sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Japão disponível para fornecer a Angola tecnologia de ponta para fins agrícolas


29/8/2018, 19:54

A disponibilidade foi revelada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Amizade Japão/Angola, Yositaka Sakuranda, no final de um encontro, terça-feira, com o presidente do Parlamento angolano.


O Japão manifestou disponibilidade para fornecer a Angola a mais moderna tecnologia para fins agrícolas, com o intuito de ajudar o país a desenvolver a área da agricultura, no âmbito da diversificação económica angolana.

A disponibilidade foi revelada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Amizade Japão/Angola, Yositaka Sakuranda, no final de um encontro, terça-feira, com o Presidente do Parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos, no quadro de uma visita de trabalho a Angola.


Segundo o deputado japonês, o Japão pretende contribuir para o aumento da produção agrícola em Angola e, ao mesmo tempo, para o processo de diversificação económica com base no desenvolvimento da agricultura. Como contrapartida, Sakuranda pediu a Angola o apoio à pretensão de Tóquio em organizar a exposição mundial de 2025 (Expo2025), cuja decisão será conhecida em novembro próximo.

A este propósito, Sakuranda, que lidera uma comitiva de mais dois deputados na visita a Luanda, onde chegou domingo, indicou ter recebido "palavras promissoras" do Presidente da Assembleia Nacional (AN) angolana. A Comissão Parlamentar de Amizade Japão/Angola foi criada há dez anos.

A delegação foi também recebida pelo presidente do Banco Nacional de Angola (BNA), José Lima Massano, e pela comissária que organiza a participação angolana nas exposições internacionais, Albina Assis. As relações diplomáticas entre Angola e Japão datam de setembro de 1976.

Em Angola, o Japão tem desenvolvido vários projetos em áreas como a desminagem, infraestruturas, energia, agricultura, educação e saúde. Nas trocas comerciais, Angola importa do Japão mercadorias como viaturas automóveis, bem como aço, ferro e equipamentos. Por seu lado, o Japão importa de Angola maioritariamente crude e outras matérias-primas.

Funcionária da Direcção de Agricultura e Pescas/Norte acusada de desviar 83 mil euros


A verba em causa era referente a pagamentos efectuados pela emissão de licenças de pesca lúdica.

LUSA 29 de Agosto de 2018, 13:40 Partilhar notícia

Uma funcionária da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte apropriou-se de mais de 83 mil euros de receitas daquele serviço, acusa o Ministério Público de Matosinhos, citado nesta quarta-feira em nota da Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto.

 
Apoio a burlão preso embaraça PS de Castelo Branco
"O Ministério Público considerou indiciado que a arguida, no exercício funcional enquanto assistente técnica da Direcção Regional, apropriou-se da quantia global de 83.341 euros", refere o despacho de acusação citado pela PGD na sua página electrónica.


A verba em causa era referente, ainda segundo o Ministério Público, a pagamentos efectuados pela emissão de licenças de pesca lúdica.

Os factos reportam-se ao período de 1 de Janeiro de 2007 a 30 de Abril 2015 e a arguida está formalmente acusada de um crime de peculato.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Trás-os-Montes concentra 40% da área de vinhas biológicas


Quase 500 produtores portugueses somam 2.720 hectares de vinhas em modo de produção biológico. O crescimento da procura dos consumidores tem sido superior ao da produção, que mais do que duplicou na última campanha.

Trás-os-Montes concentra 40% da área de vinhas biológicas

António  Larguesa António Larguesa alarguesa@negocios.pt
03 de agosto de 2018 às 15:11

Portugal já tem 2.720 hectares de vinhas em modo de produção biológico (MPB), que são trabalhadas por 490 produtores certificados. Apesar de marcar presença em todo o território nacional, a produção deste tipo de vinho tem maior expressão nas regiões Norte (Entre-Douro-e-Minho; Trás-os-Montes) e Centro (Beira Litoral; Beira Interior), seja em termos de área ou no número de operadores.

