sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Este sobreiro, em regadio, deu a primeira cortiça aos oito anos

16.10.2016 às 10h332
 
Francisco Almeida Garrett plantou dois hectares de montado em regadio, em Avis

Joana Madeira Pereira

Sem rega gota a gota, levaria 25 anos até à primeira extração. Corticeira Amorim patrocina a experiência

Francisco Nunes tem 45 anos e desde 1990 que descortiça sobreiros. Mais de 800 árvores por ano. Conhece-lhes bem as manhas e, por isso, é aplaudido pelos observadores quando, com uma facilidade notável, retira a casca a um dos sobreiros da Herdade do Conqueiro, mesmo ao lado da barragem do Maranhão, em Avis, com dois ou três golpes. A carcaça sai inteira. "É macia, é mais macia", diz, quando lhe perguntamos se faz assim tanta diferença entre descortiçar um sobreiro tradicional, de sequeiro, ou um sobreiro como este, de regadio, em dois hectares únicos no país — e no mundo, acreditam os mentores deste projeto. Na verdade, este montado irrigado não podia ser mais diferente da paisagem de sequeiro, onde as árvores crescem espontaneamente, sem planeamento e organização aparente, a não ser aquela que a natureza dita. Ali, com a água do Maranhão à vista, a paisagem faz lembrar a dos novos olivais, como aquele que está mesmo ao lado: as árvores perfilam-se a régua e esquadro, em linha reta, acompanhadas por metros e metros de tubos, pelos quais é feita a rega gota a gota.

Foi Francisco Almeida Garrett, à frente da empresa familiar Rovisco Garcia, que produz vinho e azeite alentejanos, que se lembrou de fazer a experiência: em 2002, preparava-se para plantar oliveiras, em regime superintensivo, em 70 hectares e tendo uma pequena porção de terra mais marginal, decidiu plantar sobreiros de acordo com o mesmo sistema. Foi monitorizando o crescimento das árvores e, para seu espanto, ao fim de oito anos as cascas dos sobreiros já tinham a dimensão certa para serem retiradas. Em 2015, quatro anos depois da primeira extração, já havia árvores com cortiça prontas a serem novamente descortiçadas, o que pode tornar esta cultura muito mais aliciante para os produtores. Em condições normais, só à terceira extração é que a cortiça tem qualidade suficiente para integrar produtos de valor acrescentado, como as rolhas (até lá, serve apenas para aglomerado destinado, por exemplo, ao fabrico de pavimentos). Em condições normais, só por volta do 43º ano de vida é que o sobreiro começa a rentabilizar verdadeiramente o seu valor.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Copa-Cogeca contra planos da CE de reduzir progressivamente os biocombustíveis convencionais

13-10-2016 
 


 
O Copa-Cogeca lançou um alerta contra os planos da Comissão Europeia de reduzir progressivamente os biocombustíveis convencionais depois de 2020, durante o debate organizado pela "Alianza Europea" das oleaginosas no Parlamento Europeu.

Durante a sua intervenção, o presidente do grupo de trabalho "Oleaginosas" do Copa-Cogeca, Arnaud Rousseau, declarou estar «muito preocupado pela proposta da Comissão de reduzir progressivamente os biocombustíveis convencionais sustentáveis incluídos na Estratégia da União Europeia (UE) sobre a mobilidade de baixas emissões».

Rousseau assinalou que os agricultores têm pela frente desafios excepcionais e retirar-lhes os rendimentos adicionais derivados da produção de biodiesel seria outro duro golpe para os agricultores e para a economia em geral. A saída de biodiesel contribui igualmente para reduzir a volatilidade dos preços das oleaginosas e ao mesmo tempo protege a biodiversidade.

Por seu lado, o secretário-geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, referiu que «os biocombustíveis não ajudam apenas a descarbonizar o sector dos transportes mas também apoiam os países a alcançar os objectivos do clima, para além de equilibrarem o mercado das matérias-primas e asseguram um bom fornecimento de rações, já que apenas uma parte da colza ou do trigo é usada para produzir biodiesel e bioetanol».

