sexta-feira, 25 de maio de 2018

Espanha vai convocar Portugal e França para reunião sobre negociação da PAC


A ministra espanhola da Agricultura, Pesca, Alimentação e Meio Ambiente, anunciou hoje que vai convocar uma reunião com Madrid, Portugal e França, a decorrer em 31 de maio, para formar uma aliança perante a negociação da PAC pós 2020.

No próximo dia 31 de maio, O Governo espanhol vai reunir-se com os ministros da Agricultura de França e Portugal, com o objetivo de "selar a primeira aliança", disse Isabel García Tejerina, citada pela agência EFE.

De acordo com a governante, a aliança entre estes países irá fundamentar-se na defesa "de uma posição comum durante a negociação", que vise "um aumento do orçamento da Política Agrícola Comum [PAC]", para o período compreendido entre 2021 e 2027.

A Comissão Europeia propôs, em 02 de maio, um orçamento plurianual para a União Europeia para o período 2021-2027 de 1,279 biliões de euros (equivalente a 1,11% do rendimento nacional bruto da UE a 27 - já sem o Reino Unido), que prevê cortes que podem atingir os 7% na Política de Coesão e os 5% na Política Agrícola Comum.

Biopesticidas vão ter um centro de investigação no Alentejo


Deu-se o pontapé de saída de um futuro laboratório para a criação de biopesticidas em Elvas. Prevê-se que comece a funcionar ainda em 2019 e que, ao fim de cinco anos, empregue 50 pessoas.

TERESA SERAFIM 15 de Maio de 2018, 20:00 Partilhar notícia

Há uma espécie de mosca-da-fruta (a Drosophila suzukii) que ataca frutos vermelhos e pêras em Portugal. Veio do Sudeste asiático para a Europa e América do Norte durante este século e não há pesticidas que a consigam combater. Só no ano em que foi descoberta na Califórnia causou perdas de 500 milhões de euros. Ainda não existem dados para Portugal, onde chegou em 2012, mas está a ser criada de uma rede de investigadores que lhe quer fazer frente. Chama-se Inovação em Protecção de Plantas (InnovPlantProtect) e o pontapé de saída foi dado esta terça-feira em Elvas. É lá, na Estação Nacional de Melhoramento de Plantas do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), que vai ficar instalada.  

O arranque foi dado na manhã desta terça-feira durante as comemorações do Dia do Agricultor no Centro de Negócios Transfronteiriço, em Elvas. Nessa cerimónia, estiveram nomes ligados à agricultura, à ciência e a Elvas: o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos; o reitor Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua; o presidente do INIAV, Nuno Canada; e o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha. E assinou-se o protocolo de cooperação entre o INIAV e a câmara municipal, para que parte das instalações da estação do INIAV sejam cedidas à câmara municipal e se iniciem as obras no espaço onde ficará o laboratório da rede de investigadores.

UE proíbe uso ao ar livre de insecticidas danosos para abelhas

E porquê um centro para novos biopesticidas? "Cada vez há uma maior preocupação com a sustentabilidade actual dos pesticidas. Alguns estão mesmo a ser retirados do mercado", avisa Isabel Rocha, pró-reitora da Universidade Nova de Lisboa e responsável pela parte de negócio do projecto. "Prevê-se que se retirássemos os pesticidas do mercado, como está em causa na Europa, haverá uma perda de 50% da azeitona." E salienta a questão das alterações climáticas, que têm levado a que pestes e doenças estejam a migrar de outras zonas do planeta para Portugal.

"Será um centro de investigação para tentarmos desenvolver estratégias de base biológica para proteger as plantas de doenças", diz Margarida Oliveira, investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), em Oeiras, e coordenadora científica do projecto.

Espera-se que nesse laboratório se criem dois tipos de biopesticidas: uns baseados em ácidos nucleicos e outros em proteínas. "A ideia é que os químicos têm efeitos no ecossistema. As proteínas e os ácidos nucleicos vão ser mais direccionados para o alvo que queremos eliminar", explica Isabel Rocha. Pretende-se ainda fazer a selecção de resistências a pragas; construir novas formulações para aplicações agrícolas; criar novos métodos de diagnóstico e despistagem da emergência e disseminação de pragas e doenças; e fazer a gestão e análise de metadados para a identificação de alvos e solução, assim como a análise e modulação de risco de pragas e doenças.

