sábado, 21 de maio de 2016

Tertúlias do Montado regressam a Évora



 21 Maio 2016, sábado  AgroflorestalAgricultura


 As Tertúlias do Montado são uma iniciativa do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) da Universidade de Évora, que ambiciona criar um diálogo regular e estruturado entre os vários intervenientes ligados ao estudo, gestão e utilização do Montado. 
A próxima tertúlia decorre a 25 de maio (quarta-feira) das 14 às 17h00, no Polo Universitário da Mitra, na Universidade de Évora. O tema em discussão é "O insucesso das reflorestações e efeito das práticas silvícolas (e.g. podas de formação)".
«As tertúlias são preparadas com base em metodologias participativas em que os objectivos gerais são: a criação de um grupo coeso de participantes; a integração de diferentes tipos de conhecimento e interesses; e contribuir para a sustentabilidade ambiental, social e económica do montado no Alentejo», adianta a organização.

Santarém acolhe 2º Simpósio Nacional de Fertilização e Ambiente



 21 Maio 2016, sábado  AgroflorestalAgricultura

"Novos fertilizantes, Novas tecnologias" é o tema que dá o mote ao 2º Simpósio Nacional de Fertilização e Ambiente que terá lugar nos dias 27 e 28 de outubro de 2016 no auditório da Escola Superior Agrária de Santarém (ESA).

Adubos, corretivos orgânicos, biofertilizantes, tecnologias de monitorização, técnicas de aplicação e agricultura de precisão são os temas em discussão.
Na tarde de dia 28 irá ter lugar uma visita técnica.
A iniciativa é organizada pela SCAP - Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal e conta com o apoio do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e da ESA.
«A SCAP, enquanto sociedade vocacionada para a promoção e divulgação do conhecimento agronómico, indispensável para o desenvolvimento sustentável da nossa agricultura, lança a 2ª edição deste evento destinado a: técnicos, investigadores, empresários agrícolas, estudantes e a todas as empresas de produção e distribuição de adubos e de fertilização em geral», adianta a Sociedade.
O objetivo visa promover um «amplo debate nacional em torno destas questões e contribuir para a transferência de novos conhecimentos obtidos nos centros de I&D nacionais para os seus principais utilizadores».


Ainda o glifosato... PCP explica por que roeu a corda ao BE

Raquel Wise
MARGARIDA DAVIM
19/05/2016 16:54


O glifosato é um herbicida, mas é também o mote de um estalar de verniz político entre BE e PCP. Os comunistas surpreenderam, ontem, os bloquistas ao chumbarem uma proposta do BE para proibir a utilização deste químico em meio urbano e provocaram a reação de um dirigente bloquista, Nelson Peralta, que no site Esquerda.net veio dizer que o "sectarismo do PCP faz mal à saúde". Os comunistas não gostaram e entretanto entregaram um projeto que será votado amanhã.

O diploma comunista acaba por ter a explicação do voto contra do partido na votação de ontem. "As últimas semanas têm sido de algum alarme em torno do glifosato, em parte motivado pela aproximação de decisões em Bruxelas sobre a renovação da autorização para a sua utilização. O Parlamento Europeu já se pronunciou no sentido de renovação da licença, tendo o PCP votado contra essa decisão por entender que ela não deveria ser tomada sem o estudo mais aprofundado das suas implicações a partir da informação científica e técnica existente", lê-se na proposta entregue ontem.

Os comunistas lembram que muitos dos estudos sobre a matéria são contraditórios entre si e que sobre os efeitos do glifosato têm de ter em conta a dosagem usada.

"As posições de diferentes entidades são aparentemente contraditórias. Sendo os fitofármacos ou pesticidas, produtos químicos utilizados no apoio à actividade humana, podem ter efeitos muito variados nas diferentes formas de vida. Em muitos casos, esses efeitos têm uma relação estreita com as formas de utilização e as dosagens usadas. Noutros casos, os impactos ultrapassam estes aspectos. No caso do glifosato, a Organização Mundial de Saúde considera que é "provavelmente cancerígena para o ser humano". A Agência Europeia para a Segurança Alimentar tem vindo a defender que o alegado potencial carcinogénico não está ligado ao glifosato, mas a um coformulante – a taloamina. Se numa pequena amostragem feita pela Plataforma Transgénicos Fora se concluiu que todas as amostras de urina humana utilizadas estavam contaminadas com glifosato, ontem mesmo era noticiado que especialistas da ONU afirmavam ser pouco provável que o glifosato cause cancro", aponta o PCP.

