sábado, 4 de dezembro de 2010

Autoridades deviam facilitar entrada de mão de obra estrangeira

sábado, 4 de Dezembro de 2010 | 11:15
Autoridades deviam facilitar entrada de mão de obra estrangeira
As entidades responsáveis por autorizar o trabalho de imigrantes em
Portugal deviam facilitar a entrada de mão de obra estrangeira para
trabalhar na agricultura, área onde há dificuldade em recrutar
pessoal, defendeu hoje um empresário do setor.
Os estrangeiros a trabalhar na apanhar de fruta e hortícolas nos
campos algarvios praticamente já superam os portugueses, sendo na sua
maioria originários de países como a Roménia, Ucrânia ou Bulgária,
Marrocos e até da Tailândia.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ministros do Ambiente e da Agricultura assinam contrato para uso de albufeiras no vale do Sorraia

02-Dez-2010
Os ministros do Ambiente e da Agricultura assinaram hoje um contrato de concessão que permitirá aos agricultores e regantes do vale Sorraia, no Ribatejo, usar as albufeiras daquela região mediante o pagamento de uma taxa.

Este contrato visa agricultores dos distritos de Portalegre, Évora e Santarém, com uma área de influência abrange uma superfície de 15,365 hectares, ou seja, cerca de 15,4 estádios de futebol, interessando os concelhos de Ponte de Sor, Avis, Mora, Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente.

Em declarações no final da assinatura do contrato de concessão, a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, disse que este contrato de concessão "define em que moldes a Associação de Regantes do Vale do Sorraia pode utilizar os recursos hídricos de que necessita para o desenvolvimento da sua actividade".

Censo contabiliza mais de 25 mil aves nas áreas rurais portuguesas

03.12.2010
Helena Geraldes

Mais de 25 mil aves de 76 espécies foram contabilizadas nas áreas rurais portuguesas durante a campanha de contagens de aves no Natal e Ano Novo de 2009/2010, revelou a Spea (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).

No sétimo ano desta iniciativa, 30 observadores de aves voluntários percorreram 434 quilómetros de caminhos e estradas rurais e registaram um total de 25.092 aves. Em média foram encontradas 577 aves por cada dez quilómetros de habitats agrícolas, sendo que o Alentejo e o Algarve foram as regiões onde se registou uma maior abundância de aves, revela a Spea em comunicado.

Vitifrades: 13ªs Festas Báquicas, em Vila de Frades entre 3 e 5 de Dezembro

Vila de Frades, recebe entre hoje (sexta-feira) e domingo, as 13ªs Festas Báquicas-Vitifrades 2010. O certame recebe a Gala de Encerramento de "Beja-Cidade do Vinho 2010".
A Vitifrades-Associação de Desenvolvimento Local vai realizar entre hoje (sexta-feira) e domingo, as 13ªs Festas Báquicas, um certame que tem como objectivo promover os produtos da região onde se insere. O tema central das Festas Báquicas é a vinha e o vinho analisado nas suas mais variadas vertentes, desde a produção vinícola, agrícola e agro-alimentar até à vertente do consumo, restauração e turismo.

José Miguel Almeida, presidente da Vitifrades, revelou que os principais destaques será a "XII Rota das Adegas com animação musical" e a Gala de Encerramento de "Beja, Capital do Vinho", sendo apontado como "um dos pontos altos" deste certame.

UE e Mercosul esperam fechar acordo comercial até ao Verão de 2011


2 de Dezembro, 2010

A União Europeia e os países do Mercosul acreditam que podem fechar um acordo de associação comercial até ao verão de 2011, com ambas as partes a considerarem que as negociações, relançadas em Maio passado, estão a avançar «bem».
Os receios de alguns países europeus sobre os efeitos que um acordo com a organização sul-americana (composta por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) pode ter na sua agricultura constitui de momento o maior obstáculo a um acordo, que todavia está agendado por ambas as partes para meados do próximo ano.

O dossier poderá conhecer novos desenvolvimentos por ocasião da próxima cimeira do Mercosul, agendada para 16 e 17 de Dezembro na cidade brasileira de Foz do Iguaçú, naquele que será o último grande evento regional do ano, depois da XX Cimeira Iberomaericana, que se celebra sexta-feira e sábado na cidade argentina de Mar del Plata.

No entanto, os grandes avanços terão de ser obtidos nas quatro rondas negociais que, em Outubro passado, os dois blocos decidiram calendarizar até meados de 2011, e que foram já antecedidas de duas reuniões (em Junho e Outubro), celebradas na sequência da decisão de retomar negociações suspensas há largos anos.

A reconciliação entre as partes - o retomar de negociações suspensas desde 2004 - teve lugar em Maio, à margem de uma cimeira entre UE e América Latina e Caribe.

Desta cimeira, não são esperadas novidades em Mar del Plata, até porque apenas Portugal e Espanha estarão presentes do lado europeu, mas é natural que o rumo das negociações seja um assunto abordado à margem da Cimeira Ibero-Americana com os parceiros do Mercosul, já que tanto o bloco europeu como o sul-americano reconhecem a urgência, para ambas as economias, de um acordo de associação.

Do lado de Bruxelas, a expectativa é que esse acordo seja fechado antes das férias do verão do próximo ano, o objectivo já assumido pelo comissário do Comércio, Karel De Gucht, que no entanto terá de convencer os países europeus mais «zelosos» com a sua agricultura da necessidade de fechar as negociações, designadamente a França.

Lusa / SOL

Churchill’s investe quatro milhões no Douro

Vinho

Sónia Santos Pereira
03/12/10 00:05

A Churchill Graham vai construir uma adega para produzir vinhos de
mesa do Douro.

A Churchill Graham, empresa vitivínicola que detém a marca chapéu
Churchill's, está a iniciar um investimento de quatro milhões de euros
no Douro, que integra a construção de uma adega para a produção de
vinho de mesa. Segundo John Graham, presidente da Churchill Graham, o
projecto está ainda na sua fase inicial, estando a ser negociada a
compra de terrenos junto à Quinta da Gricha, propriedade da empresa.

O investimento contempla a construção da adega, caves de maturação,
laboratório e armazém, além da recuperação da casa da Quinta da
Gricha. O projecto será financiado por capitais próprios e recurso à
banca, além de estar prevista a sua candidatura a fundos europeus.
John Graham prevê que o investimento esteja concluído no final de
2012.


http://economico.sapo.pt/noticias/churchills-investe-quatro-milhoes-no-douro_105896.html

Desafio: África pode erradicar fome endémica em dez anos


POBREZA

por Marta F. Reis , Publicado em 02 de Dezembro de 2010  
Especialista da Universidade de Harvard entrega hoje manual de instruções aos presidentes da África subsariana

África é capaz de atingir a auto-suficiência alimentar no período de uma geração, uma certeza para Calestous Juma, especialista em desenvolvimento da Universidade de Harvard e membro das principais academias de ciências do mundo. Hoje o professor entrega um manual de instruções aos presidentes do Quénia, do Uganda, da Tanzânia, do Ruanda e do Burundi, reunidos na cimeira da Comunidade da África Oriental (EAC) em Arusha, Tanzânia. "Uma nova geração de líderes, estruturas regionais que começam a funcionar, a crise financeira e a vulnerabilidade aos preços dos alimentos fazem com que esta seja a altura certa para a mudança", diz ao i Calestous Juma, nascido no Quénia. "O meu objectivo não é glorificar África, mas mostrar aos cépticos e aos conservadores que não tinham razão."

