada da produção e do emprego, com base em históricos de atividade muito distantes da realidade no momento dos pagamentos e em atividades agrícolas típicas do centro e norte da Europa mas menos importantes no panorama nacional. Assim, o principal fator que determinava a atribuição e a distribuição de uma grande fatia dos apoios comunitários era a posse da terra, quanto maior o proprietário maior o apoio atribuído. Os grandes proprietários nacionais cresceram e especializaram-se na captação de subsídios, ganharam hegemonia sobre uma vasta área do território e impediram a instalação e o desenvolvimento de outras atividades. Fizeram-no por duas vias: os apoios por eles captados não foram aplicados noutros investimentos; e o espaço e os recursos naturais por eles dominados deixaram de estar disponíveis. Esta realidade não mudou com mais uma nova reformulação da PAC. O anterior Regime de Pagamento Único (RPU), que distribuía mais de 70% do valor do 1º pilar, passou a designar-se Pagamento Base, funcionando da mesma forma, isto é, com base num histórico de produção desatualizado e desvinculado da produção real e do emprego, e distribui 48% do volume financeiro do primeiro pilar. Só quem tem histórico de RPU se poderá candidatar ao Pagamento Base.

Para perfazer o valor total do anterior RPU, 30% do volume do 1º pilar da nova PAC está anexado à medida Greening, sendo o seu pagamento proporcional ao pagamento base. Mais uma vez, o acesso ao apoio depende do histórico de RPU no quadro comunitário anterior. Esta medida é supostamente uma mais valia do ponto de vista ecológico e ambiental, obrigando à prática de rotações, à existência de pastagens permanentes e a um mínimo de áreas ecológicas, no entanto, foi tão desvirtuada que se transformou numa mera ferramenta de distribuição de fundos e perdeu a sua utilidade. Recentemente saiu um estudo que comprova que mais de 80% das explorações agrícolas nacionais não são obrigadas a aplicar dois terços das suas obrigações nesta medida.

A sustentabilidade dos territórios e a criação de dinâmicas socioeconómicas capazes de envolver a população local e os seus visitantes, possibilitando a criação de emprego e a fixação da população com melhorias das condições de vida, não podem ser bloqueadas por um sistema estático de financiamento que gera tensões contrárias às dinâmicas de desenvolvimento local e permitem a perpetuação de práticas que expropriam os atores locais e a população do seu próprio território e recursos naturais. Não só as agriculturas familiares mas também as restantes actividades socioeconómicas são prejudicadas nesta situação.

2º Pilar - Programa de Desenvolvimento Rural

Ao nível do 2º Pilar, Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), tem-se cometido de forma permanente a injustiça de assumir que o desenvolvimento rural coincide com o desenvolvimento agrícola, mesmo quando a maioria da população rural não tem atividade agrícola. Mais uma vez a quase totalidade do PDR corresponde a agricultura, apesar de estar dividido em quatro componentes distintas: conhecimento (2,3%), produção (44%), ambiente (46,8%) e desenvolvimento local (5%). É fácil tirar esta constatação analisando as medidas de cada componente, até uma boa parte do desenvolvimento local corresponderá a agricultura. Para além de dificultar o desenvolvimento rural, na sua multiplicidade de atividades socioeconómicas, esta estruturação do PDR dificulta também o desenvolvimento da componente multifuncional que hoje reconhecemos na agricultura, pois a sua valorização depende também do desenvolvimento territorial não agrícola. A agricultura familiar é especialmente lesada por esta situação.

Nas medidas de apoio à produção, onde se incluem quase todas as ajudas para a melhoria das condições de produção e de escoamento dos produtos agrícolas, destaca-se no atual PDR o diferenciamento dos níveis e tipos de apoio disponíveis para agricultores membros de Organizações de Produtores (OP) e para as próprias OP. A canalização de fundos para as OP tem sido justificada pela necessidade de concentração da oferta e de organização da produção e escoamento do produto, de forma a procurar maior capacidade negocial e a valorizar a produção, em especial num momento em que muitos agricultores vendem produtos a preços inferiores aos custos de produção. Podendo a justificação ser válida, é importante perceber em que condições se estão a tomar estas medidas, pois atualmente são poucas as entidades oficialmente reconhecidas como organizações de produtores que realmente o são e a maioria dos agricultores nacionais não está integrado em nenhuma OP. O PDR prevê a distribuição de apoios para Organizações de Produtores mas não se criam mecanismos para promover a construção dessas organizações, partindo-se do princípio que elas já existem. Pode estar em marcha um plano de financiamento direto das estruturas empresariais de comercialização de produtos agrícolas e de criação acelerada de dependências entre os agricultores e estas empresas, destruindo as ligações diretas entre a produção e o mercado em vez de as fortalecer.

Agricultura familiar: construtora e fator de sustentabilidade do património paisagístico da Região Demarcada do Douro

18% da área total da Região Demarcada do Douro (RDD) é vinha, sendo a sub-região Baixo Corgo o local onde a área de vinha assume um maior domínio do território, com 32,4%. Na RDD existiam em 2008 quase 40 mil proprietários de vinha, dos quais 61% possuía menos de meio hectare e os proprietários com mais de 10ha representavam apenas 30% da área. Numa região onde a área de vinha é fator fundamental para a valorização da sua paisagem e quase 80% da área da cultura não é mecanizável, devido aos declives elevados e à sistematização das vinhas implementadas, as necessidades de mão-de-obra para a manutenção do sistema cultural e da paisagem são muito elevadas. A agricultura familiar assume neste contexto um papel preponderante na sustentabilidade deste território, pois possibilita a manutenção da paisagem através do acompanhamento das explorações agrícolas familiares, mas também porque são fonte de mão-de-obra assalariada que opera nas restantes explorações agrícolas. Com a tendência de abandono da atividade agrícola por parte dos filhos dos pequenos proprietários e perante a impossibilidade de mecanizar as operações na maioria das vinhas implementadas, corre-se o risco de haver o abandono de uma área de vinha substancial da RDD, com consequências negativas para a valorização do património paisagístico e histórico da região e para a sustentabilidade deste território. A situação atual da RDD é um exemplo que demonstra a importância da agricultura familiar na sustentabilidade de um território, mas também um exemplo de como a atividade agrícola necessita de encontrar formas de quantificar e valorizar a sua multifuncionalidade quando esta se traduz efetivamente num serviço prestado e necessário para a sociedade.

Promover os mercados locais

Um dos maiores dramas atualmente experienciados pelos agricultores é a dificuldade de valorizar os seus produtos no mercado, é muito frequente a prática de preços inferiores aos custos de produção para todo o sector agrícola. Esta situação é consequente da combinação de dois fatores: 1) a liberalização dos mercados de bens alimentares internacionais; 2) a destruição dos mercados locais pelo crescimento das grandes cadeias de distribuição – com destaque para a Jerónimo Martins e a Sonae, representa cerca de 75% do mercado nacional de bens alimentares. O crescimento destas cadeias alterou as relações de forças comerciais entre a produção e a distribuição, com esmagamento dos preços pagos aos produtores, pois estes não têm mercado alternativo. Sempre que a grande distribuição é confrontada com uma subida de preços recorre à importação de produtos provenientes de países onde os custos de produção são mais baixos, provocando a descida de preços. Do pondo de vista ambiental as consequências desta situação são desastrosas, devido aos danos acrescidos pelo transporte de longa distância, mas também pelo impacto gerado ao nível da exploração e gestão dos recursos locais – ex: os agricultores tentam reduzir custos de produção à custa de sobreexploração de recursos para se manterem no mercado.

Em consequência das elevadas margens aplicadas pela distribuição a baixa de preços ao agricultor não se tem feito sentir com a mesma intensidade ao nível do consumidor, que muitas vezes é confrontado com preços demasiado altos, limitando o consumo.

A promoção e o crescimento dos mercados locais possibilitaria uma maior capacidade de negociação por parte da produção, com subida de preços pagos ao agricultor e uma maior fragmentação da cadeia de abastecimento, beneficiando os meios de distribuição com maior proximidade entre a produção e o consumo, resultando assim numa maior integração dos agricultores no mercado. Também as centrais agrícolas e organizações de produtores que concentrem maiores quantidades de produto beneficiariam com esta alteração. Possibilitaria ainda uma maior participação da população local na cadeia de valor, com ganhos quantitativos e qualitativos ao nível do emprego.

Intervenção realizada no II Fórum do interior (7/8 de novembro de 2014)

Sobre o/a autor(a)

Ricardo Vicente
Engenheiro agrónomo

Os agricultores e as organizações de produtores

OPINIÃO

Ricardo Vicente

Para a maioria dos agricultores nacionais torna-se impossível constituir uma organização de produtores, a hipótese que lhes sobra é juntarem-se às dominadas pelos grandes produtores e distribuidores.

15 de Junho, 2015 - 11:00h

Segundo dados do INE, em 2013 existiam 264,4 mil explorações agrícolas em Portugal, com uma dimensão média de 13,8ha e com um Valor de Produção Padrão (VPP) total por exploração de 17,1 mil euros. A população agrícola familiar representava 6,5% da população residente. Apenas 6,2% dos produtores agrícolas viviam exclusivamente da agricultura. Entre os produtores singulares (253 mil), setor que tinha uma idade média de 64 anos, 95% pretendiam continuar atividade, mais de metade por motivos económicos.