Sem dados conclusivos e tendo em conta a necessidade de utilização de herbicidas, os comunistas consideram que mais do que proibir o uso do glifosato será importante monitorizar o seu uso. Daí a proposta que será votada amanhã.

Por isso, a solução do PCP passa por propor a "constituição uma comissão multidisciplinar permanente, dotada de capacidade técnica e científica e envolvendo entidades públicas com responsabilidades nas áreas da saúde, ambiente, agricultura, trabalho e economia".

"A seriedade do problema e a natureza da relação do ser humano com os ecossistemas onde se insere, obrigam a grande racionalidade, sensatez e serenidade na abordagem a matérias com este nível de complexidade", conclui o PCP.

Dois novos perímetros do Alqueva vão regar 11.167 ha em Beja e Vidigueira

18-05-2016 
 

 
Dois novos perímetros de regadio no âmbito do sistema global do Alqueva vão entrar em exploração na actual campanha de rega, num total de 11.167 hectares, nos concelhos de Beja e Vidigueira.

Os blocos de rega Beringel/Beja e o Circuito Hidráulico de São Matias estão «em condições de regar» e disponíveis para serem aproveitados na presente campanha, adiantou à agência Lusa fonte da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA).

As obras, revelou a EDIA, beneficiam «perto de 400 proprietários» e, à semelhança dos perímetros já em exploração, aquando da sua entrada em funcionamento, «não serão cobrados os volumes de água utilizados» neste que é o «ano zero» dos dois aproveitamentos hidroagrícolas, ou seja «o ano de testes».

Os novos perímetros de rega foram apresentados esta quarta-feira publicamente, na sede da EDIA, em Beja, numa sessão, em que participaram agricultores e proprietários, para prestar esclarecimentos sobre os processos ligados à fase de exploração dos mesmos.

Integrado no subsistema de rega de Alqueva, o aproveitamento hidroagrícola de Beringel/Beja beneficia cerca de 5.300 hectares, distribuídos por quatro sub-blocos localizados no concelho de Beja, nas freguesias de Mombeja, São Brissos, Santa Clara de Louredo, Santiago Maior e São João Batista.

Já o aproveitamento associado ao Circuito Hidráulico de São Matias, integrado no subsistema de rega de Pedrógão, serve uma área de 5.867 hectares.

Dividido em quatro sub-blocos, o perímetro situa-se nos concelhos de Beja, freguesias de São Matias, Santa Maria da Feira, Santiago Maior, Nossa Senhora das Neves, São Brissos e Baleizão e de Vidigueira, freguesia de Selmes.

«No total, serão mais 11.167 hectares constituídos por cerca de 114 quilómetros de redes secundárias de rega, três estações elevatórias, perto de 300 bocas de rega, 13 quilómetros de rede viária e 24 quilómetros de redes de drenagem», realçou a empresa gestora do Alqueva. Na actual campanha de rega, frisou a EDIA, o Alqueva «terá 120 mil hectares de área servida com as infra-estruturas do projecto».

Fonte: Lusa

Portugal deverá manter abstenção sobre o uso de glifosato

18-05-2016 
 

 
Portugal deverá manter a posição de abstenção quanto à análise da Comissão Europeia sobre o uso de glifosato, um produto para eliminar ervas daninhas, informou o ministro da Agricultura, em Bruxelas.

Capoulas Santos justificou a abstenção indicando que os «dados científicos são contraditórios».

À margem de um conselho de ministros da Agricultura, em Bruxelas, Capoulas Santos referiu que Portugal deverá manter a abstenção «sem prejuízo das medidas já tomadas e das medidas que possam vir a decorrer do comité de peritos» de quarta-feira.

Em causa está a proposta do executivo comunitário de utilizar o glifosato por mais nove anos, mas sem alguns dos co-formulantes considerados cancerígenos.

Fonte: Lusa

Ministros da Agricultura debatem Plataforma de bem-estar animal

 18-05-2016 
  
Na reunião desta quarta-feira do Conselho de Ministros da Agricultura teve como um dos temas de debate a definição de uma Plataforma comunitária de bem-estar animal.
 
A Comissão insistiu que para o consumidor comunitário cada vez é mais importante o bem-estar animal, como demonstraram os resultados do último inquérito do Eurobarómetro.
 