Cultura mediterrânica é o alvo
"As culturas de relevância mediterrânica serão o nosso foco, o que não quer dizer que seja só para a área mediterrânica", diz Isabel Rocha. "O foco são essas culturas por uma questão de localização, mas também porque estão vulneráveis ao aquecimento global." E ainda há outro problema: "A vinha tem uma série de doenças já conhecidas, em grande parte provocadas por fungos, para os quais existem pesticidas que são aplicados pelos agricultores. O problema que se coloca é que esses compostos, usados quase no dia-a-dia pelos agricultores, estão em risco de ser retirados do mercado." E acrescenta: "A União Europeia tem estado a fazer uma análise bastante rigorosa do impacto ambiental dos pesticidas e dos herbicidas, tem retirado alguns e serão retirados mais durante os próximos anos. De um de um dia para o outro, os agricultores podem não ter forma de combater pragas e doenças que afectam as culturas."

Um outro exemplo é a proibição pela União Europeia do uso ao ar livre de insecticidas danosos para as abelhas. Em Abril, foram proibidas três substâncias prejudiciais para as abelhas conhecidas como neonicotinóides. "Ainda não existe uma alternativa tão eficaz como os neonicotinóides para proteger as sementes de pequenos insectos, que as destroem, e há estudos que prevêem um impacto de milhares de milhões de euros de prejuízo", refere Isabel Rocha. "No InnovPlantProtect pretendemos desenvolver alternativas ambientalmente sustentáveis a estes e outros compostos."

PÚBLICO -Foto
Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, em Elvas INIAV
Este projecto é candidato a financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, tutelada pelo Ministério da Ciência) como laboratório colaborativo, ou seja, como associação privada sem fins lucrativos. "Será um laboratório colaborativo quando a FCT lhe conceder esse selo. Vamos ver se o temos", salienta Margarida Oliveira. O projecto tem já como membros fundadores a Universidade Nova de Lisboa, o INIAV, o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (Cebal), a Câmara Municipal de Elvas, várias associações ligadas à agricultura, a empresa Fertiprado e as multinacionais Bayer CropScience e Syngenta. "São empresas que têm muitos compostos tradicionais no mercado e estão preocupadas com o facto de alguns serem proibidos e não haver alternativas", diz Isabel Rocha.

Prevê-se que o orçamento dos dois primeiros anos seja de cerca de dois milhões de euros, juntando fundos públicos e das entidades fundadoras. Ao fim de cinco anos, espera-se que o orçamento chegue aos seis milhões de euros.

Espera-se que este laboratório colaborativo seja formalizado até ao Verão. Depois, abrir-se-á uma candidatura internacional para o seu director. "Prevê-se que, ao fim de cinco anos, quando ficar em pleno funcionamento, terá 50 pessoas [investigadores e técnicos, que trabalharão exclusivamente em Elvas]", informa Isabel Rocha.  

Glifosato foi autorizado por mais cinco anos na Europa
Já as obras na parte da estação de melhoramento de plantas que vai albergar o novo laboratório – que incluem a sua requalificação e equipamentos como estufas – custarão cerca de 2,5 milhões de euros. Segundo Nuno Mocinha, este dinheiro virá de fundos comunitários e o restante da câmara municipal.

E quando começará a funcionar? "O nosso objectivo é que em 2019, no primeiro semestre, possamos estar a arrancar", responde Isabel Rocha. Nuno Mocinha partilha da mesma ideia: "Creio que num ano conseguiremos ter uma parte do laboratório em funcionamento." Até porque, segundo o autarca, só traz vantagens a Elvas: "Por um lado, continua a potenciar a Estação Nacional de Melhoramento de Plantas e atrai para Elvas cerca de 50 investigadores, ou seja, massa crítica para um território de baixa densidade e do interior. Por outro lado, coloca a inovação no nosso território e dinamiza a economia local."

Ministro revela dados sobre apoios a agricultores e exige pedido de desculpas


16 DE MAIO DE 2018 - 11:22

Capoulas Santos diz que o Governo vai revelar montantes e nomes de cerca de 25 mil agricultores apoiados na sequência dos incêndios. Quer desculpas da Associação de Apoio às Vítimas do Maior Incêndio.

O Governo vai publicar, nos próximos dias, no 'site' do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), os nomes das mais de 25 mil pessoas que já receberam apoios por parte do Estado na sequência das tragédias dos incêndios do ano passado.

O anúncio foi feito, esta quarta-feira, no parlamento, pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que não gostou de ouvir as declarações proferidas no início do mês pelo presidente da Associação de Apoio às Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal sobre a falta de apoios.