Em 2013, segundo o relatório do GPP de Dez. 2014, 21 mil explorações agrícolas constituíam 135 Organizações de Produtores (OP) com áreas de atividade diversas, representando estas 0,08% das explorações do país e 8,64% do Valor de Produção Comercializada (VPC). 62% das OP atuavam no setor Frutas e Produtos Hortícolas, dominando 24% do valor de comercialização nacional deste setor, e 48% estavam localizadas na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Para o quinquénio 2005-2009, o VPP das explorações agrícolas do Ribatejo e Oeste, para os setores Hortícolas Frescos (ar livre), Vinha e Frutos de Climas Temperados, foram 9.740€, 1.967€ e 11.134€, respetivamente.

Os parágrafos anteriores descrevem resumidamente o tecido agrícola e a fraca importância das OP a nível nacional. Sobre esta realidade desenham-se as políticas agrícolas nacionais e aplica-se a Política Agrícola Comum (PAC) com a reduzida margem de manobra que a cada Estado membro é possibilitada. O atual Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), 2º pilar da PAC, prevê um conjunto de novas medidas que favorecem os membros das OP de forma significativa: majoração de 10pp sobre o apoio ao investimento; acréscimo de 5 mil euros ao prémio de instalação de jovens agricultores; e prioridade na aprovação de projetos de investimento, entre outras vantagens. As OP beneficiam ainda de ajudas comunitárias e nacionais para a constituição de um fundo financeiro denominado Fundo Operacional, que é destinado ao investimento tecnológico e funcional de toda a estrutura (membros e OP) e cujo valor máximo anual, que depende do VPC total da OP, é constituído, grosso modo, por: contribuição dos membros + ajuda comunitária (4,1 a 4,6% do VPC) + ajuda nacional (máx. 80% da contribuição dos membros). O modo de constituição do Fundo Operacional não se alterou com o novo quadro.

Para constituição e reconhecimento de novas OP para cada setor é necessário cumprir com um conjunto de critérios, destacando-se claramente o VPC mínimo e o número de produtores necessários como principais fatores limitantes. Para os setores do Vinho e para as Frutas e Hortícolas, é exigido um VPC mínimo de 3,5 e de 3 milhões de euros anuais, com um mínimo de 12 e 7 produtores membros, respetivamente. O VPC mínimo duplicou comparativamente com o quadro anterior. Em ambos os quadros, o VPC mínimo passa a metade, caso o número de membros seja 3 vezes superior ao mínimo. Estatutariamente é permitido que os direitos de voto e o capital social estejam concentrados 49% em apenas um membro da OP, até mesmo em situações em que esse membro não é produtor.

Perante este cenário, torna-se impossível para a maioria dos agricultores nacionais constituir uma OP, a hipótese que lhes sobra é juntarem-se às OP dominadas pelos grandes produtores e distribuidores, onde não têm qualquer capacidade para determinar o seu futuro ou regras de funcionamento. Façamos as contas, com base no VPP do Ribatejo e Oeste, no mínimo seriam necessários: 135 produtores para as frutas; 154 para as hortícolas e 890 para o vinho. O atual Governo poderia ter feito de forma diferente, mas fez a escolha do costume: prejudicar a maioria dos agricultores e beneficiar entidades de maior dimensão, possibilitando a concentração de subsídios em forma de renda.

A pressão para aderir às OP será grande, pois todos os apoios direcionados para a agricultura estão em parte dependentes desta adesão, no entanto, usufruir desta "vantagem" significa uma vinculação de exclusividade por parte do agricultor à OP durante pelo menos 5 anos com a venda da sua produção. Trata-se de passar um cheque em branco, pois o agricultor perde a sua capacidade de negociação de preços.

Este caminho leva à desarticulação dos pequenos agricultores do mercado e ao bloqueamento da sua organização e desenvolvimento. Os seus defensores argumentam que é necessário que as Organizações de Produtores cresçam na sua dimensão, mais do que no seu número, de forma a ganharem capacidade de negociação com a grande distribuição. Se esta fosse a sua verdadeira motivação, por que motivo manteriam a possibilidade estatutária de haver concentrações de capital social e de direitos de voto em 49%? Por que motivo reduziriam o número mínimo de membros necessários para formar uma OP? Uma boa parte das OP atualmente reconhecidas, antes de o serem já eram entidades distribuidoras intermédias e autónomas implementadas no mercado e assim pretendem continuar sê-lo. A forma mais rápida e eficiente de aumentar a capacidade de negociação, por via da concentração, com a grande distribuição (Jerónimo Martins, Sonae,…) seria estas entidades fundirem-se, mas ninguém parece estar disponível a abdicar da sua autonomia, no entanto, defendem que os outros, os pequenos produtores sem direito de voto, o devem fazer juntando-se eles.

A constituição de OP para os diversos setores agrícolas pode efetivamente ser um fator capaz de impulsionar o desenvolvimento socioeconómico da agricultura mas esta ferramenta tem de ser disponibilizada aos agricultores, com regras e dimensionamentos adequados às condições concretas de cada setor e de cada região, possibilitando a constituição e a agregação dos pequenos e médios agricultores, que representam o tipo de agricultura dominante em Portugal. Trata-se também de discutir a boa aplicabilidade de dinheiros públicos, nacionais e comunitários. É necessário ainda impor regras estatutárias que permitam a democratização das OP, impossibilitando a hegemonia dos membros de maior dimensão. Para tal é urgente revogar a Portaria 169/2015, de 4 de Junho.



Sobre o/a autor(a)

Ricardo Vicente
Engenheiro agrónomo

A criação e a distribuição de valor na agricultura

OPINIÃO

Artigo de Ricardo Vicente

Atualmente, entre os agricultores, a principal dificuldade identificada e de permanente indignação prende-se com a valorização da produção no mercado. Por Ricardo Vicente

27 de Junho, 2015 - 16:50hRicardo Vicente

Tomate fresco: Ao longo dos anos 90, mas em especial durante a última década, as transformações foram muito grandes e contínuas: a área de culturas em estufa cresceu bastante - Foto de Sarmale / Olga/flickr

A questão da quantidade e da qualidade da produção parece ser secundária aos olhos de quem vive e constrói a agricultura. Assim sugerem os agricultores com quem diariamente contacto na Região Oeste.

Consideremos dois exemplos: a produção de tomate para consumo em fresco e a produção de abóboras, culturas cuja produção nacional se concentra em cerca de 80% na Região Oeste, com áreas aproximadas de 400ha de tomate (em estufa) e 1.500ha de abóboras, com um valor total de produto comercializado, à saída das centrais hortícolas, de 50 milhões de euros, aproximadamente. Ambas as culturas têm uma história de sucesso produtivo na região:

- Abóboras: No final da década de 90 a importância da cultura era residual, poucos agricultores a praticavam e aqueles que o faziam cultivavam áreas muito pequenas, num sistema de cultivo em sequeiro. Durante a última década tudo se transformou: surgiram novos produtores e armazenistas que criaram redes de comercialização; a área cultivada aumentou brutalmente; melhoraram as técnicas de produção, com surgimento de novas variedades, mecanização de práticas culturais, implementação de regadio e de equipamentos de adubação localizada; duplicou-se a produção por hectare; surgiram alguns produtos processados; e a cultura iniciou expansão para outras regiões do país.

- Tomate fresco: na década de 90 a produção era muito baixa e quase exclusivamente dedicada ao mercado nacional. Ao longo dos anos 90, mas em especial durante a última década, as transformações foram muito grandes e contínuas: a área de culturas em estufa cresceu bastante e a cultura do tomate ganhou hegemonia; implementaram-se sistemas de fertirrega automatizados em quase toda a área cultivada; em 1997 surgiu a primeira área de cultivo sem solo (1.500m2); após uma intempérie que destruiu a quase totalidade das estufas da região em 2009, a reconstrução possibilitou a modernização, com implementação de estufas metálicas com sistemas de ventilação automatizados por toda a região; a produção / ha disparou; em 2015 existem cerca de 200ha de cultura sem solo; algumas práticas de Proteção Integrada como a largada de auxiliares tornaram-se vulgares; e estão a surgir os primeiros ensaios de implementação de sistemas de climatização.

Apesar dos elevados níveis de produção e da razoável qualidade do produto obtido, a viabilidade económica destes sistemas de produção, tal como os conhecemos, pode estar em causa. Se por um lado os custos de produção são muito elevados, com os consumos intermédios a representar em média 50%, mão-de-obra 26% e amortizações 20%, por outro o valor de comercialização da produção é frequentemente demasiado baixo. As dificuldades com que estas duas culturas se confrontam são comuns a muitas outras localizadas em todo o país. Assim, é urgente intervir sobre a cadeia de valor, gerando novas formas de valorização e uma mais justa repartição ao longo da cadeia, mas também ao nível da otimização do consumo de fatores de produção. Segue-se uma breve análise ao que considero serem as duas principais limitações para prosseguir este caminho.

Investimentos desproporcionais
Nos últimos anos a linha de pensamento dominante sobre a evolução da agricultura e sobre a sua capacidade para responder aos desafios do futuro, nomeadamente às necessidades alimentares da crescente população mundial e na resposta às alterações climáticas e preservação de recursos naturais, aponta para a evolução e aplicação tecnológica como a principal solução. Cresce a ideia de uma agricultura de precisão. Numa análise ao nível das explorações agrícolas, é fácil perceber que a tecnologia tem um papel relevante, mas também claramente insuficiente, mesmo em condições em que o acesso seja garantido.