No último encontro do Conselho, em Fevereiro, os ministros apoiaram a criação desta Plataforma. Na conferência de imprensa após o Conselho foi questionada a forma como seria adoptada esta Plataforma, como uma agência ou um simples endereço de internet. O presidente do Conselho, o ministro Van Dam, contestou que a proposta terá que ser apresentada pelo comissário europeu da Saúde, assinalando que, em qualquer caso, trata-se de um fórum de discussão não legislativo.
 
Fonte: Agrodigital

Futuro do herbicida glifosato em suspenso na União Europeia

NICOLAU FERREIRA 19/05/2016 - 14:12

Sem acordo, comité de peritos da Comissão Europeia não chegou a votar o prolongamento da autorização de venda do herbicida. Se nada for decidido até 30 de Junho, será proibida a venda de glifosato na União Europeia.

O futuro da comercialização do controverso herbicida glifosato continua em suspenso. O Comité Permanente de Plantas, Animais, Alimentos de Consumo Humano e Animal da Comissão Europeia, com representantes dos 28 Estados-membros, esteve reunido na quarta e na quinta-feira em Bruxelas para, entre outros assuntos, votar o prolongamento da venda do glifosato no espaço comunitário. A 30 de Junho, a autorização de venda deste herbicida expira. Em Março, o comité já tinha debatido o assunto sem ter chegado a uma conclusão. Nesta quinta-feira, sem os votos a favor de França e Alemanha, seria impossível obter-se uma maioria qualificada. E o assunto voltou a ser adiado.

"Já que não seria alcançada uma maioria qualificada, a votação não aconteceu", segundo declarações oficiais de um porta-voz da Comissão Europeia no final da reunião. "A Comissão vai reflectir sobre os resultados destas discussões. Se nenhuma decisão for tomada até 30 de Junho, o glifosato não será mais autorizado na União Europeia e os Estados-membros terão de retirar a autorização [comercial] de todos os produtos à base de glifosato."

O glifosato é um herbicida que mata uma grande variedade de espécies vegetais e é usado para queimar as ervas daninhas. É aplicado a nível urbano e na agricultura. Apesar de existir desde a década de 1970, o aparecimento de culturas geneticamente modificadas para serem resistentes ao glifosato fez disparar o uso do herbicida nas últimas décadas. Foi a gigante Monsanto que desenvolveu o químico. Mas na Europa há à venda mais de 300 herbicidas à base de glifosato de 40 empresas diferentes.

O actual impasse é um resultado directo da controvérsia existente sobre esta substância química. Em 2015, um relatório da Agência Internacional para a Investigação do Cancro, que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), concluiu que há "provas limitadas" de que o glifosato é carcinogénico. Mas um novo relatório de um comité conjunto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da OMS concluiu, na última segunda-feira, que "é pouco provável que o glifosato tenha um risco carcinogénico".

A polémica levou a Comissão Europeia a decidir, em Março, que o prolongamento da autorização de venda do glifosato fosse de nove anos e não de 15 anos, como estava previsto inicialmente. Em Abril, uma votação no Parlamento Europeu recomendou que a renovação fosse de apenas sete anos. Segundo o jornal The Wall Street Journal, se nada ficar decidido até Julho, as lojas têm seis meses para vender os stocks dos produtos.

Portugal foi um dos países que se abstiveram sobre o assunto no comité, como tinha dito na quarta-feira no Parlamento o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos. "Portugal absteve-se em função dos dados técnicos e científicos recolhidos, nos quais não encontrou argumentos sólidos para votar a favor ou contra", especificou ao PÚBLICO o gabinete de comunicação do Ministério da Agricultura. Portugal esteve representado no comité por um técnico da Direcção-Geral de Agricultura e Veterinária.

"O Governo dispõe de uma margem para legislar em termos nacionais, que é considerada suficiente para dar uma resposta satisfatória à questão, enquanto não houver uma resposta europeia", lê-se ainda na resposta por escrito do gabinete de comunicação. "Portugal já proibiu o uso da taloamina, um co-formulante utilizado em diversos herbicidas à base de glifosato, e está a ser desencadeado o processo legislativo com vista à proibição de utilização de fitofármacos em espaços públicos, com algumas excepções."