"Para que não subsistam quaisquer dúvida nesta matéria, irei fazer publicar nos próximos dias, no 'site' do IFAP, os nomes e os montantes de todas as 25 mil pessoas que foram beneficiadas. E espero, a partir dessa data, um pedido de desculpas público de alguém que eu acho que não tem o direito de caluniar", disse o ministro, numa audição requerida pelos grupos parlamentares de BE, PCP e PSD, e fazendo referência às declarações do presidente da Associação de Apoio às Vítimas.

Segundo Capoulas Santos, vão ser publicados, "até ao final da semana", todos os dados "exceto aqueles que foram pagos pelo fundo financiamento 'Revita', em Pedrógão".

"O senhor ministro da Agricultura vende uma imagem de rosas, uma imagem de que apoiou 20 mil agricultores. Isso é mentira, é mentira. Não apoiou 20 mil agricultores, não há 20 mil agricultores", afirmou, no início do mês, no parlamento, Luís Lagos, presidente da Associação de Apoio às Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal

Durante a audição, e perante as críticas de deputados de várias bancadas, o ministro da Agricultura defendeu ainda que o "esforço" financeiro feito pelo Governo no apoio aos agricultores "não tem precedentes".

Capoulas Santos especifica os valores dos apoios concedidos pelo Estado
"Um apoio total de 91,7 milhões de euros, que é uma ajuda sem qualquer tipo de precedentes e que correspondeu a um enorme esforço financeiro, porque quase todo este volume de meios é do Orçamento do Estado", salientou Capoulas Santos, que adiantou ainda que as candidaturas simplificadas "absorveram 59,2 milhões de euros".

O ministro da Agricultura admite reabrir candidaturas de apoio aos agricultores afetados pelos incêndios do ano passado, mas apenas para os casos em que a ausência de candidatura seja justificável. No parlamento, Capoulas Santos garantiu que as reclamações dos agricultores vão ser analisadas, por exemplo, nas situações em que alguém não tenha podido candidatar-se por motivos de saúde.

"Haja uma pessoa que diga que esteve hospitalizada no período de abertura das candidaturas, que esteve ausente no estrangeiro, que teve um motivo ponderoso, para essas abriremos candidaturas. Para pessoas que foram negligentes, que não acreditavam, obviamente não abriremos candidaturas", disse Capoulas Santos, que defendeu que abrir candidaturas "por isto ou por aquilo" iria levar à "abertura de uma verdadeira Caixa de Pandora".

O ministro da Agricultura está a ser ouvido no parlamento, no âmbito das audições de acompanhamento das políticas do Governo após os incêndios do ano passado.

Governo rejeita culpas na falta de planos municipais contra incêndios florestais


O Ministro da Agricultura rejeitou esta quarta-feira que o ICNF tenha qualquer responsabilidade pelo facto de haver ainda mais de quatro dezenas de câmaras sem plano de defesa das florestas contra incêndios devidamente actualizado.

16 de maio de 2018 às 11:35

Há 41 autarquias que ainda não têm planos municipais de defesa da floresta contra incêndios devidamente actualizados e aprovados. Destes, cinco planos estão em apreciação pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, 13 foram entregues, mas rejeitados, e "os restantes nem sequer deram entrada".

O balanço foi feito esta quarta-feira, 16 de Maio, no Parlamento pelo ministro da Agricultura durante uma audição na Comissão de Agricultura e Mar. Capoulas Santos sublinhou que "não é verdade que o ICNF tenha qualquer responsabilidade" no facto de os planos não estarem aprovados, respondendo aos deputados da oposição que levantaram a questão da lentidão, por parte do ICNF, na aprovação dos planos que lhe são apresentados pelos municípios e que, sem um prévio parecer positivo desta entidade, não podem passar depois à aprovação por parte das respectivas assembleias municipais.

Tal como o Negócios adiantou, no final de Abril, mais de quatro dezenas de municípios não tinham ainda os seus planos de defesa da floresta contra incêndios actualizados, deixando assim por cumprir a Lei do Orçamento do Estado para 2018, que, no âmbito das medidas excepcionais de prevenção de incêndios obrigava a que todos os planos estivessem em dia até 31 de Março.

O não cumprimento da regra obrigaria a que os municípios faltosos não recebessem no mês seguinte 20% do duodécimo das transferências correntes do Fundo de Equilíbrio Financeiro. Segundo declarações ao Negócios de Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, nenhum município teve até agora qualquer penalização.

Governo admite existência de atrasos na aprovação de projetos da pequena agricultura


16-05-2018 20:05 | Política

Porto Canal com Lusa 

Lisboa, 16 mai (Lusa) -- O ministro da Agricultura Florestas e Desenvolvimento Rural admitiu hoje no parlamento a existência de atrasos na aprovação de projetos da pequena agricultura, devido à transferência de poderes para as autoridades locais.

