sábado, 11 de maio de 2019

Governo deve 15 milhões ao SIRESP e põe rede em causa


Empresa espera há um ano por 15 milhões de euros e já alertou várias vezes para as consequências da falta de pagamento.


O SIRESP ameaça cortar as comunicações na época dos incêndios, desligando a ligação satélite, se o Estado não pagar a dívida acumulada de 15 milhões de euros.

A empresa espera há um ano pelo pagamento, sendo que o dinheiro terá sido aplicado em investimentos pedidos pelo Governo em 2018.

A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias, que revela ainda que o não pagamento da dívida pode levar à insolvência da empresa.

Segundo o mesmo jornal, a empresa avisou o Governo mais do que uma vez para as consequências da continuação da dívida e estabeleceu um prazo máximo para a regularização das contas: sendo que a data limite é esta sexta-feira.

Sublinhe-se que o Estado de alerta da Proteção Civil devido aos fogos começa na próxima quarta-feira. O perigo de incêndios rurais também subirá a partir de agora.

Nuno Banza vai ser o novo presidente do ICNF


11 DE MAIO DE 2019 - 12:31

O cargo de responsável do ICNF vai ser assumido por Nuno Banza, substituindo na posição Rogério Rodrigues - que garante, no entanto, não ter apresentado a demissão.

Nuno Banza, atual inspetor-geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, vai substituir Rogério Rodrigues na presidência do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), confirmou a TSF.

O Correio da Manhã adianta que Rogério Rodrigues se demitiu por razões pessoais, mas, questionado pela TSF, o ainda presidente do ICNF garante que não apresentou a demissão.

Rogério Rodrigues assegura que permanece em funções, numa altura em que se espera que o Governo nomeie uma nova equipa diretiva para o organismo.

"O ICNF tem uma nova lei orgânica, publicada no dia 29 de março deste ano. Prevê-se que, dentro de muito pouco tempo, sejam publicados os seus estatutos e, com isto, o Governo nomeará uma nova equipa para a constituição desse conselho diretivo", começou por explicar Rogério Rodrigues. A nova lei orgânica do ICNF prevê a descentralização de serviços e a sua distribuição por cinco áreas regionais: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

"O que asseguro, em pleno, é que estamos em funções - não só eu, como todos os elementos do conselho diretivo -, e que não há rigorosamente nenhuma decisão", garantiu Rogério Rodrigues, em declarações à TSF.

Rogério Rodrigues garante que não se demitiu

O atual presidente do ICNF, que lidera a instituição há três anos, admite ter ciado "surpreendido" com a notícia da sua demissão. Rogério Rodrigues confessa, no entanto, que, ao longo do tempo em que tem estado à frente do organismo, já se deparou com muitas informações que não correspondem à realidade.

"No longo tempo em que me mantive em funções, verifiquei muitas notícias estranhas e que não eram verdade, portanto, esta é mais uma", atira Rogério Rodrigues.

O presidente do ICNF mostra-se surpreendido com a "estranha notícia" da sua demissão
A TSF contactou o Ministério do Ambiente e Transição Energética, que se escusou a fazer qualquer comentário ao caso, e o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que afirmou desconhecer qualquer alteração.

Em 32 anos a humanidade engordou 6kg. Habitantes de meios rurais foram os que mais engordaram

9/5/2019, 23:04

Em 1985, os habitantes de meios rurais tinham menos peso do que os citadinos. Com o tempo, a tendência inverteu-se. Um estudo mostra que as zonas com maior acesso a fast-food não são as mais obesas.

Em 32 anos, a humanidade engordou em média 6 quilogramas e foram os habitantes das zonas rurais os que ganharam mais peso, conclui um estudo publicado na revista Nature, que se baseou na análise do IMC de 112 milhões de adultos, em mais de 200 países e territórios de todo o mundo.

"O índice de massa corporal (IMC) tem aumentado significativamente na maioria dos países, em paralelo com um crescimento da população que vive em cidades", começa por referir o estudo realizado entre 1985 e 2017.