Em apenas dez anos, assegura Juma no relatório "The New Harvest", África pode deixar de ser um continente à mercê das importações, onde a fome é endémica - dos 800 milhões de pessoas sem acesso a alimentos, um quarto vive na região subsariana. Biotecnologia, comunicações e formação são alguns dos ingredientes da revolução. Mas os recursos também ajudam, acrescenta o documento assinado por outros 19 especialistas. África tem 27,4% da terra arável mundial e apenas 4% é irrigada.

O uso de tecnologia no sector é ínfimo, tal como o investimento. A agricultura representa 64% do emprego em África e 34% do PIB e o compromisso de atribuir 10% da riqueza nacional ao desenvolvimento agrícola só tinha sido atingido, em 2008, por 13% dos países. Se no mundo a produção de alimentos cresceu 145% desde 1960, em África caiu 10% e o número de pessoas subnutridas aumentou 20% nos últimos 20 anos.

O bom exemplo Para Calestous Juma, o primeiro passo para erradicar a fome passa por tornar a segurança alimentar uma "prioridade presidencial", com metas quantitativas e monitorização permanente. O exemplo a seguir é o Malawi, diz. "Quando o presidente Bingu wa Mutharika chegou ao poder, em 2004, o país vivia em pobreza extrema. Em seis anos mostrou-se que é possível uma mudança rápida." Em 2005, metade da população do Malawi vivia com menos de um dólar por dia e um quarto não tinha refeições diárias. Um dia, recorda Juma, Mutharika disse: "Basta: não vou continuar a implorar comida. Vamos plantá-la." O preço do milho no país caiu para metade e pela primeira vez houve excedentes para exportar. Mutharika só este ano entregou a pasta a um ministro da Agricultura.

Converter ministérios da agricultura em agências de inovação agrícola, que apostem na biotecnologia e nos transgénicos, é o passo seguinte. "Devem depois centrar-se no alargamento de infra-estruturas às zonas rurais." Descentralizar universidades, dar formação a mulheres para agricultura e empreendedorismo e criar agências para regulação e segurança alimentar entram ainda na lista de conselhos.

A ajuda de fora, frisa, deve ser educativa e não invasiva. "Vão ser precisas parcerias de longo termo, mas sempre numa perspectiva que corte com o velho espírito da colonização. Não querem dinheiro, querem conhecimento", diz Juma. Uma medida de sucesso para daqui a dez anos? "Não haver fome em África e os produtos africanos entrarem nos mercados da Ásia e do Médio Oriente." Um passo levará a outros. "África vai ter de se integrar na economia global e exportar alimentos vai valorizar o continente." Na linha da frente não estará nenhum país isolado, antevê o especialista. "Vejo um grupo regional sentar-se ao lado do Brasil ou da China. Acho que daqui a dez anos não estaremos a falar do Quénia, do Uganda, do Burundi, mas de África Oriental como um todo."

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Portugueses comem carne e pescado a mais e hortícolas e leguminosas a menos


Por Natália Faria
Consumo de gorduras saturadas excede as recomendações internacionais e ajuda a explicar aumento das doenças cardiovasculares, responsáveis por 32 por cento das mortes em 2008

Por uma política de educação alimentar

Calorias e gordura a mais, frutos, hortícolas e leguminosas a menos. A dieta portuguesa já conheceu melhores dias. Entre 2003 e 2008, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), os portugueses abusaram também do grupo alimentar da carne, pescado e ovos e elegeram a cerveja como bebida alcoólica preferida. Dado curioso: o consumo de iogurtes baixou pela primeira vez em 14 anos e o bacalhau também continua a perder importância.

Numa comparação com os hábitos alimentares da década de 90, o INE constatou que os desequilíbrios à mesa se acentuaram. Em termos de calorias ingeridas, as quantidades diárias correspondiam em média a 3883 quilocalorias, ou seja, bastante acima das 2000 a 2500 recomendadas.

Esta distorção decorre, em parte, de um consumo de carne, pescado e ovos 11 pontos percentuais acima do recomendado - este grupo representa 16,3 por cento da alimentação diária no período estudado, enquanto a roda dos alimentos recomenda apenas cinco por cento. Em sentido contrário, a ingestão de hortícolas está dez pontos percentuais abaixo do recomendado.

Aquém do recomendado fica também o consumo de leguminosas secas - feijão, grão-de-bico, lentilhas, com 0,7 por cento -, contra um padrão aconselhado de quatro por cento. Dito doutro modo, para ficarem mais próximos da alimentação ideal os portugueses deviam aumentar cinco vezes a ingestão de leguminosas secas. Os frutos, que deveriam representar 20 por cento da alimentação, também andam reduzidos a 14 por cento, ou seja, seis pontos percentuais abaixo do recomendado.

Bacalhau em perda

No grupo óleos e gorduras, a ingestão aumentou quatro por cento relativamente à década de 90, tendo-se fixado nos seis por cento, contra os dois por cento recomendados. Não seria tão grave, se as gorduras não fossem um dos principais factores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares e se estas não tivessem sido a principal causa de morte em Portugal em 2008 - cerca de 32 por cento do total.

A carne de porco é a mais consumida, representando 38 por cento do total deste grupo, mas a sua importância decresceu um ponto percentual entre 2003 e 2008. A ingestão de carne de animais de capoeira, por seu turno, tem vindo a aumentar e já representa 33 por cento das disponibilidades alimentares das carnes. O INE concluiu, aliás, que as crises dos nitrofuranos (2003) e da gripe das aves (2006) não afectaram o consumo destas carnes. O facto de se tratar de carne branca, mais barata e menos gorda, pode ajudar a explicar o aumento de três pontos percentuais no seu consumo, segundo o INE.

Já o bacalhau tem vindo a perder importância dentro do grupo do pescado, tendo o seu consumo diminuído em cerca de 20 por cento no período analisado. Explicação: o aumento do preço, que chegou aos 9,4 por cento em 2008.