O resto é um subproduto rico em proteínas utilizado nas rações. Por cada litro de bioetanol produzido, resulta em 1 a 1,2 quilos de matéria proteaginosa e 60 por cento das sementes de colza são transformadas em farinha. Esta é uma forma eficaz de produtos proteínas vegetais para rações e para a economia. A União Europeia (UE) importa 70 por cento das suas necessidades de farinha de soja a um custo de 12 mil milhões de euros por ano. Para além de fazer parte da bioeconomia, mediante o uso dos biocombustíveis, suporta o crescimento económico e a criação de emprego nas zonas rurais da UE.  

A Comissão pretende suprimir progressivamente os biocombustíveis convencionais na UE, pelos supostos efeitos indirectos das emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela desflorestação e a conversão das turfeiras dos países não membros da UE, o que é inaceitável. Os agricultores europeus não têm que enfrentar este problema, afirma Pesonen.

«A União Europeia deve promover a introdução de uma legislação ambiental efectiva que permita impedir estas mudanças no uso da terra», concluiu o secretário-geral do Copa-Cogeca.

Esta acção será celebrada, igualmente, no quadro da reforma da directiva relativa à energia renovável na União Europeia, que se aguarda para finais do ano.

Fonte: Agrodigital

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Cabra Preta de Montesinho é a mais recente raça protegida de Trás-os-Montes

 17-10-2016 
 

 
A região de Trás-os-Montes tem mais uma raça autóctone protegida e apoios aos produtores com o recente reconhecimento da Cabra Preta de Montesinho, responsável por um dos pratos mais apreciados na região, o Cabrito de Montesinho 

A raça praticamente em vias de extinção já tem livro genealógico, um programa de preservação e melhoramento e apoios aos produtores dentro do Plano de Desenvolvimento Regional, o PDR.

O solar da raça são os concelhos de Vinhais e Bragança e o Parque Biológico de Vinhais, onde se encontram diferentes espécies da região, é o primeiro criador com animais inscritos no livro genealógico, como afirmou hoje a diretora Carla Alves.

A novidade foi avançada na apresentação da 11ª Festa da Castanha, a Rural Castanea, que decorre no fim-de-semana de 21 a 23 de Outubro e que reserva um espaço e o primeiro concurso para a Cabra Preta de Montesinho, num pavilhão dedicado às 13 raças autóctones desta zona, desde bovinos, suínos a pequenos ruminantes.

Carla Alves foi há responsável há mais de duas décadas pela recuperação e protecção do quase extinto porco Bísaro, que dá fama ao conhecido Fumeiro de Vinhais.

A técnica, que é também directora da Festa da Castanha, explicou que a nova raça protegida «é uma cabrinha que esteve praticamente extinta sem sequer ter livro genealógico e era uma raça que existia muito nesta zona de Montesinho, com o solar em Bragança e Vinhais», a Terra Fria Transmontana.

A Associação Nacional da Cabra Serrana (ANCRAS), uma raça da Terra Quente Transmontana, tomou a iniciativa do processo de reconhecimento da Cabra Preta de Montesinho.

Os técnicos da associação realizaram alguns trabalhos científicos que permitiram que a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) a considerasse como raça e abrisse o livro genealógico, a que se seguiu o apoio dentro das medidas agroambientais.

Carla Alves indicou que existe um secretário técnico que faz o registo destes animais nos criadores e que contabilizaram até agora «pouco mais de mil exemplares» e «à volta de 15,16 produtores», no concelho de Vinhais.

«É pouquinho, quando se fala de caprinos e o Parque Biológico de Vinhais orgulha-se de ser o primeiro criador com animais inscritos no livro e tudo tem feito para incentivar os produtores», afirmou.

Carla Alves defendeu que a Câmara de Vinhais pode também através de concursos como o que está previsto para a Festa da Castanha, organizada pelo município, «incentivar os produtores a trabalharem com esta raça, premiando-os pelo esforço de preservação e conservação».

