segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Agroglobal 2016: 35 mil visitantes em três dias de inovação e negócios


 14 Setembro 2016, quarta-feira 

A 5ª edição da Agroglobal - Feira das Grandes Culturas encerrou a edição de 2016 com um balanço «muito positivo», reconhecido por expositores e visitantes, adianta a organização em comunicado.
agroglobal

«Muito do sucesso da Agroglobal 2016 deve-se à forma dinâmica, entusiasta e empenhada com que as 286 empresas expositoras participaram, ajudando ativamente a consolidar esta feira como um evento de referência a nível nacional e internacional», salienta a organização.
Entre os maiores atrativos da Agroglobal destaque para os campos de demonstração, onde as principais empresas de sementes, agroquímicos, fertilizantes, rega, alfaias e máquinas agrícolas apresentaram resultados concretos sobre o efeito destes fatores de produção nas culturas.

A introdução de novas culturas, como o amendoal, a floresta e os pequenos frutos, além das já habituais milho, tomate indústria, batata, girassol, forragens, olival e vinha, «representaram mais um passo na evolução do projeto Agroglobal».

Os campos dedicados ao trabalho de tratores e máquinas agrícolas atraíram um grande número de visitantes, que puderam ver e experimentar os últimos modelos das marcas líderes de mercado.

Já a inovação foi transversal a todos os expositores do certame, porém o Pavilhão AgroInov constituiu o palco privilegiado para a mostra das tecnologias mais futuristas, entre as quais um drone equipado para pulverização de parcelas agrícolas; robots para diagnóstico do estado da vinha e realização de operações culturais; sistemas de Rega de Taxa Variável e controlo de pivots à distância, entre outros.

O AgroInov resultou de uma parceria entre a Agroglobal e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).

Foi neste Pavilhão que se realizou no dia 9 de setembro, na presença do ministro da Agricultura, a assinatura de um protocolo de cooperação entre o INIAV e o INESC TEC- Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, para realização de projetos de investigação e inovação e consultoria avançada.

Os dois auditórios da feira – Armando Sevinate Pinto e Companhia das Lezírias – tiveram lotação esgotada para ouvir 84 especialistas e analistas sobre técnicas e políticas agrícolas, numa reflexão acerca do presente e do futuro da Agricultura. No debate sobre o acordo de
Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, disse que «para a UE e EUA, dois blocos económicos que representam 46% do PIB mundial, o entendimento é indispensável. Genericamente este acordo é benéfico para Portugal, no setor hortofrutícola, para o azeite, vinho e produtos transformados. A abertura daquele mercado será vantajoso, embora implique um impacto negativo noutros setores como a carne de bovino».

Numa vertente mais técnica, João Coimbra, produtor de milho de referência e membro da direção da ANPROMIS, reconheceu que «face às alterações climáticas, a agricultura sustentável é uma necessidade e não um capricho e a resposta passa, sem dúvida, pela agricultura de precisão (…) nos próximos anos, é aqui na Agroglobal onde se vão dar a conhecer as mais recentes tecnologias da agricultura de precisão».

Por parte da organização da Agroglobal, Joaquim Pedro Torres, faz o balanço da feira: «nesta edição da Agroglobal partilhámos com país o melhor que se faz na nossa agricultura, porque a evolução dos fatores de produção, equipamentos e conhecimento é decisiva para não perdermos a batalha da competitividade» e considera que os objetivos foram atingidos: «ajudámos a projetar a imagem de dinamismo e pujança da nossa agricultura e reunimos num mesmo espaço os principais players do mercado agrícola para discutir os desafios e pensar as soluções da agricultura de amanhã. Julgamos que a missão foi cumprida!».  

ADP Fertilizantes lança app para agricultores


8 Setembro, 2016

A ADP Fertilizantes lançou uma nova aplicação destinada a agricultores, técnicos e distribuidores. O objetivo, segundo a empresa, é "proporcionar um acesso rápido e fácil à gama de produtos comercializados, bem como a toda a informação técnica sobre tecnologias, culturas e solos, permitindo simultaneamente um contacto célere com os serviços de apoio técnico".

Para além de informação detalhada sobre a gama de produtos Exceed, a aplicação conta ainda com informações sobre culturas, conselhos de adubação de acordo com a localização da parcela e a produção esperada, assim como outros elementos inerentes à cultura em questão, como os nutrientes mais importantes, carências e toxicidades nutricionais, extração de nutrientes e fertilidade dos solos por região do país.

