sábado, 26 de julho de 2014

Opinião: Manipulação genética no vinho?

Por Rui Falcão
26.07.2014
A manipulação genética é uma controvérsia perante a qual poucos conseguem permanecer indiferentes ou simplesmente neutrais, um assunto que desperta amores, receios e desconfianças à maioria da população e, por inerência, também ao grupo mais restrito que gravita em redor do vinho, sejam eles enófilos, críticos, enólogos ou produtores.
Não é fácil discorrer sobre um tema que desperta tanto medo e incómodo, tanta paixão e perturbação. O tema é frequentemente debatido em surdina, quase a meia-luz, dissimulado e camuflado sob a suavidade de um sussurrar, sempre subjugado ao desejo de não querer levantar qualquer ondulação, de não perturbar o consenso quase universal de grande parte da sociedade científica. Ou então, por oposição directa à contemporização douta, o tema é envolvido num discurso repleto de agitação e hiperbolizações, inflexões de alertas que sobressaltam para os perigos imediatos e futuros de pretender condicionar a natureza.

Discursos suportados quase invariavelmente num registo meio histérico que se deixa enredar nas emoções mais primitivas, inflamando o discurso com alertas de alarme social, estridores desequilibrados que gostam de agitar os medos mais grosseiros e ancestrais da civilização, por vezes em desvarios pouco transparentes e pouco ou nada perspicazes. A manipulação genética é uma controvérsia perante a qual poucos conseguem permanecer indiferentes ou simplesmente neutrais, um assunto que desperta amores, receios e desconfianças à maioria da população e, por inerência, também ao grupo mais restrito que gravita em redor do vinho, sejam eles enófilos, críticos, enólogos ou produtores.

Curiosamente, apesar do debate mais ou menos insistente que a sociedade mantém sobre a manipulação genética em elementos vegetais e animais, pouco se fala, pouco se questiona e pouco se transmite sobre a investigação e eventuais práticas de manipulação genética sobre a videira e, por causa directa, da sua consequência no vinho. Não será razoável acreditar que, apesar de pouco se falar sobre o assunto, e apesar da ausência quase total de discussão sobre os seus efeitos na vinha e no vinho, este universo se mantenha imune a experimentações de manipulação genética. A vinha e o vinho não serão naturalmente motivos de excepção para o interesse industrial, financeiro e comercial que a indústria biológica detém sobre a manipulação genética e emissão e comercialização das patentes respectivas.

Existem estudos sobre as várias vertentes da manipulação genética e a prática está sancionada e regulamentada pela União Europeia. A investigação segue em velocidade de cruzeiro dentro da União Europeia. Mas são alguns dos países do novo mundo, com os Estados Unidos da América à cabeça, que lideram as investigações do sector, abraçando com fervor esta nova perspectiva da viticultura e enologia, uma tendência simultaneamente inovadora e assustadora.

A oposição aos avanços da ciência e experimentação nesta área é severa, sendo liderada por um grupo relativamente alargado de produtores, alguns deles brilhantes e mundialmente famosos, maioritariamente de origem francesa e italiana. Produtores que insistem na manutenção e preservação da diversidade e biodiversidade da vinha, produtores que defendem acaloradamente a manutenção e supremacia dos valores da natureza sobre o critério mais arbitrário e economicista do homem. O tema é claramente fracturante e os pontos de vista de cada um dos lados da barreira moral e científica são naturalmente antagónicos.

Os correligionários da manipulação genética aventam princípios filosóficos que por vezes se misturam com princípios ecológicos ou outros de índole mais prática que incluem a facilidade na luta contra as pragas da vinha, aliviando deste modo a necessidade de recurso a pesticidas e outros tratamentos sanitários potencialmente agressivos para o ambiente. A investigação e manipulação genética de estirpes de leveduras que permitam fermentações e maturações extremamente rápidas que possam potenciar a rentabilização das operações na adega é outro dos grandes capítulos de interesse para os partidários activos da manipulação genética.

Os detractores apontam para o perigo da perda de biodiversidade e para os riscos potenciais a que o desconhecido sempre remete. Independentemente das posições deontológicas e morais que cada um advogue, independentemente das posturas pessoais, a perda da biodiversidade é claramente um elemento em risco nesta disputa. A manipulação genética e o investimento científico são aplicados a um número muito reduzido de castas e leveduras, as mais populares e mais utilizadas, com as inevitáveis e indecorosas tentativas de registo de patentes de novas variantes genéticas. Os custos incrivelmente elevados inerentes a este tipo de investigação impedem que o desenvolvimento seja aplicado a toda e qualquer casta que se anuncie.

Corremos, pois, o grave e verosímil risco de a investigação se basear em pouco mais de uma dezena de castas, as mais mediáticas e conhecidas do grande público, reduzindo quase a zero o resultado de séculos de evolução da natureza. Por outras palavras, incorremos no perigo muito real da padronização e normalização do vinho, na transformação do vinho num produto igual e uniformizado, num produto meramente industrial e previsível sem relação directa com os elementos e com o terroir. Corremos o risco de perder um património ampelográfico valiosíssimo desprezando a diferença e a originalidade, risco ainda mais evidente para os vinhos portugueses que vivem da originalidade das castas nacionais.

A manipulação genética poderá não limitar o seu raio de acção à protecção perante doenças crónicas. Poderá também funcionar como potenciador de aromas e comportamentos vegetativos não inatos, acrescentando méritos aromáticos e gustativos ausentes da casta. O risco de converter o vinho numa bebida sem correlação directa com a vinha é um perigo real que nem sempre é percebido. Estaremos então próximos do primeiro vinho produzido com uvas geneticamente modificadas? Provavelmente não, tendo em conta uma opinião pública maioritária na rejeição do conceito e filosofia intrínsecas. Mas o futuro parece abrir portas a esta opção, uma tendência quase inevitável, mesmo que temida e rejeitada por muitos.

Anda a comer comida verdadeira?

ALEXANDRA PRADO COELHO 25/07/2014 - 05:30
Coma comida e evite as imitações. Este poderia ser o resumo das ideias de Michael Pollan, o norte-americano a quem o The New York Times chamou a "consciência alimentar da nação". Será uma das estrelas desta edição da FLIP.

Michael Pollan escreveu um livro para dizer uma coisa simples: "Coma comida. Não em excesso. Vegetais, sobretudo". Parece pouco, mas é suficiente para encher as 250 páginas de Em Defesa da Comida que, juntamente com o seu livro anterior, O Dilema do Omnívoro, no qual denuncia a omnipresença do milho nos alimentos industriais, fez deste jornalista norte-americano, professor na Universidade de Berkeley, uma das figuras mais influentes no universo da alimentação ética e saudável

Em Paraty, onde será uma das estrelas da edição deste ano da Festa Literária (FLIP), irá falar do seu mais recente livro, Cooked – A Natural History of Transformation, relato da sua descoberta das técnicas básicas de cozinha, usando a água, o fogo, a terra e o ar. Mas o debate centrar-se-á também, certamente, nos livros anteriores (publicados em Portugal pela Dom Quixote, enquanto Saber Comer: as 64 Regras de Ouro foi editado pela Lua de Papel) e nas suas ideias, como a de que os nutricionistas têm vindo a destruir a nossa relação com a comida, reduzindo os alimentos a nutrientes e acabando com o prazer, ou as "regras de ouro" que criou, como estas: "Coma apenas alimentos que podem apodrecer", "Evite produtos alimentares cujos nomes incluam termos como 'light', 'pouco gordo' ou 'magro'" ou "Coma as porcarias todas que quiser desde que seja você a cozinhá-las".

Há um mês a revista Time dizia que "os cientistas estavam enganados ao classificar a gordura como o inimigo" e aconselhava-nos a comer manteiga, num artigo que reflectia muitas das ideias que defende. Sente que começa a ganhar uma guerra?
Não é exactamente ganhar uma guerra. Há um reconhecimento cada vez maior de que as velhas ideias sobre nutrição que se baseiam numa obsessão em nutrientes únicos, bons ou maus, como a gordura ou o açúcar, partem de um princípio errado. Temos que nos centrar muito mais na comida e no contexto social que rodeia o acto de comer. Sinto-me encorajado com as novas orientações para a nutrição no Brasil que são revolucionárias. Em vez de dizerem para comerem isto e não aquilo, elas dizem para as pessoas comerem com outras pessoas, comerem comida verdadeira e evitarem a altamente processada. É, julgo, o primeiro país a fazer algo tão progressista neste campo, relacionado com o contexto social da alimentação e não apenas a química daquilo que comemos.

Há sinais de que a indústria alimentar está disposta a fazer mudançasAcredita nesses esforços? A revista The Atlantic defendeu que é fundamental que a indústria apoie estes esforços, porque é ela quem realmente chega às pessoas.
Temos que ser um pouco cépticos em relação a alguns desses esforços. Há uma longa história da indústria parecer estar a dar resposta às preocupações das pessoas. Um exemplo é precisamente a campanha para a redução do consumo de gordura, em que reformularam a comida para lhe retirar gordura, e isso não ajudou. Por duas razões: a gordura não era o problema que se pensava, e também porque sempre que se tenta tornar a junk food um pouco melhor, as pessoas acabam por comer mais por acreditarem que é mais saudável.

Alguns dos esforços da indústria são apenas formas de nos conseguir vender mais comida. Outros são reais. Temos que ser vigilantes. Os objectivos da indústria não são manter a nossa saúde ou o nosso peso – são vender-nos mais comida. Se uma empresa que faz comida processada incluir um cereal integral, por exemplo, isso ajuda? Junk food continua a ser junk food, mesmo que seja 10% melhor.

Fala muito do que se passa nos EUA, as preocupações das pessoas com o que comem, as calorias, etc. Porque é que este fenómeno é tão grande nos EUA, sendo este um país feito de pessoas que vêm de outros países, alguns com sólidas tradições gastronómicas como a Itália?
Em parte por não termos uma cultura alimentar estável. Em muitos países, o que as pessoas comem é o que comiam os pais e os avós, é cultural. Nós não temos uma única cultura alimentar, mas sim várias. Sem essa influência estabilizadora da tradição, tornamo-nos mais vulneráveis à propaganda, ao marketing, ao que se lê no jornal. Quando aparecem artigos sobre os riscos da gordura ou do açúcar, toda a gente muda a forma de comer.