Na quarta-feira, o projecto de lei do Bloco de Esquerda (BE) para proibir a aplicação de produtos contendo glifosato em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação foi chumbado com os votos contra da direita e do Partido Comunista Português. Um dos argumentos contra a substância usados pelo BE e pelos Verdes foi o princípio da precaução, que defende o não uso de uma substância até se provar que não faz mal. Do outro lado das barricadas, Pekka Pesonen, o secretário-geral de um grupo de sindicatos europeus de agricultores (Copa-Cogega), considera que a proibição do uso deste herbicida resultará numa "verdadeira desvantagem competitiva" para a Europa.

Notícia actualizada às 19h30

Vila Real aposta no empreendedorismo agro-alimentar

CRISTIANA FARIA MOREIRA 20/05/2016

O parque de ciência e tecnologia Regia Douro Park foi inaugurado esta sexta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

 
Manuel Caldeira Cabral na inauguração do Regia Douro Park PAULO PIMENTA

Duas semanas depois da abertura do Túnel do Marão, o interior-norte continua a lutar para corrigir as assimetrias regionais. É neste contexto que surge o Regia Douro Park para "dar vida e fazer rentabilizar os investimentos feitos em infra-estruturas da região", de que é exemplo, precisamente, o túnel. É esta a opinião do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, expressa na cerimónia de inauguração do Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, que decorreu nesta sexta-feira. Um complexo que quer dar vida a projectos nas áreas da agricultura, da enologia, da viticultura, da economia verde, da valorização ambiental e das tecnologias agro-ambientais.

O Regia Douro Park funciona como uma "alavanca do conhecimento", constituída por uma incubadora de empresas, um centro de negócios, lotes industriais e por um pólo de investigação, o Centro de Excelência da Vinha e do Vinho (CEVV). Estruturas que pretendem "transformar conhecimento em valor" ao prestarem apoio técnico e na área da gestão a empresas, empreendedores e investigadores nacionais e estrangeiros. O parque empresarial e industrial, que está direccionado para a instalação de empresas agro-alimentares e na área da vinha, tem um total de cerca de 10 hectares, dividido em 26 lotes, quatro dos quais já foram comercializados.  

Um projecto que resulta de um "sonho" da autarquia de Vila Real e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e que conta com o apoio Portuspark, uma entidade de capitais privados que gere uma rede de incubadoras na região norte. Foram precisos 9,5 milhões de euros para a obra, dos quais 85% do total investido foi coberto pelos fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

Para Manuel Caldeira Cabral, o "desenvolvimento das regiões faz-se pelas empresas, com os empresários, com a valorização dos produtos locais". A pensar nisso, surge a parceria com a UTAD, num reconhecimento de que é necessária uma adequação da oferta formativa das universidades à realidade empresarial do meio em que se inserem, para que, num futuro próximo, "haja investigação aplicada, haja transferência de conhecimento, haja transferência de tecnologia entre o mundo académico e o mundo empresarial ", salienta o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos. A partir da definição das prioridades de um determinado sector, a UTAD vai colocar os seus investigadores "a fazer investigação de acordo com a procura dos interesses das empresas, e não como no passado em que os interesses eram meramente internos", assegura António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade. 

Em funcionamento há cerca de um ano, o parque tem uma taxa de ocupação a rondar os 80% e 30 empresas instaladas que dão trabalho a cerca de 100 pessoas. Um parque que, para o responsável pela pasta da Economia, se "insere muito na política do ministério: valorização da inovação, do conhecimento, mas também valorização da diferenciação regional e da riqueza que Portugal tem aí, quer a nível dos produtos, quer a nível da oferta turística". Sendo o turismo um factor com influência no desenvolvimento regional, Caldeira Cabral frisa a importância de criar novos destinos turísticos, por um "Portugal mais amplo". 

Texto editado por Ana Fernandes


Produtores de leite agradecem a Costa “a atenção dada às vacas”

ANA RUTE SILVA 20/05/2016 - 19:35

Associação dos Produtores de Leite de Portugal pede ao primeiro-ministro que coloque o leite como tema prioritário da sua agenda.

 
Primeiro-ministro ofereceu uma vaca voadora à ministra da Presidência, para mostrar que nada é impossível DR
 
A Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) manifestou, nesta sexta-feira, o seu "agrado" pela atenção dada por António Costa às vacas, quando quinta-feira ofereceu uma vaca voadora à ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, durante a apresentação do novo programa Simplex. O primeiro-ministro queria, com o gesto, mostrar que não existem impossíveis.