Com 1.063 hectares (39% do total) e 155 operadores, Trás-os-Montes é a região líder neste segmento biológico, seguida da Beira Interior: 762 hectares e 145 operadores. A zona agrária associada aos vinhos verdes e durienses tem mais 12 agentes neste registo do que o Alentejo, mas são estes 55 produtores alentejanos que têm a terceira maior área de vinhas biológicas do país, com 448 hectares. No extremo oposto estão os Açores com apenas um pequeno agricultor dedicado a este nicho de valor acrescentado.

 Os dados mais recentes disponibilizados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), referentes à campanha 2015/2016, mostram que, embora se tenha mantido estável a área e o número de operadores, a produção nacional de vinho biológico disparou para 20.099 hectolitros, mais do que duplicando a quantidade face à vindima anterior (8.302hl). A maior parte destas uvas são matéria-prima para os vinhos tintos mais valiosos no mercado: com Denominação de Origem Protegida (DOP) e com Indicação Geográfica Protegida (IGP).

A procura de produtos biológicos na Europa, incluindo Portugal, tem registado nas últimas décadas um ritmo de crescimento superior ao da produção.
ANUÁRIO VINHOS E AGUARDENTES DE PORTUGAL 2017 (IVV)
 

"Atendendo ao facto de a procura de produtos biológicos na Europa (incluindo Portugal) ter registado, nas últimas décadas, um ritmo de crescimento superior ao da produção, é expectável que a produção de vinho biológico em Portugal continue a evoluir favoravelmente, indo ao encontro das novas solicitações dos consumidores e valorizando o potencial exportador deste segmento de mercado", diagnostica o IVV no Anuário Vinhos e Aguardentes de Portugal 2017.

Rotular, fiscalizar e vender fora da Europa

Os vinhos produzidos em MPB levam no rótulo um logótipo específico criado pela União Europeia e que inclui a identificação do país de origem. Os operadores que produzam, preparem, armazenem, coloquem no mercado, importem ou exportem produtos em conformidade com as regras de produção biológica têm de se sujeitar ao controlo da actividade por parte de um organismo reconhecido e acreditado pelas autoridades dos diferentes Estados-membros.

Para facilitar as exportações, que em 2017 atingiram um novo máximo, e em particular o acesso dos vinhos biológicos aos mercados extra-comunitários, o bloco europeu tem vindo a estabelecer acordos de equivalência com países terceiros, em que "ambas as partes reconhecem como equivalentes as regras e os sistemas de controlo da produção biológica, fazendo-os reflectir nas respectivas normas internas". 

O instituto público que, após a saída de Frederico Falcão é liderado transitoriamente pelo antigo vice-presidente Francisco Toscano Rito, sublinha ainda que alguns destes entendimentos, como os que foram firmados com os Estados Unidos da América ou com o Canadá, são inclusive específicos para os vinhos biológicos, que a partir de 2021 terão de obedecer a um regulamento específico (2018/848) que acaba de ser aprovado a nível europeu.


Áreas e produtores biológicos por região agrária
Entre-Douro-e-Minho: 170 hectares (ha) – 56 operadores
Trás-os-Montes: 1.063 ha – 155
Beira Litoral: 127 ha – 31
Beira Interior: 762 ha – 145
Ribatejo Oeste: 135 ha – 34
Alentejo: 448 ha – 44
Algarve: 10 ha – 11
Açores: 1 ha – 1
Madeira: 4 ha – 13

Morreu Pedro Queiroz Pereira, um dos mais importantes empresários do país


O dono da Navigator e da cimenteira Secil morreu sábado, aos 69 anos. "O grande industrial" era o sétimo homem mais rico do país.

JOANA AMARAL CARDOSO 19 de Agosto de 2018, 8:09 actualizado a 19 de Agosto de 2018, 8:53 Partilhar notícia


O empresário Pedro Queiroz Pereira, dono da Navigator e da cimenteira Secil morreu sábado, aos 69 anos, noticia este domingo o semanário Expresso.