"Inscrevemos no programa do Governo a discriminação positiva da pequena agricultura através, por exemplo, da elevação de montantes de apoios a pequenos investimentos e a redistribuição de rendimentos no âmbito do primeiro pilar da PAC [Política Agrícola Comum]. Admito que houve atrasos na aprovação dos projetos porque o anterior Governo transferiu a aprovação para outras entidades", disse Capoulas Santos, durante uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar.

Para o governante, após esse poder ter sido atribuído a um grupo de ação local, seria "desadequado" retirá-lo, sem antes proceder a uma avaliação.

No entanto, Capoulas Santos garantiu que o Governo está a tentar ultrapassar esses constrangimentos, estando já mais de 700 projetos contratados.

"O simples facto de essas entidades terem de adquirir conhecimento na área da agricultura leva tempo, mas acredito que os grupos de ação tenham adquirido essa experiência nos últimos dois anos. Reconheço que, relativamente ao ritmo deste assunto, temos que fazer uma avaliação e, em função dela, fazer uma ponderação para o futuro quadro comunitário", concluiu.

A Comissão Europeia propôs, em 02 de maio, um orçamento plurianual para a União Europeia para o período 2021-2027 de 1,279 biliões de euros (1,, equivalente a 1,11% do rendimento nacional bruto da UE a 27 (já sem o Reino Unido), que prevê cortes que podem atingir os 7% na Política de Coesão e os 5% na Política Agrícola Comum.

"Vivemos num momento crítico para a agricultura biológica" -- Secretário de Estado


O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural disse hoje no parlamento que a agricultura biológica vive um período crítico devido à escassez de apoios disponíveis.

"É verdade que, no que se refere à agricultura biológica, vivemos num momento crítico, pois não temos dinheiro nas agroambientais [que se inserem no Programa de Desenvolvimento Rural] para aprovar novas candidaturas de produtores", declarou Miguel João de Freitas, em resposta aos deputados, durante uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar.

No entanto, o secretário de Estado frisou que o Governo, tal como se tinha comprometido, já criou um observatório para a agricultura biológica e organizações de produtores especificas, bem como está a desenvolver, em parceria com a Agrobio -- Associação Portuguesa da Agricultura Biológica, a criação de novas regiões destinadas ao desenvolvimento desta prática.

O Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal - Continente, em vigor até 2020, foi aprovado na sequência da decisão da Comissão Europeia em dezembro de 2014 e visa o apoio às atividades do setor agrícola assente numa gestão eficiente dos recursos.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

O ministro que "tem a chave mestra" foi descobrir a Agricultura na escola


16 DE MAIO DE 2018 - 19:26

O ministro da Educação participou hoje no programa Redescobrir a Terra que pretende levar a Agricultura às escolas.

Um plateia vestida de verde recebeu Tiago Brandão Rodrigues no agrupamento de Escolas D. Fernando II, em Sintra. Pelo segundo ano, os alunos provam que a teoria é aplicada no terreno, com a conservação de um trilho, uma horta e muitas horas a vigiar a Natureza.

Ministro da Agricultura vai retirar caça da Tapada de Mafra



Tapada de Mafra

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou, esta quarta-feira, que irá alterar o estatuto da Tapada de Mafra, para proibir a caça.

"Com muita caça há menos animais e menos visitação", disse o governante ouvido numa comissão parlamentar, destacando que "a Tapada é um bem de dimensão nacional que deve continuar sob a gestão maioritária do Estado".

De acordo com o relatório de contas da Tapada de Mafra, esta fechou 2017 com um resultado positivo de mais de 80 mil euros, quando 2016 tinha encerrado com 39 mil euros negativos. Face a 2016, as receitas aumentaram 63% e as despesas diminuíram 4,45%.

Em 2017, a Tapada foi visitada por 68 mil pessoas, quando em 2015 tinham lá passado 83 mil.

Vítimas dos incêndios não pedem desculpa ao ministro da Agricultura


16 mai, 2018 - 16:23


A Associação das Vítimas dos Incêndios de Outubro não vai pedir desculpa ao ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

No Parlamento, Capoulas Santos fez, esta quarta-feira, questão de desmentir os elementos daquela associação, que há duas semanas acusaram o ministro de mentir quando afirmou que o Governo apoiou 20 mil agricultores.

Contactado pela Renascença, Luís Lagos, da Associação de Vítimas dos Incêndios de Outubro, garante que não vai pedir desculpas.