Por outro lado, somos muito moralistas na forma como comemos. Noutros países as pessoas comem por prazer, por ritual, para estar em comunidade, enquanto para nós a questão do prazer é um problema, porque descendemos de calvinistas que pensavam que ter prazer com a comida ou outras actividades animais era de alguma forma pecaminoso. Temos vindo a falar de comida em termos científicos há 150 anos neste país. Se recuarmos aos anos de 1850, havia já uma enorme discussão científica sobre a melhor forma de comer. Sentimo-nos mais seguros a falar sobre ciência do que sobre prazer.

Recentemente surgiu nos EUA uma bebida, Soylent, que se destina a pessoas que não querem perder tempo com a comida.
Esse é um excelente exemplo. Que produto ridículo. É algo que nos mantém vivos sem o prazer da comida.

Temos que nos centrar mais na comida e no contexto social que rodeia o acto de comer. As novas orientações para a nutrição no Brasil são revolucionárias. Em vez de dizerem para comerem isto e não aquilo, elas dizem para as pessoas comerem com outras pessoas, comerem comida verdadeira e evitarem a altamente processada. É o primeiro país a fazer algo tão progressista neste campo, relacionado com o contexto social da alimentação e não apenas a química daquilo que comemos.

Mas há pessoas que parecem sensíveis a esta ideia de que somos prisioneiros da alimentação e de que seria bom libertarmo-nos disso.
São as mesmas que acham que devemos um dia conseguir transferir a nossa consciência para um computador. O corpo é um problema para estas pessoas. Mantêm-no na Cloud da Internet. Para mim, comer é uma parte muito importante do meu lazer. Não quero libertar-me disso. São pessoas que não compreendem o prazer de comer. E ficarmos livres para quê? Ganhar mais dinheiro? Usar uma nova aplicação?

Há uma arrogância terrível na ideia de que sabemos o suficiente para simular comida. A alimentação de cada animal é algo que foi sendo aperfeiçoado ao longo de milhares de anos para chegar à simbiose entre o que comemos e o que somos.

Se virmos a história do leite em pó para bebés, uma tentativa de simular o leite materno, vemos que não correu muito bem. Ainda não sabemos como fazer leite que seja equivalente ao das mães. A Soylent faz parte de uma grande tradição em que a ciência tenta ser mais inteligente do que a evolução, e tal como as outras experiências, vai falhar. É um produto que não se destina a alimentar os micróbios no nosso aparelho digestivo, e uma das coisas mais importante que aprendemos sobre nutrição nos últimos anos é que 90% do nosso corpo são micróbios e que temos que tratar deles também.

Este é o momento da História em que estamos mais afastados da verdadeira comida?
Sim e não. Estamos a avançar em duas direcções diferentes a mesmo tempo. Sim, estamos muito afastados da natureza, mas ao mesmo tempo as pessoas estão a redescobrir os prazeres da comida, plantas e animais que são deliciosos, tradições alimentares. Estamos no melhor dos momentos e no pior dos momentos.

Fala muito na importância das dietas tradicionais, mas os nossos estilos de vida mudaram muito ao longo dos séculos. Até que ponto devemos ser críticos dessas dietas tradicionais? Em Portugal temos doces com muitos ovos e açúcar, que são tradicionais. Como devemos encarar esse tipo de coisas?
Ter muito açúcar nas nossas dietas não é algo assim tão antigo. Não tínhamos açúcar processado até ao final do século XIX. Sem dúvida que comemos açúcar a mais e começámos a ver problemas relacionados com isso no final do século XIX, quando começa a tornar-se muito barato. Claro que temos que prestar atenção ao estilo de vida. As pessoas que fazem muita actividade física podem consumir muito mais açúcar do que os que se sentam à secretária todos os dias. Mas quando falo de dietas tradicionais refiro-me ao tempo antes da farinha e do açúcar refinados.

Há um argumento muito usado pelas pessoas que criticam o seu ponto de vista: a história da alimentação é a história da transformação, e a comida processada é apenas mais um episódio dessa história.
Sim, desde há dois milhões de anos que estamos a transformar os produtos crus da natureza em formas que os tornaram mais nutritivos e mais deliciosos. E, de repente, alguma coisa começou a correr mal: aprendemos a processar os alimentos de uma forma que os pode ter tornado mais convenientes, mas tornou-os também menos nutritivos.

Houve um ponto de viragem no que tinha sido até então uma história bastante gloriosa, que foi o aparecimento de farinha branca e o açúcar refinado, que acontece pela mesma altura. É nesse momento que nos tornamos demasiado espertos para o nosso próprio bem. Tiramos aos alimentos os nutrientes, as fibras, e de repente surgem deficiências nutricionais em pessoas que comem esta comida processada, e concluímos que é preciso reforçar estes alimentos com vitaminas.

Os interesses da indústria não são os dos nossos corpos. A indústria quer tirar a fibra da comida porque com ela a comida não congela tão bem, não se conserva tão bem. Além disso, procura comida que seja imediatamente gratificante, que seja absorvida pelo corpo muito rapidamente. Mas acontece que essa fibra é precisamente o que os micróbios gostam de comer, e se se matam esses micróbios à fome começamos a ter problemas de saúde. Por isso, agora voltamos a pôr as fibras na comida. Vai funcionar? Provavelmente é melhor ter a fibra original, porque a acrescentada não vai funcionar da mesma maneira.

Os críticos do seu trabalho acusam-no de diabolizar toda a abordagem científica à alimentação. Não existe ciência que nos ajude a ter melhores alimentos?
Eu não sou anti-ciência. Limito-me a ter em relação a ela a visão céptica que um jornalista deve ter em relação a tudo aquilo sobre que escreve, como a política, por exemplo. Não somos anti-política, mas temos uma ideia clara das suas limitações e da corrupção que existe. E existe corrupção na ciência também, sobretudo na ciência ligada à nutrição. Olhe para a Associação Americana de Dietética, todas as reuniões deles são patrocinadas por empresas de fast-food. Conseguem realmente ter uma discussão honesta sobre junk food?

E mesmo que a ciência reduza os alimentos aos seus componentes para tentar entender o que cada um faz, como consumidores não temos que pensar assim. A linguagem que funciona para a ciência não deve funcionar num restaurante. Não precisamos saber o que é um antioxidante ou o ómega 3 para comermos bem. Devemos olhar para a comida, e deixar os cientistas preocuparem-se com os nutrientes. Eles já descobriram coisas importantes, ajudaram-nos a perceber as deficiências de determinadas populações em certos nutrientes e a descoberta das vitaminas foi um enorme ganho para a saúde pública.

 Então quando enriquecemos um alimento com nutrientes que faltavam a uma população…
… salvamos vidas. Podemos evitar problemas como a espinha bífida se acrescentarmos ácido fólico à farinha. Isso é algo de extraordinário, mas devemos recuar um pouco e perguntarmo-nos: porque é que faltava ácido fólico na farinha? Porque o tiramos de lá. O problema foi criado por nós, e não pela natureza.

Outra crítica que se ouve frequentemente é que a forma de comer que defende só é acessível aos mais ricos. Nem toda a gente pode plantar legumes no jardim, e quem é muito pobre e não tem tempo para cozinhar prefere ter uma pizza congelada.
Não é preciso ser-se rico para comer bem. Grande parte da história da cozinha tem a ver com camponeses aprendendo a fazer comida nutritiva dos piores pedaços de carne e restos de vegetais. Se soubermos alguma coisa de cozinha podemos comer muito bem por pouco dinheiro. É preciso algum tempo, é verdade. E hoje há pessoas pobres que não têm nem dinheiro nem tempo.

 
Michael Pollan a cozinhar em casa com o filho: uma das ideias que o jornalista tem vindo a defender é a de que as escolas devem ensinar as técnicas básicas da cozinhaLIZ HAFAL IA/SAN FRANCISCO CHRONICLE/CORBIS
Mas a ideia de que não se pode comer bem se não se tiver dinheiro para comida biológica ou local não é verdade. Se usar comida verdadeira, não processada, que envolve alguma preparação, pode comer muito saudavelmente. Mas cozinhar envolve práticas que deixámos de ensinar às pessoas. Se lhes ensinarmos técnicas básicas, se quando saímos a escola soubermos preparar dez pratos, ganhamos um enorme poder sobre as nossas dietas. Nunca pensamos no tempo que demoramos num restaurante, à espera de mesa, ou a pedir. É tudo tempo que podemos usar para cozinhar.

É uma questão geracional? Uma geração que se afasta da cozinha, outra que a redescobre, outra que se volta a afastar?
Houve uma altura em que cozinhar era mal visto e as pessoas preferiam fazer outras coisas – ver televisão ou navegar na Internet. A minha esperança é conseguir contar a história da cozinha de uma forma que leve as pessoas a pensar que é uma maneira mais interessante de passar uma hora do meu tempo do que, por exemplo, a ver um programa sobre cozinha na televisão. As pessoas hoje estão interessadas na cozinha, porque é que não a praticam? Julgo que é por estarem intimidadas. Cozinhar na televisão parece atletismo profissional, é uma actividade heróica. É incrivelmente difícil. Há facas, chamas, um relógio. Mete medo. Mas isso não é a verdadeira cozinha, que é na realidade muito simples.

Há também um grande esforço da indústria alimentar para nos dizer que não temos tempo para a comida. Existem todos aqueles anúncios que mostram famílias de manhã a tentar sair de casa, levar as crianças à escola e chegar ao trabalho, a correrem como baratas tontas, sem tempo sequer para deitar leite sobre uma taça de cereais, e por isso as crianças têm que comer uma barra no carro. Na verdade, podiam ter posto o despertador para dez minutos mais cedo.

Tem criticado os políticos por não lidarem como deve ser com a questão alimentar, e argumentou que isso tem a ver com o facto de não quererem interferir com algo que é visto como sendo da esfera privada. No entanto, há muitas outras questões privadas que são legisladas. Não se trata mais da força dos lobbies?
O lobby da indústria alimentar e da agricultura é tremendamente poderoso. Por outro lado, tudo o que possa fazer aumentar o preço dos alimentos leva os políticos a paralisar. Os políticos gostam que a comida seja barata, quer seja saudável ou não. A comida barata mantém no lugar as cabeças de reis e rainhas. Há também a ideia de que as pessoas reagem muito quando o Governo lhes tenta dizer o que devem comer – quando o mayor [de Nova Iorque, Michael] Bloomberg tentou reduzir o tamanho dos copos de refrigerantes, o que me parecia uma medida muito sensata, as pessoas reagiram com horror ao que viram como um ataque a um direito fundamental de beber um refrigerante gigantesco. A comida é um assunto delicado. Há outra razão: o movimento pela verdadeira comida é ainda muito jovem e desorganizado para conseguir pressionar os políticos. Mas vai acontecer. Com o tempo seremos suficientemente fortes para compensar e penalizar os políticos como fazem os outros movimentos.