A técnica acredita que a raça «tem potencial comercial» até porque o típico prato gastronómico do Cabrito de Montesinho é originário desta raça.

Alguns restaurantes tinham fama pelo Cabrito de Montesinho, que ainda se encontra nas ementas da região, apesar de Carla Alves entender que «já deve haver» verdadeiramente originais, pelo que esta será uma oportunidade para os produtores da raça.

«O cabrito é sempre um produto de fácil escoamento e que os restaurantes facilmente compram e estou certa de que os produtores que trabalhem com a Cabra Preta de Montesinho não vão ter dificuldade nenhuma no escoamento do produto», declarou.

Fonte: Lusa

Um em cada três comunitários não consome frutas e hortícolas diariamente

17-10-2016 
 

 
Na União Europeia, apenas um terço, cerca de 34,4 por cento da população de 15 anos ou mais não come frutas e hortícolas diariamente e menos de 15 por cento consome, pelo menos, cinco porções, de acordo com os dados do Eurostat de 2014.

O consumo diário de frutas e hortícolas difere muito entre os Estados-membros da União Europeia. Na Roménia, 65 por cento da população, com mais de 15 anos não come frutas e hortícolas todos os dias. Noutro extremo está a Bélgica, onde esta percentagem é de 16,5 por cento. Em Espanha, uma quarta parte da população não consome frutas e hortícolas diariamente.

Por outro lado, a proporção de pessoas que consomem pelo menos cinco porções diárias varia de um terço no Reino Unido, 33,1 por cento para menos de cinco por cento, como na Roménia, 3,5 por cento e Bulgária, 4,4 por cento. Quanto maior o nível de educação, maior é a proporção de consumo de frutas e hortícolas.

Fonte: Agrodigital


Simplificação do greening: CE decide não alterar duração do pousio para manter proibição de pesticidas

13-10-2016 
 
No Conselho de Ministros da Agricultura da União Europeia, celebrado esta semana, 18 países opuseram-se a certas modificações que a Comissão Europeia quer introduzir por uma questão de simplificação do greening.

A Comissão anunciou na mesma reunião onde decidiu fazer algumas alterações na sua proposta. Uma delas era a de manter a duração do pousio, em seis meses. Na sua proposta sugeriu ampliar para nove meses, o que mereceu a oposição dos 18 países.

Também decidiu reduzir o período mínimo para as culturas intermedias e para a cobertura verde das 10 semanas propostas inicialmente. Os 18 países também foram contra a sugestão inicial.

Outro dos pontos sobre o qual os países não concordaram era a proibição do uso de pesticidas para as proteaginosas em superfícies de interesse biológico, mas neste caso, a Comissão não retorceu e decidiu manter a proposta. O comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, assinalou que os controlos serão realizados através de inspecções no local e das declarações dos agricultores.

Outra mudança introduzida pela Comissão é a entrada em vigor das novas normas em 2018, apesar dos Estados-membros que assim o desejarem poderem fazê-lo a partir de 2017.

Os 18 Estados-membros em questão são Portugal; Croácia; República Checa; Dinamarca; Estónia; Finlândia; França; Grécia; Hungria; irlanda, Letónia, Lituânia; Luxemburgo; Polónia, Roménia, Eslovénia, Suécia e o Reino Unido.

Fonte: Agrodigital

Setembro de 2016 foi o terceiro mais quente desde 1931

 10-10-2016 
  
O valor médio da temperatura máxima em Setembro foi de 28,96 graus celsius, muito superior ao normal e o terceiro mais alto desde 1931, anunciou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O dia 06 de Setembro, com uma temperatura média de 29,2 graus, foi o mais quente do ano em Portugal continental.

Neste dia, os valores médios da temperatura máxima (38,6 graus) e mínima (19,8 graus) correspondem também aos valores mais altos do ano, segundo o instituto.