No grupo dos lacticínios - cujo consumo está dois pontos percentuais acima dos 18 por cento recomendados -, o INE detectou uma retracção do consumo em 2008. Explicação: a escassez de matéria-prima na indústria transformadora de lacticínios, que provocou um aumento dos preços na produção do leite cru e, consequentemente, junto do consumidor. Esta retracção incidiu nos iogurtes (quatro por cento) e no queijo (dois por cento). Aliás, no caso dos iogurtes foi a primeira vez em 14 anos que houve uma diminuição do consumo.

No campo dos cereais, prepondera o arroz. Aliás, Portugal é o país europeu que consome mais arroz, com uma média de 17,3 quilos por habitante por ano - em Espanha esse valor é de seis quilos por habitante/ano. Este aumento surge acompanhado por uma diminuição do consumo de tubérculos e raízes como batata e cenoura. Boa notícia: o azeite tende a substituir a margarina na dieta alimentar.

A cerveja mostrou ser a bebida preferida dos portugueses, com o seu consumo a sobrepor-se ao do vinho. Entre 2003 e 2008, a quantidade disponível para consumo diário per capita de bebidas alcoólicas decresceu oito por cento. A excepção foi 2004, ano em que o Euro 2004 fez aumentar o consumo de álcool, sobretudo à custa da cerveja que, nesse ano, aumentou dois por cento. Quanto ao vinho, perde importância desde a década de 90 e, entre 2003 e 2008, o seu consumo desceu dez por cento. Nas bebidas não alcoólicas, o consumo de água aumentou três por cento e o de refrigerantes diminuiu sete por cento.

O cluster da terra

O cluster da terra
Agricultura biológica. Acaba amanhã a Semana Bio, dedicada a esta
fileira crescente. Foi um sucesso para produtores, comerciantes e
consumidores. A INTERBIO lançou um documento-proposta para uma
política nacional no setor.
Luísa Schimdt (www.expresso.pt)
0:00 Quarta feira, 1 de Dezembro de 2010

Um velho arcaísmo mental, tantas vezes mal-intencionado, lançou uma
estranha aura sobre a chamada agricultura biológica. À volta dela não
faltam as ironias. Há sempre uns espertos enérgicos a sacudi-la como
se ela não passasse de um obscurantismo hippie dos anos 60.

A agricultura biológica, ou seja, produzida sem pesticidas de síntese,
sem fitofármacos, e praticada em solos não contaminados, é não só
saudável como não polui águas e terras. Muitas vezes os seus produtos
enquadram-se mal na normalização que desgraçadamente nos foi imposta
durante anos na pós-adesão à UE. Como se o destino de toda a produção
agrícola fosse uma linha de montagem e a automação do mercado. Foi
assim, por exemplo, que se arrancaram milhares de pomares de macieiras
autóctones (camoesa, bravo-de-esmolfo, etc.) para nos porem a comer
insípidas maçãs golden todas calibradas por igual.

Felizmente os tempos mudaram. Os consumidores não pararam nas últimas
décadas de aumentar a procura dos produtos de agricultura biológica.
Tornaram-nos por vezes produtos de luxo, produtos gourmet e portanto
caros. Mas nem sempre. Hoje com uma importante fileira já instalada,
os produtos biológicos impõem-se no mercado por uma simples razão: são
melhores. Melhores em sabor, duração, rendimento, e melhores para a
saúde pública, tanto alimentar como ambiental.

Para mais, esta fileira crescente não só mostrou grande resistência
aos embates da crise como até tem crescido. É por estas e por outras
que na Itália, França, Alemanha, Áustria... se tem expandido, e muito,
a agricultura biológica.

Ora, Portugal, que mercê de razões históricas nem sempre felizes
oferece condições naturais notáveis à criação desta galinha dos ovos
de ouro, parece que prefere negar o que todos os outros países
comunitários lhe mostram como caminho.

Comparem-se apenas as políticas de promoção da agricultura biológica e
das respetivas fileiras de transformação num país como a Áustria e num
país como Portugal. O abismo é imenso. Os governos austríacos têm
promovido uma verdadeira ofensiva estratégica a este nível -
informação, promoção, incentivos de vária ordem, apoio na ligação ao
mercado, etc. Por cá, nada, ou quase...

E não se diga que o problema é não haver em Portugal quem se dedique à
agricultura biológica. Passa-se exatamente o contrário: há cada vez
mais produtores de sucesso nesta área, e cada vez mais gente a querer
dedicar-se a ela. Mesmo com dificuldades, já se exporta. Apenas dois
bons exemplos: em Vila Real de Trás-os-Montes já existe a maior
produção nacional de cogumelos frescos e enlatados para consumo
interno e para exportação. No Alentejo, uma unidade pioneira produz,
desmancha, transforma, embala, distribui e exporta carne fresca
biológica (peru preto, borrego merino, bovino autóctone, porco preto e
cabrito serpentino).

A associação destes agricultores - INTERBIO - acaba de apresentar,
aliás, uma proposta de política nacional para o sector. Justamente
aquilo que angustiosamente lhe falta: políticas eficazes para a
constituição de uma fileira industrial agroalimentar que transforme a
matéria-prima no produto que o consumidor vai adquirir; e políticas
que promovam a exportação destes produtos de excelência.

Tem faltado também algum rasgo empresarial às grandes cadeias de
comercialização. Mas não faz mal, já que, cada vez mais, outros
circuitos mais maneirinhos, mais simpáticos e muito mais flexíveis e
ágeis vão fazendo o bom negócio que as grandes superfícies não foram
capazes de aproveitar. Sabemos que têm as suas razões, mas por alguma
razão essas razões noutros circuitos são menos razoáveis. Só nos
últimos dois anos - em plena crise - abriram várias lojas e pequenos
mercados, e no país já existem mais de 60, fora as lojas online.
Dir-se-ia que muitos consumidores, atingidos nas suas possibilidades
de adquirir pela lógica da quantidade, dão cada vez mais importância à
lógica da qualidade. Só assim se percebe a expansão do sector.

Hoje, que se reconhece a necessidade de apostar na produção, na
excelência, na exportação, não se percebe como é que o país não é já
uma grande referência mundial neste tipo de produtos. Valia a pena
perceber bem que coisas são feitas - ou não são feitas - nos infinitos
serviços do Ministério da Agricultura neste âmbito. Talvez se
entendesse melhor porque temos de viver um destino tão contrário ao da
Áustria, apesar de termos condições mais favoráveis do que ela. É que,
no nosso território minúsculo, apinha-se uma enorme variedade de
condições capazes de multiplicar as boas experiências.

O Estado, nos tempos que correm, não pode desperdiçar o próprio país.
E todos os horizontes viáveis são igualmente importantes: temos
(finalmente!) o cluster do mar. Precisamos do cluster da terra. Uma
terra que ficará duplamente grata: pela excelência do uso que lhe é
dado através da agricultura biológica e pelo inestimável benefício que
traz a qualquer território o cultivo e o cuidado das suas paisagens.