A sua é já uma voz muito poderosa.
Mas não sei jogar o jogo político. Não finjo que entendo de política. Todos temos diferentes tarefas, e a minha é contar a história de uma forma que, espero, chegue às pessoas, para que estas possam depois chegar aos políticos.

Produtos que façam referência ao uso de azeite terão que indicar a percentagem


23 DE JULHO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO
2-azeiteO azeite usufrui de uma merecida reputação como a melhor gordura alimentar, quer pelas suas propriedades organolépticas quer pelos seus benefícios para uma alimentação equilibrada. Virtudes que a indústria agroalimentar soube aproveitar para conseguir produtos cada vez mais saudáveis e atrativos para o consumidor. Assim, desde há uns anos, multiplicaram-se o número de alimentos que contêm na sua embalagem referências ao uso de azeite na sua composição, desde conservas até confeitaria, passando por pratos preparados, snacks, etc.

Precisamente pela boa imagem que o produto tem entre os consumidores, existe o risco de que essas menções se possam usar de forma inadequada. O consumidor poderá comprar um produto na crença de que este apenas usa azeite na sua composição, induzido por uma imagem de uma azeitona ou oliveira, e na realidade esse produto poderá apenas conter uma quantidade mínima de azeite relativamente a outras gorduras.

Por esta razão, a União Europeia regulou de forma restrita qualquer menção ao uso de azeite na etiquetagem dos alimentos. O Regulamento 29/2012 estabelece que quando a etiqueta de um alimento mencione a presença de azeite na sua composição, fora da lista de ingredientes, através de palavras, imagens ou representações gráficas, terá que indicar obrigatoriamente a percentagem de azeite com relação ao peso neto total do alimento.

O regulamento contempla também a possibilidade da referência à percentagem de azeite tome como indicador o peso total das matéiras gordas presentes nesse alimento, com a menção "percentagem de matérias gordas".

No caso das conservas de pescado (atum, sardinhas, cavala…) que levem a designação "em azeite", não é necessário indicar a percentagem de matéria gorda já que se exclui à partida qualquer tipo de mistura de gorduras.

Conselho de Ministros da UE adota acordo sobre OGM


24 DE JULHO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO
ue_bandeira_1_2O Conselho de Ministros de Assuntos Gerais adotou, ontem, a sua posição sobre a proposta da diretiva em relativamente à possibilidade de os Estados Membros restringirem ou proibirem o cultivo de OGM no seu território. Desta forma, ratifica-se o acordo político a que chegaram os Ministros do Meio Ambiente da UE no passado dia 12 de junho.

No ínicio do próximo outono, a presidência italiana deverá iniciar as negociações com o Parlamento Europeu.

A proposta da diretiva foi apresentada pela Comissão Europeia em julho de 2010, e veio em resposta a uma petição dirigida à Comissão por 13 Estados Membros, em 2009.

O texto de compromisso permite o cultivo de OGM autorizados na UE, deixando aos Estados Membros de poder proibir ou restringir com base numa lista não exaustiva de razões, que inclui motivos ambientais, socioeconómicos, uso dos solos, planificação do território ou por objetivos de política agrária. Contudo, de nenhuma forma, os países poderão opor-se ao trânsito de OGM no seu território.

O procedimento será realizado em duas etapas, que estarão ligadas: a primeira etapa (pedido a nível europeu de uma autorização de nível UE) e a segunda etapa (requerimento nacional em todos os Estados Membros onde o cultivo está plantado).

Os Estados que não queiram o cultivo de OGM terão que pedir à empresa que solicita a autorização que se comprometa a não comercializar o dito produto. No caso de a empresa se negar a este requerimento, o país em questão poderá proibir o seu cultivo em todo o seu território.

Passados não mais do que 4 anos desde a entrada em vigor da diretiva, a Comissão terá que apresentar um relatório sobre a efetividade da nova norma.

Mais de 30 empresas portuguesas de lacticínios autorizadas a exportar para a China, revela Paulo Portas

O vice-primeiro ministro, Paulo Portas, revelou ontem que a China certificou 31 empresas de lacticínios portuguesas, possibilitando assim que estas passem a exportar para o mercado chinês.

Paulo Portas discutiu ontem com o presidente da China, Xi Jinping, o reforço das relações económicas entre os dois países, na ilha Terceira, nos Açores.

"Abordámos temas internacionais e também matérias da nossa relação bilateral, com especial enfoque para o reforço da nossa cooperação económica", frisou o vice-primeiro-ministro, numa declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, no final do encontro.

Paulo Portas destacou que a China publicou na semana passada "a certificação de 31 empresas portuguesas que estarão, a partir de agora, em condições de exportar para o mercado chinês leite e laticínios", alegando que essa medida "constitui uma grande oportunidade", e acrescentou que "outras negociações no âmbito agroalimentar vão a bom ritmo".

O governante realçou também o crescimento das exportações portuguesas para a China, que passaram "de 220 milhões de euros, em 2009, para 660 milhões de euros, em 2013", frisando que "no primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi ainda mais espectacular".

O vice-primeiro ministro lembrou que tanto no setor público como no privado, a China "tem feito investimentos vultuosos em Portugal", dando como exemplo as parcerias no setor energético, que já ultrapassam os "15 mil milhões de euros".

"Manifestámos o nosso empenho em conseguir abrir o mercado chinês, certamente entre os maiores do mundo, a mais empresas, marcas e produtos portugueses e a nossa abertura ao investimento estrangeiro, porque sem investimento não há crescimento e sem crescimento não há criação de emprego", frisou.

Paulo Portas destacou ainda ao presidente chinês a importância de se estabelecer uma ligação aérea direta entre a China e Portugal, que poderia ter uma "enorme valia para o turismo e para os negócios".

O vice-primeiro-ministro realçou também a "cooperação com a China no âmbito da economia do mar", tendo informado o presidente chinês sobre "a significativa conferência internacional sobre o mar e os oceanos" que Portugal vai organizar em 2015.

Portas disse ainda que deu conta a Xi Jiping do fim do programa de assistência financeira a Portugal e do "regresso do crescimento económico" ao país, destacando o valor que a China dá a Portugal.

"A República Popular da China valoriza o papel da lusofonia no século XXI, bem como a experiência muito importante de Portugal, não apenas no contexto europeu, mas também no estabelecimento de pontes e de compromissos e de cooperações entre a Europa, África, América latina e Ásia", frisou.

Segundo Paulo Portas, a escala de Xi Jinping na ilha Terceira e o encontro realizado hoje "assinalam a importância estratégica da vocação marítima e atlântica de Portugal".

"Portugal é um dos poucos países membros da União Europeia que dispõe de uma parceria estratégica com a República Popular da China. A intensidade e a frequência das visitas de chefes de Estado e de governantes dos dois países confirma essa maturidade do nosso relacionamento", frisou.

Xi Jinping faz hoje uma escala na Terceira, numa ligação entre o Chile e a China, permanecendo cerca de oito horas na ilha.

No encontro entre o vice-primeiro ministro de Portugal e o presidente chinês, que deveria ter demorado 20 minutos mas estendeu-se por quase uma hora, Paulo Portas entregou uma carta de boas-vindas do Presidente da República de Portugal e os "cumprimentos calorosos" do Governo português.

Xi Jiping fez ainda uma "visita turística" ao Monte Brasil, acompanhado por Paulo Portas, pelo presidente do Governo Regional dos Açores, pelo representante da República para os Açores e pelo presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, mas os jornalistas não foram autorizados a acompanhar a visita.

Fonte:  Lusa

Ministros da Economia e da Agricultura inauguram Adutor Pisão / Beja e presidem à assinatura de dois contratos de empreitada para redes de rega



Os Ministros da Economia, Pires de Lima, e da Agricultura, Assunção Cristas, presidem no próximo dia 29 de Julho à cerimónia de inauguração do Adutor Pisão / Beja, do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, e à assinatura de dois contratos de empreitada que beneficiarão cerca de 5.660 hectares.

A cerimónia terá lugar às 11:30h, na Estação Elevatória do Álamo, localizada entre S. Brissos e o Aeroporto de Beja.

O Adutor Pisão / Beja é composto por uma Estação Elevatória, dois reservatórios e uma barragem, duas condutas com uma extensão de cerca de 4 700 metros, e uma tomada de água no canal Alvito / Pisão, representando um investimento de cerca de 37,10 Milhões de Euros, comparticipados em 27,80 Milhões de Euros pelo Fundo de Coesão.

Esta infraestrutura, que garante a adução à barragem dos Cinco Reis, irá servir os blocos de rega do Beringel / Beja e Cinco Reis / Trindade, num total de cerca de 10 700 hectares.

Destes blocos, cerca de 5 600 ha encontram-se em execução e os restantes estão adjudicados, aguardando apenas o acto de consignação de obra.

Na ocasião serão assinados mais dois contratos de empreitada para duas infraestruturas de adução de água que beneficiarão cerca de 5 660 hectares.

Trata-se do bloco da Baronia / Alvito Alto /Alvito Baixo e do bloco do Roxo / Sado, num investimento total de 31,42 Milhões de Euros e comparticipados pelo FEDER no POVT.

Estas iniciativas inserem-se no Roteiro do Empreendedorismo dos Ministérios da Economia e da Agricultura e do Mar, iniciando-se às 10:00h com uma visita à exploração do jovem agricultor Henrique Silvestre Ferreira, eleito o melhor jovem agricultor do ano, visita à adega Ribafreixo, terminando na Amieira Marina.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Japão admite que programa agrícola moçambicano ProSavana baseia-se em polémico modelo brasileiro

Um conselheiro da embaixada do Japão em Moçambique reconheceu que o programa agrícola moçambicano ProSavana tem como modelo o Prodecer, implementado no Brasil, admitindo os seus aspectos negativos, mas considerando "injusta" a desvalorização dos positivos.

Falando durante a II Conferência Triangular dos Povos - Moçambique, Brasil e Japão, promovida por organizações da sociedade civil dos três países, Jiro Maruashi disse que o ProSavana está "sob a sombra do Prodecer", um programa agrícola desenvolvido pelos governos brasileiro e japonês no cerrado brasileiro, durante a década de 1970.

Bastante polémico por alegadamente ter promovido a usurpação massiva de terras de camponeses por multinacionais, o Proceder foi inicialmente apresentado como o formato de desenvolvimento do ProSavana, programa tripartido que envolve os governos moçambicano, japonês e brasileiro e que foi desenhado para as províncias de Nampula, Niassa e Zambézia, numa extensão de cerca de 14 milhões de hectares de terra.

