sábado, 20 de janeiro de 2018

Olival e azeite dominam edição deste ano da Feira Nacional da Agricultura


17.01.2018 / 12:09 

O certame, em Santarém, vai receber o "World Olive Oil Summit", com a presença de especialistas nacionais e internacionais da fileira do azeite. 

O olival e o azeite são os temas escolhidos para a 55.ª Feira Nacional de Agricultura/65.ª Feira do Ribatejo, que se vai realizar de 02 a 10 de junho no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, anunciou esta quarta-feira a organização. 

Em comunicado, o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) afirma que, em torno da temática do olival e do azeite, o certame vai receber o "World Olive Oil Summit", que contará com a presença de especialistas nacionais e internacionais da fileira do azeite. Nesse âmbito, vai realizar-se, ainda, o Concurso Nacional de Azeites, o Congresso Nacional de Azeite, o Simpósio Nacional de Olivicultura, uma exposição de Azeites Premiados, exposições de pintura e fotografia, ações de 'show cooking' para adultos e crianças e ainda a exibição de filmes alusivos ao tema, afirma a nota. 

Como tem sido tradição, nos dias úteis, a Feira Nacional de Agricultura volta a ser palco de um ciclo de seminários e colóquios para debate e discussão dos principais temas agrícolas, mantendo-se a zona para promoção e demonstração de maquinaria agrícola. O certame contém ainda áreas destinadas a equipamentos, às associações e cooperativas agrícolas, ao artesanato, à venda comercial diversa e a zona gastronómica, procurando "agradar aos vários tipos de público que visita a Feira". 

Os melhores produtos agroalimentares nacionais estarão em destaque no Salão Prazer de Provar, iniciativa que voltará a privilegiar ações dirigidas a produtores, consumidores e profissionais, com relevo para a área dedicada aos vencedores dos Concursos Nacionais de produtos portugueses, acrescenta. Paralelamente, decorrerá mais uma edição da Fersant — Feira Empresarial da Região de Santarém, promovida pela Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant).

Valsabor e Euroeste juntam forças para entrar no mercado asiático

A Valsabor vai comprar 50% da Euroeste. O objectivo é partirem juntas para a conquista das grandes praças de exportação do sector agro-pecuário, caso do mercado asiático.
Valsabor e Euroeste juntam forças para entrar no mercado asiático

Negócios jng@negocios.pt
19 de janeiro de 2018 às 10:08

A Valsabor e a Euroeste arrancaram com um processo de junção de sinergias para os mercados externos que permitirá aos dois grupos do sector agropecuário  tornarem-se num dos "players" de referência no espaço ibérico e no mercado europeu.


Esta união de forças vai materializar-se através da aquisição de 50% do capital da Euroeste por parte da Valsabor, empresa do Valgrupo.


Um dos objectivos desta parceria passa por entrar nas grandes praças de exportação deste sector, em particular na Ásia e em mercados como a China, Coreia do Sul, Filipinas e Vietname, assim como em países da América do Sul e América Central.

"Esta parceira que vai permitir uma redução dos custos resulta do aprofundamento das relações de ambos os grupos que se iniciaram há quatro anos com a criação de sociedades mistas, nomeadamente a Socampestre e Soclab", explicam as empresas em comunicado.


A Valsabor facturou em 2016 cerca de 57 milhões de euros e conta com 143 colaboradores. A Euroeste facturou em 2016 cerca de 85 milhões de euros e conta com cerca de 99 colaboradores.


Fernando Vicente, presidente do Valgrupo, refere no mesmo comunicado que "esta operação veio consolidar uma actuação conjunta nomeadamente onde já eramos sócios nas empresas Socampestre e Soclave, permitindo esta aliança uma significativa optimização de custos de ambos os grupos, sem redução de postos de trabalho".


Já Pedro Garcia de Matos, presidente da Euroeste, sublinha que "esta operação permite aos dois operadores portugueses uma nova visão e aumentar a nossa escala para entrar em desafiantes mercados internacionais, onde passaremos a deter uma maior capacidade de crescimento".

Combate a incêndios extremos "é impossível". A chave está na organização do território


18 jan, 2018 - 16:40 • Olímpia Mairos

Especialistas de vários países reuniram-se na UTAD para um debate sobre os incêndios extremos e os seus factores.
Foto: Nuno André Ferreira/Lusa

"Não é possível controlar incêndios extremos". Esta é uma opinião consensual, entre os investigadores de vários países que se reuniram esta quinta-feira na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, para um debate sobre os incêndios extremos, os seus factores e casos de estudo recentes.

A iniciativa no âmbito do Firext, que visa "prevenir e preparar a sociedade para eventos extremos de fogo", desafia a "ver a floresta e não somente as árvores", serviu para fazer um ponto da situação do projecto que arrancou em 2016, antes dos grandes incêndios que devastaram Portugal, em 2017, e vitimaram mais de uma centena de pessoas.

Perante a impossibilidade de controlar incêndios extremos, os especialistas destacam a "necessidade de organizar o território para que não ocorram" e, caso, ainda assim, se verifiquem, defendem que a sociedade deve estar "devidamente preparada para enfrentar o incêndio e evitar a ocorrência de vítimas", explica a coordenadora do projecto, Fantina Tedim.

A investigadora da Universidade do Porto entende que "não se pode querer fazer tudo ao mesmo tempo", mas que é importante "perceber que o território nacional tem uma grande diversidade" e que "é necessário que toda a política tem de ser adaptada às realidades dos territórios locais".

Depois, é fundamental "dar um maior papel às populações, colocar as populações no centro da questão porque elas têm conhecimento, têm recursos que podem auxiliar no sentido de evitar as tragédias", defende a investigadora, concluindo que "os incêndios extremos podem ocorrer, mas isso não significa que esses incêndios se transformem em tragédias".

Espaço florestal menos contínuo, com menos combustível e com vegetação menos inflamável

Paulo Fernandes, investigador da UTAD que integrou a comissão técnica independente aos fogos de Pedrogão e de Outubro, considera que "a única forma de evitar" grandes tragédias "é criar condições para que os incêndios não ganhem essa envergadura", desde logo "evitar as ignições" e, depois, dar "uma resposta inicial o mais rápida e eficiente possível".

"Para estes fogos não há combate que valha, meios que valham. Portanto, se não for naqueles minutos iniciais, naquela meia hora inicial, tudo o que se possa fazer depois é simplesmente para defender pessoas e estruturas", enfatiza.

O especialista Paulo Fernandes, investigador da UTAD, defende que "é preciso que o espaço florestal seja menos contínuo, que tenha menos quantidade de combustível e tenha uma composição de vegetação menos inflamável", justificando que "depois de estarem em movimento, estes fogos entram facilmente em povoações. Por exemplo, chegaram ao centro de Mira, de Oliveira de Frades e de Oliveira do Hospital, porque aproveitam qualquer vegetação que exista".

Segundo Mário Pereira, investigador do Departamento de Física da UTAD, os "eventos extremos estão a ocorrer com maior frequência e com dimensões cada vez maiores, também".

"Há estas duas tendências crescentes, quer do número de incêndios, quer também dos seus impactos e consequências", diz, explicando que resultam de uma "combinação complexa de um conjunto de factores".

"É uma combinação de clima e de vegetação, dos combustíveis para o fogo e, depois, a forma como as populações estão organizadas. Tudo isto, traduz-se num cenário que pode ser bastante complicado, nomeadamente para o futuro, neste contexto em que estamos a viver de alterações climáticas", conclui.

Os investigadores falaram com os jornalistas à margem da conferência "Incêndios extremos: factores e casos de estudo recentes" no âmbito do projecto Firextr.

A ideia chave do projecto, que envolve oito instituições de Portugal, da Austrália, Canadá, França, Itália e EUA e deverá estar concluído até 2019, assenta no conceito 'fire smart territories' (território inteligente ao fogo), através de uma abordagem social-ecológica em todas as etapas da gestão dos incêndios, principalmente as de prevenção e preparação.

Portugueses consumiram menos açúcar. Governo prepara novo acordo com indústria


RTP19 Jan, 2018, 09:15

Portugueses consumiram menos açúcar. Governo prepara novo acordo com indústria | Albert Gea - Reuters

Os portugueses consumiram menos 5.500 toneladas de açúcar em 2017 devido à taxa das bebidas açucaradas. O governo prepara-se para acordar com a indústria a reformulação de alguns produtos como cereais, tostas ou batatas fritas.

Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, faz um balanço positivo da introdução da taxa das bebidas açucaradas, com a indústria a produzir bebidas com menos açúcar. 

Segundo Fernando Araújo, os resultados desta medida superaram as melhores expectativas do Governo, levando a uma redução do consumo calculada em 5.500 toneladas de açúcar. 

O secretário de Estado sublinhou que o consumo das bebidas mais açucaradas (com mais de oito gramas por 100 mililitros) diminuiu para metade.

Esta redução deveu-se à redução do consumo em si, mas também à "reformulação dos produtos", adiantou.

No próximo orçamento do Estado, a medida vai ser novamente analisada e poderá levar em conta uma das pretensões da indústria de serem criados escalões mais baixos da taxa.
Acordo com a indústria

O próximo passo da tutela passa por um acordo que o Ministério da Saúde está a preparar com a indústria agroalimentar, com vista à reformulação de produtos. 

"Vamos com eles (indústria) discutir objetivos concretos para determinado conjunto de gamas de produtos, ao longo de vários anos. A nossa proposta é de três anos com metas anuais de redução de sal e de açúcar nos produtos que consideramos mais importantes para ver se conseguimos por esta via melhorar a qualidade da alimentação dos portugueses", afirmou Fernando Araújo.
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Na mira do governo estão três áreas: o açúcar, o sal e as gorduras, nomeadamente as 'trans' (gorduras artificiais criadas pela indústria de alimentos).

"Vamos colocar objetivos de redução anuais, de modo a que estejam alinhados com as boas práticas europeias", disse.