(...)

http://aeiou.expresso.pt/o-iclusteri-da-terra=f618503

Sistema de combate a incêndio teve problemas em dias de Verão com mais de 350 fogos - ministro da Administração Interna



De António Pereira Neves (LUSA) – Há 6 horas
Lisboa, 30 nov (Lusa) - O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, admitiu hoje que o dispositivo de combate a incêndios teve dificuldade em atuar nos dias de Verão em que ocorreram mais de 350 fogos.
Numa audição parlamentar conjunta das Comissões de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas e de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território, Rui Pereira afirmou que o sistema está preparado para responder satisfatoriamente até 250 fogos por dia.
"Este ano provou-se que o sistema está preparado para ir até 350 ignições por dia, mas foi aí que as dificuldades começaram, com dias em que ocorreram 400 e mesmo 500 ignições", afirmou o ministro.
© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.



Industriais do pão acusam ministro da Agricultura de dizer “barbaridades"



Inserido em 30-11-2010 14:17


António Serrano apelou ao bom senso dos industriais no aumento do pão. A principal matéria-prima subiu 40% e o sector da panificação anunciou um aumento dos preços de 12% já a partir de Janeiro.

:
A Associação do Comércio e da Indústria da Panificação (ACIP) acusa o ministro da Agricultura de dizer "barbaridades" por desconhecer a realidade do sector, após António Serrano ter dito não haver motivo para um aumento de 12% no pão.

"Tenho que lamentar a atitude dele. Já não é a primeira vez que um ministro da Agricultura vem dizer barbaridades sobre o sector: em primeiro, desconhecem o ramo e, em segundo lugar, lembro que vivemos numa economia de mercado – que é isso que nos dizem a nós – e por isso é que o presidente da ACIP nunca fala em percentagens, nem defende se se deve ou não aumentar. Simplesmente confirma se é real o que a economia da panificação está a sentir ou não", afirma Carlos Alberto Santos, presidente da Associação do Comércio e da Indústria da Panificação (ACIP).

Em declarações à Renascença, lembra que a principal matéria-prima sofreu um aumento de 40%. Carlos Alberto Santos não tem dúvidas de que é necessária uma actualização de preços, que mais não seja para poder pagar o aumento de impostos decretado pelo Governo.

"Temos de actualizar preços. Temos de fazer o que o Governo fez: aumentou impostos e nós temos de aumentar o preço do produto que produzimos", conclui.

Em Bruxelas, à margem de uma reunião de ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia, António Serrano disse hoje não ver motivo para uma subida tão elevada no preço do pão, anunciada pelos industriais do sector, a quem deixou um apelo para terem em conta a crise actual.

Acordo sobre as florestas no clima pode avançar

CIMEIRA

por FILOMENA NAVESHoje


Em Cancún, as negociações já se iniciaram. Uma das maiores dificuldades tem a ver com a possibilidade de prolongamento de Quioto, que agradaria à União Europeia.

Os representantes dos 192 países que esta semana iniciaram em Cancún a cimeira do clima, sob a égide das Nações Unidas, começaram ontem a partir pedra nas reuniões técnicas que antecedem a conferência dos decisores políticos, a partir de dia 7 de Dezembro. Apesar de parecer afastada a possibilidade de um acordo global para suceder ao Protocolo de Quioto, em cima da mesa desta Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP16), estão alguns dossiês que poderão dar frutos.
Entre ele estão a luta contra a desflorestação, a possibilidade - e os moldes - de prolongamento do protocolo de Quioto, até que um novo acordo global seja definido, ou ainda a ajuda aos países em desenvolvimento para se adaptarem aos impactos das alterações climáticas.
Na abertura dos trabalhos, na segunda-feira, a nova responsável da ONU para o clima, Christiana Figueres, apelou a um compromisso nesta cimeira. E fora do recinto onde decorrem as negociações, na famosa estância balnear do México, milhares de activistas do ambiente exigem o mesmo.
Uma das questões que parece mais perto de chegar a bom termo é o processo de atribuição de compensações financeiras aos países que reduzam as actividades de desflorestação ou de degradação das suas florestas. Outro tema em discussão que pode ser levado a bom porto é o do Fundo Verde, que deverá receber uma parte dos cem mil milhões de dólares prometidos aos países pobres, na cimeira de Copenhaga, e com execução até 2020.
Mas há outras questões que prometem levar maiores dificuldades e morosidade às negociações. Uma delas tem a ver com o mecanismo de verificação do trabalho de casa de cada um dos países para a redução das suas emissões atmosféricas. Um dos grandes reticentes a abrir portas a um controlo externo é a China, que já ultrapassou os Estados Unidos nessa matéria. Quanto a este último, uma das condições para os seus próprios esforços de redução dos gases com efeito de estufa, tem exactamente a ver com a sua diminuição por parte da China, o que significa que deverá haverá intensos contactos bilaterais nos próximos dias.
O assunto mais delicado em Cancún deverá ser mesmo a possibilidade de prolongamento das metas de Quioto (cujo prazo de validade termina em 2012), de forma a manter os esforços de redução das emissões até que um novo acordo global seja aprovado. Esta é de resto a visão da União Europeia, na qual se inclui Portugal, que já fez saber estar disposta a considerar um prolongamento do protocolo. Visão idêntica têm os ambientalistas portugueses da Quercus, que também estarão na cimeira como observadores.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ministro critica anunciada subida de 12% no preço do pão



O ministro da Agricultura, António Serrano, disse hoje não ver "uma razão para um aumento tão grande" no preço do pão, como aquele de 12 por cento recentemente anunciado pelos industriais do setor, a quem pediu "bom senso".
Falando em Bruxelas, à margem de uma reunião de ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia, António Serrano sublinhou que o Governo não pode intervir nesta matéria, pois "não compete ao Governo estabelecer preços" e "não o pode fazer", mas disse esperar que os industriais levem em conta a época difícil quando decidirem sobre o preço de um "bem essencial".

Os industriais do setor anunciaram recentemente que o preço do pão deverá subir pelo menos 12 por cento a partir de janeiro, devido ao aumento do preço da farinha, mas António Serrano considera que a subida do preço da matéria-prima não justifica tal aumento, até porque esta "é apenas uma componente da sua estrutura de custos" da produção do pão, "e não é a principal".

Para o ministro, o aumento não se deverá por isso "exclusivamente por razões associadas ao aumento da matéria-prima" e "provavelmente haverá outras razões que levarão a essa tomada de decisão dos industriais".

José Maria da Fonseca aposta nos BRIC para recuperar a empresa

Vinho

Sónia Santos Pereira
30/11/10 00:05

A JMF, presidida por António Soares Franco, lançou no mercado nacional
o vinho JMF (com um preço abaixo dos dois euros).


Empresa quer reforçar vendas nos mercados externos para ter resultados
positivos em 2012. O Periquita é o vinho mais europeu mais vendido no
Brasil.