Fonte:  LUSA

Governo deve garantir escoamento e melhores preços à produção para leite, carne, batata, hortícolas e outras produções

Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro



É necessário controlar importações e manobras especulativas dos hipermercados

Há baixas de preços na Produção e falta de escoamento à produção regional e nacional de - Leite - Carne - Batata - Hortícolas - e noutras produções.

O leite baixou 4 cêntimos o litro, em dois meses. A Carne Bovina anda pelos 3 euros o quilo / carcaça. As Vacas já fora da produção leiteira têm que ser vendidas ao desbarato, quase sem preço no curral. Para a Batata, falam-nos em 5 ou 6 cêntimos o quilo o que, a manter-se, vai obrigar a nem sequer a arrancarmos da terra com enormes prejuízos para nós e para a Produção Regional I Nacional.

Mas, ao mesmo tempo, os Agricultores continuam a ter de pagar o gasóleo, a electricidade, as rações, os fertilizantes, os tratamentos, a Preços muito caros que os esmagam logo à partida.

Aumentam as importações sem controlo eficaz. O Governo, se quiser, pode aplicar "normas de qualidade" à maioria dessas importações e reduzi-Ias por essa via.

Os hipermercados continuam a aplicar uma autêntica "ditadura" comercial com importações de tudo e de mais alguma coisa, com imposição das suas marcas próprias (marcas "brancas") e de baixos preços à Produção Nacional - como acontece com o Leite - enquanto mantêm outros Preços altos e especulativos, ao Consumidor.

A Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro~ AlDA, protesta contra a falta de escoamento e as baixas de Preço à Produção Regional I Nacional.

É uma situação que urge fazer reverter e depressa I

ALDA reclama a melhoria dos Preços na Produção I

AlDA reclama à Ministra da Agricultura e ao Governo que se deixem da propaganda fácil em que se entretêm e tomem as medidas urgentes para controlar e fiscalizar as importações de Produtos Agro-Alimentares. Para apoiar a Produção Nacional e para garantir escoamento e melhores Preços à Produção, o que também passa pelo combate sem tréguas à "ditadura" comercial dos hipermercados e a certos circuitos de grandes intermediários.

O Governo tem que combater, sem hesitações, a especulação com os Preços da Electricidade, dos Combustíveis, das Rações, dos Herbicidas e dos Fertilizantes, e até a especulação com os juros do Crédito Bancário.

MINISTRA DA AGRICULTURA E GOVERNO ASSINARAM EM BRUXELAS O FIM DAS QUOTAS LEITEIRAS E AGORA QUEREM LAVAR AS MÃOS COMO PILATOS

o fim das Quotas Leiteiras, em 2015, foi assinado. em Bruxelas, pela Ministra da Agricultura e pelo Governo. Trata-se de urna má decisão política que ameaça acelerar o fim da maior parte dos Produtores Nacionais de Leite e que deve continuar a ser combatida por todos os envolvidos no Sector Leiteiro Nacional.

ALDA manifesta a sua disponibilidade para convergir nessa luta!

Os países que produzem excedentes e os maiores e mais intensivos produtores continuam a aumentar as suas Produções e a encharcar-ncs com Leite a baixo Preço, com as piores consequênclas para a Produção Nacional, como já se vê.

Entretanto, a Ministra da Agricultura e o Governo tentam lavar as mãos como Pilatos da situação e refugiam-se na propaganda em torno dos aumentos previstos - mas que não são suficientes - para alguns pagamentos da PAC - 2014 - 2020.

O Governo também deve pagar aos Produtores Pecuários e às OPP a comparticipação pública pela Sanidade Animal que está com vários meses de atraso.

ANULAÇÃO DAS NOVAS IMPOSiÇÕES FISCAIS

ALDA - e a CNA - continuam a reclamar a anulação das novas imposições fiscais sobre os pequenos e médios Agricultores.

Está para discussão na Assembleia da República a "Petição" aí apresentada pela CNA e Filiadas em que se pretende a anulação das novas imposições fiscais.

AlDA reclama a todos os Partidos Polfticos e aos Órgãos de Soberania que tenham na devida conta a "Petição" e que intervenham com o objectivo de serem anuladas as novas imposições fiscais.

Só assim se pode contribuir para a manutenção! em actividade produtiva, de muitos milhares de pequenos e médios Agricultores que produzem bons alimentos. a nível regional e a nível nacional.

24 de Julho - 2014

Os Agricultores concentrados em Aveiro

A AlDA - Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro

Acidente com tractor faz vítima mortal em Serpa

Rádio Pax - 23/07/2014 - 10:00

Acidente com tractor faz vítima mortal em Serpa

    
Um homem, de cerca de 64 anos, morreu esta terça-feira na sequência de um acidente com um trator agrícola, em Vale de Vargo, no concelho de Serpa.  

Segundo fonte dos Bombeiros Voluntários de Serpa, António Tomé terá ficado entalado entre a roda traseira do tractor e o atrelado cisterna cheio de água.

Quando os Bombeiros de Serpa chegaram ao local já o agricultor estava cadáver. O corpo foi transportado para a morgue do hospital de Beja onde foi autopsiado. O funeral realiza-se esta quinta-feira.

O alerta foi dado cerca das 13:30 horas.

Para o local do acidente foi uma viatura de desencarceramento, uma ambulância e 7 operacionais dos Bombeiros de Serpa.

Congresso nacional de azeite em Moura

JUL 23ALENTEJO, PORTUGALMOURABY GERSON INGRÊS+

MOURA – O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo organizou, em parceria com a Câmara Municipal de Moura, e com o apoio institucional da Confederação de Agricultores de Portugal, no passado dia 9 de Maio, em Moura, o 1º Congresso Nacional do Azeite – Azeite do Alentejo.

Esta iniciativa abordou três temáticas distintas, no âmbito do sector oleícola: qualidade, economia, e comércio, tendo contado com oradores de referência em cada um dos painéis.

Gabriel Beltran, investigador do IFAPA – Instituto Andaluz de Investigación y Formación Agraria, Pesquera, Alimentaria y de la Producción Ecológica – apresentou, no painel dedicado às políticas de qualidade, resultados de diversos estudos realizados ao nível da produção e da extracção de azeite, concluindo com uma série de recomendações práticas e inovadoras no sentido da obtenção de azeites de elevada qualidade – "azeites singulares".

Bruno Dimas, Director Adjunto do Gabinete de Planeamento e Políticas, abordou, no âmbito do painel de políticas económicas, o enquadramento do sector no novo quadro de apoio em sede da Política Agrícola Comum.

Finalmente, Luis Folque, Presidente da Casa do Azeite, expôs um conjunto abrangente de factos e considerações sobre os mercados de azeite, no terceiro painel do Congresso. Nesta temática abordou-se sobretudo a relação entre a legislação e o mercado, e a forma como esta relação afecta o consumidor. Os trabalhos do último Painel levaram à conclusão de que a legislação que regulamenta o comércio de azeite poderá e deverá reforçar a eficácia no papel de defesa tanto do consumidor como do sector.

O Congresso Nacional do Azeite contou com mais de uma centena de participantes, tendo as três intervenções sido moderadas e comentadas por profissionais de referência de vários quadrantes do sector oleícola.

A abertura do Congresso foi realizada pelo Sr. Presidente da Câmara de Moura – Dr. Santiago Macias, e pelo Sr. Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar – Dr. Nuno Vieira de Brito.

Agricultores em marcha lenta contra medidas que serão "a ruína da produção nacional"

24-07-2014 11:36 | Norte
Fonte: Agência Lusa 
Ovar, 14 jul (Lusa) - Dezenas de tratores percorreram hoje, em marcha lenta, o percurso entre Ovar e Aveiro, em protesto contra o fim das quotas leiteiras e o aumento das importações e marcas brancas, que consideram ser causas da "ruína" da produção agrícola nacional.

A iniciativa foi organizada pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura e contou com a participação de cerca de 50 empresários agrícolas dos concelhos de Ovar, Murtosa e Estarreja, e também da freguesia de Loureiro, em Oliveira de Azeméis.

Albino Silva, presidente da ALDA, disse à Lusa que "grande parte" dos agricultores "está na iminência de perder as suas explorações, porque enfrentam grandes problemas e têm poucas perspetivas de sair do buraco em que o Governo os está a meter".

Entre as dificuldades que os agricultores enfrentam incluem-se: a diminuição do preço pago ao por cada litro de leite, o aumento do preço do gasóleo agrícola e o aumento de outros custos de produção como as rações para animais, o acréscimo de impostos cobrados aos agricultores, além do fim das quotas leiteiras anunciado para 2015, com o que isso tem de implicações para os pequenos proprietários, explicou.

"Com isso tudo a juntar-se ao aumento das importações [de caráter agrícola] e à propagação das marcas brancas, estão a arruinar a produção nacional", garante Albino Silva.

"A assinatura do fim das quotas leiteiras já está a ter os seus reflexos e vai significar o fim da produção de leite em Portugal", acrescenta o presidente da ALDA. "Se dantes já reclamávamos que o que os produtores de leite recebiam praticamente só pagava as despesas, agora as perspetivas são ainda mais negras", acrescenta o presidente da ALDA.

Vitor Domingos, que tem uma exploração leiteira em S. Vicente Pereira, em Ovar, realça que o que mais revolta a classe "é ver que o preço que pagam ao agricultor por cada litro de leite baixou 4 cêntimos, enquanto nas grandes superfícies, para ser vendido ao público, subiu 6".

"Para quem é que vai essa diferença?", questiona. "É que há quem esteja a ganhar com isto, enquanto a nós continua-nos sempre a sair do bolso", afirma.

Paulo Andrade, outro empresário, acrescenta: "Baixam-nos o leite, mas sobem o gasóleo, sobem as rações e, um dia destes, não dá para produzir nem leite, nem carne".

Sobre a questão específica do fim das quotas leiteiras, o agricultor defende que "a Lactogal [que reúne produtores do Minho, Trás-os-Montes, Mondego e Proleite] foi uma coisa que nasceu boa, mas só para meia dúzia de produtores".

"Decidem tudo à maneira deles e os pequenos não têm hipótese", explica.

Para Paulo Andrade, "está tudo muito crítico nesta altura" e o Governo "tem que pensar a sério nestas coisas, porque um dia destes dá cabo disto tudo e sem agricultura não há país que se safe".