Segundo os dados revelados, e ao contrário do que seria de esperar, não são as pessoas que vivem em meios urbanos quem mais engordou nas últimas três décadas. Os cientistas desmentem assim a ideia de que as populações citadinas são as que têm maior propensão para a obesidade devido ao fácil acesso a fast-food (comida de plástico).

O estudo mostrou que são os habitantes das zonas rurais, mais especificamente as mulheres, que pesam mais do que quem mora na cidade. Tal é justificado por haver melhores condições económicas nos meios rurais. Já as populações urbanas têm maior acesso a alimentos saudáveis e estão mais despertas para a prática do exercício físico.

"De 1985 a 2017, a proporção da população mundial que vive em áreas urbanas cresceu de 41% para 55%", refere o estudo. Neste período, o IMC médio das mulheres aumentou de 22,6 kg/m2 para 24,7 kg/m2. Nos homens, aumentou de 22,2 kg/m2 para 24,4 kg/m2. Em ambos os sexos, o IMC médio era superior ao dos habitantes de zonas rurais.

Com o tempo, a diferença diminuiu e, em 2017, as mulheres que habitavam em zonas rurais já tinham um IMC médio superior ao dos habitantes das cidades. Esta inversão foi concretamente verificada em países como Arménia, Chile, Jamaica, Jordânia, Malásia, Taiwan e Turquia.

Quando os cientistas deram início à análise, em 1985, os habitantes de zonas rurais tinham menos peso. "Estas pessoas gastavam mais energia pois praticavam atividades como agricultura, atividades domésticas e recolha de água e madeira", diz o estudo. Com o tempo, a agricultura tornou-se cada vez mais mecanizada, o que permitiu diminuir a energia humana despendida. Os salários também aumentaram, em países desenvolvidos, e foram desenvolvidas mais estradas e outras infraestruturas. Todos estes fatores contribuíram para o aumento do peso das populações rurais. Os peritos falam em "urbanização da zona rural".

Em 2017, Suécia, República Checa, Irlanda, Austrália, Áustria e Estados Unidos da América registaram o IMC médio mais alto em zonas rurais. "Há uma necessidade urgente para integrar a nutrição nas zonas rurais", conclui o estudo, que salienta também a necessidade de garantir o acesso de comida saudável a habitantes de zonas rurais pobres.

Nova Zelândia apresenta projeto de lei para se tornar neutra em carbono até 2050

Sydney, Austrália, 08 mai 2019 (Lusa) - O Governo da Nova Zelândia apresentou hoje um projeto de luta contra as alterações climáticas, para tornar o país neutro em carbono até 2050, mas que exclui parcialmente o setor agrícola vital para o país.

08 Maio 2019 — 07:10

"O Governo toma hoje medidas históricas sobre as alterações climáticas, o maior desafio que a comunidade internacional e a Nova Zelândia enfrentam", declarou a primeira-ministra, Jacinda Ardern.

Na apresentação da legislação, a líder trabalhista sublinhou que ignorar a questão seria "uma negligência" e "um fardo" para as gerações futuras.

Este proposta vai permitir à Nova Zelândia contribuir para o objetivo planetário médio de manter o aquecimento climático abaixo dos 1,5 graus celsius em relação aos níveis anteriores ao período da revolução industrial.

As medidas incluem metas diferentes para o metano proveniente da criação de gado, e para todas as outras emissões de gases com efeito de estufa, causadas por transportes, indústrias e geração de eletricidade.

"A agricultura é muito importante para a Nova Zelândia, mas também deve ser parte da solução", defendeu Ardern, apesar de a legislação não explicar claramente como se pode atingir a neutralidade carbónica até 2050, o que desencadeou as críticas dos ecologistas.

O metano gerado pela criação de gado representa cerca de um terço das emissões de gases com efeito de estufa no país, onde a agricultura é uma atividade fundamental para a economia neozelandesa, sobretudo para as exportações.