A José Maria da Fonseca (JMF), empresa que responde pela centenária
marca de vinho Periquita, está atenta às oportunidades que os mercados
dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) podem trazer para a
recuperação do negócio. A empresa acumula prejuízos e tem uma dívida
líquida de 18 milhões de euros.

Com 80% das vendas provenientes dos mercados externos, e perante a
quebra no mercado interno, o presidente da JMF, António Soares Franco,
quer "continuar a crescer lá fora" e "estar na hora certa nos mercados
grandes e com potencial". Até porque "uma empresa não pode sobreviver
a vender vinhos abaixo dos dois euros", frisa.

*Leia a versão comp

http://economico.sapo.pt/noticias/jose-maria-da-fonseca-aposta-nos-bric-para-recuperar-a-empresa_105631.html

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cortes adicionais do PIDDAC podem chegar aos 600 milhões de euros

Medidas de contenção da despesa para 2011

23.11.2010 - 08:03 Por Lurdes Ferreira

As medidas adicionais de contenção que o Governo aplicou ao Plano de
Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central
(PIDDAC), para 2011, deverão gerar um corte de verbas próximo dos 600
milhões de euros, segundo cálculos do PÚBLICO.

Ontem, o PIDDAC foi aprovado, na especialidade, no Parlamento,
"blindado" pelo acordo entre o PS e PSD. Apresenta duas grandes
parcelas de cortes.

No final de Setembro passado, antes da apresentação do Orçamento do
Estado para 2011, o Governo tinha anunciado que este plano de
investimento da responsabilidade da administração central do Estado,
inscrito no chamado capítulo 50 do OE, iria ter uma redução
equivalente a 0,2 por cento do PIB. Face aos valores de 2009, esta
poupança equivale a 327 milhões de euros (primeira parcela).

No âmbito do acordo com o PSD, o Governo acabou por estabelecer
entretanto uma cativação adicional de 2,5 por cento das verbas do
PIDDAC, para além dos 10 por cento já anteriormente previstos. Para os
2133 milhões de euros de investimento anunciados no OE, o congelamento
adicional de 2,5 por cento das verbas corresponde a cerca de 266
milhões de euros (segunda parcela).

O documento apresentado pelo Governo não permite comparações directas
entre valores orçamentados por um lado, e executados por outro, uma
dificuldade que persiste há anos. O Governo compara a dotação
orçamentada para o próximo ano com a estimativa de execução de 2010,
de 1836 milhões de euros, para concluir que o PIDDAC aumenta 16 por
cento No entanto, se o valor do investimento orçamentado para 2011 for
comparado com os 2833 milhões também orçamentados de 2010, o PIDDAC
cai mais de 20 por cento, isto sem contar com cativações.

A maior fatia do bolo do PIDDAC para a agricultura (22,8 por cento),
investigação e ensino superior (21,9 por cento) e economia (12,6 por
cento).

http://economia.publico.pt/Noticia/cortes-adicionais-do-piddac-podem-chegar-aos-600-milhoes-de-euros_1467633

Maior parque hortícola urbano do país já está em construção em Lisboa


No Vale de Chelas

28.11.2010 - 11:43 Por Lusa


A Câmara de Lisboa já iniciou no Vale de Chelas a construção do maior espaço urbano do país criado para albergar mais de seis hectares de hortas.

A iniciativa nasceu da necessidade de organizar a agricultura da área (NFACTOS/Fernando Veludo)

O parque hortícola terá cerca de 15 hectares, dos quais 6,5 serão destinados às hortas, informou o gabinete do vereador do Ambiente Urbano e Espaços Verdes, José Sá Fernandes.

Para já, serão criados cerca de 400 talhões, cada um com 150 metros quadrados de área. Uma parte deles será atribuída directamente aos cerca de cem hortelãos que já ocupavam o local; os restantes ficam reservados para um concurso público, a realizar no próximo ano.

No início do segundo semestre de 2011 a autarquia conta ter concluída a primeira fase do projecto. A obra que iniciou há dias inclui a modelação do terreno, o reforço e protecção das encostas, a abertura de caminhos principais (procurando respeitar os percursos definidos entretanto pelos utilizadores) e a introdução de uma rede de distribuição de água, com bocas de rega.

"O fornecimento de água adequada à rega dos produtos hortícolas é a acção primordial deste projecto, pois vem acabar com as situações graves de saúde pública provocadas pela rega das culturas com águas do saneamento público em épocas de seca", refere o gabinete de Sá Fernandes.

A câmara vai colocar vedações nas hortas, definir caminhos entre elas, colocar plantas e arbustos de bordadura, disponibilizar alfaias e casas de arrumo e, posteriormente, instalar "um equipamento infantil e um quiosque com esplanada".

Com esta iniciativa, nascida da necessidade de organizar a agricultura da área, pretende-se também promover a "interacção social e a consciência comunitária" e permitir às famílias de uma zona carenciada o consumo de frescos e, por outro lado, a venda localizada de alguns produtos.

Além disso, reduz-se os custos de manutenção para o município e "assegura-se a permeabilidade dos solos".

ONU defende 'Plano Marshall verde' para a agricultura



29 de Novembro, 2010

O relator especial das Nações Unidas sobre o direito à alimentação, Olivier de Schutter, afirmou hoje que a agricultura mundial precisa de um 'Plano Marshall verde' para não contribuir tanto para as alterações climáticas.
Dirigindo-se aos países que a partir de hoje se reúnem em Cancún, no México, para discutir as alterações climáticas, Olivier de Schutter afirmou, em comunicado, que «as negociações que hoje começam são cruciais para garantir o direito à alimentação de centenas de milhões de pessoas».

«Sem uma mudança de rumo nas políticas actuais, as emissões de gases com efeito estufa provocadas pela actividade agrícola poderão aumentar 40 por cento até 2030», avisou o relator, acrescentando que a agricultura já é responsável por 14 por cento do total de emissões.

Olivier de Schutter defendeu que «Cancún deverá abrir caminho para um 'Plano Marshall verde' para a agricultura», aludindo ao plano de recuperação económica posto em prática pelos Estados Unidos na Europa após a II Guerra Mundial.

A agricultura contribui activamente para as emissões de gases com efeito de estufa que provocam alterações climáticas.

Segundo o grupo intergovernamental de peritos para a evolução do clima, as alterações poderão provocar uma queda de 50 por cento na produção agrícola da África Austral entre 2000 e 2020.

Os mesmos peritos estimam que as zonas áridas e semi-áridas poderão aumentar 60 a 90 milhões de hectares até 2080.

«Estas projecções são terríveis», afirmou de Schutter, frisando que «a abordagem actual à agricultura visa estimular a produção alimentar com aditivos químicos e a multiplicação de grandes explorações agrícolas fortemente mecanizadas».

Um ano depois da cimeira de Copenhaga, mais de 290 países estão reunidos até 10 de Dezembro em Cancún para tentar relançar e credibilizar a luta contra as alterações climáticas.