AYC// ATR

Lusa/Fim

Japão admite que programa agrícola moçambicano ProSavana baseia-se em polémico modelo brasileiro


Um conselheiro da embaixada do Japão em Moçambique reconheceu hoje que o programa agrícola moçambicano ProSavana tem como modelo o Prodecer, implementado no Brasil, admitindo os seus aspetos negativos, mas considerando "injusta" a desvalorização dos positivos.

Falando durante a II Conferência Triangular dos Povos - Moçambique, Brasil e Japão, promovida por organizações da sociedade civil dos três países, Jiro Maruashi disse que o ProSavana está "sob a sombra do Prodecer", um programa agrícola desenvolvido pelos governos brasileiro e japonês no cerrado brasileiro, durante a década de 1970.

Bastante polémico por alegadamente ter promovido a usurpação massiva de terras de camponeses por multinacionais, o Proceder foi inicialmente apresentado como o formato de desenvolvimento do ProSavana, programa tripartido que envolve os governos moçambicano, japonês e brasileiro e que foi desenhado para as províncias de Nampula, Niassa e Zambézia, numa extensão de cerca de 14 milhões de hectares de terra.

Queda de preços do milho pode causar rombo na economia agrícola dos EUA


By JESSE NEWMAN e TONY C. DREIBUS
Updated July 25, 2014 12:04 a.m. ET

O agricultor Doug Adams diz que não poderá pagar pelas terras que arrenda; a safra atual de milho promete ser grande. Stephen Mally for The Wall Street Journal
A queda nos preços do milho pode provocar o primeiro prejuízo para os produtores americanos em muitos anos e a economia agrícola dos Estados Unidos pode enfrentar sua primeira crise em dez anos.

Os preços do milho caíram quase 30% nos últimos três meses, atingindo o menor nível desde 2010 à medida que o clima quase perfeito no Meio-Oeste, o cinturão agrícola americano, acalenta as expectativas de uma safra enorme pelo segundo ano seguido. Os preços de outros grãos também caíram significativamente, com a soja sendo negociada perto das mínimas de dois anos e meio e o trigo em seu menor nível em quase quatro anos.

O menor preço do milho está beneficiando as empresas que dependem do grão para ração animal e outros usos, incluindo processadores de carne, pecuaristas e produtores de etanol. As ações da Tyson Foods Inc. TSN +1.22%  subiram 47% nos últimos 12 meses, enquanto as da rival Pilgrim's Pride Corp. PPC +0.70%  — processadora de carne de frango que é uma subsidiária da JBS SA JBSS3.BR +0.47%  — subiram 95%. As ações da Archer Daniels Midland Co. ADM +0.29%  , que transforma milho em etanol, xarope e outros produtos, subiram 34%.

Os preços menores de grãos em todo mundo também estão ajudando os consumidores, especialmente em países onde o custo do pão e outros alimentos essenciais representam uma parte significativa dos gastos. O índice mensal de preços de alimentos publicado pela FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, caiu em junho pelo terceiro mês consecutivo para seu menor nível desde janeiro, principalmente devido à queda dos preços de grãos e óleos vegetais.

O menor custo das commodities poderia reduzir a inflação de alguns produtos alimentícios que contêm milho e soja, como cereais e bolachas, embora poucas empresas de alimentos prontos devam reduzir os preços, dizem analistas.

A retração nos preços do milho, no entanto, deve provocar um corte abrupto na renda do cinturão agrícola dos EUA porque o milho é a principal cultura do país, produzido em cerca de 350.000 propriedades agrícolas e gerando US$ 60 bilhões em receita no ano passado. Agora, o preço do milho perdeu 57% em relação ao recorde da alta de 2012, bem abaixo do limite de US$ 4 por bushel que muitos produtores necessitam para ter lucro. É provável que, pela primeira vez desde 2006, muitos produtores de milho não consigam cobrir os custos, segundo economistas.

Sinais de tensão já são evidentes no Meio-Oeste. O valor das terras em algumas regiões já começou a cair após subir por anos. A demanda por equipamentos também. O lucro da Deere DE -0.54%  & Co., maior vendedora de equipamentos agrícolas do mundo, caiu 9,5% no segundo trimestre. A empresa informou que as vendas de equipamentos agrícolas e de terraplanagem podem cair entre 5% a 10% este ano.

Ontem, o milho para entrega em setembro caiu 0,3%, para US$ 3,615 por bushel, na bolsa de futuros da Chicago Board of Trade.

Embora o cenário econômico no cinturão agrícola esteja piorando, economistas e bancos informam que não temem um choque como a crise dos anos 80, porque os agricultores não estão muito endividados e criaram reservas financeiras durante o boom. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) estima que o nível de dívida em relação aos ativos dos agricultores cairia para 10,5% este ano, o menor desde 1954.

Os preços do milho e da soja podem se recuperar se um clima seco atingir o Meio-Oeste no fim do desenvolvimento das culturas, dizem analistas. Mas se o clima favorável continuar, os preços futuros de milho podem cair para até US$ 3,25 por bushel, estima Mark Schultz, analista da Northstar Commodity, em Minneapolis.

O USDA estimou, em fevereiro, que a renda líquida dos agricultores americanos cairia 27% neste ano, para US$ 95,8 bilhões, a menor desde 2010. Mas como as condições de produção têm sido excepcionais desde então, os economistas acreditam que a queda poderia ser ainda maior e continuar no próximo ano.

A abundância de milho americano ocorre dois anos depois que uma forte seca dizimou safras e elevou os preços para mais de US$ 8,31 por bushel. Antes da queda de 40% no ano passado, os preços do milho rondaram os US$ 6 por bushel durante os três anos anteriores, impulsionados pela crescente demanda da indústria do etanol e de mercados estrangeiros como a China.

A alta dos custos de produção faz com que preços abaixo de US$ 4 por bushel sejam inviáveis para muitos produtores. Os bancos já afirmaram que terão mais cautela na avaliação de empréstimos agrícolas após esta safra.

"Há boas chances, com base no que estamos vendo, de ter mais redução de renda em 2015", diz Eric McRae, vice-presidente do First Mid-Illinois Bank & Trust.

Produtores que arrendam terra para plantar — que representam cerca de 38% das terras agriculturáveis dos EUA — enfrentam o maior impacto dos preços baixos porque os custos são maiores do que para quem é dono de suas próprias terras, diz Gary Schnitkey, economista agrícola na Universidade de Illinois.

Muitos agricultores já começam a se preparar para a época de vacas magras. Doug Adams, produtor de milho do Estado de Iowa, diz que terá que renegociar o aluguel dos cerca de160 hectares que arrenda. "Esse aluguel caro já não vai ser sustentável", diz Adams. "Não podemos arrendar terra e perder dinheiro ano após ano."

O cenário nos EUA tem grandes repercursões para a agricultura brasileira. "A colheita americana só começa em setembro e até lá o cenário pode mudar, mas os efeitos da expectativa de uma nova grande safra de milho já são sentidos no Brasil", diz Amarylis Romano, economista sócia da Tendências Consultoria. O USDA projeta uma safra para este ano de cerca de 352 milhões de toneladas, ante 353 milhões de toneladas registradas no ano passado, as duas maiores do país.

A economista diz que este excesso de oferta fechou a janela que o Brasil tinha para exportar milho e, em consequência, as exportações brasileiras do grão já caíram 37% entre janeiro e julho. Além disso, a fraca demanda doméstica por alimentos está preocupando os produtores de milho. "Os preços caíram quase 9% apenas em julho", diz. Ela ressalta, contudo, que o problema não é a demanda. "No geral, a demanda mundial por alimentos está crescendo. O fato é que tanto EUA quanto Brasil estão registrando grandes safras e derrubando os preços", diz. A safra brasileira de milho deve atingir 74 milhões de toneladas este ano ante 78,5 milhões de toneladas no ano passado, diz ela.

(Colaborou Eduardo Magossi.)

Assunção Cristas: Óbidos e Alqueva serão responsáveis por implantação de regadio "difícil de superar"

Ministra da Agricultura diz que "Portugal deve ser conhecido por ter a joalharia da agricultura" e Óbidos "a filigrana" das redes de rega. 22 de Julho 2014, 17h46Nº de votos (0) Comentários (0)   A "filigrana" das redes de rega vai ser construída em Óbidos num investimento de 27 milhões de euros que, segundo a ministra da Agricultura, tornará difícil no futuro superar a implantação de regadio previsto no país até 2015. Este ano e o próximo serão "aqueles em que mais regadio se instalará em Portugal", sublinhou a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, durante a apresentação da Rede de Rega das Baixas de Óbidos, projeto que, "junto com o Alqueva, será difícil de superar no futuro".

SAPEC ganha patente de mistura fungicida para combate ao míldio da batata e do tomate


Sapec Agro França e a Sapec Agro Itália, recentemente constituídas, pretendem disponibilizar estas e outras soluções inovadoras na agricultura. 22 de Julho 2014, 16h55Nº de votos (0) Comentários (0)   O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu à Sapec Agro a patente de uma mistura fungicida para combate ao míldio nas culturas da batateira, tomateiro e alface, anunciou esta terça-feira a empresa. "Na base da patente agora concedida está a descoberta de que há um forte efeito sinérgico entre as duas moléculas que compõem o produto. Esta sinergia permite uma eficácia de referência com doses inferiores ao que seria esperado", explica a Sapec Agro em nota de imprensa divulgada esta terça-feira. De acordo com a empresa, o Grupo Sapec, que lidera o mercado fitofarmacêutico em Portugal com uma quota de 32% e ocupa a terceira posição na Península Ibérica, investe anualmente cinco por cento do volume de negócios no esforço de inovação.

Agricultor morre em despiste de trator no Cadaval

Actualizado ontem, às 15:19
  
 
Um agricultor morreu hoje na sequência de um acidente em que o trator que conduzia se despistou numa estrada municipal entre as localidades de Adão Lobo e Pêro Moniz, no concelho do Cadaval, informou fonte dos bombeiros.

O acidente ocorreu pelas 08:37 quando a máquina agrícola se despistou e acabou por cair numa ravina, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros locais, Luís Gaspar.

Segundo a mesma fonte, o veículo caiu em cima do condutor, um homem de 69 anos e residente naquela zona, obrigando os bombeiros a desencarcerar a vítima.

O agricultor foi assistido no local pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do hospital de Caldas da Rainha, mas veio a morrer ainda no local do acidente e o corpo foi transportado para o Instituto de Medicina Legal de Torres Vedras.

No local, estiveram uma ambulância, um veículo de desencarceramento e sete homens dos bombeiros do Cadaval e a VMER.