Por facilidade, imaginemos um esquema em que a maximização do valor gerado por uma exploração agrícola ou conjunto de explorações, corresponde à área de um triângulo, em que os seus lados representam os investimentos: tecnologia pós-colheita; tecnologia de produção e conhecimento técnico-científico. A maximização do valor gerado pela atividade exigirá assim a proporcionalidade dos investimentos realizados.



Se aplicarmos este modo de visualização aos dois casos de estudo anteriormente abordados encontraremos triângulos com configurações bastante diferentes, decorrentes da desproporcionalidade dos investimentos realizados:

- Tomate fresco: é vulgar encontrar explorações agrícolas com investimentos tecnológicos superiores a 200 mil euros por hectare, tenham elas dimensões inferiores a 1ha ou superiores a 5ha. A maioria das explorações, talvez a totalidade, tem um acompanhamento técnico insuficiente ou inexistente e, em consequência, não conseguem a rentabilização do investimento tecnológico realizado (ex: instalaram-se sistemas de fertirrega capazes de realizar monitorizações ajustadas ao ciclo cultural e época do ano, mas não são devidamente utilizados). Nesta situação, por mais que a tecnologia possa evoluir, os seus benefícios estão altamente limitados por um fator humano e a otimização do sistema depende essencialmente da incorporação de conhecimento.



- Abóboras: houve um investimento razoável em tecnologias de produção, tendo-se alcançado produções médias de 30 a 40 toneladas em muitas explorações agrícolas, mas o fraco investimento ao nível das tecnologias pós-colheita e do conhecimento técnico-científico tem como consequência perdas anuais de 30% a 60% da totalidade da produção durante o período de armazenamento. Nesta situação, a otimização do sistema e a maximização do valor gerado depende do investimento combinado em tecnologia pós-colheita e conhecimento técnico-científico.



Concentração de valor na cadeia de distribuição
O diferencial entre os preços pagos ao produtor e os preços pagos pelo consumidor é bastante elevado como se pode verificar na tabela seguinte. A margem aplicada para três tipos de couves variou entre 231% e 888%, no dia 9 de Junho de 2015. Quanto à cultura do tomate fresco (rama), a margem era de 198%. Durante o mês de Junho a quantidade de abóbora nacional presente no mercado é residual. Esta situação é possibilitada pelo elevado domínio da grande distribuição no mercado de bens alimentares e pela ausência de qualquer regulamentação de preços. As consequências são gravosas para todos os agricultores mas também para os consumidores, limitando a produção e o consumo. Tratando-se de produtos não transformados, o acréscimo de valor real gerado ao logo da cadeia é muito reduzido, pelo que não há justificação para este diferencial (ver esquema abaixo). Aparentemente, o valor de mercado concentra-se tendencialmente no nível da cadeia de valor mais distante do momento de criação original da mercadoria em causa. Assim, a retribuição da atividade distribuição supera a produtiva, condicionando o desenvolvimento da produção e, consequentemente, a criação de valor.

Sobre possíveis soluções
A otimização dos sistemas de produção agrários e a procura pela sua sustentabilidade exigem uma grande incorporação de conhecimento. O tecido agrícola nacional está longe de estar preparado para esse caminho, independentemente da dimensão das explorações agrícolas em análise. Existem, grosso modo, duas visões muito distintas e incompatíveis sobre o caminho que devem seguir as políticas agrícolas, sendo a segunda dominante: 1) garantir a integração dos agricultores de pequena e média dimensão nos mercados e a continuidade da atividade agrícola da maioria dos agricultores, que é de alguma forma complementar a outras atividades económicas, mas que apesar disso tem margem para se desenvolver; 2) obrigar à especialização na atividade agrícola, com favorecimento das unidades de grande dimensão e marginalização da maioria dos atuais agricultores. A opção 2 parece já estar em marcha e terá custos sociais e económicos elevadíssimos para o país se prosseguir, no entanto, ambas as vias necessitam da criação de uma rede que seja capaz de capitalizar as explorações agrícolas com conhecimento técnico-científico. Esta resposta poderá passar pela recuperação e modernização da ideia de extensão rural.

A justa valorização no mercado ao longo da cadeia depende mais da intervenção política, através da criação de mecanismos de regulamentação de mercados a nível nacional e internacional, do que de qualquer ação inovadora que os agricultores possam desencadear. No entanto, existem experiências pontais que apesar da impossibilidade de se tornarem uma alternativa global, demonstraram ser capazes de atenuar o problema, através da criação de produtos diferenciados ou de redes alternativas de comercialização.

Artigo de Ricardo Vicente

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Ricardo Vicente
Engenheiro agrónomo

Madeira e cortiça impulsionam VAB da silvicultura, segundo INE


Os setores de madeira e cortiça impulsionaram o VAB da silvicultura em 2013, revelam dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura aumentou 6,0% em volume e 8,7% em valor, em 2013 comparativamente com o ano anterior, mantendo a tendência de crescimento observada desde 2009.

«Para esta evolução foram determinantes os acréscimos na produção de Madeira (+6,7%) e de Cortiça (+6,0%), decorrentes de variações positivas, quer em volume, quer em preço», refere a síntese do relatório de 'Contas Económicas da Silvicultura -2013' .
Em 2013, a madeira para triturar «registou o valor de produção mais elevado da série. Neste ano, destaca-se ainda o aumento em volume da florestação e reflorestação de rendimento regular (+14,9%), devido, sobretudo, a replantações de eucalipto, refere a mesma fonte.

Homem morre em acidente com trator no concelho da Mêda


Escrito por  Centro TV - BKN 26 junho 2015 Sê o primeiro a comentar
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 Homem morre em acidente com trator no concelho da Mêda Foto: Arquivo
Mais um acidente com trator a matar o seu condutor, desta vez no concelho de Mêda.

O acidente aconteceu, hoje, na aldeia de Relva, e a vítima foi um homem de 75 anos.

O idoso esta a lavrar um campo agrícola com um trator que não tinha arco de segurança, tendo capotado e ficado esmagado pelo veículo.

Os bombeiros e os técnicos do INEM já não conseguiram salva-lo e acabou por falecer no local do sinistro.

Esta já é a 27 vítima mortal em acidentes de tratores este ano em Portugal.

Projecto português considerado o melhor em sustentabilidade em espaço rural na Europa


22 de Junho de 2015 às 12:29 por Publituris

Duorum_1O projecto Duorum Vinhos S.A. foi o vencedor europeu do prestigiado prémio ANDERS WALL, que é atribuído ao melhor projecto de gestão da biodiversidade e paisagem em espaço rural.

Este prémio com 13 anos de existência é promovido por diversas entidades, entre elas "Anders Wall Foundation", "Friends of the Countryside", "DG Environment European Comission" a e "Swedish Royal Forestry and Agriculture Academy", galardoando anualmente o projecto europeu que melhor tenha contribuído de uma forma positiva para o desenvolvimento rural sustentável, preservação da paisagem, promoção da biodiversidade e que potencie a economia rural da comunidade europeia.

O prémio é atribuído a modelos de gestão empresarial com impacto a nível local, nacional e europeu.

Depois de em 2008 receber o Prémio Empreendedorismo e Inovação pelo Ministério da Agricultura, em 2012 e 2013 ter recebido os galardões Empresa do Ano e Viticultura do Ano pela Revista de Vinhos, e o prémio Empreendouro pela UTAD, este é o primeiro reconhecimento internacional do Projecto, atribuído por entidades Europeias. Mais um destacado prémio arrecadado pelo sector vinícola e por empresários portugueses.

Ministra em modo amazona para promover cavalo Lusitano



Foto: Arménio Belo/Lusa

"Correu bem no passo e no trote, correu mal na passagem a galope", admitiu Assunção Cristas, na Feira do Cavalo de Ponte de Lima. 25-06-2015 21:25
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A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, montou esta quinta-feira, em Ponte de Lima, um cavalo Lusitano para realçar o potencial e a importância da espécie, reconhecendo-a como um dos produtos de excelência do país.
"Correu bem no passo e no trote, correu mal na passagem a galope. Não montando há 20 anos, o que isto quer dizer é que é preciso treinar muito para se poder fazer alguma coisa melhorar", afirmou Assunção Cristas depois de ter montado o "Tufo", um puro-sangue Lusitano de três anos na abertura IX Feira do Cavalo de Ponte de Lima.
A ministra da Agricultura e do Mar afirmou que se trata de "um sinal do compromisso com o cavalo, um sinal da importância que é preciso dar ao Lusitano". "É um dos produtos de excelência da produção animal que pode fazer brilhar Portugal no mundo, mais do que já brilha", sustentou.
Assunção Cristas adiantou que o sector "está a trabalhar muito, cada vez mais virado para a exportação, para a valorização do cavalo para os diferentes usos".
A polivalência do cavalo Lusitano e do investimento nas diferentes fileiras a ele associadas estão, segundo a governante, "bem visíveis em Ponte de Lima", numa feira com "dimensão não só nacional, mas cada vez mais internacional.
A ministra realçou "toda a dinâmica" já criada em torno do cavalo, como o vestuário, apontando como exemplo a roupa inovadora que envergou para montar em Ponte de Lima com "aromoterapia para acalmar o cavalo".
Questionada pelos jornalistas, Assunção Cristas disse ainda que a aposta no turismo equestre em Ponte de Lima "vai ao encontro da estratégia nacional que o Governo está a traçar", com o apoio Associação do Turismo Equestre. "Temos fundos comunitários para apoiar [mas] precisamos que todos se mobilizem", afirmou.
A IX Feira do Cavalo decorre até domingo, em Ponte de Lima, município que assume uma aposta crescente nas actividades equestres, tendo inaugurado recentemente o Espaço para a Equitação Espontânea.
O evento, que conta com coudelarias nacionais e criadores de Espanha, Bélgica, França e Inglaterra, mantém uma forte incidência na vertente desportiva e do cartaz fazem parte as Olimpíadas de Equitação Adaptada, a taça de Portugal de `dressage`, um campeonato de horseball e o tradicional desfile de coudelarias.
Além das actividades equestres - que, segundo o município, integram o concelho no circuito mundial -, o programa inclui animação musical.