Portugal participa na Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) para as Alterações Climáticas, em Cancún.

Lusa / SOL

Vendas de vinho do Porto para o Brasil são as mais altas desde 2005


O mercado brasileiro já importou mais vinho do Porto até outubro do que em qualquer dos últimos cinco anos.
Jorge Horta

Vinho está entre os produtos que Portugal mais exporta para o Brasil.
Lisboa - As vendas portuguesas de vinho do Porto para o Brasil seguem em alta, com o melhor registo dos últimos cinco anos, de acordo com os dados do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP).Nos primeiros dez meses do ano atingiram 4,47 milhões de euros, valor que colocou o mercado brasileiro no "Top 10" de consumidores de vinho do Porto, cujas vendas somaram 279,8 milhões de euros de janeiro a outubro.

No ano passado o Brasil ficou na 11ª posição entre os mercados de consumo do vinho do Porto, com importações de 4,1 milhões de euros, ligeiramente abaixo dos 4,4 milhões de euros registados em 2008. As vendas de janeiro a outubro de 2010 ficam acima de todos os registos anuais do IVDP verificados desde 2005.

As exportações deste produto para o Brasil cresceram 43% face a igual período do ano passado, uma evolução bem acima da subida geral das vendas de vinho do Porto de 6,2%, segundo os dados do IVDP. Em Portugal, por exemplo, a facturação do vinho do Porto não foi além de um crescimento de 6,5%, para 37,5 milhões de euros.

Os dez mercados que este ano têm o maior consumo de vinho do Porto são França (24,4% do valor total), Portugal (13,3%), Holanda e Bélgica (10,9% cada), Reino Unido (10,6%), Estados Unidos da América (7,2%), Canadá (4,9%), Alemanha (3,7%), Dinamarca (3,2%) e Brasil (1,6%).

O mercado para onde as vendas de vinho do Porto mais estão a crescer este ano é a Rússia (mais 105%), seguida da Dinamarca (98%) e Nova Zelândia (80%).

o IVDP tem procurado dar a conhecer os vinhos portugueses no exterior e no primeiro semestre o Brasil esteve na agenda. Em maio deste ano o IVDP promoveu no Brasil um conjunto de acções de promoção, incluindo duas provas de vinhos do Douro e do Porto no Rio de Janeiro e em Brasília e duas provas comentadas com jantar harmonizado nas mesmas cidades. Em abril as mesmas iniciativas foram levadas a São Paulo e Curitiba.

Portel: XI Feira do Montado 2010 de 26 Novembro a 1 de Dezembro

XI Feira do Montado-Portel 2010, tem hoje início e termina no próximo
dia 1 de Dezembro, numa organização da Câmara Municipal.

Tem hoje (sexta-feira) início em Portel prolongando-se até ao próximo
dia 1 de Dezembro, a XI edição da Feira do Montado, certame que nasceu
em 2000 que hoje constitui um importante espaço de valorização dos
recursos que lhe estão associados, encarados numa perspectiva
económica, ambiental, cultural e científica (veja aqui o Programa da
Feira do Montado 2010) .

A Serra de Portel apresenta uma das maiores manchas de montado da
região, ocupando mais de metade da área florestal do concelho, e
Norberto Patinho, presidente da autarquia, releva a importância "da
mostra do artesanato e dos produtos regionais, com a cortiça a ocupar
um lugar cimeiro, a divulgação da actividade pecuária, a oferta
gastronómica são sectores em destaque".

Colóquios, conferências, apresentações de projectos sobre esta
temática, ocupam um espaço relevante na feira, com a qualidade destes
encontros a contribuir para a crescente internacionalização deste
evento. A par destas iniciativas, também as variadas formas de
animação teatro, actividades infantis, música popular, cante
tradicional alentejano e concertos de grandes nomes da música
nacional, marcam os dias e as noites da Feira do Montado, atraindo um
público diversificado.

Teixeira Correia

http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/40842

Movimento quer fazer do sobreiro a árvore nacional de Portugal



19.11.2010
Helena Geraldes

A ideia de Portugal ter uma árvore nacional já ganhou raízes. Duas organizações lançaram um movimento para que o sobreiro receba este estatuto simbólico, a fim de travar a perda dos montados.

O Canadá tem o plátano, a Inglaterra o carvalho e Portugal poderá vir a ter o sobreiro.

"Ao contrário do que se possa pensar, esta árvore está presente em todo o território nacional, não apenas no Alentejo. E não nos podemos esquecer da sua importância vital aos níveis social, cultural e económico", justificou ao PÚBLICO Miguel Rodrigues, da Árvores de Portugal que, com a Transumância e Natu¬reza (ATN), é responsável por esta iniciativa.

O território nacional do sobreiro (Quercus suber) estende-se por 737 mil hectares, segundo o Inventário Florestal Nacional de 2006. Ou seja, 32 por cento da área que a espécie ocupa no Mediterrâneo ocidental.

Além da importante biodiversidade associada aos montados, o sobreiro ajuda a travar a desertificação do solo e a gerar receitas da exploração da cortiça. Segundo os responsáveis pela iniciativa, o país produz cerca de 200 mil toneladas de cortiça por ano, mais de 50 por cento do total mundial. "A perda desta liderança representaria um descalabro económico, social e ambiental sem paralelo para o nosso país", alertam.

Ainda que o sobreiro esteja protegido por lei, desde Maio de 2001, Miguel Rodrigues considera que "a legislação por si só não tem conseguido travar o declínio do sobreiro. Há sempre excepções que se abrem na lei, ao sabor das decisões que vão sendo tomadas".

Há vários anos que Domingos Patacho, da Quercus, tem denunciado o abate ilegal de sobreiros. E hoje, contou, "continuam a existir denúncias, especialmente na zona envolvente da Grande Lisboa".

Ricardo Nabais, da ATN, também é da opinião que, perante grandes projectos, "a protecção legal não é suficiente. É preciso acarinhar a árvore enquanto símbolo de Portugal". "Queremos atingir a maioria da população portuguesa", disse.

Além dos abates de árvores para dar lugar a projectos imobiliários, a ameaça aos sobreirais tem outras origens. "O que está a matar o sobreiro é o efeito de muitos anos de má gestão dos montados, como o excesso de pisoteio pelo gado, excesso de matéria orgânica e uma gradagem do solo demasiado profunda", explicou Miguel Rodrigues. Os vedantes sintéticos, em substituição das rolhas de cortiça, "podem ser a machadada final".