"Obviamente que não vamos pedir desculpa nenhuma. Se alguém tem que pedir desculpa por tudo o que aconteceu é o Governo, porque falhou a Proteção Civil, e continuo a dizer o que disse na comissão parlamentar: não foram apoiados 20 e tal mil agricultores. Isso é mentira. 

Foram apoiadas 20 e tal mil pessoas. Foi dar pouco a muita gente, foi sobretudo uma medida de serenidade social", acusa Luís Lagos.

De acordo com o dirigente associativo, "os projetos agrícolas de referência, estruturantes, que têm um efeito extraordinário de ocupação do território para evitar o que aconteceu em outubro, esses não estão a ser apoiados condignamente, têm taxas de comparticipação em muitos casos inferiores a 50%".

O ministro da Agricultura admitiu esta quarta-feira reabrir candidaturas de apoio aos agricultores afetados pelos incêndios do ano passado. A concretizar-se, a iniciativa, envolverá apenas casos excecionais.

Governo quer alterar situação “desadequada” do setor dos cereais


15/5/2018, 16:15

O ministro da Agricultura considera que o setor vive uma situação "desadequada", esperando alterar esse cenário no espaço de cinco anos, aumentando o grau de auto aprovisionamento.


O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, considerou esta segunda-feira que o setor dos cereais em Portugal vive uma situação "desadequada", esperando alterar esse cenário no espaço de cinco anos, aumentando o grau de auto aprovisionamento. "Estamos a trabalhar numa estratégia de médio e longo prazo para inverter uma situação que consideramos desadequada a que chegou o setor dos cereais em Portugal, fruto de várias circunstâncias, como circunstâncias políticas e circunstâncias agroclimáticas", disse.

Para o titular da pasta da Agricultura, que falava aos jornalistas em Elvas (Portalegre) no encerramento de um ciclo de conferências inseridas no Dia do Agricultor, iniciativa promovida pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e de outras entidades ligadas ao setor agrícola, é preciso "recriar" condições para que a cerealicultura volte a ocupar um lugar de relevo no país. "Temos por isso que recriar as condições para que a cerealicultura em Portugal venha a ocupar o espaço que entendemos que deve ter, ainda que tenhamos consciência que Portugal não tem condições para ser autossuficiente em cereais, como somos noutros produtos", reconheceu.


Capoulas Santos acrescentou que a produção de cereais em Portugal situa-se num nível de auto aprovisionamento na ordem dos "25%", mas quando são separados os diferentes cereais, como por exemplo o trigo panificável, o grau de auto aprovisionamento situa-se na "ordem dos 5%.". "Queremos, portanto, alterar esta situação por forma que num horizonte de cinco anos possamos aumentar este grau médio de auto aprovisionamento para os cerca de 38 a 40%, é esse o nosso objetivo", defendeu.

Para que estes objetivos sejam atingidos, o ministro da Agricultura sublinhou que é preciso um conjunto de medidas de "natureza legal e de apoios comunitários", recordando que estão a iniciar as negociações de um novo quadro comunitário de apoio. "Nós temo-nos batido pela manutenção do atual orçamento. A proposta da comissão parcialmente responde a este nosso objetivo já que no primeiro pilar da Política Agrícola Comum (PAC) aumenta até as dotações para Portugal, mas no segundo pilar, onde estão os apoios ao investimento, medidas agroambientais, há um corte que ainda não é conhecido e nós pretendemos recuperar esse corte", defendeu.

Capoulas Santos sublinhou ainda que Portugal quer "manter" do ponto de vista financeiro a situação atual no que diz respeito à PAC, ao passo que do ponto de vista regulamentar defende um "maior espaço de manobra" para definir melhor as políticas nacionais. No Dia do Agricultor, que decorreu esta segunda-feira no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, foi apresentada a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais.

A estratégia apresentada, após ter sido criada pelo Governo, integra um conjunto de "20 medidas prioritárias" e "ações concretas" para os próximos cinco anos, que vão contribuir para um setor "mais forte e mais eficiente", com "maior capacidade" de resistência à volatilidade dos mercados, disponibilizando aos consumidores um produto de elevada qualidade. Por outro lado, com a implementação desta estratégia é objetivo atingir-se até 2022 um grau de auto aprovisionamento em cereais de cerca de 38% a 40%, correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos.

Durante esta jornada em Elvas foi ainda assinado um protocolo de cooperação para a implantação do laboratório colaborativo "InnovPlantProtect", na Estação Nacional de Melhoramento de Plantas do INIAV, naquela cidade alentejana. De acordo com os promotores, o projeto prevê desenvolver biopesticidas como alternativas mais sustentáveis aos pesticidas atualmente no mercado e cuja utilização se encontra em risco na Europa por apresentarem riscos ambientais e para a saúde humana e animal.