Alimentos como cereais, refrigerantes, batatas fritas, sopas prontas a consumir, bolachas, iogurtes, leite com chocolate ou tostas deverão ser reformulados no seguimento deste acordo, explicou Fernando Araújo. 

No acordo ficarão definidas as responsabilidades das partes que, no caso da indústria, será produzir alimentos com menos quantidades de sal e açúcar.

"Vamos propor que seja elaborado um cabaz dos (alimentos) mais representativos. Nos cereais, por exemplo, vamos tentar perceber quais os que 80 % da população consome e depois, anualmente, iremos medir o açúcar (...) de modo a saber se estamos a conseguir reduzir a quantidade de sal e açúcar que ficar definido com acordo com a indústria", referiu.

A ideia é "chegar a acordo" e não criar mais taxas. Ainda assim, Fernando Araújo garante que se a redução de sal e açúcar não se registar, segundo o acordado entre as partes, "há outros instrumentos".

"Há condições para que a indústria portuguesa e europeia faça essa alteração de conteúdo", acrescentou.
Encaixe financeiro de 80 milhões de euros

A verba resultante da aplicar da taxa a bebidas açucaradas resultou num encaixe financeiro superior a 80 milhões de euros, destinados ao pagamento das dívidas do Serviço Nacional de Saúde. 

Para o próximo Orçamento do Estado, poderá haver uma mudança no destino a dar a essa verba. A tutela vê com bons olhos a possibilidade de usá-la na área da prevenção. 

Esse seria, aliás, o destino da taxa do sal, chumbada na Assembleia da República, e que resultaria em 30 milhões de euros anuais para a área da promoção da saúde.

"O objetivo não era angariar verbas, mas pressionar (a indústria) para reformular os produtos" e produzi-los com menos sal, explicou Fernando Araújo


Bombeiros condenam uso de designação "cabras sapadoras" em projeto do Governo


19 DE JANEIRO DE 2018 - 19:59
Designação é "abusiva, infeliz e desrespeitosa", dizem bombeiros.

A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) lamentou a designação "cabras sapadoras" dada ao projeto do Governo para gestão de combustível florestal, considerando abusiva a utilização do termo sapadores.

"A ANBP considera abusiva a utilização do termo 'sapadoras', uma vez que o mesmo reporta a uma classe profissional que conta com mais de 600 anos de história em Portugal e que merece o respeito de todos e sobretudo dos órgãos de soberania", precisa a associação que representa os bombeiros profissionais, em comunicado.

A reação da ANPB surge após o Governo ter anunciado, esta semana, que vai avançar este ano com projetos-piloto de "cabras sapadoras" com rebanhos dedicados à gestão de combustível florestal na rede primária.


A ANBP, que não contesta a importância do projeto, adianta que a designação é "infeliz e desrespeitosa para com uma classe que este ano foi tão sacrificada na defesa do seu país".

"Nunca na história, nem no tempo em que o Rei D.João I criou os bombeiros profissionais, nem no tempo do Salazar, os bombeiros foram alvo de um tratamento tão pouco digno", sustenta a associação, sublinhando que a atribuição desta designação ao projeto "mostra uma manifesta falta de sensibilidade para com a classe profissional, que luta há anos para que todos os bombeiros profissionais do país (sapadores, municipais e profissionais das associações humanitárias) sejam designados de bombeiros sapadores".

A ANPB refere que a recetividade dos sucessivos governos para esta questão "tem sido nula, recusando-se inclusivamente a aprovar o estatuto do bombeiro profissional".

No comunicado, a ANBP questiona também "o que aconteceria se o Governo designasse outras forças de segurança como 'cabras PSP' ou 'cabras GNR' ou 'cabras técnicos de proteção civil'.

A ANPC considera ainda que os bombeiros estão a ser "desconsiderados por quem, no tempo dos trágicos incêndios que assolaram o país em 2017, lhes prometeu mais dignidade e melhorias das suas condições de trabalho e carreira profissional".

"Não contestando a importância dos caprinos, consideramos que comparar as funções de um animal a um ser humano é desrespeitoso por parte de um Estado de Direito", concluiu.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Arranca a "Operação Floresta Segura"

15 jan, 2018 - 08:43

Em 2017, segundo a GNR, arderam mais de 527 mil hectares de mato e floresta, mais 367 mil hectares do que em 2016.
Foto: Joana Bourgard/RR

A Guarda Nacional Republicana (GNR) inicia, esta segunda-feira, em todo o território a "Operação Floresta Segura" reforçando as acções de patrulhamento, vigilância e fiscalização das zonas florestais no âmbito da prevenção e detecção de incêndios.

Em comunicado, a GNR adianta que as acções de sensibilização junto das populações sobre a problemática dos incêndios florestais arrancam hoje e terminam a 15 de Março e serão levadas a cabo pelo Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) e pelo Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS).

Estas acções de sensibilização visam alertar para a importância dos procedimentos preventivos a adoptar nesta altura do ano, nomeadamente sobre o uso do fogo, a limpeza e remoção de matos e a manutenção das faixas de gestão de combustível, tendo em vista a redução do número de ocorrências e a minimização dos riscos de incêndio florestal.

Em 2017, segundo a GNR arderam mais de 527 mil hectares de mato e floresta, mais 367 mil hectares do que em 2016.

No comunicado, a GNR indica ainda que foram registadas 21.952 ocorrências, 9.864 crimes, 65 detidos por incêndio florestal, 919 pessoas identificadas e 4.578 contra-ordenações.

"A GNR, para além das acções de sensibilização, numa fase subsequente, irá realizar ações de fiscalização com o objetivo de corrigir as situações de incumprimento face à obrigatoriedade da manutenção das faixas de gestão de combustível", é ainda referido na nota.

“Ver a floresta e não somente as árvores”. Universidade debate incêndios extremos

17 jan, 2018 - 16:39 • Olímpia Mairos

Especialistas de vários países vão abordar, em várias vertentes, o grande incêndio de Pedrogão que, em Junho, vitimou 66 pessoas. Em análise estarão áreas como a meteorologia, o clima, o comportamento do fogo e a sua severidade e o impacto na comunidade. Debate decorre na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai reunir esta quinta-feira vários especialistas, para debaterem os incêndios extremos, os seus factores e casos de estudo recentes.
A conferência surge no âmbito do projecto Firext, que visa "prevenir e preparar a sociedade para eventos extremos de fogo" e desafia a "ver a floresta e não somente as árvores".

O projecto arrancou em Julho de 2016 e deverá estar concluído até Junho de 2019. É coordenado pela Universidade do Porto e envolve instituições de diversos países, tais como Portugal, Austrália, Canadá, França, Itália e EUA.

O Firextr tem como grande desafio "compreender os processos biofísicos e humanos que explicam a ocorrência de incêndios extremos", com vista a desenvolver "estratégias mais eficientes de prevenção, preparação do risco de incêndio e criar sociedades e ecossistemas mais resilientes".

O projecto parte do pressuposto de que os "incêndios extremos não são uma inevitabilidade" e defende, por isso, que "as comunidades e as sociedades têm que se prevenir e se preparar, atempadamente, para este tipo de eventos".

Em síntese o Firext assenta no conceito "fire smart territories" (território inteligente ao fogo), através de uma abordagem social-ecológica em todas as etapas da gestão dos incêndios, principalmente as de prevenção e preparação.

De acordo com o programa divulgado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, os especialistas vão também fazer uma abordagem ao grande incêndio de Pedrogão que, em Junho, vitimou 66 pessoas.

A tragédia de Pedrogão Grande vai ser analisada e debatida em várias vertentes, desde a meteorologia, o clima, o comportamento do fogo e a sua severidade e o impacto na comunidade.

A conferência, que terá lugar no auditório da Biblioteca Central da UTAD, conta com a participação de investigadores das universidades de Vila Real, Porto, Coimbra e Geórgia (Estados Unidos da América).


Arganil prepara um modelo de reflorestação que olha para a floresta no seu todo


14.01.2018 às 10h29


Modelo está a ser desenvolvido em várias componentes numa parceria com a Escola Agrária de Coimbra, o Instituto Superior de Agronomia (ISA) e uma docente da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Sílvia Benedito. É uma resposta aos incêndios de outubro

A Câmara de Arganil está a preparar um "modelo equilibrado de reflorestação do território", criado com a ajuda de instituições de ensino superior e em que não se esquece o património paisagístico da floresta.

"Logo após o incêndio percebemos que esta circunstância nos obrigava a ser ativos e a apontar caminhos. Foi nesse sentido que decidimos começar a trabalhar com instituições do ensino superior para definir um modelo equilibrado de reflorestação do território", disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Luís Paulo Costa.

Neste concelho do distrito de Coimbra, onde está uma parte significativa da serra do Açor, a autarquia quer uma mudança na floresta, depois de o incêndio de outubro ter consumido grande parte da mancha florestal.

O modelo está a ser desenvolvido em várias componentes numa parceria com a Escola Agrária de Coimbra, o Instituto Superior de Agronomia (ISA) e uma docente da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Sílvia Benedito.

Segundo Luís Paulo Costa, a intervenção divide-se em três vetores: a proteção das aldeias (contributo da Agrária de Coimbra), a reflorestação do território (com ajuda do ISA) e a floresta como património paisagístico (contributo de Sílvia Benedito).

Para o autarca, é necessária uma perspetiva integrada da floresta, que não olhe apenas para a economia, mas para a paisagem e para a proteção das populações.

Luís Paulo Costa dá o exemplo da aldeia de Soito da Ruiva, onde foi possível identificar "um conjunto de socalcos que estavam escondidos pela floresta", bem como "doze moinhos".

"Tem de se considerar a paisagem. Não é só floresta. Há que assumir que algumas áreas na proximidade das aldeias possam ter outras coisas que não floresta. Por exemplo, introduzindo-se a pastorícia, permite-nos ter os socalcos com vegetação controlada", fundamentou, acrescentando que a paisagem fica mais aprazível.