CDS-PP consegue salvaguardar agropecuária, touradas e circos dos maus tratos a animais

Em caso de abandono, está prevista uma "pena de prisão até seis meses de prisão ou com pena de multa até 120 dias"
O CDS-PP introduziu hoje um artigo ao diploma que criminaliza dos maus-tratos a animais de companhia que salvaguarda as suas preocupações de que a lei pudesse de alguma forma aplicar-se a explorações agropecuárias, touradas ou circos.

De acordo com um texto de substituição que deu hoje entrada na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, é acrescentado um artigo que estabelece que a criminalização dos maus-tratos "não abrange os animais utilizados em exploração agrícola, pecuária ou agroindustrial, assim como os utilizados para fins de espetáculo comercial ou outros fins legalmente previstos".

Nos outros "fins legalmente previstos" inclui-se sobretudo a investigação médica, explicou à Lusa fonte da maioria PSD/CDS-PP.

A criminalização dos maus tratos a animais de companhia já tinha sido aprovada na especialidade na comissão, na semana passada, numa votação artigo a artigo na qual a deputada do CDS-PP Teresa Anjinho tinha votado a favor da criminalização de maus-tratos a animais de companhia, mas tinha votado contra o artigo de alargamento dos direitos das associações zoófilas.

Este artigo equipara as associações zoófilas a organizações não-governamentais ambientais, dando-lhes o direito a constituírem-se assistentes em processos e dispensadas do pagamento de custas judiciais.

Fonte do grupo parlamentar do CDS-PP disse na altura à Lusa que, como aquela parte do articulado se referia à proteção animal, em geral, e não apenas aos animais de companhia, tinha dúvidas quanto uma eventual futura "apresentação de queixas, designadamente a explorações agropecuárias, com isenção de custas" por parte das associações zoófilas.

Os artigos da criminalização dos maus tratos a animais de companhia foram aprovados com os votos favoráveis do PSD, PS, CDS-PP e BE e os votos contra do PCP.

O projeto de lei estabelece que "quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias".

Em caso de abandono, está prevista uma "pena de prisão até seis meses de prisão ou com pena de multa até 120 dias".

Se dos maus tratos resultar a morte do animal de companhia, "a privação de importante órgão ou membro ou a afetação grave e permanente da sua capacidade de locomoção, o agente é punido com a pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias".

Redução da taxa de perda de colónias de abelhas

22-07-2014 
 

 
A perda de colónias de abelhas melíferas no Inverno de 2013-2014 foi de nove por cento, a percentagem mais baixa registada desde 2007, de acordo com os dados da rede de protecção das abelhas melíferas COLOSS, que apresentou os resultados preliminares de um estudo internacional para investigar o desaparecimento das mesmas.
 
Os dados foram recolhidos de Israel à Argélia, incluindo 19 países europeus. No total, responderam 17.135 apicultores que proporcionaram dados sobre a mortalidade das suas colmeias no Inverno.
 
As análises prévias dos dados mostraram que a taxa de mortalidade no Inverno de 2013-2014 variou entre os países, desde os seis por cento na Noruega aos 14 por cento em Portugal, para além das diferenças regionais entre os diversos países.
 
No Reino Unido, as perdas no mesmo período foram de 7,85 por cento, segundo a Agência Britânica de segurança alimentar. Este Inverno também os Estados Unidos da América assinalaram um decréscimo das colónias.
 
Fonte: Agrodigital


CE: Evolução das explorações de cereais da UE

 16-07-2014 
 

 
O período de 2010-2011 foi positivo para os produtores de cereais da União Europeia (UE), de acordo com a informação publicada pela Comissão Europeia sobre as explorações de cereais em 2013.
 
O documento examina a evolução dos custos de produção, as margens e os rendimentos nas explorações da UE entre 2004 e 2011, assim como as estimativas dos custos de produção e as margens brutas para o ano de 2012.
 
Uma das principais observações formuladas para 2010-2011 é que, enquanto os preços dos cereais eram muito altos, assim como os rendimentos médios, os custos atingiram valores nunca antes assinalados. As margens brutas obtidas por hectare de cereais ou por tonelada de grãos foram muito melhor que as de 2009, ano em que desceram aos níveis mais baixos, mas sem alcançarem os altos níveis de 2007 devido aos custos superiores de produção.
 
As margens brutas em 2011 foram, contudo, cerca de 36 por cento superiores à média de 2004-2010. As previsões para 2012 mostram uma melhoria na rentabilidade das culturas de cereais.  
 
Fonte: Agrodigital

Plano estratégico para as florestas terá 540 milhões até 2020

23 Julho 2014, 20:52 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt



Há mais 140 milhões de euros no novo quadro comunitário de apoio que vigorará até 2020, afirmou esta quarta-feira Francisco Gomes da Silva, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
O próximo plano estratégico para as florestas, a vigorar até 2020, destina para a floresta portuguesa um total de 540 milhões de euros de despesa pública, avançou esta quarta-feira, 23 de Julho, Francisco Gomes da Silva (na foto).
 
O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural anunciou, esta quarta-feira, na Assembleia da República, durante o debate na Comissão da Agricultura e do Mar, que o financiamento desse montante de despesa pública terá como origem o Feader – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e Orçamento do Estado e será superior em 140 milhões de euros ao valor ao permitido no actual Plano de Desenvolvimento Rural.
 
"Acresce", adiantou ainda Francisco Gomes da Silva, "que se abriram elegibilidades que nunca antes tinham sido abertas aos produtores florestais" no novo quadro que vigorará para os próximos sete anos.
 
O secretário de Estado, que falava hoje sobre o documento que originará a revisão da estratégia para as florestas, não se comprometeu contudo, em resposta aos deputados, a financiamentos além do horizonte 2020. "Seria um exercício fácil e perigoso", disse, "afectar verbas depois de 2020" sobre as quais o actual governo não teria voto na matéria e que são "da responsabilidade de governos seguintes", frisou.  

Gomes da Silva: "Espero que o eucalipto não tenha acabado"

FLORESTA
23 Julho 2014, 20:54 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt

A floresta era o tema da ida de Francisco Gomes da Silva, secretário de Estado da tutela, ao Parlamento esta quarta-feira, e a discussão não conseguiu evitar o eucaliptal.
O plano estratégico para a Floresta poderá "conduzir a um aumento de área da generalidade das restantes espécies", mas "essa preocupação não existe com o eucalipto", defendeu esta quarta-feira Francisco Gomes da Silva.
 
Confrontado com a pergunta da deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, sobre o facto de, de acordo com o documento apresentado esta quarta-feira no Parlamento – e preparatório da versão final da estratégia para a floresta – o eucaliptal já ter "ultrapassado [em área] a meta de 2030" e se "parou o eucalipto no nosso país", Gomes da Silva respondeu: "Eu espero que o eucalipto não tenha acabado".
 
"Não é uma meta que aí está", frisou o governante. O que o documento aponta "são cenários de um futuro desejado", referindo-se à apreciação do valor dos 800 mil hectares com ocupação de eucalipto.
 
Para o secretário de Estado da tutela, a questão não é a área. É o que se retira dela e em que quantidade. "Não é necessário aumentar as áreas para que se aumente a disponibilidade de matérias-primas" em cada área, dando o montado de sobro e a extracção da cortiça. "Olhar apenas para a área não é relevante – não é uma questão", frisou.
 
Com uma melhoria de 140 milhões de euros em 2013, o saldo da balança comercial dos produtos florestais foi excedentário em 2,5 milhões de euros em, 2013, com a área do "papel e cartão" a exceder o peso, pela primeira vez, da cortiça na conta final.
 
O saldo da categoria "papel e cartão" registou um acréscimo das vendas externas de 69,2 milhões de euros, passando o seu saldo a ser excedentário em 742,6 milhões de euros. Já a cortiça, "tradicionalmente considerado como líder neste indicador", registou um saldo de 700,4 milhões de euros.
 
Na categoria de "pasta de madeiras" o saldo, positivo, foi de 469,6 milhões de euros. E na madeira, embora se tenha verificado um decréscimo de 9,1 milhões de euros, foi atingido "um excedente global de 125,4 milhões de euros".

AJAP preocupada com os produtores de fruta


Produtores. de pêssego e nectarina de Itália, França e Espanha pediram, com carácter de urgência, ao Conselho de Ministros da União Europeia e ao Comité de Gestão, medidas de gestão de crise eficazes para esta Campanha.

TaI como em Portugal, e em particular na região da Cova da Beira, os preços estão muito baixos ao produtor, as cooperativas, produtores, e outras estruturas comerciais estão com grandes dificuldades em escoar o produto a preços razoáveis. O preço praticado é inaceitável, uma vez que o mercado está invadido de pêssego espanhol, a preços que nem sequer cobrem os custos com a apanha.

A AJAP apela aos responsáveis nacionais que adoptem as medidas ao seu alcance, eventualmente concertadas com os restantes países, por forma a minirnizar todo um esforço inglório de muitos agricultores e jovens agricultores durante o ano.

A Direcção da AJAP

Agricultores em marcha lenta contra medidas que serão "a ruína da produção nacional"


Dezenas de tractores percorreram hoje, em marcha lenta, o percurso entre Ovar e Aveiro, em protesto contra o fim das quotas leiteiras e o aumento das importações e marcas brancas, que consideram ser causas da "ruína" da produção agrícola nacional.

A iniciativa foi organizada pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura e contou com a participação de cerca de 50 empresários agrícolas dos concelhos de Ovar, Murtosa e Estarreja, e também da freguesia de Loureiro, em Oliveira de Azeméis.

Albino Silva, presidente da ALDA, disse à Lusa que "grande parte" dos agricultores "está na iminência de perder as suas explorações, porque enfrentam grandes problemas e têm poucas perspectivas de sair do buraco em que o Governo os está a meter".

Entre as dificuldades que os agricultores enfrentam incluem-se: a diminuição do preço pago ao por cada litro de leite, o aumento do preço do gasóleo agrícola e o aumento de outros custos de produção como as rações para animais, o acréscimo de impostos cobrados aos agricultores, além do fim das quotas leiteiras anunciado para 2015, com o que isso tem de implicações para os pequenos proprietários, explicou.

"Com isso tudo a juntar-se ao aumento das importações [de caráter agrícola] e à propagação das marcas brancas, estão a arruinar a produção nacional", garante Albino Silva.

"A assinatura do fim das quotas leiteiras já está a ter os seus reflexos e vai significar o fim da produção de leite em Portugal", acrescenta o presidente da ALDA. "Se dantes já reclamávamos que o que os produtores de leite recebiam praticamente só pagava as despesas, agora as perspectivas são ainda mais negras", acrescenta o presidente da ALDA.