O documento, agora publicado, prevê a criação de uma Comissão das Alterações Climáticas para ajudar a Nova Zelândia a atingir este objetivo, através da elaboração de "orçamentos de emissões" quinquenais.

O projeto da primeira-ministra de centro-esquerda vem concretizar uma promessa de campanha do Governo, eleito há 18 meses. O Executivo já prometeu plantar mil milhões de árvores em dez anos e garantir que a rede elétrica funcione inteiramente com energia renovável até 2035.

A proposta de lei, que deve ser votada pelo Parlamento até final do ano, prevê uma redução de 10% na produção de metano até 2024.

O ministro para as Alterações Climáticas neozelandês, James Shaw, afirmou que o Governo "teve em conta os dados científicos" e as preocupações dos industriais para determinar "um objetivo específico para o metano" agro-pecuário.

A federação dos agricultores criticou já a proposta. "Sejamos claros, a única forma de atingir os objetivos propostos é reduzir a produção. Não existem tecnologias mágicas", declarou o vice-presidente Andrew Hoggard.

"Neste momento, não temos qualquer ideia sobre como atingir as reduções propostas sem abater um número significativo de cabeças de gado", sublinhou.

O Governo de Ardern declarou que a legislação é "para ser cumprida", mas a Greenpeace Nova Zelândia afirmou já que o documento não especifica como alcançar os objetivos, o que torna a "legislação inoperacional"

"Estamos perante uma legislação ambiciosa à qual foram arrancados os dentes", disse o diretor geral da organização não-governal de defesa do ambiente. "Ladra, mas não morde".

ONU propõe seis soluções para acabar com a Fome


07 DE MAIO DE 2019 - 17:19

O Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura está preocupada com o impacto que os alimentos andam a causar na nossa saúde e na do planeta. Como tal, esta semana apresentou seis propostas que visam otimizar a agricultura mundial.


"A inovação agrícola pode desempenhar um papel fundamental na criação de um mundo sem fome." A mensagem foi transmitida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aos participantes da 'Seeds&Chips Summit', em Milão, Itália.

"A inovação agrícola é um elemento-chave que pode transformar radicalmente os sistemas alimentares, proporcionando oportunidades de negócios relacionados com a agricultura, empregos para os jovens e mulheres rurais e promover o crescimento da economia nacional" , afirma a diretora-geral adjunta da FAO, a cabo-verdiana Maria Helena Semedo.

A responsável da FAO destacou também a necessidade de adotar sistemas agrícolas mais sustentáveis, alterando a forma de cultivar, partilhar, preparar e consumir os alimentos. A este respeito, pediu aos governos a adoção de normas e padrões que promovam os alimentos saudáveis e nutritivos.

"O mundo precisa de um pacto global contra a obesidade que leve em conta o local e a alimentação tradicional. Adotar padrões globais para uma dieta saudável e diminuir a proliferação de dietas pobres que invadiu os nossos estilos de vida", afirmou.

"Já percorremos um longo caminho. Mas, em certo sentido, o nosso progresso parece ser a nossa desgraça. Aprendemos a cultivar alimentos, mas a abundância do que está nas nossas mesas mata-nos lentamente. As dietas pouco saudáveis são uma das principais causas de doença, invalidez e morte no mundo", acrescentou.

Maria Helena Semedo elogiou o papel da agricultura familiar que, embora precária, muitas vezes pobre em alimentos, produz mais de 80% dos alimentos do mundo e cuida de três quartos dos recursos naturais do planeta. A FAO lançou a Década da Agricultura Familiar da ONU no final de maio.

Soluções para acabar com a fome

Durante esta quinta edição da 'Seeds&Chips Summit' , que reúne mais de 350 empresas e organizações, a FAO apresentará uma série de soluções inovadoras para a agricultura que tem desenvolvido e implementado com sucesso em diferentes regiões.