A agricultura portuguesa pode ser competitiva?


Programa "A Caminho das Legislativas" debateu o tema. Da fase da depressão passou-se para a euforia, mas ainda falta uma mudança de atitude. Veja o retrato que os especialistas fazem do setor

Por:  Vanessa Cruz  Vanessa Cruz    |   25 de Junho às 22:50
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Uma moda ou uma tendência? A agricultura sorri mais como marca, atualmente, com ramificações cada vez mais ecológicas, negócios de nicho e caras mais jovens. Pode ser a agricultura portuguesa verdadeiramente competitiva? No programa "A Caminho das Legislativas", que todas as quintas-feiras, na TVI24, debate temas relevantes para uma melhor decisão dos eleitores nas próximas legislativas, constatou-se que da fase da "depressão" passou-se para a "euforia", mas ainda falta bastante para Portugal capitalizar o setor e, sobretudo, ainda falta uma mudança de atitude. 

"Há uma melhoria significativa, institucional e de autoestima dos agricultores, mas quero alertar para o perigo de sermos demasiadamente otimistas. Tenho um bocadinho medo [disso]. Estamos longe de poder considerar que temos um crescimento sustentável em alguns aspetos. Há é sobretudo atitude diferente, por um lado da importância que o setor tem e, por outro, do papel que os agricultores sentem que a sociedade lhes atribuiu", afirmou Francisco Avillez, professor de economia e política agrícola. 

Alfredo Cunhal Sendim, por sua vez, é empresário agrícola há 25 anos. Concorda que "o grande desafio é a mudança de atitude". No sentido em como se faz agricultura em Portugal e em "como trabalhamos no nosso planeta".
"Ainda falta uma mudança por completo. O modelo agrícola está absolutamente ultrapassado e é pouco responsável. Tem que claramente evoluir para outro paradigma. Agora só vê o imediato. Não produzimos um litro de combustível, um quilo de adubo. Quer em termos de economia, quer de alimentação e soberania alimentar não faz sentido"

Para este engenheiro, a aposta deve passar por pensar a médio e longo prazo e que todos devem reter uma palavra e aplicá-la: a agroecologia, "uma ciência que une a capacidade do homem de entender a natureza, domesticar e cultivar, com a ecologia, que não é mais do que a forma como este planeta vive". 

Não dá lucro, atualmente, e isso é um problema, mas "porque a economia está apenas centrada nas atividades humanas e esqueceu-se da forma como mundo funciona. A economia deve ser georreferenciada", defendeu. 

Diogo da Silveira, presidente da Portucel, analisou depois o seu setor, o florestal, dizendo que em cada 100 euros que exportamos, cerca de 10 vêm da floresta. "Estando bem pode vir a estar melhor", admitindo, dizendo que no setor agrícola a mudança vem sempre, sobretudo, a partir da iniciativa das pessoas.  

Um punhado de sementes de melancia, nem sabe o bem que lhe fazia


26/6/2015, 13:33583 PARTILHAS

Minerais, proteínas, gorduras saudáveis. Esta é a composição das sementes de melancia. O conselho dos nutricionistas é comê-las. E não só engoli-las.


Ao invés de retirar as sementes da melancia ou engoli-las, experimente mastigá-las
Getty Images

É fresca, doce e muito hidratante devido ao alto teor de água. A melancia é dos melhores amigos do Homem nos dias de calor. Menos as sementes, claro, que são sempre renegadas para o canto do prato. E se lhe dissermos que as sementes da melancia têm uma elevada quantidade de fibras, minerais, proteínas e gorduras saudáveis para a sua alimentação?

Num artigo publicado na Alimmenta, a dietista e nutricionista Cristina Lafuente Gómez explica que nunca devem ser deitadas fora. Nem sequer vale engolir algumas, sobretudo as sementes brancas. Há que mordê-las e processá-las para que possamos beneficiar do enorme conteúdo nutricional.

Ora, vejamos: no International Journal for Natural Sciences, a especialista esclareceu que comer as sementes das melancias é uma forma natural e saudável de incluir proteínas na alimentação. E além de ajudar a manter a massa muscular, possuem "gorduras saudáveis que têm a capacidade de regular o colesterol no sangue".

E as vantagens não acabam aqui, garante o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, numa tabela onde explicita as quantidades de nutrientes presentes na melancia. Os minerais e magnésio são os compostos que mais se destacam: 108 gramas de sementes de melancia permitem-nos beneficiar de mais de 550 miligramas de minerais.

Mas ao El País, a nutricionista Cristina Lafuente Gómez deixa um alerta: apesar de todas estas vantagens, as sementes de melancia não são de fácil digestão. Por isso não deve comê-las ao pequeno-almoço nem antes de ir dormir: um punhado por semana é o ideal, aconselha a especialista. E de preferência secas no forno ou picadas.

Morcegos são "aliados" da Herdade do Esporão contra pragas na vinha


LUSA27 de Junho de 2015, às 07:00
*** Rita Ranhola (texto) e Nuno Veiga (fotos), da agência Lusa ***
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Reguengos de Monsaraz, Évora, 27 jun (Lusa) -- Os morcegos costumam ser associados a mitos ou lendas, como dos vampiros, mas são "amigos" do agricultor na Herdade do Esporão, no Alentejo, para ajudar a combater pragas de insetos nas vinhas, num projeto inovador em Portugal.

Pela vasta área de vinha deste produtor de vinhos, localizado no concelho de Reguengos de Monsaraz, é possível ver, aqui e ali, pequenas caixas de madeira pregadas no alto de postes.

São, nada mais, nada menos, do que as "casas" dos morcegos que "habitam" na herdade. Cerca de 100 exemplares, distribuídos por um total de 20 caixas.

A iniciativa, que arrancou em 2011, vai ser alargada este ano, com a instalação de 20 novas caixas, estando previstas novas ampliações, nos próximos anos, disse à agência Lusa o gestor agrícola da Herdade do Esporão, Rui Flores.

O projeto, no âmbito da conservação da biodiversidade da herdade, não demorou muito a atrair morcegos-de-kuhl e arborícolas, duas das 27 espécies em Portugal, contou à Lusa Mário Carmo, biólogo do Esporão.

"São muitos pequeninos" e, por noite, "comem metade do seu peso em insetos", disse, insistindo que, em Portugal, "os morcegos não são tão grandes" como os que aparecem nos documentários.

A ideia, lembrou o biólogo, "germinou" após uma amostragem dos morcegos da zona, que constatou que "viviam fora e vinham comer à herdade, porque existe bastante alimento".

E por alimento entenda-se insetos, o que comem, não só estes "moradores" da herdade, mas todos os morcegos nacionais (só três espécies no mundo se alimentam de sangue, geralmente de gado).

As caixas serviram "para criar um lar" para os morcegos, relatou Mário Carmo. Havia "uma forte probabilidade" de não serem ocupadas, mas, no primeiro ano, uma teve logo "residentes" e, agora, todos os abrigos estão preenchidos.

"Acho que funcionou muito bem e que eles estão a gostar do sítio", congratulou-se o biólogo, realçando que, em agricultura, há "alguns exemplos" deste tipo de projetos na Europa, mas em Portugal "é quase pioneiro".

E porque decidiu, então, o Esporão atrair morcegos e usá-los como "aliados" no controlo de pragas na vinha? A opção deve-se ao tipo de agricultura praticada na propriedade.

Dos 450 hectares de vinha, quase 138 são agricultura biológica, vedada a pesticidas e adubos químicos. Nos outros, em produção integrada, apesar de alguns produtos serem permitidos, a empresa evita usá-los, "sempre que possível", frisou Rui Flores.

"Em termos de doenças, temos tudo mais ou menos controlado", mas as pragas de insetos "são a nossa maior preocupação" e "temos de arranjar outras formas" para as controlar, através de medidas que favoreçam "o equilíbrio nos ecossistemas", argumentou.

O recurso aos morcegos e às caixas é uma dessas alternativas, a par de outras medidas de agricultura biológica.

O seu efeito no combate às pragas "não se consegue perceber" a "olho nu", nem no imediato, disse Mário Carmo, explicando, contudo, que o contributo destes pequenos "aliados" vai ser agora aferido, com análises genéticas ao guano (dejetos).

Desta forma, frisou, vai ser possível "perceber de que espécies de insetos se alimentam" e cruzar os dados com a lista de pragas na herdade: "Mesmo que comam os bons e os maus, desde que haja o equilíbrio, funciona".