Vitor Domingos, que tem uma exploração leiteira em S. Vicente Pereira, em Ovar, realça que o que mais revolta a classe "é ver que o preço que pagam ao agricultor por cada litro de leite baixou 4 cêntimos, enquanto nas grandes superfícies, para ser vendido ao público, subiu 6".

"Para quem é que vai essa diferença?", questiona. "É que há quem esteja a ganhar com isto, enquanto a nós continua-nos sempre a sair do bolso", afirma.

Paulo Andrade, outro empresário, acrescenta: "Baixam-nos o leite, mas sobem o gasóleo, sobem as rações e, um dia destes, não dá para produzir nem leite, nem carne".

Sobre a questão específica do fim das quotas leiteiras, o agricultor defende que "a Lactogal [que reúne produtores do Minho, Trás-os-Montes, Mondego e Proleite] foi uma coisa que nasceu boa, mas só para meia dúzia de produtores".

"Decidem tudo à maneira deles e os pequenos não têm hipótese", explica.

Para Paulo Andrade, "está tudo muito crítico nesta altura" e o Governo "tem que pensar a sério nestas coisas, porque um dia destes dá cabo disto tudo e sem agricultura não há país que se safe".

Fonte:  Lusa

CNA solidária com lutas dos agricultores e dos compartes dos baldios

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA


- Pelo escoamento e melhores Preços à Produção.
- Em defesa da Casa do Douro e do Património da Lavoura Duriense.
- Em Defesa dos Baldios e da propriedade comunitária dos Povos e Compartes

A CNA expressa a sua solidariedade activa para com os Agricultores em luta com destaque para:

24 Julho - 2014 - Distrito de Aveiro

-- Marcha Lenta e desfiles dos Produtores de Leite/Carne e de Batata do distrito de Aveiro que se vão concentrar e protestar - Quinta-Feira – 24 de Julho: 

-- Em  Válega (Ovar) - às 10 h. - na Estrada 109 - com máquinas agrícolas em Marcha Lenta  até Aveiro;

-- Frente à Estação da CP – Aveiro  - a partir das 11 horas – Produtores de Batata e Hortícolas (a que se virão juntar os Tractores que vêm em Marcha Lenta desde Válega – 10 h.).

-- Desfile conjunto na Av. Dr. Lourenço Peixinho – Aveiro – e protesto  simbólico.

Promove a ALDA Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro
Com apoio da CNA
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24 Julho - Régua - frente à Sede da Casa do Douro - Vigília (18 h.)

-- Em defesa da Casa do Douro e do Património da Lavoura Duriense

-- Contra a nova legislação do governo e da maioria parlamentar que visa transformar a Casa do Douro em associação privada com reduzido número de sócios e colocar o valioso Património da Instituição – com destaque para o "stock" de Vinho do Porto -  sob controlo do grande comércio do Vinho do Porto.

Vai ser feita uma "Proclamação" pela unidade dos Durienses em defesa da Casa do Douro e lançado um "Abaixo-Assinado – Petição" para a anulação da nova e citada legislação sobre a histórica Instituição da Lavoura Duriense.

Promove:
 AVIDOURO – Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro
 Com apoio da  CNA
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27 Julho - Coimbra - Sede da CNA (10 h.)

Encontro de Baldios da Região de Coimbra.

Contra a nova lei dos Baldios que abre portas à privatização da propriedade comunitária dos Baldios.  Em defesa dos direitos dos Povos e Compartes.

 Promove:
 Grupo de Baldios da Região de Coimbra
 Com apoio da  CNA
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27 - Julho - Encontro de Baldios - Vila Real (10 h.)

Contra a nova lei dos Baldios que abre portas à privatização da propriedade comunitária dos Baldios.  Em defesa dos direitos dos Povos e Compartes.

Promovem:
 FAGRORURAL
 Secretariado dos Baldios do Distrito de Vila Real

 Sim, queremos melhores políticas agro-rurais e outro governo capaz de as promover !
Viva   2014  -  Ano Internacional da Agricultura Familiar !

Coimbra, 23 de Julho de 2014

A Direcção da  CNA

Certificação florestal: negócio manipulável?

ACRESCIMO

O negócio da certificação florestal, enquanto um dos instrumentos de comprovação de uma gestão florestal sustentável por parte de um produtor florestal, seja individual, comunitário ou empresarial, só será enquadrável nos custos do investimento florestal se for credível junto dos consumidores e da Sociedade em geral, ou seja, se demonstrar ser inviolável a potenciais manipulações. Sê-lo-á?

No verão de 2013, a Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal, solicitou a uma entidade certificada, um produtor florestal empresarial, a visita a locais de floresta onde alegadamente haviam sido aplicados resíduos industriais como fertilizantes orgânicos. Até hoje o pedido não foi aceite. O tempo decorrido tende a camuflar eventuais vestígios.

No outono de 2013, a Acréscimo solicitou à entidade certificadora que, no âmbito de uma auditoria externa a realizar á entidade certificada sua cliente, inclui-se visitas de campo a dois locais de floresta onde alegadamente haviam sido aplicados tais resíduos industriais. Constatou-se, no relatório dessa auditoria, que a entidade certificadora prescindiu de tais visitas a locais de floresta geridos pela entidade certificada sua cliente.

No início de 2014, a Acréscimo solicitou uma reunião ao representante nacional da entidade internacional que detém o sistema de certificação florestal pelo qual está certificado o produtor florestal empresarial em causa, o que gere os locais onde alegadamente foram aplicados tais resíduos industriais. É essa entidade internacional, com representante a nível nacional, que acredita as entidades certificadoras (para as auditorias externas). Até hoje tal reunião não ocorreu. Reforçamos, o tempo decorrido tende a camuflar eventuais vestígios.

A insistência da Acréscimo na visita técnica a locais onde tenha ocorrido a aplicação de resíduos industriais, pode ser justificada por suspeitas de poder estar em causa, no extremo, a Saúde Pública.

A insistência da Acréscimo na visita técnica a áreas de floresta certificada, onde tais resíduos possam ter sido aplicados, advém do acréscimo de compromissos sociais e ambientais que o conjunto das entidades envolvidas na cadeia de certificação florestal, de cariz privado e autorregulados, assumem voluntariamente perante a Sociedade.

Mais, a certificação de áreas florestais aporta importantes encargos aos produtores florestais que optam, voluntariamente, por adotar, na administração das suas florestas, um conjunto acrescido de requisitos com o objetivo de provar à Sociedade as mais valias ambientais da sua opção. Os consumidores retribuem, adquirindo por preço superior os produtos certificados. Ora, se o sistema for manipulável por alguns, os esforços dos demais serão postos em causa.

Para obviar as suspeitas que os acontecimentos relatados podem suscitar, a Acréscimo colocou um desafio aos sistemas de certificação com intervenção no mercado nacional, o FSC e o PEFC.

Assim tendo como pressupostos que:

1. As aplicações de resíduos industriais como fertilizante orgânico, em áreas florestais, está suportada em estudos científicos de base nacional e independente, que permitam acautelar os impactos desta prática nos solos, nos aquíferos, na fauna e na flora, mas sobretudo na saúde pública;

2. As entidades oficiais (Ministérios do Ambiente e da Agricultura) garantem uma fiscalização ativa, eficiente e eficaz das normas legais inerentes aos procedimentos em campo para a valorização silvícola de resíduos industriais (que fique claro, não nos referimos à evidência de autorizações e de planos, mas sim de procedimento em campo) – elemento básico para a garantia uma gestão florestal sustentável;

3. Os sistemas de certificação florestal, FSC e PEFC, asseguram a credibilidade dos mesmos, através de entidades por si acreditadas, no garante de uma monitorização ativa, eficiente e eficaz dos requisitos inerentes a uma gestão florestal sustentável; e,

4. As entidades certificadas no âmbito destes sistemas administram de forma transparente as áreas que gerem a coberto de um certificado comprovativo de uma gestão florestal sustentável.

Estamos em crer que FSC e o PEFC reforçarão a proposta da Acréscimo para a visita a áreas de floresta certificada em cujos solos tenham ocorrido aplicações de resíduos industriais, através da constituição de uma equipa técnica tripartida, envolvendo especialistas designados pela Acréscimo, pela entidade certificada e pela entidade certificadora, ou quem a acreditou para o efeito.

Lisboa, 23 de julho de 2014

Produção de melancia cresce 20%

Rádio Cova da Beira
Criada em 2010 para desenvolver o potencial agrícola de Idanha a Nova, a sociedade Hortas de Idanha tem crescido 20% ao ano. A melancia é o produto mais visível deste projecto que, no ano passado, colocou no mercado 1.500 toneladas de melancia. Este ano a expectativa é também de um aumento de 20%, com a introdução de uma nova variedade.
ontem
por Paula Brito
 
 "É uma nova variedade que introduzimos devido às exigências do mercado que consome muita melancia preta. Como a nossa melancia tradicional é a riscada, fomos à procura de uma nova variedade que é a riscada mas em preto", adianta à RCB Joaquim Soares, vereador na câmara municipal de Idanha a Nova.

Para além da melancia, o dióspiro é outra das apostas "no ano passado introduzimos pela primeira vez no mercado 10 toneladas de dióspiro, que tem uma grande tradição no nosso concelho e que foi agora retomada com a plantação de mais de 12 mil diospireiros, essas árvores só daqui a 3 anos é que irão ter fruto mas o objectivo é converter o pomar que já tem décadas no nosso concelho e lentamente ser substituído".

No ano passado o projecto Hortas de Idanha ganhou um novo parceiro – a incubadora agrícola de base rural que é na opinião do autarca "uma mais-valia que vem confirmar a existência das Hortas de Idanha que envolve mais de 50 hectares no seu todo, e que com os 560 da herdade da Várzea poderá ser um grande projecto daqui a 10 anos".

A autarquia de Idanha a Nova pretende aumentar a área de cultivo, para isso está a negociar com o governo a cedência da herdade da Ribeira do Freixo, onde o ministério da agricultura tinha um campo de experimentação

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Governo vai afetar 540 milhões até 2020 à Estratégia Nacional para as Florestas


 
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O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, disse hoje no parlamento que o Governo vai afetar 540 milhões de euros à Estratégia Nacional para as Florestas até 2020.