Já na área da proteção das aldeias, o município pretende que o modelo estimule a organização de cada uma das aldeias e crie perímetros de proteção.

Segundo Luís Paulo Costa, há a perspetiva de ter o modelo finalizado até ao final de janeiro para poder depois ser discutido com parceiros, como juntas de freguesia ou comissões de melhoramentos das aldeias.

"Há que envolver as pessoas", defendeu.

O autarca sublinha ainda que olha com "alguma apreensão" para o reordenamento florestal, considerando que o mesmo tem que avançar o mais rapidamente possível.

"Há propriedades florestais com dois ou três mil metros quadrados. Isso não permite fazer uma gestão planificada e profissional da floresta", notou.

Relativamente à reconstrução das casas de primeira habitação, há 118 destruídas, sendo que 18 processos já foram submetidos à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), seis dos quais já validados.

Além disso, já está a ser executada a obra "em nove habitações", acrescentou.

Grande parte da Mata Nacional da Margaraça deverá recuperar do fogo de outubro de 2017, já que houve uma regeneração "na ordem dos 80% da área ardida", explicou.

"Na mata, foi um fogo rasteiro que ardeu de forma lenta, enquanto na floresta de pinheiro e eucalipto foi um fogo com altura superior a dez metros e uma violência muito maior", frisou.

Os fogos de outubro em vários concelhos do país, que surgiram em zonas florestais e atingiram sobretudo a região Centro, fizeram 45 mortos e dois desaparecidos, além de cerca de 70 feridos.

Ainda existem 57 municípios sem planos de defesa da floresta

Há 57 municípios sem planos de defesa da floresta


Foto: MANUEL DE ALMEIDA / LUSA



O secretário de Estado das Florestas disse esta quarta-feira que "ainda existem 57 municípios que não têm Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios aprovados".

"Lançámos um alerta, fizemos um contacto com cada um dos municípios e disponibilizámos uma equipa do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] para acompanhar a preparação do processo para aprovação dos planos [PMDFCI], que se não forem concretizados terão um impacto negativo no orçamento dos municípios", afirmou o governante Miguel Freitas.

No âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, requerida pelo BE, o secretário de Estado das Florestas explicou que a regulamentação dos PMDFCI integra a reforma da floresta, acrescentando que o Governo está focado "na necessidade de, rapidamente, operacionalizar um conjunto de medidas [...],todas aquelas que são necessárias para que o ano de 2017 não se repita".

"O país não está satisfeito com a floresta que tem. Temos que mudar, temos que fazer aquilo que é preciso para que a floresta se ajuste melhor àquilo que são as novas condições que se vivem nos territórios rurais", defendeu o governante, considerando que o último ano foi "trágico" em termos de incêndios florestais, pelo que é preciso tirar "algumas lições" e "pensar o futuro".


Dos 308 municípios portugueses, "ainda existem 57 municípios que não têm PMDFCI aprovados", avançou Miguel Freitas.

Sobre o trabalho do atual executivo após os fogos de 2017, o secretário do Estado das Florestas destacou três prioridades - a preservação dos recursos do solo e da água, os parques de madeira ardida e a proteção das matas públicas.

"A floresta portuguesa está quase toda assente em solos de fraca qualidade e quando ocorrem incêndios o que acontece é que, como não fazemos o trabalho bem feito, perdemos ainda mais solo e perdemos ainda mais qualidade dos solos que temos", advogou o governante.

Neste sentido, Miguel Freitas considerou "essencial" a questão da estabilização de emergência dos solos ardidos, revelando que "existem ainda muros burocráticos" que impedem uma resposta rápida neste âmbito.

Pela primeira vez em Portugal houve ações de estabilização no ano em que os incêndios ocorreram

"Não podemos deixar de transmitir ao país e transmitir àqueles que têm responsabilidade em executar as tarefas de estabilização de emergência, o sentido de urgência", declarou o secretário do Estado, lembrando que foram disponibilizados 50 milhões de euros para intervenções neste âmbito e, "além disso, o ICNF e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), com as autarquias, têm executado ações de estabilização de emergência".

De acordo com o governante, "foram feitas 12 estabilizações de emergência no último ano".

"Pela primeira vez em Portugal houve ações de estabilização no ano em que os incêndios ocorreram", reforçou Miguel Freitas, admitindo que, ainda assim, "é evidente que o que está a ser feito não é o suficiente".

Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e Góis, distrito de Coimbra, a 17 de junho, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, acabou também por morrer. Do incêndio resultaram ainda mais de 250 feridos.

Já as centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e dezenas de feridos. Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Governo aprova criação da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais


HÁ 2 HORAS

O Conselho de Ministros aprovou dois diplomas da estratégia de defesa da floresta e prevenção e combate a incêndios, que visam reforçar a "proteção de pessoas e bens e a resiliência do território".


O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira dois diplomas da estratégia de defesa da floresta e prevenção e combate a incêndios, nomeadamente a Diretiva Única de Prevenção e Combate e a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.

Na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, o ministro da Administração Interna disse que a aprovação destes dois diplomas visa o "reforço do nível de proteção de pessoas e bens e a resiliência do território face à ocorrência de fogos rurais".

Sobre a Diretiva Única de Prevenção e Combate, o ministro Eduardo Cabrita disse que o diploma vai, "pela primeira vez e de forma integrada", aprovar as responsabilidades dos vários participantes no sistema, "melhorando a flexibilidade e coordenação entre eles, desde a fase de planeamento, passando pela prevenção até à supressão dos fogos rurais".


Já a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), que "só funcionará em 2019", vai ter como competências "a análise integrada, o planeamento e a coordenação estratégica do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), incluindo o apoio qualificado à intervenção em eventos de elevado risco".

Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e Góis, distrito de Coimbra, a 17 de junho, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, acabou também por morrer.

Do incêndio resultaram ainda mais de 250 feridos.

Já as centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e dezenas de feridos. Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande.

Tendo em conta outros incêndios no ano passado, registaram-se pelo menos 116 vítimas mortais em fogos de origem florestal.

Os últimos três anos foram os mais quentes desde que há registo


HÁ 2 HORAS

A temperatura baixou ligeiramente de 2016 para 2017, mas a tendência continua a ser para temperaturas altas. Dos 18 anos mais quentes desde que há registo, 17 foram neste século.

"O aquecimento do Ártico tem sido especialmente alto e isto vai ter repercussões profundas e duradouras no nível média de água do mar", disse o secretário-geral da OMM
Mosvold Larsen/AFP/Getty Images

A temperatura do planeta Terra continua em valores recorde. Segundo a NASA e Organização Mundial de Meteorologia (OMM), 2017 foi o segundo ano mais quente desde 1880, quando começaram a ser feitos os registos.

A conclusão da NASA e da OMM vem confirmar que os últimos três anos foram os mais quentes desde que há registo.

Segundo a OMM, a temperatura média à superfície de 2017 foi 1,1 graus Celsius acima dos níveis da era pré-industrial — tal como já tinha acontecido em 2015. Em 2016, o ano mais quente desde que há registo, a temperatura média excedeu os valores de 1880 em 1,2 graus Celsius.

Temperatura média desde 1950, em relação ao ano de 1880. A vermelho, os anos em que houve El Niño. A azul, os anos em que houve La Niña. A cinzento, os anos em que não houve nenhum. (Fonte: Organização Mundial de Meteorologia)

Porém, 2017 foi o ano mais quente desde que há registo se forem tido em contas apenas os anos em que não houve El Niño, fenómeno meteorológico que pode aumentar as temperaturas.

Apesar de a temperatura média ter descido 0,1 graus Celsius de 2017 para 2016, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, aponta para a tendência geral de aquecimento. "A tendência de [subida de] temperatura a longo prazo é mais importante do que a classificação de cada ano, e essa tendência é de subida", disse o responsável num comunicado de imprensa da OMM. "17 dos 18 anos mais quentes desde que há registo foram todos neste século e o grau de aquecimento durante os últimos três anos foi excecional."

O secretário-geral da OMM disse ainda que "o aquecimento do Ártico tem sido especialmente alto e isto vai ter repercussões profundas e duradouras no nível média de água do mar e nos padrões meteorológicos noutras partes do mundo".

Governo assume como “prioridade absoluta” limpeza do mato até maio


HÁ 2 HORAS

O ministro da Administração Interna assumiu como "prioridade absoluta" a limpeza do mato até maio, destacando o reforço no domínio da prevenção de incêndios florestais.

O ministro da Administração Interna assumiu esta quinta-feira como "prioridade absoluta" a limpeza do mato até maio. Eduardo Cabrita considerou que a responsabilidade deve ser "de todos" os cidadãos e destacou o reforço no domínio da prevenção de incêndios florestais.

"Não deixaremos de fazer tudo para que, no domínio da prevenção, no domínio da preparação para um melhor combate, se faça este ano – como tem dito o senhor primeiro-ministro — tudo aquilo para que nada seja como antes nesta matéria", declarou Eduardo Cabrita.

Na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministro, o governante disse que estão identificadas 19 áreas de maior risco de incêndios florestais, numa lista "que será subsequentemente divulgada a todos", assim como os municípios, as freguesias e as aldeias em que se verifica um maior risco.


"Para todos os cidadãos, a maior prioridade agora é a sensibilização para a prevenção", defendeu o tutelar da pasta da Administração Interna, indicando que deve existir um "esforço nacional" neste domínio para que, "com meios reforçados, previstos no Orçamento do Estado, se programe o combate e se prepare a transição para um modelo diferente, um modelo que permitirá sobretudo uma intervenção acrescida na área florestal".

Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e Góis, distrito de Coimbra, a 17 de junho, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, acabou também por morrer.

Do incêndio resultaram ainda mais de 250 feridos.

Já as centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e dezenas de feridos. Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande.

Tendo em conta outros incêndios no ano passado, registaram-se pelo menos 116 vítimas mortais em fogos de origem florestal.