"Ao princípio, toda a gente achava que era estranho" e que os morcegos não iam "entrar nessas caixas", mas "estamos a ter sucesso" e "acreditamos que, a médio e longo prazo, vamos ter resultados", afirmou Rui Flores.

// MLM

Lusa/Fim

Marcham de tratores para apelar à regulação urgente da produção de leite e carne

AGRICULTURA
26/6/2015, 14:51

Pequenos e médios exploradores agrícolas de Aveiro promovem uma marcha lenta de tratores para apelar à regulação urgente da produção de leite e carne e evitar o fim da "soberania alimentar" no país.


Organizado pela ALDA - Associação de Lavoura do Distrito de Aveiro, o protesto teve início em Ovar com cerca de 20 veículos e terminou com perto de 40 em Aveiro
Getty Images

Proprietários de pequenas e médias explorações agrícolas do distrito de Aveiro promoveram esta sexta-feira uma marcha lenta de tratores, apelando à regulação urgente da produção de leite e carne para evitar o fim da "soberania alimentar portuguesa".

Organizado pela ALDA – Associação de Lavoura do Distrito de Aveiro, o protesto teve início em Ovar com cerca de 20 veículos e terminou com perto de 40 em Aveiro, onde os manifestantes entregaram à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro uma carta-aberta alertando para as consequências negativas do fim das quotas leiteiras.

"Na marcha do ano passado o preço do lei estava a uns 37 cêntimos por litro e agora já está a 27″, realçou Albino Silva, presidente da ALDA. "Ao consumidor final o preço até aumentou, mas para nós, descontados os custos de produção, este preço já começa é a dar prejuízo", afirmou.

Lembrando que desde a adesão à União Europeia, Portugal passou de 35.000 explorações leiteiras para as atuais 1.500, Albino Silva realçou que o que está em causa atualmente é assim "a própria soberania alimentar portuguesa".

Contestando que a reforma da Política Agrícola Comum tenha sido um sucesso, este responsável defendeu que o programa "foi é uma desgraça que visou a liquidação de milhares de explorações leiteiras".

"Como é que podem dizer que correu bem quando, ao preço a que nos pagam, o leite está mais barato do que a água?", questionou o agricultor Domingo Dias. "Está mais barato do que a água com a diferença de que não sai das fontes", ironizou.

O eurodeputado da CDU Miguel Viegas, que integra a Comissão da Agricultura do Parlamento Europeu, acompanhou o protesto e notou que ao problema do fim das quotas acresce o do embargo da Rússia aos produtos europeus, o que vem diminuindo as exportações de leite.

"O embargo russo foi uma medida política e os agricultores não têm que pagar por isso", explicou. "A situação já era difícil o suficiente com o fim das quotas leiteiras, que, ao liberalizar a produção, vai esmagar ainda mais os pequenos e médios produtores, portanto é preciso adotar medidas imediatas para compensação do embargo russo e pensar em mecanismos alternativos de regulação da oferta", declarou.

No mesmo contexto, Albino Silva argumentou que a falha das políticas europeias foi "não terem acautelado a realidade de cada país". E acrescentou: "A própria Comissão Europeia veio dar-nos razão, ao dizer que não tinham sido acautelados os interesses de todos os produtores e que não se podia permitir preços abaixo do custo de produção".

José Lobato, presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Leite e Carne, também aderiu ao protesto da ALDA, anunciando o lançamento de uma campanha de sensibilização do consumidor final, que diariamente adquire leite sem o devido conhecimento das dificuldades associadas ao seu processo de produção e comercialização.

"A situação vai ser para piorar", antecipou. "Começaram por arrasar a produção no interior do país, depois acabaram as pequenas explorações e agora são as médias. A seguir vão desaparecer as grandes, que até eram viáveis, mas vão ser 'comidas' pelas grandes empresas de outros países", concluiu.

Na carta que a ALDA dirigiu à Direção Regional de Agricultura e também à Presidência da República, ao Ministério da Agricultura e ao Parlamento, os agricultores reivindicam "a regulação pública urgente da produção do leite, o fim da especulação relativa ao preço dos fatores de produção, mais apoio na sanidade animal (…) e o fim da ditadura comercial dos hipermercados, para mais segurança e melhores preços no escoamento dos produtos".

Sitevi é já em novembro

24-06-2015

O Parque de Exposições de Montpellier, em França, vai levar a efeito, de 24 a 26 de Novembro, a 27ª edição do Salão Internacional das Fileiras da Vinha-Vinho, Frutas-Legumes e Olivicultura.

Catherine Bernard-Darlet, diretora de comunicação, apresentou hoje em conferência de imprensa realizada na Sala Ogival da ViniPortugal, em Lisboa, a conferência sob o tema "INOVAR PARA PARTILHAR MELHOR", um dos temas do SITEVI para 2015.
Os números previstos são:
- Mais de 300 novos produtos aguardados
- Mais de 1.000 empresas expositoras, oriundas de 25 nações 
- Mais de 50.000 visitantes esperados 
- E 61 países representados.

- Serão premiadas máquinas e produtos inovadores, com troféus a serem
entregues no decorrer do Serão de Gala de 25 de Novembro.

O salão realiza-se de dois em dois ano. Em 2013 foi assim: (veja o vídeo)


Mais informação em: 

Egidio Maschio suicida-se na sua empresa. Tinha 73 anos.

25-06-2015

(24 junho) - A história terminou tragicamente quando Egidio Maschio pôs termo à vida com um tiro no peito, esta manhã, na sua empresa onde chegou bem cedo, antes das 7h. Foi um funcionário que deu o alarme quando descobriu o corpo, já sem vida.

Egidio tinha 73 anos e era um conhecido empresário de Campodarsego, fundador com o seu irmão Giorgio do Grupo Maschio Gaspardo, um dos principais fabricantes de máquinas agrícolas. O Grupo conta com 2.000 funcionários e um volume de negócios de mais de € 324.000.000 por ano. A empresa tem 19 grandes centros de produção, 16 em Itália e 3 no estrangeiro: Roménia, China e Índia, e está presente em todo o mundo, com 12 filiais.

No início deste mês, a empresa, cuja família Maschio era acionista maioritária, decidiu nomear gestores externos: Massimo Bordi como novo CEO e Paulo Bettin como diretor financeiro.

Organização internacional alerta para segurança alimentar na Europa


Jun 25, 2015Notícias0Like

As políticas desenhadas pela União Europeia para a agricultura e a legislação para os produtos fitofarmacêuticos podem ter impactos menos positivos ao longo da cadeia agro-alimentar. A conclusão foi veiculada pela organização Agri-food Chain Roundtable Protection num evento que decorreu a dia 23 de Junho no Parlamento europeu.

A entidade manifestou que é previsível que a falta de disponibilidade de soluções para os agricultores devido a problemas na avaliação zonal, em especial nos reconhecimentos mútuos, bem como em instabilidade regulamentar, como é o caso dos candidatos a substituição.

A Agri-food chain roundtable protection prevê ainda um «forte aumento» dos custos para a aprovação de novos produtos. Actualmente, uma aprovação acontece entre quatro a seis anos, dois anos mais do que no anterior legislador.

Por fim, foi deixado o alerta para sobre segurança alimentar. «A falta de soluções apropriadas para proteger algumas culturas pode vir a traduzir-se numa falha de abastecimento nos mercados europeus. As frutas e hortícolas são a base de uma alimentação saudável, mas em muitos casos as ferramentas adequadas para a proteção destas culturas não estão disponíveis», lê-se em comunicado da Agri Food Chain Roundtable.

A entidade, que congrega 19 associações, pede à União Europeia e aos Estados-membro acções que assegurem  que as políticas sobre fitofarmacêuticos sejam implementadas de forma coerente em todo o espaço europeu. A Agri-food Chain Roundtable Protection pede ainda que sejam tidas em conta as recomendações elaboradas para ir ao encontro das necessidades dos produtores e dos consumidores.

Pinhel acolhe workshop de técnicas de aplicação de fitofármacos


Jun 25, 2015Notícias0Like

A AAPIM (Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha) vai realizar no dia 3 de Julho um workshop dedicado à temática "Técnicas de aplicação de produtos fitofarmacêuticos | Centro IPP da AAPIM. Este evento decorre nas instalações da Adega Cooperativa de Pinhel e consiste de uma palestra inicial em sala, com apresentações de elementos da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), da Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas (Anipla) e da Bayer Cropscience.

No âmbito do workshop também será feita uma demonstração do CIP (Centro de Inspecção Periódica de Equipamentos de Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos) da AAPIM, já reconhecido pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para a inspecção de pulverizadores agrícolas. As inscrições são obrigatórias e devem ser efectuadas até 30 de Junho. Pode consultar aqui o programa.