"Queremos manifestar o nosso agrado pela atenção dada às vacas e fazer votos que o leite das vacas passe a fazer parte da agenda prioritária do primeiro-ministro", pediu a associação, num comunicado publicado na sua página de Facebook.

O fim das quotas leiteiras, o embargo russo e uma queda no consumo de leite provocaram uma redução do preço a que os produtores vendem a matéria-prima. Por isso, a Aprolep pede respostas não só a nível europeu, mas nacional.

"Já que o senhor primeiro-ministro falou em vacas e coisas impossíveis, aproveitamos para lhe recordar alguns pontos onde esperamos que com o seu empenho, participação e optimismo seja possível", começa por dizer a associação, elencando em seguida uma série de pedidos.

A Aprolep defende a criação de um mecanismo para evitar os excedentes de produção de leite, a redução da importação de 500 milhões de euros de sobras de leite e produtos lácteos e um aumento do leite nacional e produtos derivados na grande distribuição. Os produtores querem ainda apoio financeiro aos que estão a vender o leite "muito abaixo do custo de produção", alguns com pagamentos em atrasado e sem comprador em Portugal. Pedem  ainda que seja disponibilizada mais informação ao consumidor sobre o valor nutricional deste produto e uma rotulagem que identifique a origem do leite de forma clara.

A Aprolep defende ainda que é preciso acelerar a inovação na indústria e as exportações de "valor acrescentado".

sexta-feira, 20 de maio de 2016

PCP questiona Ministério da Agricultura sobre atrasos no PDR2020


Rádio Pax - 20/05/2016 - 00:00

PCP questiona Ministério da Agricultura sobre atrasos no PDR2020

    
Ao Grupo Parlamentar do PCP chegou a preocupação do Conselho Estratégico do Parque Natural do Vale do Guadiana sobre os atrasos na disponibilização de medidas do PDR 2020.

Em causas estão os concursos "fundamentais para garantir a actividade na área do Parque", nomeadamente o apoio a áreas estepárias; a gestão de recursos cinegéticos e aquícolas; manutenção do habitat do lince ibérico e a manutenção e recuperação de galerias ripícolas.

O plano de abertura de candidaturas e no plano provisional do PDR 2020 para 2016 surge apenas a gestão de recursos cinegéticos e aquícolas.

Desta forma, o PCP questionou o Ministério da Agricultura sobre quando está prevista a abertura das candidaturas para as restantes pedidas.

João Ramos, deputado comunista eleito por Beja, quer ainda saber se o Ministério considera que as medidas são fundamentais para o Parque Natural do Vale do Guadiana e que diligências podem ser feitas para concertar diferentes medidas e cumprir objectivos nas áreas de protecção da natureza.

O deputado do PCP aguarda agora respostas da parte do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

EDIA apresenta novo bloco de rega em Viana do Alentejo


por Ana Rita Costa- 16 Maio, 2016

A EDIA e a Câmara Municipal de Viana do Alentejo vão promover no próximo dia 19 de maio uma sessão de apresentação e caracterização da solução base do Circuito Hidráulico de Viana do Alentejo e do respetivo Bloco de Rega.

De acordo com a EDIA, "nesta sessão será referenciada a estratégia de concretização, promoção e sustentabilidade do regadio da EDIA e será feita a apresentação e caracterização da solução base do Circuito Hidráulico de Viana do Alentejo e do respetivo bloco de rega, que beneficia uma área de 4500 hectares distribuídos pelos concelhos de Alvito, Évora e Viana do Castelo."

A apresentação contará com a participação de Bernardino Pinto, Presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, José Salema, Presidente da EDIA, Alexandra Carvalho, Diretora da EDIA, e António Capelo, Projetista da COBA.

Retirada de fitofarmacêuticos levaria a queda de 810 milhões no rendimento agrícola


19/5/2016, 8:13

Tomates, pêras, azeite e vinho seriam os alimentos mais penalizados pela retirada dos fitofarmacêuticos. Dados do estudo revelam que sem estes produtos, a exploração empresarial seria inviabilizada.

A retirada do mercado destes produtos "conduzirá também a um baixo, ou praticamente nulo, nível de controlo de vários problemas fitossanitários"
MÁRIO CRUZ/LUSA

Um estudo concluiu que a retirada do mercado de substâncias de alguns fitofarmacêuticos provocaria uma queda de 810 milhões de euros no rendimento agrícola, principalmente no tomate, pera e azeite, mas também no vinho, inviabilizando a exploração empresarial.