Fonte: Diáriodigital; Lusa

Portugal mais do que duplica produção de leite em 36 anos

14-10-2016 
 

 
Portugal mais que duplicou a produção de leite entre 1980 e 2015, passando das 970 mil toneladas de 1980 para dois milhões de toneladas em 2015, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

O nível mais elevado de auto-suficiência foi atingido em 2015, 112,5 por cento, sinaliza o instituto em estatísticas publicadas sobre produção e consumo de leite de 2015.

Para este resultado contribuiu não apenas o aumento da produção, mas ainda a redução de consumo de leite, que em 2015 foi de 71 quilos (kg) por habitante/ano, o valor mínimo obtido desde 1985 e inferior em 11,7 kg ao consumo médio verificado nos 36 anos em análise.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) sinaliza também uma «profunda restruturação do sector» que em 25 anos (1989-2013) aumentou em mais de oito vezes a dimensão média do efectivo por exploração, de quatro vacas leiteiras para 34, e promoveu a especialização a um nível capaz de competir com os parceiros europeus», destaca a publicação do INE.

Portugal tornou-se, a partir de 1985, também auto-suficiente em manteiga, mas, pelo contrário, aumentou o défice relativo a iogurtes e queijo, graus de auto-aprovisionamento em 2015 de 47,0 e 69,6 por cento, respectivamente.

«Estes dois produtos foram os principais responsáveis para que, no conjunto leite e produtos lácteos, o país apresentasse em 2015 um saldo negativo de 198 milhões de euros», refere o INE.

Com o fim do regime de quotas leiteiras em Abril de 2015, os resultados disponíveis para o primeiro semestre de 2016, revelam que a União Europeia produziu mais leite que no mesmo período dos anos precedentes, sinaliza o INE.

De acordo com o instituto, em 2016, os principais constrangimentos decorrem das variações negativas de maior amplitude do índice de preços à produção de leite quando comparadas com a evolução do índice de preços dos alimentos para animais.

«Esta menor variação relativa dos preços na produção pode refletir a pressão exercida pela grande distribuição, esta expressa pela menor volatilidade das variações do índice de preços ao consumidor, que afecta a distribuição do rendimento pela cadeia de valor», refere.

Segundo o INE, apesar do aumento global da produção de leite na União Europeia, no primeiro semestre de 2016, no caso dos pequenos países como Portugal, observou-se uma diminuição da recolha de leite de 3,7 por cento, segundo informação previsional.

«Esta redução poderá condicionar negativamente o nível de eficiência anteriormente alcançado na produção de leite e acentuar os constrangimentos associadas às bacias leiteiras nacionais que incluem, nomeadamente, o facto de se situarem em regiões de minifúndio e ultraperiféricas no contexto europeu», acrescenta o instituto.

Fonte: Lusa

CONFAGRI promove acções de formação de produção integrada e agricultura biológica em todo o país

14-10-2016 
  
Com o objectivo de possibilitar que os agricultores apoiados pelas ações 7.1- Agricultura Biológica e 7.2 – Produção Integrada do Programa de Desenvolvimento Rural – PDR2020, cumpram os compromissos a que estão obrigados ao nível da formação profissional, a CONFAGRI em parceria com as suas Organizações Agrícolas associadas, promove ações de formação em todo o país, designadamente:

•Formação em Agricultura biológica – 50 horas

•Formação em Produção Integrada - 50 horas (Ação é valida para qualquer produção, animal ou vegetal)

Alerta-se que, de acordo com a Portaria n.º 153/2015, que estabelece os termos e os critérios aplicáveis à avaliação dos incumprimentos de compromissos e outras obrigações, está estabelecida uma redução de 50% da ajuda (no ano em que se verifica) caso os beneficiários, com compromisso iniciado em 2015, não concluam, no prazo de 24 meses, uma acção de formação em "Produção Integrada" homologada pelo Ministério da Agricultura e do Mar.

Os interessados na frequência destas ações devem contactar a CONFAGRI:

Departamento de Formação Profissional

Tel: 21 811 80 91


Fonte: CONFAGRI