Liderado por investigadores da Universidade Nova de Lisboa, InnovPlantProtect resulta de uma parceria com o INIAV e o município de Elvas, contando ainda com a participação de diversas entidades e empresas.

Olival e azeite dominam Feira Nacional da Agricultura de 02 a 10 de junho em Santarém

A Feira Nacional de Agricultura (FNA), a decorrer de 02 a 10 de junho em Santarém, elege este ano o olival e o azeite como temas de destaque, dando visibilidade a um setor com "uma importância económica crescente".

Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), que organiza o certame, disse hoje, em conferência de imprensa, que o tema deste ano se impõe pela "qualidade" e "impacto" da produção de azeite na economia do país.

A 55.ª edição da Feira Nacional da Agricultura/65.ª Feira do Ribatejo vai contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na abertura do certame, dia 02.

Este debate acontecerá num momento em que se conhece já o orçamento da União Europeia posterior a 2020, que, frisou Oliveira e Sousa, "poderá eventualmente trazer algum aperto ao setor agrícola".

O 'World Olive Oil Summit' (WOOS) reunirá especialistas nacionais e internacionais da fileira, contando igualmente com a presença do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, adiantou.

Ainda no âmbito da iniciativa, decorrerão, nos dias 07 e 08, o Congresso Nacional de Azeite e o Simpósio de Olivicultura, ficando patente uma mostra de azeites premiados e exposições de pintura e fotografia.

No dia 08 de junho, estarão presentes no Congresso Mundial sobre o Azeite os comissários europeus da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, e da Ciência, Investigação e Inovação, Carlos Moedas, para a discussão sobre os "Grandes Desafios para a Agricultura no Futuro".

O olival e o azeite estarão igualmente em destaque no Salão Prazer de Provar, que este ano terá um espaço dedicado ao azeite e uma área expositiva destinada ao setor, bem como ações de cozinha ao vivo, com chefes a demonstrarem como usam este "tempero de qualidade superior".

O largo de acesso à entrada do CNEMA estará transformado num "olival", ajudando a conhecer os diferentes exemplares e os vários tipos de azeitona que se produzem, havendo ainda um "jardim das oliveiras".

O secretário-geral da CAP e administrador do CNEMA, Luís Mira, referiu o que afirmou ser já "uma marca" da FNA, as "Conversas de Agricultura", um programa diário de seminários e colóquios técnicos que irá mobilizar 6.000 pessoas ao longo do certame, entre os quais representantes de associações de agricultores vindas de Espanha, França, Grécia, Itália e das instituições europeias e nacionais, especialistas do setor e dirigentes associativos.

Oliveira e Sousa afirmou que este ano o certame vai "puxar mais" pelas tradições ribatejanas associadas ao cavalo, levando as provas equestres para a "zona nobre, com um recinto próprio, com características em tudo semelhantes a um recinto olímpico, com piso específico, com todas as condições" para os eventos que vão acontecer.

O presidente do CNEMA destacou ainda as comemorações do centenário do Ministério da Agricultura, que decorrerão no dia 09, culminando com uma apresentação da Escola Portuguesa e Arte Equestre, que fará "uma apresentação com toda a pompa e dignidade", encerrando o programa equestre do certame.

Oliveira e Sousa realçou o facto de a FNA continuar a ser o espaço onde o setor mostra "a sua grande expressão, a nível nacional", convidando a "população do país a associar-se à agricultura" durante a primeira semana de junho.

À mostra da produção nacional, agrícola e pecuária, o certame junta a gastronomia, os produtos regionais, a promoção e divulgação da maquinaria e equipamentos, dando a conhecer a tecnologia e a inovação e proporcionando espaços de reflexão e debate, acrescentou.

Os visitantes podem contactar diretamente com o mundo rural, adquirir o que de melhor se produz no país, provar a gastronomia, tanto a que se apresenta no Salão Prazer de Provar, onde se encontram os premiados dos concursos nacionais para escolher "os melhores dos melhores", como a que é servida nos restaurantes dedicados às raças autóctones ou nas tasquinhas exploradas por clubes e associações do concelho.

O certame conta ainda com a participação de associações e cooperativas agrícolas, mostra de artesanato, venda comercial diversa, tendo este ano o CNEMA criado mais zonas de sombreamento e instalado sistemas de arrefecimento também na nave C e na área de restauração exterior.