Ainda assim, o país tem grandes manchas de montado e árvores monumentais. Segundo os dados da Autoridade Floresta Nacional relativos a 2008, existem 41 sobreiros classificados como árvores de interesse público. Miguel Rodrigues estima que aquele que será o sobreiro mais antigo e o maior situa-se em Pai Anes, Castelo de Vide. Terá cerca de 500 anos. "Isto é uma coisa fabulosa para um sobreiro, dado que costuma viver 200 anos". No entanto, esta árvore "deverá estar já fase terminal da sua vida e perdeu, há cerca de dois anos, uma das pernadas principais, da grossura de um sobreiro adulto".

Miguel Rodrigues adiantou que está em fase de classificação o sobreiro da Corte Grande, em Monchique. Este é, "provavelmente, o maior do Algarve e um dos maiores do país".

As duas associações vão convidar uma lista de entidades para formar um núcleo inicial da iniciativa, entre as quais universidades, associações de defesa do ambiente e associações florestais. Depois vão preparar um documento técnico que justifique a classificação e, por fim, lançar uma petição para levar à Assembleia da República.

Mas o trabalho não acaba por aqui. "Depois de classificar, queremos ver o que tem de ser feito para travar a perda do montado e recuperá-lo", explicou o responsável, salientando a importância de uma estratégia para a reflorestação, em vez das plantações "pontuais para aproveitar subsídios europeus".

http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1467116

domingo, 28 de novembro de 2010

Pão vai aumentar 12% em Janeiro

Industriais dizem que aumentos são inevitáveis, falam em despedimentos
e pedem à Autoridade da Concorrência vigilância ao 'dumping' dos
híperes.

Por:Secundino Cunha




O disparar do preço das farinhas nos mercados internacionais vai
obrigar os industriais da panificação portugueses a aumentar o pão em
doze por cento no início do próximo ano, passando o preço médio da
carcaça de 14 para 16 cêntimos.
O custo da farinha subiu, em apenas dois meses, mais de 40 por cento,
tendo passado de 260 para 370 euros a tonelada, o que obriga os
industriais a actualizarem as tabelas, sobretudo na Região Norte do
País, onde os preços são mais baixos e a carcaça custa entre 10 e 12
cêntimos.
"Isto está assustador. A farinha não pára de aumentar e as
perspectivas para o próximo ano são as piores; os combustíveis é o que
se vê, e nós ficamos entre a espada e a parede", disse ao CM Luís
Borges, um dos maiores industriais de panificação do País, para quem
"aumentar os preços é inevitável, com a consequência de vermos as
vendas baixarem imenso".
"Eu tenho 87 funcionários e 18 carros na rua a distribuir pão.
Prevejo, devo confessar, que em Janeiro terei de cortar na
distribuição para 12 carros e despedir dez pessoas", disse este
industrial, lamentando que "as autoridades não vejam as situações de
concorrência desleal a que se assiste neste sector".
Para Carlos Santos, presidente da Associação do Comércio e Indústria
da Panificação, "o problema mais complexo, para além dos preços
incomportáveis ao nível da produção, está no facto de a Autoridade da
Concorrência não actuar sobre os casos de 'dumping' praticados pelas
grandes-superfícies, onde o pão é usado como isco de clientela e
vendido muito abaixo dos custos".
"Na padaria, as contas são fáceis de fazer: vê-se o custo da farinha e
multiplica-se por quatro. Ora, se a farinha já representa 3,5 cêntimos
por carcaça, como pode vender-se o pão a cinco ou seis cêntimos? Isto
está a destruir o sector", afirma Carlos Santos.
Assim, em Janeiro, nas padarias, a carcaça vai custar 13 cêntimos em
Braga e no Porto, 14 em Aveiro, 15 em Leiria, 16 em Coimbra, 17 em
Setúbal e Santarém e 18 em Lisboa e no Algarve.
PREÇOS DO LEITE NÃO MEXEM ATÉ MARÇO DE 2011
O leite Agros ou Mimosa meio-gordo, os mais vendidos, vão manter os 59
cêntimos por litro, pelo menos até Março do próximo ano. Casimiro de
Almeida, presidente da Lactogal, que fornece à distribuição quase 70
por cento do leite que se consome em Portugal, disse ao CM que "as
tabelas da Lactogal vão manter-se pelo menos até ao final do primeiro
trimestre", acrescentando que "o mais certo é que a distribuição não
mexa nos preços". Também José Oliveira, presidente da Leicar,
considera que "antes de Maio os preços não vão mexer".


http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=326CA232-46C6-4550-B8D2-A1636DFEE970&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181

Azeite Andorinha amplia padrão de qualidade

26/11/2010 - 09:28 


E inaugura em Portugal seu projeto mais ambicioso em 2010: o lagar do futuro para a produção de azeites.

Sovena, empresa detentora da marca Andorinha no Brasil, dá mais um passo em sua estratégia de tornar-se a número 1 no player mundial de produção de azeites.

Dentro da sua estratégia de tornar-se a líder mundial no player de azeites, a Sovena, atualmente na 2a posição do mercado internacional e detentora da marca Andorinha no Brasil, realizou grandes investimentos em 2010, sempre envolta no compromisso de oferecer aos seus consumidores um altíssimo padrão de qualidade em sua produção.

Neste propósito, a Sovena, empresa detida pelo Grupo Nutrinveste, através da Elaia, uma joint-venture entre a Nutrinveste e a Atitlan, acaba de inaugurar o maior lagar para produção de azeites em Portugal. Trata-se de um projeto moderno, com 5,5 mil m² assinado pelo arquiteto português Ricardo Gordon e que contou com um investimento de mais de nove milhões de euros.

Batizado como o `lagar do futuro` e com capacidade de produção de 8 milhões litros de azeite/ano, o objetivo desta construção iniciada no início deste ano foi revitalizar a produtividade portuguesa de azeites e revolucionar os olivais locais, que há tempos encontravam-se estagnados.

Para transformar em realidade a construção do novo lagar, o arquiteto Ricardo Bak Gordon tinha como missão criar um modelo que aliasse design, funcionalidade e praticidade. Situado em Ferreira do Alentejo, aproximadamente 1 hora e meia de Lisboa em uma área com mais de três milhões de oliveiras, o resultado final da obra de Gordon foi um lagar que será referência para uma nova era na produção de azeites em Portugal. Ao mesmo tempo, a edificação representará o expoente máximo da tecnologia ao serviço da qualidade do azeite e do design como forma de homenagear o olival português.

Dentro da concepção do lagar, o sistema de produção foi equipado com modernas linhas de extração para garantir as melhores características organolépticas relacionadas ao sabor e aroma do azeite, além da armazenagem do líquido, realizada em tanques de inox com temperatura e ambientes controlados, de modo a conservar a qualidade integral do azeite.

Além da tecnologia, a geografia também foi pensada de modo a beneficiar a qualidade do azeite. O novo lagar foi construído no coração do principal núcleo de olivais da empresa, junto à Herdade do Marmelo, em Ferreira do Alentejo, permitindo o tempo decorrido entre a colheita das azeitonas e a extração do azeite seja o menor possível, garantindo assim uma extraordinária qualidade e a máxima preservação da riqueza organoléptica do azeite.