Produtores de pera rocha pretendem atingir 100 milhões em exportações em 2019

17/1/2018, 12:22

Os produtores de pera rocha esperam atingir os 100 milhões de euros em exportações em 2019. Entre janeiro e novembro de 2017, as exportações de pera rocha ultrapassaram os 82 milhões de euros.


A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) disse esta quarta-feira que espera atingir 100 milhões de euros de exportações em 2019, sustentando o aumento em ações de promoção internacional.

"Entre janeiro e novembro de 2017, as exportações de pera rocha ultrapassaram os 82,4 milhões de euros, um aumento de 19% em comparação com 2016. Com as ações de promoção e divulgação previstas, a ANP espera alcançar os 100 milhões de euros de exportações em 2019, o que equivale a um crescimento de 21% face ao valor atual das vendas internacionais deste fruto", referiu, em comunicado, a associação.


De acordo com os dados disponibilizados pela ANP, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha e Marrocos são os principais destinos de pera rocha, absorvendo 81% do valor total das exportações nacionais.

O projeto de promoção global da pera rocha nos mercados externos é cofinanciado pelo Compete 2020, no âmbito do Programa Operacional de Competitividade e Internacionalização. No total, está previsto um investimento global de 430.902 euros, sendo que cerca de 85% do valor é financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Entre as ações de promoção internacional previstas, encontra-se a presença na feira de produtos hortofrutícolas 'Green Week' (Semana Verde), que vai decorrer em Berlim entre os dias 19 e 28 de janeiro.

Seca e incêndios causam mais emissões e agravamento da qualidade do ar em 2017


HÁ 6 MINUTOS

A seca e os incêndios tiveram reflexo nas emissões de dióxido de carbono, que terão aumentado, levando a um agravamento da qualidade do ar em 2017.

A seca e os incêndios tiveram reflexo nas emissões de dióxido de carbono, que terão aumentado, levando a um agravamento da qualidade do ar, em 2017 relativamente a 2016, disse esta quinta-feira o secretário de Estado do Ambiente.

"Em 2017, vamos ter um agravamento das emissões, com isso a influenciar algum agravamento da qualidade do ar", avançou Carlos Martins, falando aos jornalistas, em Lisboa, à margem da apresentação do Relatório do Estado do Ambiente 2017 (REA), referente a dados de 2016.


O governante explicou que a qualidade do ar em 2016 "tinha sido a melhor algum dia registada com muito menos dias sem a classificação de bom", ou seja, com menos de bom.

O ano passado "não trará, com certeza, essa trajetória porque, infelizmente, houve ocorrências em algumas zonas do país que habitualmente" apresentam uma boa qualidade do ar, e agora "terão tido períodos ou dias afetados", especificou.

Durante a sessão de apresentação do REA, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, referiu que as 69 milhões de toneladas de dióxido de carbono atingidas representaram uma descida relativamente a anos anteriores, mas que "em 2017, devido à seca e aos fogos florestais, os números vão elevar-se para próximo daqueles atingidos em 2005", devendo atingir "cerca de 80 milhões de toneladas".

Os incêndios florestais de 2017, que causaram 116 mortos e uma das maiores áreas ardidas de sempre, exigiram uma mudança do 'mix energético', com alterações no desempenho das renováveis, nomeadamente das barragens.

"Limitamos a partir de maio a produção de energia elétrica a partir das soluções hídricas para garantir, por um lado, a rega e, por outro, o abastecimento público de água às populações, como prioridades máximas", referiu o secretário de Estado do Ambiente.

Os produtores de energia tiveram de encontrar outras fontes alternativas para que a eletricidade não faltasse na casa dos consumidores, nomeadamente o carvão e o gás natural que, sobretudo o primeiro "agrava a qualidade do ar", acrescentou.

Quando estiverem disponíveis os dados sobre 2017, resumiu o responsável, "trarão uma trajetória, um valor que será penalizante".

O REA 2017 reporta "uma fotografia de 31 de dezembro de 2016 e ainda não reflete as implicações da seca e dos incêndios florestais", fez questão de referir o secretário de Estado, recordando que estão a ser feitos esforços para que as estatísticas relacionadas com o Ambiente passem a disponibilizar dados mais atuais.

Aquele documento, disponibilizado no 'site' na internet da APA na semana passada, abrange dados sobre economia e ambiente, energia e clima, transportes, ar e ruído, água, solo e biodiversidade, resíduos e riscos ambientais.

Ministério da agricultura garante que levou questão da seca a Bruxelas em junho


17 DE JANEIRO DE 2018 - 18:21
Comissão Europeia diz que, até dezembro, as autoridades portuguesas "não solicitaram qualquer apoio em relação às secas".


O ministério da agricultura garante que levou a questão da seca a Bruxelas em junho, contrariamente ao que afirma a comissária europeia para a Política Regional, Corina Cretu.

Em resposta à questão do eurodeputado Fernando Ruas sobre possíveis apoios a Portugal no combate aos efeitos da seca, a comissária escreveu, numa carta datada de 8 de dezembro de 2017, que "até ao presente, as autoridades portuguesas ainda não solicitaram qualquer apoio em relação às secas".

Fernando Ruas admite que não esperava essa resposta.

Contactado pela TSF, o ministério da agricultura assegura que em junho do ano passado o Governo levou o tema da seca à reunião do Conselho de Ministros da Agricultura da União Europeia, que teve como objetivo, precisamente, aprovar medidas de apoio aos agricultores afetados pela situação de seca.

Na carta enviada a Fernando Ruas, a comissária europeia também recomenda que Portugal avalie a vulnerabilidade e os riscos climáticos das barragens e aposte noutras fontes de energia.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Governo diz que há “cerca de 100 mil hectares abandonados de eucalipto” em Portugal


17/1/2018, 19:10

A área florestal portuguesa tem "cerca de 100 mil hectares abandonados de eucalipto", afirmou o secretário de Estado das Florestas, que defendeu a reconversão destas plantações.

A área florestal portuguesa tem "cerca de 100 mil hectares abandonados de eucalipto", afirmou esta quarta-feira o secretário de Estado das Florestas, defendendo a reconversão destas plantações quando estão em áreas inadequadas em termos de produtividade.

"É fundamental olhar para esses 100 mil hectares abandonados, mantendo eucalipto naquelas áreas onde a produtividade assim o permite e reconvertendo as áreas que não são as mais adequadas para a plantação de eucalipto", declarou Miguel Freitas.


No âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, requerida pelo BE, o governante anunciou a abertura de uma medida agroflorestal direcionada à zona piloto do Pinhal Interior para que se inicie o processo de substituição de áreas de eucalipto e de pinheiro por folhosas de crescimento lento.

"Em Pedrógão Grande, vamos abrir um primeiro anúncio, muito rapidamente, para fazer a substituição de áreas de eucalipto e de áreas de pinheiro por folhosas de crescimento lento", avançou o secretário de Estado das Florestas, explicando que o objetivo é "criar descontinuidade e diversificação do mosaico da floresta portuguesa".

Neste âmbito, o Governo pretende ainda adotar medidas para atrair o investimento dos proprietários florestais nas espécies de crescimento lento.

Respondendo às criticas do deputado do PSD Maurício Marques de que "nem as matas nacionais foram poupadas" nos fogos do último ano, Miguel Freitas afirmou que "nenhum fogo em matas públicas se iniciou dentro de uma mata pública".

"Nenhum fogo numa mata pública deu-se antes de quatro horas daquilo que foi o início do incêndio. Quando os fogos chegaram às matas públicas já iam de tal forma que era muito difícil pará-los", frisou o governante, defendendo que "as matas públicas estão muito melhor geridas do que a maioria da floresta portuguesa".

Segundo o titular da pasta das Florestas, "até ao dia 14 de outubro havia 20 hectares ardidos nas matas públicas", pelo que a maior área ardida nas matas públicas se deveu à "excecionalidade" do dia 15 de outubro, particularmente no litoral centro do país.

"Evidentemente, é preciso mais recursos, é preciso fazer melhor", reconheceu Miguel Freitas.

Na audição parlamentar, o secretário de Estado das Florestas disse ainda que está a preparar "uma reforma profunda do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], no sentido da territorialização".

"Temos dois meses para conhecer, exatamente, aquilo que será o futuro ICNF", adiantou.

Relativamente à madeira ardida nos fogos do último ano, o governante referiu que "há cerca de dois milhões de toneladas de madeira boa ainda no terreno", indicando que "ainda esta semana" serão constituídos "parques de madeira, cuja grande prioridade é a madeira de serração".

"Toda a madeira de qualidade deve ser tirada e deve ser parqueada", defendeu Miguel Freitas, explicando que se trata de madeira de pinho, em que das duas toneladas existentes, uma tonelada é de madeira pública e a outra tonelada é de madeira privada.

De acordo com o secretário de Estado das Florestas, a ideia do parqueamento visa "evitar aumentar as importações de madeira de pinho" até 2020.

Além destes parques, o Governo pretende criar "um parque de madeira do ICNF para armazenar 100 mil toneladas de madeira", de forma a "agir sempre que necessário nas matas públicas".

"Há um preço mínimo para a madeira de serração de 25 euros ao produtor mais quatro euros que o Estado vai dar ao produtor, portanto o produtor receberá sempre no mínimo 29 euros por tonelada de madeira de serração", afirmou Miguel Freitas, explicando que a madeira será entregue a 46 euros no parque para garantir o custo da operação ao madeireiro.

Relativamente aos resineiros, o Governo está a preparar um programa para apoiar, "ainda este ano", estes profissionais da área florestal.

"Vamos ter um trabalho com os resineiros, no sentido de os manter 12 meses na floresta", informou o governante, precisando que a ideia é que estes profissionais desenvolvam "uma atividade a favor da floresta", prestada como um serviço público, quando não estiverem a desenvolver a sua atividade económica.

"Portugal não pode dar-se ao luxo de perder mais qualidade de solo"


16 DE JANEIRO DE 2018 - 19:45

Portugal tem de "andar depressa" em matéria de estabilização da emergência, alerta Miguel Freitas.