Uma aplicação móvel que ajuda os agricultores a identificar, monitorar e gerenciar a lagarta, uma praga devastadora que se alimenta das culturas. A aplicação, que é atualmente utilizada por agricultores na África Subsaariana e partes da Ásia, não precisa de internet ou rede móvel e 'fala' 14 línguas.

O recurso a insetos estéreis

A tecnologia nuclear que impede a reprodução de pragas de insetos foi utilizada pela primeira vez para erradicar uma invasão de mosca da fruta, na República Dominicana, evitando potenciais perdas de alimentos significativas. A organização das Nações Unidas e parceiros estão a considerar expandir o uso contra outras pragas, e mosquitos que transmitem doenças.

Tecnologia 'blockchain' utilizada na cadeia de abastecimento de café

O 'blockchain' liga todos os intervenientes na cadeia de distribuição de café, do agricultor ao consumidor, garantindo total transparência e melhorar a justiça na cadeia de valor. Na Etiópia, por exemplo, cerca de 400 pequenos agricultores participam no programa FairChain programa. Ao aplicar a tecnologia 'blockchain', 45% do valor de cada taça de café FairChain permanece na Etiópia, cerca de quatro vezes mais do que se as multinacionais cuidarem da distribuição.

Hidroponia de baixa tecnologia

Esta tecnologia permite o cultivo de plantas em ambientes áridos. Esta técnica utiliza 90% menos de água e 75% menos espaço. Pastores vulneráveis e cooperativas na Cisjordânia e Gaza usam hidroponia para o cultivo de forragens, misturada com suplementos de concentrados secos reduz o custo da alimentação dos animais em cerca de 30%.

Outra das propostas tem a ver com os drones,que contribuem para cortar produção, avaliar danos causados por catástrofes naturais, deteção de pesca ilegal e apoio à conservação da vida selvagem.

Moda Azul: o aproveitamento da pele de peixes e algas para a confeção de roupas e acessórios, que seriam descartadas como lixo ou vendidos. A iniciativa está a gerar emprego nas comunidades de algumas das áreas mais pobres do Quénia.

Crédito Agrícola premeia empreendedorismo e inovação


A missão deste prémio é promover o que de melhor se faz no setor agrícola, agroalimentar e florestal. As candidaturas para a edição deste ano estão abertas.

Crédito Agrícola premeia empreendedorismo e inovação

Uma rápida análise ao setor agrícola, agroalimentar e florestal permite concluir que são atividades com uma grande relevância económica e social, dado o seu importante contributo para o PIB, para o emprego e para a fixação de população em todo o território nacional.

Se procedermos a uma análise da cadeia alimentar, da produção primária à comercialização, ficará surpreendido quem, nos últimos anos, não acompanhou o investimento, o desenvolvimento, a inovação e a internacionalização destes setores. No ano passado (2018), as exportações da indústria alimentar e das bebidas valeram 5.016 milhões de euros, mais 151 milhões de euros do que no ano anterior. Trata-se do valor mais alto de sempre. Em 2018, as vendas do setor alimentar e das bebidas para o estrangeiro representaram 8,66% das exportações portuguesas. Espanha foi o país que se voltou a destacar, representando cerca de 25% das vendas da indústria para o exterior. O mercado francês valeu cerca de 9% e o brasileiro 6%. No que respeita às categorias de produtos, continuam a destacar-se o azeite, o leite e produtos lácteos e o vinho.

Por seu lado, em 2017, a fileira da floresta representou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e 10% das exportações de bens da economia nacional, sendo responsável por 70 mil postos de trabalho diretos. Do ponto de vista de transações para o mercado internacional de produtos florestais e de base florestal, os mais importantes são o papel e cartão, a pasta de papel, a cortiça, a madeira e produtos de resina e mobiliário.