A inauguração terá grande importância tanto para o mercado português, quanto em nível mundial, já que a Sovena está presente em mais de 70 países com suas diversas marcas. A cerimônia que marcou o início desta nova etapa produtiva contou com a presença de autoridades portuguesas como José Sócrates Carvalho, primeiro-ministro de Portugal e António Serrano, ministro de agricultura do governo, que foram recebidos por Antônio Simões, presidente da Sovena.

Para o presidente do grupo, a entrega da obra do novo lagar é a concretização de um ano estratégico para a Sovena. ?Em 2010 realizamos dois grandes objetivos, que foi reforçar a nossa posição como uma empresa responsável pelo cultivo de sua produção após a aquisição dos mais de 10 mil hectares de terras e a conclusão do lagar, que permitirá a Sovena fechar sua cadeia de valor. Com estes investimentos, conseguiremos elevar a nossa posição no panorama mundial de azeites?, afirma Antônio Simões, presidente da Sovena.

O novo lagar passa a ser a mais valiosa referência para a produção de azeites em todo o mundo e motivo de orgulho para a empresa, que enxerga no Brasil um dos seus principais mercados. "Diante da confiança do brasileiro em relação ao azeite Andorinha, temos a satisfação em trazer para nosso consumidor um azeite que é resultado de um processo que garante uma qualidade superior, onde a tecnologia aliada ao design e a sustentabilidade marcam esta nova fase na produção da Sovena e nos posiciona como referência na exportação de azeite em todo o mundo" explica Nuno Miranda, gestor de mercado da Sovena para a América Latina. É um projeto que nos enche de orgulho e que temos confiança que aumentará ainda mais a preferência do brasileiro pelo azeite Andorinha", complementa.

O local servirá ainda como um polo cultural onde acontecerão degustações e exposições relacionadas ao mundo do azeite e será uma atração turística que levará aos visitantes toda cultura do universo dos olivais portugueses.

Sustentabilidade na concepção do novo lagar - Além de garantir qualidade inigualável na produção dos azeites, o projeto moderno do lagar da Sovena também deu enfoque às questões de sustentabilidade, um dos princípios da Sovena em sua atuação. Todo o funcionamento foi desenvolvido de forma a gerar o menor impacto possível ao ambiente, como o caso da água utilizada para limpar as azeitonas. Após esta etapa, a água é filtrada para o seu reaproveitamento. O caroço extraído da azeitona será utilizado como fonte de combustível para gerar aquecimento, assim como o bagaço, que será vendido para posterior utilização como biomassa para produção de energia.

Sovena- Atualmente posicionada como a segunda maior player de azeite em todo mundo, a Sovena está presente em três continentes e comercializa sua produção para mais de 70 países.

Com cerca de 1.100 colaboradores e oito fábricas em todo o mundo, fatura mais de 1 bilhão de euros, movimenta mais de 160 mil toneladas de azeite e mais de 500 mil toneladas de óleo. Como resultado da sua ambiciosa estratégia, 2/3 das vendas já são feitas fora de Portugal. Em apenas 10 anos o Grupo tornou-se umas das principais empresas em nível mundial com representações na Espanha, EUA, Brasil, Angola, Tunísia e Marrocos.

Chegou ao Brasil em 2004, quando adquiriu a marca de azeite Andorinha.


http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=138583

Estagnação agrícola ameaça agravar a pobreza em África


Publicação: 26-11-2010 10:01   |

A agricultura, o mais importante sector económico de África, estagnou nos últimos 20 anos, pondo em causa a segurança alimentar do continente e o seu crescimento económico, disse à Lusa um especialista das Nações Unidas.

"Quando se compara o crescimento do setor agrícola em África ou o desempenho do setor agrícola em África com outras regiões, nomeadamente com a Ásia, a produtividade agrícola em África praticamente estagnou nos últimos 20 anos", disse à Lusa o português Pedro Conceição, diretor do departamento de África do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Conceição considerou que a situação é o resultado do "desinvestimento por parte dos países africanos e por parte da comunidade internacional", provocando o declínio de um setor que não há muitos anos liderava as exportações de muitas nações africanas e hoje quase nunca chega para as necessidades internas.

Cerca de 60% do emprego e 20% do total das exportações do continente estão relacionados com a actividade agrícola, e as áreas rurais abrigam mais de 70% da população africana e a maioria dos que vivem em extrema pobreza.

Em 2009, segundo a FAO, apenas nove dos mais de 50 países africanos tinham cumprido o compromisso de Maputo, de 2003, de destinarem pelo menos 10% dos seus orçamentos à agricultura.

Um forte setor agrícola significa mais emprego e mais comida e, novamente, o exemplo de sucesso é a experiência asiática.

"Alguns dos países que tiveram muito sucesso a reduzir rapidamente a pobreza, por exemplo, o Vietname, fizeram-no porque o setor agrícola cresceu muito rapidamente, e a produtividade agrícola cresceu muito rapidamente", acrescentou Pedro Conceição.

O tema global da terceira cimeira UE/África, a realizar em Tripoli, Líbia, nos próximos dias 29 e 30, será "Investimento Privado, crescimento económico e criação de emprego" e a segurança alimentar é assunto a debater, num dos painéis, pelos 80 estados dos dois blocos presentes no encontro.

Argentina voltará a vender milho para a Rússia após 30 anos


BUENOS AIRES — A Argentina voltará a vender milho para a Rússia depois de três décadas e poderá abastecer um mercado com potencial de compra de três milhões de toneladas, informou a chancelaria este sábado.

"As autoridades do governo russo manifestaram sua disposição para a compra de até 3 milhões de toneladas de milho para consumo animal", destacou em comunicado, onde destaca que "é a primeira compra de envergadura feita pelo país desde o começo da década de 80".

A Rússia enfrenta uma seca sem precedentes, com gigantescos incêndios florestais no país, e reduziu suas previsões de colheira de cereais de 95 para 60 milhões de toneladas.

"A primeira remessa de 300.000 toneladas será enviada em janeiro de 2011, enquanto operadores russos avançarão nas negociações com empresas argentinas para completar as necessidades de abastecimento desse mercado", informou a chancelaria.

O acordo é resultado de uma missão oficial chefiada na Rússia pelo secretário de Comércio e Relações Econômicas Internacionais da chancelaria, Luis María Kreckler, que se reuniu com o vice-chanceler russo, Serguey Ryabkov, e o presidente da comissão mista russo argentina, Serguey Dankvert e funcionários dos Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Econômico.

A Argentina espera obter este ano um recorde na colheita de milho que alcançará os 22 milhões de toneladas, segundo estimativas privadas.


http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5iaRsd5Lctu-UEFVK9e2zq2XTFL8g?docId=CNG.afd76403a2ed6ecfec335240f791497e.8a1