Portugal visto como bom produtor de vinhos, mas falta apostar na negociação, diz ViniPortugal


12/5/2018, 12:39116

Presidente da associação ViniPortugal diz que o país é reconhecido a nível internacional como origem de vinhos de qualidade, mas avisou que os produtores devem melhorar as capacidades de negociação.


O presidente da associação ViniPortugal afirma que o país é hoje reconhecido a nível internacional como origem de vinhos de qualidade, mas avisou que os produtores devem apostar na formação para melhorar as capacidades de negociação.

"Hoje os mercados internacionais olham Portugal como um país que produz com qualidade. Há confiança na marca Portugal", disse à Lusa Jorge Monteiro, responsável da associação interprofissional ViniPortugal, a propósito da organização, na próxima semana, da sexta edição do Concurso Vinhos de Portugal.


Além disso, Portugal é visto como "um mercado alternativo para vinhos diferentes".

Apesar de ser um país pequeno, Portugal conta com uma grande diversidade de climas e de solos, garantindo uma oferta muito alargada, uma vez que a produção assenta muito em castas autóctones, existindo ainda castas diferentes das de outros países, explicou. Os vinhos portugueses têm também "uma excelente relação preço/qualidade", disse Jorge Monteiro.

Portugal é responsável por dois por cento da produção mundial de vinho, sendo que metade da produção é exportada, e as exportações de vinho têm vindo a aumentar, quer em volume quer em preço, indicou.

"Todos os anos os vinhos portugueses têm vindo a ganhar posição nos diferentes mercados", referiu.

No entanto, há aspetos a melhorar e Jorge Monteiro aponta como o "principal ponto fraco" do setor vinícola em Portugal a falta de preparação para a negociação, de forma a evitar que os produtores "sejam trucidados na negociação".

"Vamos apaixonados pelo vinho e não vamos preparados para a negociação, que é muito dura, que exige boa técnica de comunicação e de negociação e um argumentário muito forte para que eu centre a discussão nos atributos do vinho e não no preço", defendeu. A ViniPortugal está neste momento "a refletir" de que forma os produtores podem mudar esta realidade, e acredita que a resposta passa "pelo treino e preparação".

Outro ponto negativo é a "falta de marcas globais".

"Somos um produtor de pequena escala. Somos um país de micro-propriedade e de micro-empresas. Somos muito individualistas na produção, na gestão da vinha. É muito difícil afirmar projetos coletivos", descreveu.

Jorge Monteiro justifica esta melhoria de qualidade dos vinhos portugueses com o aumento da oferta de ensino de enologia e viticultura, nas últimas décadas, em universidades e politécnicos, garantindo profissionais com uma "muito boa preparação académica" e que viajaram pelo mundo, trazendo "as melhores práticas".

Além disso, Portugal beneficiou dos instrumentos de apoio à modernização e atualmente tem "das melhores tecnologias na adega" no setor a nível mundial. "Isso tido contribuiu para que deixássemos de fazer um mau produto e começássemos a fazer consistentemente com qualidade", comentou.

O Concurso Vinhos de Portugal decorre na próxima semana, com 1.307 vinhos nacionais em prova, sendo a entrega das medalhas Grande Ouro e os Melhores do Ano na sexta-feira, numa gala no Convento do Beato.

domingo, 20 de maio de 2018

GNR abateu 43 vacas e bezerros. Proprietária vai apresentar queixa

Ministério diz que autoridades se limitarem a cumprir a legislação

As autoridades, com o apoio do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), abateram a tiro mais de 40 vacas e bezerros que pertenciam à Ganadaria Vaz Monteiro, depois de os animais terem invadido outras propriedades e provocado danos materiais, segundo a explicação oficial.

A notícia é avançada pelo JN, que cita a proprietária das 43 vacas e bezerros que foram abatidos a tiro pela GNR de Mação e pelo SEPNA. O Ministério da Agricultura conhece a situação e esclareceu que os animais "invadiram outras propriedades e provocaram danos materiais, incluindo um acidente de viação".

"Os snipers chegaram e atiraram aos bichos, mataram 18 de uma vez e, de seguida, mais 25", disse ao jornal Rita Vaz Monteiro, a proprietária da ganadaria, que vai apresentar queixa à Polícia Judiciária.

Segundo o jornal, a proprietária referiu um número de snipers próxmo dos 40, mas fonte presente no local afirmou já esta tarde de quinta-feira ao DN que estiveram no local "cerca de oito" atiradores. A mesma fonte, que pediu o anonimato, confirmou todo o restante caso.