O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, disse que "Portugal não pode dar-se ao luxo de perder mais qualidade de solo".

O secretário de Estado, que discursava na sessão de encerramento da conferência "Reinventar a Floresta, Reconstruir Oportunidades", descreveu as várias políticas que estão a ser implementadas, frisando e apelando ao "empenhamento de todos".

"Tivemos cerca de 500.000 hectares ardidos em Portugal e a nossa preocupação foi a ideia de que a estabilização de emergência é uma ideia essencial para o país, isto é preservar recursos. Não nos podemos dar ao luxo de perder mais qualidade de solo. Temos de andar depressa. Não podemos continuar a permitir que o mundo da burocracia não permita agir no tempo certo em matéria de estabilização da emergência", disse Miguel Freitas.

O governante contou que no próximo dia 23 será dado "o primeiro passo para construir os contratos com as organizações de produtores florestais" e falou em "alteração profunda na relação entre o Estado e os baldios".,

"Não nos conformamos com a ideia de que o Estado deve sair da gestão dos baldios. Queremos apoiar uma gestão profissional dos baldios", disse.

Quanto à fileira do pinho que está, disse, "a viver momentos muito difíceis", também durante esta semana será lançado o anúncio para a abertura dos parques de madeira que permitirão, garantir preço justo aos produtores.

Segundo Miguel Freitas, o objetivo é evitar aumentar o 'gap' em termos de importação de pinho em Portugal.

"Temos de dar respostas às questões mais importantes da floresta. Está a ser criada a diretiva sobre proteção da floresta. Pela primeira vez não haverá fronteira entre prevenção e combate. E pela primeira vez haverá tanto dinheiro para prevenção como para o combate", descreveu.

O governante também explicou que a criação de gabinetes técnicos intermunicipais será anunciada quarta-feira, sendo que esta medida obedecerá a uma "coerência territorial", sendo objetivo "coordenar os gabinetes municipais e eleva-los à escala intermunicipal".

Por fim, Miguel Freitas apontou que a tutela vai abrir concurso para que as comunidades intermunicipais criarem Brigadas de Sapadores Florestais e enumerou outras medidas como os programas de fogo controlado ou os apoios à silvopastorícia.

Antes, o secretário de Estado ouviu o novo presidente da Forestis -- Associação Florestal de Portugal, que foi quem organizou a conferência no Porto, pedir-lhe que fosse cumprido um despacho datado de 2009 que instituía o premio nacional José Moreira da Silva.

Braga da Cruz, presidente da Forestis que tomou posse esta tarde, apelou a que Portugal tenha níveis mais elevados de floresta certificada e prometeu que a entidade que representa apostará em medidas de prevenção de incêndios e redução do material combustível, entre outros aspetos.

"A sua [dirigindo-se ao secretário de Estado] presença pode ser interpretado como de expectativa em relação ao trabalho da Forestis, mas também afirmo que saberemos denunciar aquilo que nos parecer disfuncional e prejudicial para as associações florestais", referiu Braga da Cruz.

Já o antecessor, agora ex-presidente, Francisco Carvalho Guerra, pediu mais apoios para a Forestis, apontando que só por uma vez esta associação recebeu uma verba estatal.

Governo vai criar "cabras sapadoras" para gestão de combustível florestal


"Pela primeira vez em Portugal, vamos ter uma directiva operacional que mostra bem aquilo que se vai fazer quer em combate quer em prevenção", diz secretário de Estado das Florestas.
LUSA 17 de Janeiro de 2018, 17:51 Partilhar notícia

O Governo vai avançar este ano com projectos-piloto de "cabras sapadoras" com rebanhos dedicados à gestão de combustível florestal na rede primária, anunciou o secretário de Estado das Florestas, destacando o reforço na prevenção de incêndios.

"A questão silvo-pastoril é essencial, por isso vamos fazer projectos-piloto este ano de chamadas 'cabras sapadoras'", declarou Miguel Freitas, explicando que o Governo vai intervir na rede primária através da componente mecânica com o fogo controlado e através da componente biológica com silvo-pastorícia.

Grandes incêndios de 2017 afectaram mais de dez mil postos de trabalho


Segundo o governante, as organizações de produtores florestais são "os parceiros privilegiados" para a defesa da floresta contra incêndios.

No âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, requerida pelo BE, o secretário de Estado das Florestas lembrou que já foram disponibilizados 17 milhões de euros para executar acções de defesa da floresta contra incêndios, destinados essencialmente à rede primária.

"Temos 130 mil hectares para executar", referiu o governante, acrescentando que "estão feitos apenas 40 mil hectares" e a expectativa é "nos próximos três anos poder executar a totalidade da rede primária da defesa da floresta contra incêndios".

Aos 17 milhões disponíveis neste âmbito "serão somados 15 milhões para executar este ano cerca de mil quilómetros de rede primária de defesa da floresta contra incêndios e manter 20 mil hectares da rede primária que está executada", indicou Miguel Freitas.

De acordo com o titular da pasta das Florestas, o país vai ter, "pela primeira", um equilíbrio orçamental entre a prevenção e o combate aos incêndios florestais.

Provedora da Justiça endereçou ao Governo 16 pedidos de pagamento de indemnizações a vítimas dos incêndios

O governante referiu ainda que o país vai ter igualmente uma directiva única de prevenção e combate aos fogos. "Pela primeira vez em Portugal, vamos ter uma directiva operacional que mostra bem aquilo que se vai fazer quer em combate quer em prevenção. Até agora, a directiva operacional era apenas de combate", declarou o secretário de Estado das Florestas.

Questionado pelos deputados do PSD sobre como é que o Governo vai garantir que a Infraestruturas de Portugal cumpre a lei para a limpeza das faixas de gestão de combustível florestal, Miguel Freitas disse que a empresa pública já abriu um concurso, no valor de 18 milhões de euros, para fazer a limpeza da rede viária, considerando que "há uma grande determinação para avançar com a limpeza".

Agricultores e produtores florestais protestam por novas medidas de apoio

16.01.2018 18:39 por Lusa 0

Organizações anunciaram que os lesados pelos incêndios irão "protestar publicamente" se o Governo não responder às suas reclamações.

MANUEL DE ALMEIDA / LUSA

Agricultores afectados pelos incêndios de 2017 exigiram hoje novas medidas e a correcção das ajudas em vigor, tendo três organizações anunciado que os lesados irão "protestar publicamente" se o Governo não responder às suas reclamações.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) e o Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM) enviaram hoje um documento com várias exigências ao ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e à Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da República.

Num comunicado conjunto, as três estruturas pedem "a reabertura urgente das candidaturas simplificadas durante um mês, no mínimo com os apoios anteriores, de maneira a que quem não se candidatou tenha a possibilidade de o fazer", defendendo ainda que "quem não se candidatou" à medida 6.2.2. do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), para "reposição do potencial produtivo das explorações", o possa igualmente fazer "pelo menos até Julho".

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Segurança Social prestou 7.400 atendimentos às vítimas dos incêndios Nalguns casos, os titulares das explorações "só na altura das férias se podem dedicar à tarefa mais complexa que comporta esse tipo de candidaturas", justificam.

Outra das exigências é a "correcção dos critérios e valores desadequados impostos pelo Ministério da Agricultura, Florestas e do Desenvolvimento Rural (MAFDR) e pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP)", para as candidaturas simplificadas até 5.000 euros e para as candidaturas ao PDR 2020 acima deste valor.

A CNA, a ADACO e o MAAVIM, este com sede no concelho de Tábua, querem "medidas urgentes de apoio para florestação e replantação, incluindo áreas comunitárias, no sentido de repor o material produtivo com prioridade para a floresta multi-funcional".

Já os apoios financeiros para os produtores florestais e os "parqueadores da madeira salvada" (queimada) devem ser "completados pelo pagamento" por parte do MAFDR e do IFAP "dos diferenciais entre os preços reais e os preços agora definidos ao alto na mata e à entrada dos parques, tendo também em conta os preços de compra a praticar no escoamento da madeira pelas fábricas de serração ou de trituração".

É igualmente preconizada "a criação e gestão pelo Governo, em colaboração com autarquias e os produtores florestais, de numerosos parques de recepção e comercialização das madeiras salvadas dos incêndios", a fim de garantir "rendimento reparador aos pequenos e médios produtores florestais afectados e assegurar o escoamento controlado da madeira queimada, bem como a limpeza dos terrenos e linhas de água".

"Nos projectos em que se esteja a recuperar plantações ou investimentos" ainda em fase de execução, "o Governo deve assegurar 100% da sua execução (...), alargando o prazo para cumprimento das metas ou, se assim não for, deixar terminar a sua operação sem qualquer penalização", reclamam os representantes dos produtores.

Na sua opinião, "todas estas medidas devem ser colocadas no terreno com urgência", caso contrário "não restará alternativa senão a de protestar publicamente e a curto prazo", anunciam a CNA, a ADACO e o MAAVIM. 

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Portugal defende apoio às regiões ultraperiféricas fora da PAC

Dinheiro Vivo/Lusa 15.01.2018 / 18:52 

O ministro da Agricultura reuniu-se hoje, em Tenerife, com os seus homólogos de Espanha e França. 

O ministro da Agricultura reuniu-se hoje, em Tenerife, com os seus homólogos de Espanha e França, onde acordaram que os apoios à agricultura das Regiões Ultraperiféricas (RUP) deve ser realizado fora da Política Agrícola Comum (PAC). 

"É estratégia destes três países que a negociação sobre o envelope financeiro das regiões ultraperiféricas seja acordado fora do pacote da Política Agrícola Comum", afirmou à Lusa Capoulas Santos, salientando que este é um objetivo a atingir num contexto "muito difícil e onde somos confrontados com as consequências do 'Brexit', que certamente, irão ter um impacto financeiro negativo no futuro orçamento da União Europeia". 