Calor: Sete distritos do Continente sob aviso amarelo e um sob aviso laranja


Sete distritos de Portugal continental vão estar sob aviso amarelo e Beja vai estar sob aviso laranja este fim de semana devido à previsão de tempo quente, informou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com o IPMA, o distrito de Beja vai estar sob aviso laranja entre a meia-noite de sábado e as 21:59 de domingo, depois de hoje ficar sob aviso amarelo entre as 11:00 e as 23:59 devido à persistência de valores elevados das temperaturas máximas.
Os distritos de Évora e Setúbal vão estar sob aviso amarelo entre as 11:00 de hoje e as 21:00 de domingo, enquanto o de Portalegre fica sob o mesmo aviso a partir das 09:00 desta manhã até às 21:00 do último dia do fim de semana.
Já os distritos de Lisboa, Castelo Branco, Faro e Guarda ficam sob aviso amarelo entre as 09:00 de sábado e as 21:00 de domingo.
O aviso laranja é o segundo mais grave numa escala de quatro e implica uma situação meteorológica de risco moderado a elevado, pelo que o IPMA recomenda às populações que se mantenham ao corrente da evolução das condições meteorológicas e que sigam as orientações da Proteção Civil.
Já o aviso amarelo é o terceiro mais grave de uma escala de quatro e implica uma situação de risco para determinadas atividades que dependem do estado do tempo.
Diário Digital com Lusa

Apoios europeus chegaram a quase 180 mil agricultores portugueses



Por Manuel Carvalho

24/06/2015 - 09:06

Pela primeira vez nos últimos anos, o número de agricultores que se candidatou às ajudas da PAC voltou a crescer. Ao todo, 179.991 produtores do país vão disputar um bolo de apoios que chega aos 565 milhões de euros.
Novas regras fizeram inverter o declínio nas candidaturas aos apoios da Política Agrícola Comum (PAC) Enric Vives-Rubio

O número de agricultores que se candidatam às ajudas previstas na Política Agrícola Comum europeia (PAC) deixou este ano de cair. Pelo contrário, registou até um ligeiro acréscimo de 0.5%. Até o dia 22 deste mês tinham entregue as suas candidaturas para a obtenção de ajudas 179.991 agricultores do continente e das ilhas, ou seja, mais 946 do que na campanha de 2014.

Depois de anos em que o número de agricultores dispostos a enfrentar a burocracia da PAC para receberem ajudas ao rendimento ou apoios de natureza agro-ambiental se reduzia ao ritmo de 2%, esta inversão da tendência leva o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, a falar num "grande sucesso". Porque, acrescenta, o que está em causa é a "inversão do declínio" da adesão dos agricultores aos apoios europeus, situação que repetidamente gerava acesos debates políticos. Em causa estão apoios que ascendem a 565 milhões de euros – a dotação prevista para 2015.

No outro lado da barricada política, Capoulas dos Santos, que, enquanto eurodeputado foi o relator da reforma da PAC e assinou o programa do PS para a agricultura, considera que os números apresentados pelo Governo são uma mera decorrência das possibilidades da nova política europeia, que entrou em vigor no final de 2013. À partida, a limitação da distribuição das ajudas aos agricultores que estavam já inscritos na gigantesca máquina burocrática da PAC comprometia a possibilidade de haver um maior número de candidaturas. Mas uma prerrogativa inscrita pelo Governo nas novas regras europeias, o regime especial de apoio aos pequenos agricultores, foi capaz de alterar essas previsões. Na campanha que agora acabou, esse regime que simplifica o acesso às ajudas aos agricultores com direito a receber até 500 euros por ano fez explodir o número de candidaturas: foram ao todo 23.718 beneficiários que se inscreveram nesse programa.

Como primeiro balanço de execução da nova PAC, a adesão dos agricultores parece legitimar a tese dos que sempre defenderam uma maior sintonia entre as suas regras e a realidade da agricultura nacional. No caso português, o maior protagonista da reforma foi Capoulas dos Santos. Mas muitas das medidas em execução resultaram de opções da equipa do Governo. Como a criação da linha para pequenos agricultores (cujo desenho o PS promete mudar) ou a renúncia a criar um mecanismo de apoio às regiões mais desfavorecidas. Em traços gerais, a nova PAC continua a ser prioritariamente dirigida para sectores que historicamente receberam mais apoios, caso dos cereais ou do leite, embora haja a possibilidade de outras culturas poderem disputar pela primeira vez o bolo das ajudas ao rendimento, como a vinha ou a fruta.

O mecanismo de aplicação da nova política em Portugal prevê um pagamento base que vai absorver 47% do bolo anual de 565 milhões de euros (este valor subirá para 602 milhões em 2019 por força da imposição de Bruxelas a uma aproximação entre os valores pagos por hectare nos diferentes Estados Membros). Desta fatia, 2% serão reservados a produtores que, pela natureza das suas explorações, nunca tiveram acesso às ajudas. Depois, 21% do total é para pagamentos ligados a determinadas produções (como o milho ou o tomate) e 30% para a promoção de uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental. O valor dos pagamentos aos pequenos agricultores, que é retirado das várias rúbricas, vai ascender a 50 milhões de euros.

Com este cenário, mais abrangente e diverso, os agricultores puderam mais facilmente encontrar soluções ajustadas à realidade das suas explorações – para além de, no caso dos pequenos produtores, poderem ser libertos da carga burocrática exigida pela PAC. Mas para o secretário de Estado da Agricultura, há outras razões para explicar a estabilização dos candidatos às ajudas: "Esta adesão mostra o interesse e a confiança do sector", diz. Por outro lado, José Diogo Albuquerque justifica o registo "fantástico" do número dos agricultores que se candidataram aos pagamentos com o desempenho da máquina administrativa do Ministério da Agricultura. "A legislação comunitária da reforma e clarificações da Comissão Europeia foram feitas já muito em cima da campanha dando pouco tempo aos Estados Membros para operacionalizar a reforma", diz o secretário de Estado. Ainda assim, acrescenta, "sobrevivemos a este desafio administrativo".

Desempregados vão continuar a vigiar florestas



Por Lusa

23/06/2015 - 11:50

Ministérios vão assinar protocolo a pensar na valorização e protecção florestal, colocando cidadãos que se encontrem em situação de desemprego a vigiar as florestas.
Nélson Garrido/ Arquivo

Os ministérios da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, da Agricultura e do Mar e da Administração Interna assinam esta terça-feira um protocolo de cooperação que visa colocar, mais uma vez, desempregados a vigiar e a proteger as florestas. Em comunicado, o Governo adianta que o protocolo "Trabalho Social pelas florestas" pretende valorizar e proteger a floresta e melhorar os níveis de empregabilidade e promover "a reinserção no mercado de trabalho dos cidadãos que se encontrem em situação de desemprego, através do desenvolvimento de trabalho socialmente necessário".

"A importância do sector florestal para o bem-estar ambiental e social e o seu interesse para a economia nacional é por demais evidente, constituindo as florestas um dos recursos principais do nosso país", salienta.

O Governo sustenta que as florestas "contribuem para a prevenção da erosão dos solos, colaboram para a regulação do clima e dos recursos hídricos, concorrem para a biodiversidade, combatem a desertificação, contribuem para o sequestro de carbono e proporcionam espaços de lazer e recreio".

Os riscos que impendem sobre a floresta "exigem uma ênfase na prevenção dos impactos negativos, por via da prevenção, detecção e vigilância" e intervenções de prevenção e recuperação de áreas atingidas por incêndios, doenças e pragas, refere o governo.

OMS classifica lindano como “cancerígeno para os humanos”



Por Kate Kelland

23/06/2015 - 16:32

Para além deste insecticida, o conhecido DDT e um herbicida, o 2,4-D, passaram a ser considerados como potenciais causadores de cancros pela Organização Mundial da Saúde.
Um agricultor fotografado em 2005 a aplicar pesticida num arrozal nos arredores de Hanoi, no Vietname, Kham/REUTERS

O lindano, um insecticida que em tempos foi muito utilizado na agricultura, bem como contra os piolhos e para tratar a sarna nos seres humanos, provoca cancro e foi especificamente relacionado com o linfoma dito não-Hodgkin, anunciou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A IARC (a agência internacional do estudo do cancro da OMS) disse também que o DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) causa provavelmente o cancro, uma vez que os resultados de estudos o relacionam com o linfoma não-Hodgkin, o cancro dos testículos e o cancro do fígado.

Numa reavaliação dos diversos compostos químicos utilizados na agricultura, um painel de especialistas declarou agora que tinha decidido colocar o lindano no Grupo 1 da classificação definida pela IARC, que inclui os compostos "cancerígenos para os humanos"; o DDT no Grupo 2A dos compostos "provavelmente cancerígenos para os humanos"; e o herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) no Grupo 2B dos compostos "possivelmente cancerígenos para os humanos.

A decisão em relação ao 2,4-D, salientou o painel, deveu-se ao facto de não terem sido detectados indícios fortes ou sistemáticos de aumento do risco de linfoma não-Hodgkin ou de outros cancros após a exposição àquele herbicida. Contudo, existem indícios que sugerem fortemente que o 2,4-D provoca "stress oxidativo", um processo que pode danificar as células do organismo — e ainda indícios moderados de que esta substância pode ter efeitos imunossupressores.

O lindano, cujo uso foi banido ou restringido a partir de 2009 na maioria dos países, ao abrigo da Convenção de Estocolmo relativa a poluentes orgânicos persistentes, era anteriormente muito utilizado como pesticida na agricultura. Todavia, uma isenção prevista na lei permite que continue a ser usado como tratamento de segunda linha contra os piolhos e a sarna.

A IARC disse que exposições a altas doses de lindano tinham previamente sido reportadas entre trabalhadores agrícolas e pessoas que aplicam pesticidas — e que "grandes estudos epidemiológicos da exposição associada à agricultura nos EUA e no Canadá mostram um risco acrescido de 60% de contrair linfoma não-Hodgkin nas pessoas expostas ao lindano".