Na audição na Comissão de Agricultura e Mar, Francisco Gomes da Silva sublinhou que outras verbas podem ser disponibilizadas em outras áreas do quadro orientador da política florestal, mas referiu que os 540 milhões de euros correspondem a fundos nacionais e da União Europeia, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Regional.
Este plano, que serviu de base ao Quadro Comunitário de Apoio III, estende-se até 2020, pelo que "se fez coincidir o período desta atualização da Estratégia Nacional para as Florestas até essa altura".
"Para esta proposta de Estratégia Nacional para as Florestas, tínhamos uma meta temporal até 2030, mas não sabemos que fundos, nacionais e comunitários, teremos a partir de 2020", justificou o membro do Governo, acompanhado no parlamento de elementos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O secretário de Estado referiu ainda à Lusa que a proposta de Estratégia Nacional para as Florestas, que esteve em auscultação pública de durante o mês de maio, deverá ser aprovada em Conselho de Ministros "em finais de setembro".
"Falta apenas receber as posições das regiões autónomas dos Açores e da Madeira", disse Francisco Gomes da Silva.
A Estratégia Nacional para as Florestas foi aprovada em 2006, pelo Governo de José Sócrates.
A partir de 2010, foi realizada uma avalização da concretização por uma entidade independente, que identificou um conjunto de alterações que justificavam uma atualização.
"Este documento produzido agora pelo Governo mantém a matriz da Estratégia Nacional para as Florestas de 2006. A proposta mantém os objetivos e a estratégia, atualizando-se, com ênfase, o contexto da floresta", afirmou o governante.
A proposta de Estratégia Nacional para as Florestas manteve seis linhas estratégicas: minimização dos riscos dos incêndios; especialização do território; melhoria da gestão florestal e produtividade dos povoamentos florestais; internacionalização e aumento do valor dos produtos; melhoria geral da eficiência e competitividade dos setores; e racionalização e simplificação dos instrumentos da política.
Na audição parlamentar de hoje, a proposta mereceu algumas críticas por parte dos deputados socialistas e do Bloco de Esquerda em questões meramente técnicas.
Dinheiro Digital com Lusa

CE fica acima de zero os direitos de importação para milho, sorgo e centeio

17-07-2014 
 
   
A Comissão Europeia fixou o direito de importação de milho, sorgo e centeio em 5,32 euros a tonelada, uma decisão que surge em resposta à situação dos mercados mundiais de milho e dos preços baixos.
 
Os direitos de importação de cereais são fixados em função dos diferentes preços mundiais de referência e de acordo com os mecanismos que os desencadeiam, sendo que os contingentes individuais de tarifas não serão afectados pela medida em questão.
 
O Conselho Internacional de Cereais (CIC) estima uma produção mundial de milho em 2014 de 963 milhões de toneladas, ou seja, o segundo maior resultado após o recorde do ano passado. As existências mundiais de milho no final da campanha 2014/2015 devem aumentar cerca de 13 milhões de toneladas até um total de 180 milhões, o nível mais alto dos últimos cinco anos, inclusive nos principais países exportadores e em particular nos Estados Unidos.
 
Como resultado desta previsão para a colheita de milho de 2014, mas sobretudo nos Estados Unidos, os preços do mercado mundial de milho caíram significativamente.
 
Fonte: Agrodigital

Autarcas de Monção e Melgaço satisfeitos com posição do Governo sobre "Alvarinho"

  23-07-2014 
 
 
Os autarcas de Monção e Melgaço afirmaram à Lusa que a sua argumentação contra o alargamento da produção do vinho Alvarinho «foi bem acolhida» pela Ministra Assunção Cristas e pelos deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura.
 
«Foram contactos muito positivos em defesa dos produtores de uva e de vinho da sub-região de Monção e Melgaço», sublinharam à Lusa os autarcas Augusto Domingues, de Monção e Manoel Batista, de Melgaço.
 
Os dois presidentes de câmara, acompanhados de elementos da Associação de Produtores de Alvarinho (APA), da Confraria do vinho Alvarinho e das adegas cooperativas de Monção e Melgaço reuniram-se com a ministra da Agricultura.
 
«A senhora Ministra percebeu qual a situação que está em causa e manifestou-se sensível. Adiantou que ainda não tem em mãos a proposta da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) de alargamento da produção da casta "Alvarinho" a todos os concelhos que a integram. Disse que ainda há tempo para o diálogo entre a nossa sub-região demarcada e a CVRVV», explicaram os dois autarcas.
 
A comitiva alto-minhota reuniu-se depois com os deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura que, segundo os dois autarcas, «foram sensíveis» aos argumentos em defesa da manutenção da exclusividade da produção de Alvarinho naquela sub-região.
 
«A maioria dos deputados está alinhada connosco. Entenderam os interesses fortíssimos que estão em jogo e prometeram dar força e fazer "lobby" para garantir a exclusividade da produção de Alvarinho», explicaram.
 
As duas autarquias têm vindo a assumir «preocupação» com a possibilidade de a «denominação exclusiva» de produção de vinho Alvarinho, vir a ser «alargada» à restante área da CVRVV.
 
Os contactos realizados surgiram na sequência da aprovação, no passado dia 25 de Junho, pela CVRVV de uma proposta de alargamento da produção a todos os concelhos que a integram.
 
Segundo dados de 2013 da Associação de Produtores Alvarinho, a actividade reúne 60 empresas desta sub-região demarcada centenária, Monção e Melgaço, onde são produzidos anualmente seis milhões de quilogramas daquela uva.
 
A selecção «das melhores» dá origem a mais de 1,5 milhões de garrafas de vinho alvarinho e representa um volume de negócios da cerca de 25 milhões de euros.
 
A exportação representa 10 por cento do total das vendas anuais do vinho alvarinho, sobretudo para mercados da América do Norte e norte da Europa, além de outros países com forte presença de emigrantes portugueses, como a França.
 
Trata-se também da casta cuja uva «mais rende ao produtor», com excepção da uva utilizada para o vinho do Porto de mesa, chegando a valer 1,10 euros por cada quilo. É por isso a «matéria-prima mais cara» do país, garantem os produtores.
 
Fonte: Lusa


Cooperativas de lacticínios dos Açores confrontadas com desafio da consolidação

17-07-2014 
 

 
A consolidação e a eficiência são dois dos principais desafios com que se confrontam as dez cooperativas de lacticínios existentes nos Açores, segundo aponta um relatório sobre o sector feito pela comissão de Economia do parlamento açoriano.
 
«Neste momento, o que temos de fazer é consolidar as que temos, tentar melhorá-las e torná-las mais eficientes, de maneira a que o nosso produto seja de melhor qualidade», afirmou aos jornalistas o deputado socialista José Ávila, que coordenou o relatório "Momento actual e perspectivas futuras das Cooperativas de Lacticínios dos Açores".
 
O parlamentar socialista adiantou que aquilo que se pretende com o relatório, que será discutido no plenário de Setembro da Assembleia Legislativa da região, é que se faça estudos no sentido de conjugar todos os factores para que as cooperativas fiquem mais fortes.
 
Reconhecendo a existência de problemas nas cooperativas em S. Jorge, Pico e Flores, José Ávila manifestou ser importante que os agricultores acreditem nas suas cooperativas e trabalhem para entregar mais leite.
 
Segundo disse José Ávila, as situações mais faladas durante as visitas dos deputados tinham a ver com a necessidade de apoio técnico na área da gestão e comercialização, também na área da produção e um gasto excessivo de energia.
 
«É evidente que questões como marcas brancas, que são negociadas pelas grandes superfícies, têm influência muito grande na rentabilidade dessas empresas e nós achamos que a valorização da marca Açores poderá ser uma vantagem para o produto ser mais competitivo no mercado», referiu.
 
Fonte: Lusa


CE dá conselhos contra práticas desleais no setor agroalimentar

16 DE JULHO DE 2014 AGROTEC

A Comissão Europeia adotou ontem uma Comunicação na qual incentiva os Estados Membros a procurar meios para melhorar a proteção dos pequenos produtores de alimentos e retalhistas contra as práticas desleais dos seus parceiros comerciais, por vezes muito mais fortes.

O relatório assinala que ainda que as diferenças no poder de negociação são comuns e legítimas nas relações comerciais, estes desiquilíbrios podem dar lugar a práticas comerciais desleais em alguns casos.

Algumas destas práticas são as seguintes:

- Evitar o recusar por por escrito cláusulas comerciais essenciais.

- Alterações unilaterais retroativas do custo ou do preço dos produtos ou serviços.

- Transferência de riscos injustificados ou desproporcionados a uma parte contratante.

- Alteração deliberada do calendário de entrega ou receção para obter um benefício injustificado.

- Romper unilateralmente uma relação comercial sem aviso prévio ou mediante um prazo de pré-aviso exageradamente curto e sem motivo objetivamente justificado.

A Comunicação sobre as práticas comerciais desleais não propõe medidas de regulamentação à escala da UE, mas anima os Estados Membros a certificarem-se de que aplicam as disposições adequadas contra as práticas comerciais desleais, tendo em conta as circunstâncias nacionais. As sugestões da Comunicação baseiam-se em três pilares:

1. Apoio à Iniciativa da Cadeia de Fornecimento voluntário: os códigos de conduta voluntários são uma pedra angular das relações comerciais leais e sustentáveis. Por isso, a Comunicação anima os agentes económicos da cadeia de fornecimento alimentar a somar à Iniciativa da Cadeia de Fornecimento existente desde setembro de 2013 e a suas plataformas nacionais. Além disso, pede ao grupo de gestão da iniciativa que fomente ao máximo a participação das PME´s, que são as principais beneficiárias da iniciativa.

2. Normas da UE sobre os princípios de boas práticas: Os Estados Membros que já abordam as práticas comerciais desleais a nível nacional adotaram distintos planeamentos. Por outro lado, alguns Estados Membros não adotaram ainda nenhuma medida concreta contra as práticas comerciais desleais. Com o objetivo de fazer frente às práticas comerciais desleais de forma eficaz em toda a UE e, em particular, na sua dimensão transfronteiriça, é importante que exista uma comunicação comum das normas que abordam as práticas comerciais desleais. Na Comunicação sugere-se que os princípios da iniciativa da cadeia de fornecimento alimentar poderá servir de base para uma interpretação comum da normativa.

3. Melhoria da aplicação à escala nacional: se a parte mais débil numa relação comercial depende economicamente da outra, ela pode frequentemente abster-se das relações comerciais para se defender contra as práticas comerciais desleais, mediante ações judiciais ou mecanismos de resolução extrajudicial de litígios, por receio de colocar em perigo ou perder a sua relação comercial. Para estabelecer um fator de dissuasão credível contra o uso de práticas comerciais desleais, a Comunicação propõe a aplicação de normas mínimas em toda a UE.