A fileira do vinho, a mais representativa em termos de valor global, ao atingir 776 milhões de euros, perderia quase metade do rendimento (46%), ficando nos 416,9 milhões de euros, enquanto a produção de azeite seria afetada em mais de metade, realça o trabalho.

O estudo sobre o "Impacto Económico da retirada de Substâncias Activas em Culturas Chave em Portugal" é apresentado esta quinta-feira em Lisboa pela Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas (ANIPLA), seguiu uma metodologia acordada com 27 entidades e partiu do risco de exclusão, a nível europeu, de 130 substâncias, 112 das quais homologadas em Portugal.

Incidiu nos produtores das fileiras do vinho, azeite, milho, grão, pera rocha, tomate e indústria de tomate, áreas que, segundo estimativas de 2015 apontadas pela ANIPLA, representam 1,5 mil milhões de euros em exportações.

Assim, o impacto da retiradas daquelas substâncias afetaria mais de metade, ou 55%, do total do rendimento obtido com aquelas produções.

"Os problemas fitossanitários não terão controlo eficaz, diminuindo a competitividade da nossa agricultura e aumentando a dependência do exterior para o abastecimento de alimentos", alerta a ANIPLA, acrescentando que, "de uma forma geral, o impacto da retirada destas substâncias ativas inviabiliza a exploração empresarial de qualquer das culturas em análise".

O setor do tomate sofreria o impacto mais forte, perdendo 82% do rendimento, ao passar dos atuais 142,5 milhões de euros, para 26,1 milhões, aponta o estudo.

Sem aquelas substâncias fitofarmacêuticas, a produção de pera, com um rendimento atual de 108 milhões de euros, cairia 76% e no milho a descida seria de 60%, para 78,4 milhões de euros.

Na produção de azeite, a queda de 56% levaria a produção aos 105,2 milhões de euros, contra os atuais 240 milhões de euros, refere a ANIPLA.

Segundo a associação, que refere representar 95% do mercado nacional de produtos fitofarmacêuticos, a retirada do mercado destes produtos "conduzirá também a um baixo, ou praticamente nulo, nível de controlo de vários problemas fitossanitários, pela ausência de soluções disponíveis que constitui este cenário".

Em resposta à Lusa, fonte da ANIPLA disse que "o glifosato nao foi incluído no estudo porque na altura da sua realização não fazia parte da lista de substâncias apontadas como em risco de suspensão".

Além das consequências diretas na produção agrícola, "é preciso apurar impactos" na indústria agroalimentar, a nível social, "por via do desemprego gerado" ou ambiental, com o abandono de terras agrícolas, "as quais se tornarão baldios ou floresta, de forma certamente desordenada, altamente sujeita a incêndios", alertou o diretor executivo da ANIPLA, António Lopes Dias, citado numa informação a que a Lusa teve acesso.

França: 14% dos agricultores tenciona abandonar atividade no próximo ano



 14 Maio 2016, sábado  AgroflorestalAgriculturaHortofruticultura & Floricultura


De acordo com um inquérito realizado pela organização agrária francesa FNSEA, 14% dos agricultores franceses tenciona abandonar a atividade nos próximos 12 meses.
agricultura
Destes, mais de metade (53%) tomaram a decisão devido à deterioração da sua situação.
A grande maioria afirma ter encontrado dificuldades muito significativas nos últimos três meses.
As principais dificuldades enumeradas pelos agricultores são os baixos preços, a legislação, os custos de mão de obra e os elevados gastos. O inquérito foi realizado a 1502 agricultores.
Fonte: Agrodigital