Considerado o maior industrial português, chefiava a empresa líder em todo o mundo no mercado do papel para impressão e era há seis anos o accionista totalitário da segunda maior cimenteira do país. Recentemente, o seu nome extravasou o sucesso no mundo empresarial para se tornar parte da narrativa do colapso do Grupo Espírito Santo (GES) e da sua ruptura com Ricardo Salgado.

A história do maior conflito na cúpula do capitalismo português do pós-25 de Abril

Segundo a revista Exame, o accionista maioritário do grupo Semapa, que detém a Navigator, tinha uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe, Maud) — era o sétimo homem mais rico do país.

O dono da antiga Portucel mantinha também negócios na área do ambiente e da energia. Citado este ano pelo Jornal de Negócios, Pedro Queiroz Pereira clamava: "Eu pago impostos e ajudo a enriquecer o país. Nos últimos dez anos investi dois mil milhões de euros em Portugal". 

O Expresso recorda a sua última entrevista ao semanário, em Fevereiro de 2016, na qual deixou no ar a ameaça de cancelar os investimentos que tinha previsto para Portugal, na sequência da decisão do Governo de travar a expansão da área de eucalipto no país, no âmbito do acordo alcançado com o Partido Ecologista Os Verdes. Dois anos depois, porém, as contas mostram que a Navigator investiu mais de 1,3 mil milhões de euros nos últimos 15 anos em Portugal, como destacou o mesmo Negócios.

PQP e o amigo Ayrton Senna
O GES era "um castelo de cartas", os reguladores tinham "cara de póquer" e as irmãs de Salgado que fazem "bolos para vender"

O GES era "um castelo de cartas", os reguladores tinham "cara de póquer" e as irmãs de Salgado que fazem "bolos para vender"

Pedro Queiroz Pereira nasceu a 5 de Março de 1949, em Lisboa, e estudou no Colégio Militar. Não chegou a terminar o curso do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa. O filho de Manuel Queiroz Pereira tornou-se piloto depois de a família Queiroz Pereira ter vivido no Brasil no pós-25 de Abril após as nacionalizações das suas empresas. Foi aí, nas corridas de automóveis, que ganhou a alcunha que resumia as suas iniciais, PQP, que mais tarde se tornariam parte do léxico do caso BES, e que ganhou também um amigo chamado Ayrton Senna. 

Tornou-se depois, como o próprio se definira nas célebres comissões de inquérito do GES, num "industrial, comerciante e empresário". Dos maiores e mais importantes do país, criando dezenas de milhares de postos de trabalho em Portugal. 

O empresário tinha uma ligação estreita ao GES, do qual era accionista e onde chegou a ser membro do conselho de administração do BES. Uma ligação de oito décadas, entrelaçada por cruzamentos familiares.

Duas tentativas de controlo das duas maiores cimenteiras do país terão contribuído para a crise nas relações entre Ricardo Salgado e o empresário. Por um lado, foi quando Pedro Queiroz Pereira tentou, com uma oferta pública de aquisição (OPA), controlar a maior cimenteira do país, a Cimpor, que entrou em colisão com Salgado — a OPA falhou e a Cimpor foi parar às mãos da Teixeira Duarte, apoiada pelo Banco Comercial Português e pela Lafarge. Estávamos em 2000. Por outro, numa medida que Ricardo Salgado sempre negou ter levado a cabo, a tentativa de controlo accionista do grupo Semapa (Secil), que detém a Navigator, aliado às duas irmãs de Pedro Queiroz Pereira, Maude e Margarida. Foram casos esmiúçados nas comissões de inquérito ao colapso de um dos maiores grupos financeiros do país. A 1 de Novembro de 2013, Queiroz Pereira e o GES descruzaram posições accionistas. 

Era avesso a entrevistas e a expor a sua vida privada nos media. Casou-se com Maria Rita Mendes de Almeida, que morreu em Novembro de 2014 aos 63 anos, e com quem teve três filhas — Filipa, Mafalda e Lua. Segundo o Expresso, um fundo privado subscrito apenas pelas filhas de Pedro Queiroz Pereira faz com que se tornem as suas únicas sucessoras na gestão do património.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou o "prematuro desaparecimento" de um "grande industrial português", numa nota de pesar.