O DDT foi introduzido para combater doenças transmitidas por insectos durante a Segunda Guerra Mundial e mais tarde o seu uso generalizou-se na luta pela erradicação da malária e na agricultura. Embora a maior parte dos seus usos tenham sido banidos já nos anos 1970, a IARC avisa que os seus subprodutos são "altamente persistentes e podem ser detectados no ambiente e nos tecidos animais e humanos no mundo inteiro" — acrescentando que "a exposição ao DDT ainda se verifica, principalmente através dos alimentos", e que o DDT ainda é utilizado contra a malária em certas regiões de África, embora em condições muito controladas.

Quanto ao 2,4-D, desde a sua introdução em 1945 foi muito utilizado como herbicida na agricultura, nas florestas e em meio urbano e residencial. A IARC explica que a exposição profissional ao 2,4-D pode ocorrer durante o seu fabrico e aplicação — e que a população em geral também pode ser exposta a este composto através da alimentação, da água, do pó ou da aplicação doméstica, nomeadamente com pulverizadores.

Grupo RAR vende Imperial a fundo de private equity



Por Ana Rute Silva

23/06/2015 - 17:37

Maior produtor de chocolates português passará para as mãos da Vallis Capital Partners
Imperial assegura um quinto das vendas fora de Portugal Adelaide Carneiro


O Grupo RAR vendeu a Imperial, que fabrica os chocolates Regina ou Jubileu, ao fundo Vallis Sustainable Investments I, da Vallis Capital Partners. Em comunicado, a empresa justifica a operação com um "contexto de avaliação e realocação dos activos". Ainda recentemente, a RAR vendeu a participação que tinha na agência de viagens Geostar à Sonae, que passou a ser o seu único accionista.

A Vallis Capital Partners tem investimentos em áreas diversificadas, como a agricultura (na Hubel, produtora de frutos vermelhos), medicina (clínicas dentárias e serviços de genética médica) ou na construção. É liderada por Pedro Gonçalves, antigo presidente executivo da Soares da Costa e foi fundada por Eduardo Rocha, Luís Santos Carvalho e Luís Palma da Graça.

"A Imperial, pela importância e reconhecimento que lhe são atribuídos, sempre despertou o interesse do mercado. O fundo Vallis Sustainable Investments I concretizou uma proposta de compra da Imperial que o Grupo RAR decidiu aceitar, ao fim de mais de 40 anos de detenção da empresa no seu portefólio", diz a empresa em comunicado. A venda do total do capital está sujeita à aprovação da Autoridade da Concorrência.

A Imperial é o maior produtor português de chocolates e com as marcas Jubileu, Regina, Pintarolas ou Pantagruel tem um volume de negócios de 27 milhões de euros. Assegura um quinto das vendas fora do país, exportando para 45 geografias.

A RAR decidiu concentrar os seus investimentos nas empresas que considera mais estratégicas e, por isso, também avançou recentemente para a compra da totalidade da operação brasileira da Colep, produtora de embalagens. É dona da Vitacress mas é mais conhecida pela refinação de açúcar.

Aumentam as exportações de produtos agrícolas

Junho 26
12:39
2015

Segundo a última actualização de dados fornecida, em 22 de Junho, pela Comissão, as exportações de produtos alimentares aumentaram 5% em valor, entre Agosto de 2014 e Abril de 2015 e isto, tendo em conta o embargo russo.

As exportações europeias cresceram, mesmo, 10% em Abril de 2015, comparando com Abril de 2014, sobretudo devido ao aumento para a China e para os Estados Unidos.

Esta situação beneficiou muito da forte desvalorização do euro face ao dólar.

Esta situação ainda é mais positiva se tivermos em conta que, em Abril de 2014, exportámos 8,6 mil milhões de euros para a Rússia e esse valor, em Abril de 201,5 foi de 5 mil milhões de euros.

Foi, assim, largamente compensado o embargo russo, se bem que produtos como a carne de porco e os produtos lácteos continuem a sofrer com esta situação.

Os países que registaram maior aumento para as exportações europeias foram a China, com mais 26%, a Coreia do Sul, com mais 32%, a Turquia, com mais 27% e os Estados Unidos, com mais 15%, durante este período, entre Agosto de 2014 e Abril de 2015.

Produtores e cooperativas pedem apoio comunitário para o sector das frutas e hortícolas

26-06-2015 
 


 
Uma vez conhecida oficialmente a decisão do governo russo de prorrogar o veto às exportações de certos produtos agrícolas, os agricultores e cooperativas da União Europeia, integradas no Copa-Cogeca, pediram à Comissão apoio comunitário para o sector das frutas e hortícolas.             

Este é um sector que foi muito prejudicado com o embargo aplicado durante o ultimo ano e cujas medidas de apoio em prática terminam a 30 de Junho. A campanha de fruta de Verão acaba de começar e o Copa-Cogeca denuncia que os preços dos pêssegos e nectarinas reduziram em 20 cêntimos o quilo em algumas regiões nas últimas semanas.

Quando em Agosto do ano passado a Rússia anunciou o embargo, teve início uma campanha de exportação de frutas e caroço. Durante esse período, as cotações na origem caíram até 75 por cento e os produtores de pêssegos, nectarinas e ameixas, principalmente da Catalunha, Extremadura e Aragão, passaram por grandes perdas, segundo as estimativas da COAG.

Fonte: Agrodigital

INE: Madeira e cortiça impulsionam VAB da silvicultura

 26-06-2015 
 

 
Os sectores de madeira e cortiça impulsionaram o VAB da silvicultura em 2013, revelam dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

O Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura aumentou 6,0 por ceento em volume e 8,7 por cento em valor, em 2013 comparativamente com o ano anterior, mantendo a tendência de crescimento observada desde 2009.

«Para esta evolução foram determinantes os acréscimos na produção de Madeira, de mais 6,7 por cento e de Cortiça de mais 6,0 pontos percentuais, decorrentes de variações positivas, quer em volume, quer em preço», refere a síntese do relatório de "Contas Económicas da Silvicultura -2013" .

Em 2013, a madeira para triturar «registou o valor de produção mais elevado da série. Neste ano, destaca-se ainda o aumento em volume da florestação e reflorestação de rendimento regular, de mais 14,9 por cento, devido, sobretudo, a replantações de eucalipto, refere a mesma fonte.

Fonte: Dinheirodigital

Aumentou o número de candidaturas às ajudas comunitárias

Junho 26
12:46
2015

Um total de 180.134 agricultores candidataram-se, este ano, às ajudas comunitárias, sendo que, em 2014, esse número foi de 179.045, o que não só mostra uma subida, como também uma inversão da tendência registada nos últimos anos, que era de uma diminuição de 2%.

Destes, 76.000 candidataram-se ao regime de pequena agricultura, que prevê uma ajuda do montante fixo de 500 euros.

Este ano foi o primeiro da aplicação das novas normas da Política Agrícola Comum, no que diz respeito, sobretudo, à legislação do greening, o que implicou grande confusão a nível europeu.

Em Portugal a situação foi bastante calma e o país não necessitou de prorrogar o prazo por trinta dias, como permitiu a Comissão Europeia, prorrogando-o apenas por quinze dias, o que vai fazer com que seja possível executar os controlos atempadamente e, assim, os agricultores poderem receber os subsídios em tempo normal.

Agrosemana 2015 chega em setembro à Póvoa de Varzim



 26 Junho 2015, sexta-feira  Agropecuária

agrosemana

A terceira edição da AgroSemana - Feira Agrícola do Norte vai realizar-se de 3 a 6 de setembro, no Espaço Agros, na Póvoa de Varzim.
Uma das grandes protagonistas no certame é a componente técnica, sendo que haverá vários espaços expositivos: empresas agrícolas e as principais marcas do setor das máquinas.
Destaque também para o 1º Concurso da Raça Holstein Frísia, gastronomia, provas de produtos regionais, entre outras atividades.
Durante o evento realizam-se vários workshops e seminários sobre o setor agropecuário.
À semelhança da edição anterior, a entrada no recinto é livre.

VER SITE OFICIAL DA AGROSEMANA 

Greening: comissário europeu para a Agricultura disponível para rever medidas

25 Junho 2015, quinta-feira  Política Agrícola

O comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, diz estar disposto a rever as medidas do greening, para além da revisão da Ecological Focus Areas e está pronto para, na altura certa, introduzir modificações, de modo a simplificar o acesso aos apoios da Política Agrícola Comum (PAC).
O responsável falava em Edimburgo, Escócia, afirmou que começa a ter resultados da avaliação que mandou fazer à aplicabilidade das medidas de apoio da PAC, que mostraram a necessidade de algumas alterações.
Um dos pontos a ser clarificado é o estatuto de agricultor ativo, bem como as ajudas ligadas voluntárias.
O comissário prometeu apresentar uma série de medidas após a pausa de verão, que cubram o acesso às ajudas diretas, o apoio aos jovens agricultores e os apoios ligados.
Estas alterações, que vão ser propostas, podem implicar uma revisão a meio período da PAC, o que não é uma situação pacífica.
Fonte: Reuters/Agronegócios 

GPP: Apresentação da nova publicação CULTIVAR

Apresentação da nova publicação CULTIVAR - Cadernos de análise e prospetiva do MAM com a responsabilidade editorial do GPP | Edição N.º1- junho 2015: http://www.gpp.pt/pbl/Period/Cultivar_n1.pdf

sexta-feira, 26 de junho de 2015

400 Congressistas debateram autossuficiência do setor suinícola

VII Congresso Nacional de Suinicultura decorreu nas Caldas da Rainha


Capacidade de exportação e de produção, sustentabilidade ambiental e autossuficiência são os principais desafios para um setor que é vital para a economia do país. Com os apoios do PDR 2020, o setor suinícola terá possibilidade de modernizar, reestruturar e redimensionar as explorações, criando assim condições para o seu impulsionamento.