Os animais terão fugido para uma exploração vizinha, assustados com o ataque de dois cães, mas o dono permitiu que lá estivessem até que a proprietária os recolhesse, garante Rita Monteiro.

O assunto terá chegado a reunião de câmara e a proprietária alega que tentou recolher os animais com recurso a tranquilizantes, sem sucesso, mas nunca esperou este desfecho.

O Ministério da Agricultura afirmou que os animais "se reproduziram sem controlo e sem registo" e disse que as autoridades se limitaram a cumprir a legislação que "determina o abate em caso de impossibilidade de captura dos animais"

Autarcas do Baixo Alentejo exigem sistema para mitigar impactos de monoculturas


Autarcas do Baixo Alentejo exigiram hoje ao Governo a criação de um sistema para mitigar impactos das monoculturas em zonas como Alqueva e normas legais para corresponsabilizar empresas que prestam ou usam trabalho sem direitos em explorações agrícolas.

A exigência surge numa moção, hoje divulgada, apresentada pelo grupo da CDU e aprovada por maioria, com votos a favor de todos os membros socialistas e comunistas e contra do único membro do PSD, na mais recente reunião da Assembleia Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo.

Na moção, enviada à agência Lusa, os autarcas exigem ao Governo a criação de "um sistema de monitorização de indicadores ambientais, demográficos e socioeconómicos e de mitigação dos impactos" para "a saúde pública e outros" da "intensificação" da produção e da expansão de monoculturas em regime intensivo e superintenso em regiões, como a beneficiada pelo Alqueva, que "estão a sofrer alterações profundas" das suas estruturas agrárias e produtivas.

Os autarcas também exigem do Governo a criação de normas legais para "corresponsabilização das empresas de prestação de serviços e utilizadoras do trabalho sem direitos e sem dignidade" em explorações agrícolas.

Segundo a moção, nas últimas décadas, no distrito de Beja, com "particular incidência" nos concelhos de Beja, Ferreira do Alentejo, Moura, Serpa e Vidigueira, tem-se assistido à introdução de novas culturas e técnicas agrícolas, sobretudo de monoculturas, como o olival, em regime intensivo e superintenso, que "trazem um aumento de preocupação com os impactos que estão a ter na deterioração dos solos, da água, nos animais, em suma no ecossistema".

A entrada em funcionamento do projeto Alqueva, "propiciando a possibilidade de dispor de água, de forma fácil e acessível, permitindo culturas de regadio na sua zona de intervenção, e a inexistência de um plano de desenvolvimento agrícola para a região, despertaram a cobiça de grupos económicos interessados em investir em monoculturas intensivas e superintensivas", o que também originou "a concentração da propriedade e a consequente extinção das pequenas e médias explorações", explicam os autarcas.

A concentração da propriedade em grandes grupos é "um problema de gestão de território, que causa forte preocupação", e a dependência das monoculturas, "do ponto de vista económico e não só, é um fator de perigo, que pode afetar gravemente a economia da região", alertam.

"O uso excessivo de fungicidas, herbicidas, inseticidas e fertilizantes são a receita para a morte da biodiversidade e a saturação dos solos, que assim veem o fim da sua aptidão agrícola", frisam, referindo que, atualmente, o controlo da utilização daqueles produtos é "meramente administrativo".

"Não menos preocupante é o que poderá estar a acontecer com as linhas de água e os lençóis freáticos, fruto da contaminação com todos os produtos tóxicos usados" nas explorações agrícolas, sublinham.

A perda da sustentabilidade dos sistemas cultiváveis e a erosão dos solos serão "mais um fator para a desertificação" do distrito de Beja e do Alentejo, "porque sem trabalho, sem criação de riqueza e sem ambiente ninguém pode viver", alertam.

Os autarcas consideram também "igualmente preocupante" a "proliferação de trabalho sem direitos, quer laborais, quer no que respeita às condições de vida dos trabalhadores migrantes, fruto da sazonalidade das tarefas agrícolas" nas monoculturas.

A sazonalidade "impede" a fixação e a integração de trabalhadores migrantes, referem, considerando também "preocupante" a "inexistência de normas que permitam corresponsabilizar" as entidades patronais daqueles trabalhadores, que são "empresas prestadoras de serviços", e as empresas que contratam estes serviços, "pela violação dos mais elementares direitos de trabalho e de vida com dignidade".

Na moção, os autarcas defendem ser "fundamental garantir um desenvolvimento integral e sustentado do território, garantindo a melhoria das condições de vida das populações, fruto da evolução económica resultante da atividade agrícola".

O documento vai ser enviado ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, aos ministros do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, do Ambiente e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e aos grupos parlamentares.