De acordo com o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, trata-se de uma matéria que apenas afeta três Estados-membros e, por isso, é importante que exista "um canal de comunicação" entre os interessados, de modo a ir ao encontro dos objetivos do tratado fundador da União Europeia, que consagra um apoio específico às regiões insulares ou com dupla insularidade, como é o caso da Madeira e dos Açores.


 "Tratou-se de delinear estratégias […] para que os países que têm interesses comuns nestas matérias possam influenciar as políticas europeias […] que, no caso das regiões ultraperiféricas, têm como objetivo principal, garantir os meios financeiros para depois de 2020", sublinhou. De acordo com Capoulas Santos, houve ainda uma reunião da comissão mista, designada "Amigos da Banana", formada por representantes dos Governos das RUP dos três países. 

"Nos últimos anos, a União Europeia tem vindo a proceder a uma abertura de mercado, especialmente da América latina e de África, que tem vindo a provocar uma pressão em baixa sobre os preços da banana europeia, que tem requisitos de qualidade e custos de produção mais elevados e, portanto, essa compensação tem que ser garantida no futuro e daí desde já a importância de manter uma troca de informações entre os países e a Comissão Europeia", considerou.

App chinesa que vende vegetais vale quase 3 mil milhões de dólares


12/1/2018, 23:52

A aplicação para smartphone, Meicai, está agora avaliada em 2,8 mil milhões de dólares. Esta app chinesa permite a venda de vegetais a restaurantes, diretamente dos produtores.


Uma aplicação chinesa que ajuda os agricultores a vender vegetais aos restaurantes vale quase três mil milhões de dólares. Chama-se Meicai e foi fundada em 2014 com o objetivo de ser a fonte de vegetais de cerca de 10 milhões de pequenos e médios restaurantes.

A startup, sediada em Pequim, já arrecadou 450 milhões de dólares em financiamentos por parte da Tiger Global Management e da China Media Capital. A empresa, que procura expandir-se no mercado dos vegetais frescos, está agora avaliada em 2,8 mil milhões de dólares. Segundo a Bloomberg Technology, a Genesis Capital é também uma das empresas investidoras.


A app, cujo nome significa "vegetal bonito", permite que os proprietários dos restaurantes solicitem certos vegetais, como beringela ou repolho-chinês — bok choy, no seu nome original –, diretamente das quintas.

Meicai é a única aplicação que tem como principal objetivo terminar com o método tradicional de venda destes produtos, que incluem sempre a existência de intermediários.

As empresas chinesas constituem uma enorme potência no mercado: no ano passado, cinco dos maiores 10 negócios a nível mundial foram em empresas chinesas, enquanto nos EUA foram apenas dois. De acordo com o centro de pesquisa e base de dados Preqin, foram investidos na China um total de 65 mil milhões de dólares em comparação com os 77 mil milhões investidos na América do Norte.

Área de produção de milho geneticamente modificado caiu 12% em 2016


12/1/2018, 15:58
"Portugal viu a sua área de produção de milho geneticamente modificado diminuir, em 2016". O Alentejo foi a região que apresentou a maior área de cultivo de milho geneticamente modificado.


A área de produção de milho geneticamente modificado desceu 12% em 2016, na comparação com o ano anterior, para sete mil hectares, mantendo-se o Alentejo com a maior superfície, revela a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

O Relatório do Estado do Ambiente 2017 (REA), disponível no 'site' da APA, refere que "Portugal viu a sua área de produção de milho geneticamente modificado diminuir, em 2016, cerca de 12% relativamente a 2015".

Tal como nos anos anteriores, em 2016, o Alentejo foi a região que apresentou a maior área de cultivo com milho geneticamente modificado, ao atingir 3.345,9 hectares, seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo, com 2.124,9 hectares.

A produção deste organismo geneticamente modificado (OGM) teve um pico em 2012, apresentando desde essa data uma tendência decrescente, com exceção para 2014.

Na União Europeia, em 2016, a área de cultivo de milho geneticamente modificado aumentou cerca de 16,7% relativamente ao ano anterior, abrangendo 136.350,8 hectares.

Ministro da Agricultura diz que capacidade de reprodução da vespa asiática tem sido “impressionante”


13/1/2018, 16:30402

O ministro da Agricultura considerou "impressionante" a capacidade de reprodução da vespa asiática, apesar dos esforços das autoridades em localizar e destruir ninhos.


O ministro da Agricultura Capoulas Santos considerou este sábado "impressionante" a capacidade de reprodução da vespa asiática em Portugal, reconhecendo que tem havido uma expansão daquela espécie apesar dos esforços das autoridades em localizar e destruir ninhos.

"Efetivamente tem havido uma expansão, apesar de todo o esforço que tem vindo a ser feito para identificar e destruir os ninhos de vespa asiática. A sua capacidade de reprodução, pela ausência de predadores, tem sido de facto impressionante", disse Capoulas Santos à agência Lusa em Vila Nova de Poiares, distrito de Coimbra.


Em declarações à margem da sessão comemorativa do 120º aniversário da restauração definitiva do concelho de Vila Nova de Poiares, o titular da pasta da Agricultura lembrou que o Governo está a "reequacionar" o programa de combate à vespa asiática com base numa comissão de acompanhamento que vai avaliar a estratégia para fazer face a esta espécie invasora, avistada já em 12 distritos, apesar das tentativas de controlo dos últimos dois anos.

A vespa velutina é uma espécie asiática com uma área de distribuição natural pelas regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região norte de Portugal.

Os principais efeitos da presença desta espécie não indígena manifestam-se não só na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas, mas também para a saúde pública, porque, embora não sendo mais agressivas do que a espécie europeia, reagem de modo muito agressivo se sentirem os ninhos ameaçados, podendo fazer perseguições até algumas centenas de metros.

"É uma ameaça à nossa biodiversidade, em particular para as abelhas melíferas, que têm um papel importantíssimo na polinização. Teremos de levar mais longe o esforço, juntamente com a Proteção Civil e as autarquias, para identificar e destruir esta praga que infelizmente nos atingiu", frisou Capoulas Santos.

O ministro da Agricultura avisou, no entanto, que a identificação e destruição de ninhos da vespa asiática "é uma atividade perigosa", não só pelas características da espécie, como pelos ninhos estarem localizados, "muitas vezes, em árvores de grande altura".

"E a sua manipulação e destruição implica meios, muitas vezes dispendiosos, para os quais é necessário dar resposta. Temos de nos mobilizar, ministério da Agricultura, autarquias, organizações da sociedade civil, Proteção Civil por forma a tentar suster esta praga que nos atingiu há seis ou sete anos atrás e que não tem parado de progredir no nosso território", argumentou Capoulas Santos.

Um despacho publicado em Diário da república a 06 de outubro de 2017 criou a comissão de acompanhamento da vespa asiática refletindo o objetivo do Ministério da Agricultura, liderado por Luís Capoulas Santos, de obter uma avaliação da estratégia de combate a esta espécie invasora.

A comissão é presidida em conjunto por representantes da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), integrando elementos das várias direções regionais de agricultura, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Direção-Geral de Saúde, Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (GNR-SEPNA), Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) e associações dos municípios (ANMP) e das Freguesias (ANAFRE).


segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Acidentes com tractores. Morre um agricultor por semana nos últimos cinco anos


15 jan, 2018 - 18:15 • João Carlos Malta , Teresa Abecasis

Em 2017 morreram 61 pessoas que conduziam um tractor, revelam dados da GNR enviados à Renascença. Muitas mortes poderiam ser evitadas.

No ano passado, morreram em Portugal 61 agricultores em acidentes de tractor. Em média são cinco mortes por mês, revelam os dados enviados pela GNR à Renascença.

Os distritos mais fustigados pelos acidentes mortais são os de Bragança, com 10 vítimas, seguidos de Guarda, Leiria e Porto, todos com seis mortos. A contabilidade da GNR não inclui as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Os números configuram uma redução de 14% em relação a 2016, mas não apagam os registos negros dos últimos cinco anos: em média há uma vítima mortal por semana.

Regista-se uma média de seis feridos graves por mês desde 2013, num total de 330 nos últimos cinco anos.

Somando os números de vítimas mortais de 2013 a 2017, morreram em Portugal 358 pessoas em acidentes com tractores.

A maior parte destes casos ocorre com viaturas sem o "arco de Santo António", uma estrutura de metal que é colocada a ladear o habitáculo do condutor e que impede, em caso de reviramento, que a viatura caia sobre a vítima.

Esta estrutura só é obrigatória para viaturas vendidas a partir de 1994. A maior parte das viaturas tem mais de 20 anos e não possui o dispositivo. Entidades como a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confragi) criticam a burocracia e os custos envolvidos na aplicação do "arco de Santo António".

Os dados conhecidos permitem perceber que estes acidentes ocorrem sobretudo no Centro e Norte, em viaturas já antigas e com condutores com mais de 65 anos.

Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, o capotamento é a causa de morte de dois em cada três acidentes com tractores agrícolas.

Os números de 2014 da mesma entidade dizem que um acidente com tractor é oito vezes mais mortal do que a de um acidente com um veículo ligeiro ou pesado.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Os cereais do pequeno-almoço têm menos açúcares, mas ainda há muito a fazer


Exigências dos consumidores obrigam a multinacional Nestlé a alterar as suas receitas e ingredientes. Novos produtos à venda a partir do início do ano

 Bárbara Wong
BÁRBARA WONG 12 de Janeiro de 2018, 16:56 Partilhar notícia

Menos açúcares, mais aromas naturais e cereais integrais. São estas as principais alterações às receitas dos cereais de pequeno-almoço da Nestlé. A partir deste mês há novas embalagens a pensar em consumidores mais exigentes, preocupados não só com a saúde, mas também com um planeta mais sustentável.

"Quem não consome cereais ao pequeno-almoço continua a pensar que estes têm muito açúcar e são muito processados", refere Daniela Grave, gestora de portefólio da Nestlé, com base em inquéritos feitos aos consumidores. As declarações são feitas durante uma apresentação à imprensa, no início desta semana, onde os jornalistas foram convidados a experimentar os cereais de chocolate Chocapic, feitos segundo a receita de 1997 e a nova, e puderam comprovar, como há 20 anos eram mais doces.