Para Santana Fernandes, Diretor Comercial da ADP Fertilizantes, "esta aplicação privilegia a partilha de conhecimento e informação. O objetivo é que todo o trabalho que desenvolvemos nomeadamente ao nível da investigação possa chegar de forma simples e rápida ao agricultor, servindo como facilitador de todo o trabalho agrícola por ele desenvolvido".

A aplicação é gratuita e já está disponível para dispositivos iOS, Android e Windows.

Syngenta apresenta as mais recentes novidades em matéria de precisão

13 Setembro, 2016

A Syngenta acabou de apresentar algumas novidades no âmbito da Agroglobal, nomeadamente várias tecnologias que pretendem ajudar a "melhorar a qualidade e produtividade das culturas", com destaque para sementes de milho resistentes ao stress hídrico, drones com câmaras multiespectrais para diagnóstico do estado das culturas e equipamentos para melhorar a calibração dos pulverizadores.

"No stand da Syngenta os convidados assistiram à apresentação de soluções que visam a melhoria da eficácia dos produtos fitofarmacêuticos, contribuindo simultaneamente para a proteção dos cursos de água e do solo", explica a empresa.

Mónica Teixeira, responsável de Assuntos Corporativos da Syngenta que esteve presente no evento, lembrou que "o uso seguro e eficiente dos produtos fitofarmacêuticos depende em 50% do produto usado, em 20% do momento de aplicação, em 20% da técnica de pulverização e em 10% da calibração do pulverizador e da escolha dos bicos adequados".

Para além disso, no campo, os visitantes puderam passar por duas estações de demostração, uma dedicada à teledeteção com drones, que incorporam sensores multiespectrais para recolha de imagens aéreas das culturas, e uma outra que deu destaque à tecnologia Artesian, que "permite às variedades de milho obterem produtividades mais altas em condições ótimas de rega".

A Agroglobal é uma das maiores feiras agrícolas a céu aberto e reuniu cerca de 300 expositores e mais de 100 conjuntos de máquinas e alfaias agrícolas em trabalho nos campos de demonstração.

Vida Rural debateu grandes culturas e valorização da produção nacional


por Emília Freire- 13 Setembro, 2016

A Vida Rural organizou a conferência 'Valorizar as Grandes culturas' que abriu os debates no primeiro dia da Agroglobal, no Auditório Armando Sevinate Pinto.

"Os desafios para as grandes culturas" e "Valorizar a produção nacional da cadeia" foram os temas que oradores e assistência debateram. No painel I (manhã), Nuno Canada, do INIAV, salientou a necessidade de aquela instituição, que concentra a investigação estatal no setor agrícola, ter de "estar integrada na fileira, pois é a melhor forma de acompanhar o dinamismo que o setor tem demonstrado".

Do lado da produção, o agricultor João Banza, que explora cerca de 1.000 hectares na zona de Alqueva, afirma que "crescer e inovar é o nosso lema", daí a aposta na diversificação de culturas – soja, colza, beterraba, milho, girassol, grão-de-bico, cebola – "e vamos apostar também no olival superintensivo e na pecuária". Mas frisa que o objetivo é depois apostar no conjunto de culturas que se mostrem mais rentáveis na zona.

No painel da tarde, José António Rousseau lembrou que a entrada da Mercadona  – o líder espanhol, com uma quota de 15%  – vai revolucionar o mercado nacional da distribuição, além de que "estamos a caminho do retalho omnicanal, pelo que, muito em  breve, os produtores têm de colocar os seus produtos nesta rede complexa de canais".

Já Ondina Afonso, do Clube de Produtores da Sonae, garantiu que a empresa detentora do Continente, não planeia entrar na área da produção, por oposição à concorrente Jerónimo Martins que tomou essa decisão recentemente. A responsável adiantou ainda que "queremos reforçar as parcerias que temos com os nossos produtores, através da aposta no conhecimento e na comunicação".

domingo, 18 de setembro de 2016

Acidentes com veículos agrícolas provocaram 273 mortos desde 2013


13/9/2016, 7:51244

Os acidentes com veículos agrícolas provocaram 78 mortos em 2013, 80 em 2014, 63 em 2015 e 52 em 2016. O Governo pretende intensificar fiscalização aos condutores e a veículos agrícolas.