O VII Congresso Nacional de Suinicultura, organizado pela Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), decorreu nos dias 23 e 24 de junho, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, e reuniu cerca de 400 Congressistas que tiveram oportunidade de analisar e debater o caminho para autossuficiência do setor. 

O evento, considerado um dos mais significativos para o setor suinícola nacional, contou a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, que presidiu à sessão de abertura do Congresso, do secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito e de José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura.

Durante a sessão de inauguração, na presença de Assunção Cristas, foi celebrado um Protocolo com o Crédito Agrícola que beneficiará não só os empresários suinícolas, como as associações e agrupamentos, os colaboradores das empresas e as respetivas famílias e anunciado um novo seguro pecuário, medida extremamente importante para o setor, cuja portaria tem vindo a ser preparada.

Nuno Vieira e Brito, que participou num painel sobre o Futuro do Comércio Internacional, anunciou na ocasião que "Portugal estará em condições de exportar carne de porco para a China até ao final do ano", incentivando o setor a olhar a internacionalização de forma mais arrojada. O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar afirmou ainda que "apesar de ter sido um ano negativo porque deixámos de poder exportar para a Rússia, mesmo assim houve capacidade de crescimento", sublinhando que a fileira da suinicultura conseguiu "encontrar novos mercados, quer na União Europeia, quer em países terceiros".

Este foi um certame com uma forte componente técnica, no qual foram abordados os temas que atualmente merecem maior atenção por parte dos suinicultores mas também de cariz político. "A autossuficiência alimentar no horizonte 2020 tem sido a grande bandeira desta equipa ministerial à qual, naturalmente, a Federação não só se associa como tem sido um agente impulsionador deste objetivo, com aplicação de conceitos como a segmentação de ciclo que visa o aumento e a eficiência da produção, fomentando a sustentabilidade ambiental e as boas práticas agrícolas", afirmou Vítor Menino, presidente da FPAS.

Vários foram os assuntos em análise nesta iniciativa com destaque para "O futuro do comércio internacional", o qual contou com a intervenção de um responsável na Comissão Europeia pelas políticas que envolvem a produção, transformação e comercialização da carne de porco, e ainda um representante da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Outro painel em análise foi dedicado à sanidade animal, destacando-se a intervenção de uma investigadora mexicana de referência, que tem desenvolvido a sua atividade entre os EUA e o Canadá. "A Suinicultura em 2020" foi também debatida no certame bem como "A destruição de cadáveres" e "As raças autóctones" e ainda "PDR2020 – Apoios ao investimento na Suinicultura".

"Estamos no início de um novo Quadro Comunitário de Apoio. Os apoios aos investimentos no setor, dentro do PDR, são uma realidade que temos de saber aproveitar para modernizar, reestruturar e redimensionar as explorações, criando assim condições para o relançamento do setor", constata Vítor Menino. E acrescenta que "num contexto de expansão e de abertura de novos mercados, estamos a ganhar dimensão, o que se traduz numa maior capacidade de flexibilização às exigências de mercado. Com os apoios do PDR, a nossa meta até 2020 é a Autossuficiência em carne de porco, e isto porque temos quadro legal que o permite, temos empresários que sabem fazer como os melhores de qualquer bacia produtora mundial, temos terra, água e climatologia para tal e temos os políticos que finalmente acreditam que este é um setor vital para a economia do país".


O mesmo responsável conclui que "outra das metas que pretendemos alcançar, é a renovação geracional da atividade. Produzimos proteínas que ajudam a combater o flagelo da fome no mundo, respeitando o ambiente e a sociedade em que estamos inseridos".

A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) representa sete associações que congregam cerca de 1.500 produtores de suínos em todo o país.

fonte: FPAS

Produção mundial de azeite entre 2,7 e 2,9 milhões de toneladas na próxima campanha

24-06-2015 


 
A produção mundial de azeite pode estar entre os 2,7 e 2,9 milhões de toneladas, segundo as previsões de GEA Westfalia Separator Ibérica.

O presidente da GEA, Juan Vilar Hernandéz, deixou claro que estas estimativas são provisórias, tendo em conta factores, como o clima nos próximos meses, que influenciam o valor final da capacidade.

Os dados avançados por Vilar Hernandéz fazem parte de um programa de elaboração de azeites virgens e gestão de subprodutos, promovido pela Universidade Internacional de Andaluzia.

No âmbito desta actividade docente, realizou uma análise sobre oferta e procura internacional de azeite e os países consumidores e produtores. Para além disso, o presidente da GEA assinalou que os preços da próxima campanha dependiam da produção e consumo finais, com destaque para a procura interna de países como a Espanha, onde caiu 20 por cento em relação ao ano anterior, ou casos como a Tunísia, Turquia, Marrocos ou Grécia, grandes produtores mundiais onde os excedentes "per capita" são elevados, em alguns casos devido às boas produções e noutros aos baixos consumo internos.

Esta situação implica que todos os excedentes, com custos de produção inferiores, entre em competição no mercado internacional com azeite produzido em Espanha, supondo uma oferta adicional de produtos e, por conseguinte, tenha um efeito directo na formação dos preços.   

Desta forma, Juan Vílar Hernandéz manifesta que evitar promover o consumo interno em países como Marrocos, Turquia, Grécia e Tunísia através de entidades como o Conselho Oleícola Internacional (COI), a Interprofissional ou o Ministério da Agricultura. «Deste modo, seria possível eliminar excedentes internacionais que concorrem directamente com o azeite espanhol exportado e, ao mesmo tempo, os valores indicam que é vital para promover o consumo interno no mercado espanhol», explica Hernandéz.

Fonte: Agrodigital

Apresentações disponíveis da 1.ª sessão do Ciclo de conferências «PDR2020 e empreendedorismo agrícola»



23-06-2015

 

Título: Pequenos Frutos: uma bolha ou um futuro?

Local/Data: Coimbra, 21 de Maio

Já estão disponíveis as apresentações efetuadas na 1.ª sessão do Ciclo de conferências «PDR2020 e empreendedorismo agrícola», realizada em Coimbra no passado dia 21 de maio.


Fitossanidade: Frutas e hortícolas “em risco”


por Ana Rita Costa
25 de Junho - 2015
 
A eurodeputada Anthea McIntyre e a Agri-food chain Roundtable for Plant Protection alertaram para o perigo "das frutas e hortícolas, de que tanto gostamos", estarem em risco. Em causa está a abordagem da UE nas políticas e legislação para os produtos fitofarmacêuticos.

De acordo com a Anipla, foram apresentadas consequências "previsíveis" para o setor como a "falta de disponibilidade de soluções para os agricultores devido a problemas na avaliação zonal, em especial nos reconhecimentos mútuos, disponibilizando novos produtos no mercado, bem como em instabilidade regulamentar, como é o caso dos candidatos a substituição. A variabilidade nas formas de implementação da avaliação zonal entre países cria fortes distorções na competitividade. A falta de soluções adequadas, como por exemplo as modernas e eficazes soluções para o tratamento de sementes, podem conduzir a severas consequências para os agricultores na gestão de resistências e na proteção contra novas ameaças, como a Xylella fastidiosa."

A Anipla explica ainda que "o forte aumento de custos para a aprovação de novos produtos resulta num longo processo e atraso na disponibilidade de novas substâncias para os agricultores da UE. O processo de aprovação de novos produtos leva agora 4-6 anos, dois anos mais do que na legislação anterior. A permanente reavaliação das substâncias existentes, baseada em novos requisitos, limita ainda mais as ferramentas ao dispor dos agricultores."

A segurança alimentar no comércio europeu foi outro dos temas debatidos, sobretudo, "a falta de soluções apropriadas para proteger algumas culturas", que a Agri-food chain Roundtable for Plant Protection e a deputada europeia Anthea McIntyre consideraram poder vir a traduzir-se numa falha no abastecimento nos mercados europeus.

"As frutas e hortícolas são a base de uma alimentação saudável, mas em muitos casos as ferramentas adequadas para a proteção destas culturas não estão disponíveis. A figura dos chamados "usos menores" deveria ter um papel importante e necessita de ser mais operacional e eficiente urgentemente. Há a necessidade de ser criada uma única Zona UE para "usos menores" e mais genericamente para adotar o espírito do novo Regulamento EC/1107/2009: harmonização, reconhecimento mútuo, alargamentos de espectro, etc."

A Agri-food chain Roundtable for Plant Protection pediu à União Europeia e aos Estados-Membros que se assegurem que as políticas dirigidas aos produtos fitofarmacêuticos sejam implementadas de forma "coerente" e que tenham em conta as recomendações necessárias para ir ao encontro das necessidades dos produtores e dos consumidores europeus.