A melhoria da atividade no setor agrícola, agroalimentar e florestal deve-se ao grande esforço que a iniciativa privada está a fazer, reforçando a sua organização e desenhando diferentes estratégias, com um particular destaque para o da investigação e da internacionalização. É importante para o país a introdução de inovação, diferenciação e reforçar, neste setor, a internacionalização do conhecimento, de tecnologias e de serviços.

Apoiar o setor produtivo
O Crédito Agrícola é uma das entidades que continuam firmes na sua intenção de ser um elemento ativo na valorização e promoção da inovação e da cooperação no setor agrícola, identificando, divulgando e premiando a inovação nos setores da agricultura, agroalimentar e da floresta. Estes são os objetivos principais do Prémio Empreendedorismo e Inovação, que o Crédito Agrícola promove pelo sexto ano consecutivo.

Com o propósito de promover a cultura de empreendedorismo e inovação, e premiar quem investe em projetos para a agricultura, a agroindústria e a floresta, o Prémio do Crédito Agrícola inclui, nesta 6ª edição, três categorias (Produção, Transformação e Comercialização; Desenvolvimento Rural; Jovem Empresário Rural) e duas distinções (Inovação em Parceria: Grupos Operacionais; Projeto de Elevado Potencial promovido por Associado Crédito Agrícola).

A edição deste ano teve a sua apresentação no passado dia 27 de abril, na Ovibeja. As inscrições no Prémio estão disponíveis até às 18h00 do próximo dia 26 de julho de 2019. São cinco prémios de 5 mil euros cada um. Pode fazer aqui a sua inscrição.

Estes prémios contam com a colaboração da Inovisa – Associação para a Inovação e o Desenvolvimento Empresarial, do Ministério da Agricultura e com a Rede Rural Nacional e contam com um júri altamente qualificado e representativo do setor.

Candidate-se e seja um dos premiados. Na edição de 2018, houve 12 finalistas e estes foram os vencedores.

Incêndios: Ministro da Agricultura defende sanções aos municípios sem plano de prevenção

Lisboa, 05 mai 2019 (Lusa) - O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, defende a "aplicação de sanções" aos municípios que não possuam um Plano Municipal de Defesa da Floresta contra incêndios atualizado.

Lusa
05 Maio 2019 — 10:10

Numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, considera "incompreensível" que ainda existam 28 câmaras com planos desatualizados.

"Custa-me a admitir que haja um município onde exista risco de incêndio, e onde a legislação obriga a existência desse plano, e que, nalguns casos, reiteradamente não tem", critica Capoulas Santos na entrevista que, será transmitida pela Antena 1 ao início da tarde.

"Existe um quadro sancionatório que, na minha opinião, deveria ser aplicado", defende o responsável, ressalvando que essa aplicação não cabe ao Ministério da Agricultura.

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De acordo com Capoulas Santos, as sanções têm como consequência a redução de financiamento público aos municípios.

"Até aqui tem havido uma atitude persuasiva e não sancionatória, mas, na minha opinião, é chegado o momento de as sanções serem aplicadas", defende.

Na entrevista, o ministro fala ainda na "grande dificuldade" - do próprio Ministério, mas também dos privados - em encontrar operadores suficientes que realizassem a limpeza das zonas rurais.

"Nestas circunstâncias, tivemos de identificar prioridades de freguesias de maior risco", aponta.

Questionado sobre se existe uma situação de seca no país, o ministro comenta: "Estamos preocupados, estamos a fazer o levantamento da situação, temos medidas em execução, mas falar de seca é manifestamente exagerado".

Capoulas Santos diz que "todos os agricultores agradeceram a chuva que caiu em abril, mas não foi suficiente para recarregar as barragens e os lençóis freáticos".

No entanto, segundo o responsável do Governo, esta chuva "mitigou muito os efeitos de seca".