Este ano, a GNR registou, até 6 de setembro, 82 acidentes envolvendo veículos agrícolas
Carlos Barroso/LUSA

Mais de 270 pessoas morreram, desde 2013, devido a acidentes com veículos agrícolas, indicam dados da Guarda Nacional Republicana, a que agência Lusa teve acesso. Segundo os dados, os acidentes com máquinas agrícolas e tratores provocaram 78 mortos, em 2013, número que subiu para 80, em 2014, e baixou para 63, em 2015.

Este ano, a GNR registou, até 6 de setembro, 82 acidentes envolvendo veículos agrícolas, que provocaram 52 mortos e 27 feridos graves.

Coimbra e Viseu são os distritos com mais mortes este ano (sete em cada um), seguido de Lisboa, Castelo Branco e Bragança (cinco), Leiria (quatro) e Braga, Santarém e Vila Real (três em cada um).

Os dados mostram ainda que a maioria dos acidentes acontece em terrenos agrícolas.

Dos 78 acidentes registados em 2013, 52 ocorreram em propriedades agrícolas e 26 na estrada, enquanto os 80 que aconteceram em 2014, 55 foram em terrenos e 25, nas vias.

Dos 63 desastres verificados em 2015, 42 foram em terrenos agrícolas e 21 em estradas.

Governo quer mais fiscalização nos veículos agrícolas

Os condutores sem licença para conduzir veículos agrícolas vão ser obrigados a frequentar ações de formação sobre segurança, passando também a ser alvo de uma maior fiscalização, nomeadamente aos cintos de segurança e transporte de passageiros.

Estas são duas das medidas que o Governo vai adotar para reduzir os níveis de sinistralidade com veículos agrícolas, que resultaram de um grupo de trabalho criado em junho, e que identificou também os principais fatores de risco.

Os ministérios da Administração Interna e da Agricultura e Desenvolvimento Rural vão também criar, no início de 2017, uma plataforma comum de registo de informação relativa a acidentes com tratores e máquinas agrícolas, com o objetivo de identificar os fatores e consequências ao nível da mortalidade e incapacidades.

Outras das medidas que o Governo vai adotar passa pela realização, no primeiro semestre de 2017, de um controlo efetivo de máquinas e tratores no mercado de segunda mão, em especial aos veículos importados e não homologados em Portugal, através de regulamentação do processo de atribuição de matrícula.

No âmbito destas alterações vai ser intensificada a fiscalização sobre os condutores dos veículos agrícolas de uma forma progressiva, no que respeita ao arco de proteção, ao cinto de segurança, ao avisador luminoso e ao transporte de passageiros nos tratores agrícolas, além de ser criado um regime sancionatório associado à não-utilização de sistemas de retenção e à imposição de montagem de avisador luminoso especial de cor amarela.

O Governo vai igualmente estudar a viabilidade de realização de inspeções obrigatórias aos tratores agrícolas, com recurso a Centros de Inspeção Automóvel.

Para combater a sinistralidade, o Governo vai ainda lançar uma estratégia de comunicação e dinamização de campanhas de educação e sensibilização sobre segurança em tratores agrícolas.

Os ministérios da Administração Interna e da Agricultura e Desenvolvimento Rural decidiram avançar com estas medidas, tendo em conta os problemas identificados, designadamente a inexistência do uso do arco de proteção ou cabina de proteção, incorreta utilização do aro de proteção e do cinto segurança.

Excesso de velocidade e perda de controlo do veículo, mau manuseamento, por falta de formação adequada dos operadores dos veículos agrícolas, e parque automóvel envelhecido, sem os necessários equipamentos de segurança, são outros fatores de risco identificados.

No final de 2015, existiam em Portugal cerca de 280 mil veículos agrícolas matriculados e, destes, em 2014, apenas 167.131 estavam registados para efeitos de subsídio de gasóleo na Direção-Geral de Agricultura de Desenvolvimento Rural (DGADR).

A identificação dos principais fatores de riscos e definição das novas estratégias de combate à sinistralidade com veículos agrícolas envolveu a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Autoridade para as Condições do Trabalho, Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Guarda Nacional Republicana e Direção-Geral de Agricultura de Desenvolvimento Rural.