No Bairro Alto, há vida para além da cevada e outros cereais estão a impor-se


Em 1997 havia 12,6g de açúcar por cada 30g de cereais de pequeno-almoço, a receita de 2018 baixou para 8,6g (houve uma redução de 34%, diz a marca). O concorrente directo, que vende menos que a Nestlé, frisa Daniela Grave, tem 9,6g de açúcar por cada 30g de cereais. Estes valores, segundo o nutricionista Pedro Carvalho, professor da Universidade do Porto, ainda são elevados. Os cereais "continuam a ter demasiado açúcar, mas isso é quase uma obrigatoriedade para manterem o sabor. Dificilmente o público infantil os aceitaria caso reduzissem ainda mais o açúcar", diz ao Culto.

No entanto, a Nestlé vai continuar a "optimizar as receitas", responde Ana Leonor Perdigão, responsável de nutrição, saúde e bem-estar da Nestlé. "No futuro continuaremos a renovar e a melhorar as nossas receitas nomeadamente com novas reduções de açúcares, sendo a próxima prevista já para o primeiro semestre de 2019, garantido sempre o sabor inconfundível e tão apreciado  dos cereais de pequeno-almoço Nestlé"

Essa é a grande preocupação da multinacional, como é que se altera uma receita sem defraudar as expectativas dos consumidores? Com muita investigação científica, à procura de soluções mais saudáveis, responde Ana Leonor Perdigão. Uma das primeiras alterações feitas, foi a substituição dos cereais refinados por cereais integrais (que levou ao aumento de 49% do uso de cereais integrais), essa mudança já tem uns anos. "Os cereais integrais são mais interessantes do que os refinados, porque são cereais completos, tal como estão disponíveis na natureza", explica a nutricionista. Outra mudança foi a redução do sal (menos 33%). Em suma, houve uma "melhoria do perfil nutricional dos cereais de pequeno-almoço", resume.

Sem corantes e aromas artificiais
No início deste ano, a Nestlé apresenta mais alterações. Os novos cereais não têm corantes nem aromas artificiais. Estes foram substituídos por corantes e aromas naturais, por isso, os cereais mantêm a mesma aparência. Além disso, o óleo de palma deu lugar ao óleo de girassol – uma exigência sobretudo dos consumidores franceses e espanhóis, conta Daniela Grave, preocupados com o planeta. Esta é uma mudança que também se fez sentir noutros produtos da marca, por exemplo, nos chocolates como o Kit Kat que mantêm o óleo de palma, mas produzido de maneira sustentável.

As embalagens vão ser outras, por isso, os consumidores vão ficar a saber quais são as principias mudanças. Ana Leonor Perdigão lembra, a partir de dados da Direcção-Geral de Saúde e da Associação Portuguesa de Nutricionistas, a importância do pequeno-almoço como a primeira refeição do dia e como esta deve fornecer os nutrientes, energia, sais minerais e vitaminas para um "melhor desempenho físico e intelectual". E como o pequeno-almoço deve incluir cereais – "idealmente integrais", diz –, produtos lácteos e fruta. Como fonte de proteína adicional, pode acrescentar-se ovo, fiambre ou frutos secos, e água como fonte de hidratação. "Esta refeição não tem de ser muito calórica", salvaguarda a especialista. No entanto, deve estar concentrado 20 a 25% do consumo diário de energia.

Ana Leonor Perdigão cita ainda estudos que dizem que quem consome cereais ao pequeno-almoço tem um comportamento alimentar mais saudável. Os consumidores de cereais tendem a consumir menos gordura e sal, saltam menos vezes o pequeno-almoço, são mais activos e têm um estilo de vida mais saudável.

"Sim, os cereias estão mais saudáveis porque [as marcas] têm conseguido fazer todas essas alterações. Se estão suficientemente saudáveis ainda, a resposta é 'não', na minha opinião", avalia Pedro Carvalho, que sugere como alternativa as aveias com sabor, "têm adoçantes a substituir o açúcar", mas "só algumas marcas de suplementos vendem".

tp.ocilbup@gnowb

Nem um projecto para prevenção de enxurradas pós-incêndios foi ainda aprovado


Prazo de candidatura acabou há dois meses. Ambientalistas e produtores florestais queixam-se do atraso e da falta de dinheiro. Ministério da Agricultura diz que as despesas são elegíveis desde a data do processo.

PÚBLICO 12 de Janeiro de 2018, 13:53 Partilhar notícia


São 84 candidaturas, foram entregues dentro do prazo e continuam "em análise", mas dos 12,5 milhões de euros previstos para as obras de estabilização de emergência dos terrenos ardidos entre Julho, Agosto e Setembro não chegou um cêntimo aos agricultores e produtores florestais. A travar o processo estará a falta de uma alínea no regulamento do concurso.

Os empresários ligados à floresta e os ambientalistas queixam-se da inércia do Governo, o Ministério da Agricultura responde que os investimentos não precisam de esperar pelo "ok" oficial porque as despesas são elegíveis desde a data da candidatura. E promete dar resposta a todas as candidaturas até ao final do mês de Fevereiro.

O tempo das árvores


A TSF noticiou esta sexta-feira as preocupações da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais e dos ambientalistas da Quercus, que dizem mesmo que quando os apoios chegarem, as obras já não servem para nada.

Estas obras deveriam servir para proteger as encostas ardidas, prevenindo eventuais derrocadas e enxurradas durante os meses de Inverno em terrenos que perderam a vegetação nos incêndios entre os meses de Junho e Outubro.

João Branco, presidente da Quercus, afirmou que a recuperação dos terrenos "está parada por causa de um erro burocrático, a falta de uma alínea". Salienta que "são medidas de emergência: ou são feitas agora ou no futuro não tem qualquer sentido. Mais vale pegar no dinheiro e limpar o mato para evitar incêndios para o ano."

A ideia é reiterada por Vasco Campos, da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais, que vinca a "urgência" de fazer a estabilização dos terrenos por haver "risco de poluição das águas, elevada erosão e deslizamento de terras".

Sobre o "conselho" do ministério para que os proprietários avancem para as obras de estabilização e depois aguardem pelo pagamento, Vasco Campos avisa que a "maior parte das organizações não tem essa disponibilidade porque não tem a certeza de que a candidatura vai ser aprovada".

Na última semana de Novembro, o Governo quis dar o exemplo e promoveu acções de estabilização em diversas áreas mais problemáticas dos concelhos do Fundão, Oliveira do Hospital e Oliveira de Frades. A intenção era "dar um sinal" aos proprietários e empresários florestais sobre a necessidade de urgência destes trabalhos, que serviriam de exemplo de como "é possível fazer a estabilização de emergência dos terrenos ardidos a baixo preço", disse na altura ao PÚBLICO o secretário de Estado das Florestas. Miguel Freitas calculava o custo em cerca de 500 euros por hectare.

O projecto envolveu o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Protecção Civil, que durante oito dias estabilizaram cerca de 20 hectares de terrenos naqueles três municípios. O concelho de Castanheira de Pera já tinha uma estação-piloto a operar.

As candidaturas para o financiamento das obras de estabilização de emergência foram divididas em três fases: a primeira, dos incêndios de Junho, teve 20 candidaturas aprovadas no valor de dez milhões de euros; a segunda (que está parada e a ser contestada) destinava-se ao período entre Julho e Setembro, teve 84 candidaturas e um envelope de 12,5 milhões de euros; a última encerrou as candidaturas no final de Dezembro e tem um orçamento de 23,5 milhões de euros.

Peso de Trás-os-Montes na produção de azeite cai para quase metade numa década

RUI MANUEL FERREIRA / GLOBAL IMAGENS

O Alentejo, o maior produtor nacional, passou a ser responsável por 71% da produção nacional

A região de Trás-os-Montes continua a ser a segunda maior produtora portuguesa de azeite, mas o seu peso a nível nacional caiu para quase metade numa década, segundo organizações ligadas ao setor.

A evolução e o futuro do setor estão hoje em debate, em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, num encontro promovido pela Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores, associada da CONFAGRI.

Segundo disse à Lusa a secretária-geral da Fenazeites, Patrícia Falcão Duarte, a produção está a aumentar em todo o país, mas enquanto, em 2007, a região de Trás-os-Montes era responsável por 30% da produção nacional, em 2016, esse valor que caiu para 16%. Já no Alentejo, o maior produtor nacional passou a ser responsável por 71% da produção nacional, quando, em 2007, valia 45%.


"Tendo em conta que o azeite é de excelente qualidade queremos perceber o que está a acontecer", indicou a secretária-geral da Fenazeites, organização que lembra que o azeite de Trás-os-Montes é um produto com Denominação de Origem Protegida (DOP) pela União Europeia desde 1996.

Como realça esta organização, "a qualidade destes azeites é mundialmente reconhecida, as suas características fazem dele um produto único, e os inúmeros prémios conquistados têm aumentado o seu prestígio, sobretudo no mercado internacional", pelo que "pode contribuir para aumentar as exportações do país, desde que se consiga manter a dinâmica no setor e o empenho dos produtores".

Esta região gera, neste setor, cerca de 30 milhões de euros para a economia portuguesa e a área de olival e a produção de azeite têm vindo a aumentar, o problema está nas características das explorações, na opinião de Luís Rodrigues, presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, a anfitrião do encontro de hoje.

"Nós temos explorações pequenas e muito divididas, que prejudicam a modernização e apanha da azeitona", concretizou.

Outro problema apontado é "o pouco regadio e mal aproveitado" na região, que faz com que Trás-os-Montes esteja a perder para o Alentejo que tem registado uma "impressionante quantidade de olival" novo, devido ao potencial do Alqueva.