"Não há, neste momento, nenhum indicador de qualquer quebra de produção em qualquer atividade agrícola", devido à falta de precipitação, afirma.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Greve na Central de Cervejas. Sem acordo, “vai começar a faltar a cervejinha no mercado”

06.05.2019 às 13h16
 
ANA BAIÃO

A greve iniciada esta segunda-feira está a registar uma adesão de 100%, avança fonte sindical. Os grevistas reclamam aumentos salariais "dignos e justos e progressão na carreira"

Aumentos salariais "dignos e justos" e progressão na carreira estão na base da greve iniciada esta segunda-feira pelos trabalhadores da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) e que está a registar uma adesão de 100%, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB). A empresa já garantiu estar aberta ao diálogo.

Ao longo de toda a semana e em três períodos distintos de duas horas - das 00h às 02h, das 05h às 07h e das 08h30 às 10h30 - os trabalhadores da SCC vão parar, anuncia Rui Matias do SINTAB que avança mesmo que "se até às 10h30 de terça-feira não houver nenhuma tentativa de negociação por parte da empresa, os trabalhadores vão também deixar de fazer trabalho suplementar durante todo o ano, até que a empresa os chame novamente para fazer uma negociação séria".

À Lusa, Nuno Pinto de Magalhães, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, garantiu que "a empresa está aberta ao diálogo", mas que face à greve agora iniciada, as negociações do Acordo de Empresa (AE) "estão pendentes". "A greve é um direito dos colaboradores, que respeitamos", referiu Nuno Pinto de Magalhães, esclarecendo que o protesto "tem um potencial máximo de aplicabilidade a cerca de 300 colaboradores da unidade abrangidos pelo AE, que representam cerca de 50%" do total.

A administração da SCC recordou que nos últimos três anos o acordo alcançado em termos salariais "foi sempre acima do valor da inflação verificada", tendo ascendido em 2016 a 2% de aumento, num mínimo de 20 euros, a uma atualização de 30 euros em 2017 e a uma subida de 2%, num mínimo de 20 euros, no ano passado, acrescido de um prémio individual de 1000 euros para todos os colaboradores abrangidos pelo AE".

O SINTAB espera da empresa uma "negociação séria" e recorda que os trabalhadores da SCC, dona da cerveja Sagres, "fazem muito trabalho suplementar" aos sábados, domingos e feriados, Rui Matias avisa que, se não for possível chegar a um acordo, num prazo de dois meses começará a faltar cerveja no mercado.

"Afigura-se aqui uma situação de impasse tremendo e vai começar a faltar a cervejinha no mercado. Eles podem ter muito 'stock' por agora, mas em dois meses será muito difícil responder às solicitações do mercado, até porque estamos a caminhar para o verão, que é o período de maior consumo de cerveja", sustentou.

De acordo com o dirigente do SINTAB, neste primeiro dia de greve "a adesão está a ser de 100%, com paragem total da fábrica", mantendo-se os trabalhadores concentrados frente às instalações da empresa, em Vialonga, durante os períodos de paralisação.
Para as 09h de quinta-feira está agendado um plenário de trabalhadores que contará com a presença do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.

Os trabalhadores da Central de Cervejas reclamam "aumentos salariais dignos e justos", que diminuam "a desigualdade salarial", exigindo uma atualização "na ordem de 4%", num mínimo de 40 euros, e de 1% no subsídio de turno. Segundo destaca Rui Matias, os trabalhadores pretendem ainda uma revisão das avaliações, das promoções e das carreiras profissionais, já que sentem "um desagrado muito grande" a este nível: "O desenvolvimento profissional está completamente estagnado. Há cerca de 13 anos que o modelo de evolução profissional contemplou menos de 10% dos trabalhadores, num total de cerca de 350, ou seja, estamos a falar de 20 e poucos trabalhadores que tiveram algum desenvolvimento profissional neste período", afirmou.

O SINTAB explica que, "após três rondas negociais com a administração da empresa, os trabalhadores verificaram que as propostas apresentadas ficam muito aquém das suas reivindicações", o que os levou a "prosseguir com a luta em forma de demonstração de descontentamento e para levar a empresa a apresentar uma proposta mais realista, onde se verifique uma justa distribuição da riqueza".