"Estamos (em Trás-os-Montes) a produzir mais, mas estamos a perder na percentagem nacional porque o regadio é fundamental para a agricultura funcionar", afirmou, defendendo que esta terá de ser uma aposta no próximo quadro comunitário de apoio, depois de 2020, que estará em debate no encontro de hoje.

Outro facto negativo para o setor na região, é a pequena dimensão dos terrenos, que "não é fácil de ultrapassar", como constatou o dirigente.

"As pessoas estão apegadas à terra. Já se tentaram fazer emparcelamentos muitas vezes, mas não é fácil mudar mentalidades", sustentou.

A valorização do preço do azeite é uma das reivindicações dos produtores que estará presente neste encontro para discutir o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020.

Ouvir o setor e dar as últimas informações disponíveis é também o propósito deste encontro, como realçou a secretária-geral da Fenazeites, Patrícia Falcão Duarte.

Vídeo. Venezuelanos esfomeados apedrejam vaca em rancho privado


14/1/2018, 10:512.178

A crise na Venezuela agudiza-se e as pessoas estão a assaltar mercados e a perseguir gado, em campo aberto. Surgiu vídeo de grupo a matar uma vaca, imagens não aconselháveis a pessoas mais sensíveis.

Um grupo de homens, cerca de uma dúzia, persegue e apedreja uma vaca até a conseguir derrubar. Estão num campo aberto e de erva verdejante, um rancho privado que invadiram à procura de comida. Quando conseguem derrubar o animal, outros homens que estavam por perto, presumivelmente à procura de outros animais, correm em direção à vaca caída para se servirem de alguma coisa. O vídeo, não aconselhável a pessoas mais sensíveis, chegou às redes sociais nos últimos dias como símbolo da grave crise económica que se vive na Venezuela, e que se agrava de dia para dia.

A Reuters noticiou não só este vídeo da perseguição a gado mas, também, assaltos a supermercados e centros de distribuição de alimentos, não só em Caracas mas, também, na região de Mérida. Apesar da recuperação no preço do petróleo nos últimos meses — superaram os 70 dólares por barril pela primeira vez em três anos –, mas a crise e a inflação continuam a colocar milhões de venezuelanos à beira do desespero.


"Estão a caçar. As pessoas têm fome", diz o narrador do vídeo que ilustra esse desespero. Um deputado da oposição ao regime de Nicolás Maduro diz que este está longe de ser um caso isolado, assegurando que várias centenas de animais já foram mortos desta maneira: grupos de homens invadem ranchos privados onde sabem que existe gado nas pastagens e matam os animais com pedras e facas.

O vídeo — repetimos, não aconselhável a pessoas mais sensíveis — está a circular nas redes sociais.

"O que estamos a viver é algo bárbaro. O regime desumano de Nicolás Maduro está a ignorar a tragédia que os venezuelanos estão a viver", escreveu no Twitter Juan Guaido, outro membro da oposição ao governo de Maduro.

Associação agrícola faliu com dívidas ao Fisco e um carro de 50 euros sem chaves


A Associação dos Agricultores da Serra e Norte da Estremadura, sediada em Ourém, faliu e deixou o Fisco "a arder" com 60 mil euros, tendo apenas como activos mobiliário de escritório e um automóvel (sem chaves), avaliados em 200 euros.

Associação agrícola faliu com dívidas ao Fisco e um carro de 50 euros sem chaves 
A Associação dos Agricultores da Serra e Norte da Estremadura, detentora de activos avaliados em 200 euros, faliu com dívidas de 137 mil euros.

Rui  Neves Rui Neves ruineves@negocios.pt

12 de janeiro de 2018 às 15:27

Criada em 1992 por um grupo de agricultores na Batalha e com instalações em Ourém, a Associação dos Agricultores da Serra e Norte da Estremadura (AASNE) era uma entidade formadora certificada pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, mas há já muito tempo que não exercia qualquer actividade relevante.

Em Setembro passado, o credor Carlos Repolho requereu a insolvência da AASNE, alegando que, "em 2015, no exercício da sua actividade de formação agrícola, a pedido da associação, tinha ministrado horas de formação profissional, leccionando cursos de aplicadores de produtos fitofarmacêuticos e cuja prestação desses serviços ascendeu o preço de 10,9 mil euros".

Carlos Repolho alegou ainda que, "pese embora os inúmeros esforços desenvolvidos para se ver ressarcido, certo é que todos eles se revelaram infrutíferos", tendo a AASNE "alegado não possuir meios para o fazer por atravessar dificuldades económicas".

Decretada a insolvência da AASNE, o administrador de insolvência nomeado, que se queixou de não ter conseguido ter acesso aos documentos contabilísticos da associação, propôs o encerramento do processo por inexistência de bens.

É que os únicos activos da AASNE inventariados pelo gestor judicial resumem-se a mobiliário de escritório e um automóvel, sem chaves, com matrícula de 1998 - os móveis estão avaliados em 150 euros e o veículo em 50.

No final do ano passado, após confirmação de que os bens existentes nem sequer cobriam as custas do processo, o Tribunal de Comércio de Santarém acabou por aceitar a proposta do administrador de insolvência, decretando o encerramento do processo por insuficiência da massa insolvente.

A AASNE faliu com dívidas de 137 mil euros. O Fisco, que tinha a haver 60 mil euros, foi um dos credores que ficaram "a arder".

Área de produção biológica aumentou para 243,8 mil hectares em 2016


12.01.2018 às 16h08


De acordo com o Relatório do Estado do Ambiente hoje divulgado pela Agência Portuguesa do Ambiente a produção em regime biológico apresentou um aumento de 21% em realação a 2010

A área agrícola em modo de produção biológico subiu para 243.816 hectares em Portugal continental, em 2016, e corresponde a 6,7% do total da superfície agrícola utilizada, indica o Relatório do Estado do Ambiente 2017 (REA).

O REA, disponível no 'site' de internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), refere também que em 2016, na produção animal, os ovinos e os bovinos foram as principais espécies animais em modo de produção biológica, representando cerca de 40,2% e 37,6% respetivamente do efetivo nacional total naquela forma de produção.

Dados da Direção-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) relativos a 2015, apontavam para uma superfície em agricultura biológica de 239.864 hectares, equivalente à área do distrito do Porto.

O peso da superfície em agricultura biológica em relação à superfície agrícola utilizada total era em 2015 de cerca de 7%, com as regiões do Alentejo e da Beira Interior a apresentar maior percentagem (64% e 19%, respetivamente).

Segundo a APA, em 2016, a produção biológica apresentou um aumento de 21% na comparação com 2010.

Cativações comprometem promoção dos vinhos do Porto e Douro


12.01.2018 às 9h16

Uma parte da receita das taxas aplicadas ao vinho do Porto está cativa no IVDP

Empresas indignadas. O sector "sofre com dupla tributação"
Abílio Ferreira
ABÍLIO FERREIRA

Com as exportações em queda, a Associação de Empresas do Vinho do Porto (AEVP) está indignada com a política de cativações que retira capacidade de promoção ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), financiado com taxas aplicadas ao setor.

A AEVP calcula em 8 milhões de euros o dinheiro acumulado, resultante dos saldos de gerência dos últimos exercícios. Esse dinheiro poderia ser aplicado em ações no exterior para contrariar a queda gradual de receitas, mas está à ordem da Direção Geral do Tesouro, como sucede com os outros institutos públicos.

A política de cativações "faz com que o sector do vinho do Porto sofra uma dupla tributação", acusa António Saraiva, presidente da AEVP. Porque o pagamento de uma taxa "pressupõe a prestação de um serviço".

Além dos impostos correntes, as empresas "sofrem com as taxas que financiam a atividade do IVDP e que o governo trata como se fossem impostos encapotados", acrescenta António Saraiva.

A associação tem manifestado a sua indignação junto da secretaria de Estado da Agricultura e Alimentação que alega que o tema é do âmbito do Ministério das Finanças. O IVDP remete explicações para a tutela. O Ministério da Agricultura, contactado pelo Expresso, não respondeu
PRÁTICA ANTIGA

Esta realidade não é nova. Em 2011, o governo de Sócrates, desviou o pecúlio acumulado (8,6 milhões de euros) para reforçar os cofres do Estado central. Depois, no governo PSD/CDS as cativações do IVDP serviram para a Casa do Douro pagar salários (400 mil euros).
Mas, a AEVP não se conforma e quer impedir que se torne uma tradição uma "prática que penaliza severamente o sector". A receita das taxas deve ser aplicada na defesa e desenvolvimento do Douro, como refere uma declaração recente aprovada pelo Conselho Interprofissional da região.

Entre as missões de IVDP, o organismo que regula, fiscaliza e defina a política vitivinícola do Douro, conta-se a promoção e internacionalização dos vinhos da região demarcada.

REDUÇÃO DE 1,9 MILHÕES DE CAIXAS EM 10 ANOS

As cativações afetam a capacidade do IVDP de impulsionar a cruzada externa, num momento em que os mercados externos dão sinais de declínio.
Em 10 anos, o sector "perdeu 28 milhões de euros e 1,9 milhões de caixas", diz António Saraiva.

Em 2017, a receita no exterior voltou a cair. Como se combate esta tendência? "Investindo mais em promoção, divulgando mais e melhor um produto que é único no mundo", responde o gestor da casa Rozès. Saraiva dá como exemplo o caso francês, o mercado externo que mais receita gera e que se encontra em declínio acelerado. caso francês
Em maio, a AEVP promove uma ação pelo Oriente, paga pelas empresas, com paragens em Tóquio, Xangai e Hong Kong que poderia ser replicada noutras geografias se contasse com o impulso do orçamento do IVDP. O Japão foi dos mercados que mais caiu em 2017 (40% em valor), a China não aparece ainda no top 25.

Saraiva aponta os mercados do Canadá e Estados Unidos como os que apresentam uma maior margem de progressão, contando já com uma posição de relevo nas exportações.
Os operadores reconhecem ser fundamental investir na valorização e reposicionamento do vinho do Porto no exterior, reduzindo a dependência dos mercados europeus.