Produtores vinícolas passam a dispor de rolhas de cortiça natural



 16 Maio 2016, segunda-feira  ViticulturaAgroflorestalTecnologia
A Corticeira Amorim anunciou o lançamento de uma tecnologia «verdadeiramente inovadora» para a indústria de rolhas, «oferecendo pela primeira vez aos produtores vinícolas rolhas de cortiça natural, com garantia de TCA não detetável».
amorim
Chama-se NDTech e trata-se de uma tecnologia de ponta que «possibilita uma revolução em termos de controlo de qualidade, na medida em que introduz pela primeira vez uma triagem individual nas linhas de produção das rolhas de cortiça, baseada em cromatografia gasosa, uma das análises químicas mais sofisticadas do mundo», salienta a Corticeira Amorim.
«Tradicionalmente, cada análise de cromatografia gasosa demora cerca de 14 minutos». Com este desenvolvimento a Corticeira Amorim «conseguiu reduzir o tempo desta análise para cerca de 20 segundos, viabilizando a sua integração numa escala industrial. Note-se, no entanto, que o processo de controlo de qualidade da Corticeira Amorim continuará a integrar estas análises, feitas com base em amostragens estatisticamente relevantes e num total de 16 mil análises mensais», adianta a empresa.
António Rios de Amorim, Presidente e CEO da Corticeira Amorim, destaca que a robusta aposta da empresa para fornecer ao mercado, de forma contínua, rolhas de cortiça de qualidade tem sido determinante para: «a consolidação do papel da Corticeira Amorim como líder da indústria que, nos últimos 5 anos, viu as suas vendas de rolhas passaram de 3 mil milhões para um número recorde de 4,2 mil milhões em 2015».
E acrescenta: «este crescimento resulta, em parte, de uma maior perceção generalizada das vantagens técnicas e de sustentabilidade da rolha de cortiça, assim como da capacidade que esta tem de aportar valor ao vinho. Com NDTech, simplesmente tornamos melhor aquele que já é o melhor vedante para vinho».
«A NDTech é capaz de detetar qualquer rolha de cortiça que apresente mais de 0,5 nanogramas/litro (partes por trilião) de TCA, removendo-a automaticamente da linha de produção», acrescenta a empresa em comunicado.
O desempenho de NDTech está a ser validado por entidades líderes mundiais em investigação associada à indústria do vinho - Geisenheim University, na Alemanha, e Australian Wine Research Institute.
A empresa realça ainda que esta «é a única tecnologia de controlo individual de qualidade do TCA alvo de validação científica por parte de ambas as organizações».
A tecnologia NDTech será inicialmente aplicada à gama de rolhas naturais premium da Corticeira Amorim, utilizadas por algumas das marcas de vinho mais importantes do mundo, incluindo as principais marcas nacionais. «A recetividade dos produtores de vinho tem sido, como se previa, muito positiva, tendo em conta a importância da rolha natural no packaging premium de vinhos, muito valorizada em mercados-chave para a exportação, como os EUA ou a China», realça a Corticeira Amorim.
O desenvolvimento de NDTech é o culminar de um conjunto de medidas que visam um controlo sensorial irrepreensível da rolha de cortiça natural, considerada, desde há muito, o benchmark de vedantes e o que mais valor acrescentado cria para o vinho. A tecnologia NDTech será ainda complementada pelas medidas preventivas e curativas já existentes na Corticeira Amorim, incluindo o patenteado tratamento ROSA Evolution.
Segundo Miguel Cabral, Diretor de I&D, «desde há muitos anos que na Corticeira Amorim trabalhamos focados neste objetivo, sendo agora possível analisar cada rolha de cortiça individualmente, através do recurso a cromatografia gasosa em apenas alguns segundos, o que viabiliza esta tecnologia numa escala industrial».
Esta tecnologia, agora anunciada, resulta de um investimento de 10 milhões de euros, feito ao longo de cinco anos, em parceria com uma empresa internacional especializada em cromatografia gasosa.

Portugal já notificou Bruxelas sobre ajudas aos setores do leite e da suinicultura

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

O Ministro da Agricultura informou hoje que "Portugal foi o primeiro Estado-Membro da União Europeia a notificar a Comissão das Ajudas de Estado nacionais aos setores da produção de leite e da suinicultura", razão pela qual aguarda agora "luz verde" para as aplicar "nos próximos dias". Luís Capoulas Santos acrescentou que "apenas três Estados-Membros notificaram a Comissão Europeia", razão pela qual "a Comissão não está propriamente afogada nesta matéria", rematou o Ministro, que informou acreditar numa rápida autorização para a aplicação dessas ajudas, tendo em conta "os contactos informais" que realizou.
A ajuda aos setores do leite e da suinicultura eram um dos pontos da agenda da reunião do Conselho de Ministros da Agricultura, que tinha como temas centrais o bem-estar animal e o contributo da agricultura para a mitigação das alterações climáticas.
Sobre as questões ligadas à defesa do bem-estar animai, Capoulas Santos afirmou estar consciente da importância do tema para os portugueses, razão pela qual entende que se trata de "um debate que espero que permita tirar conclusões, designadamente sobre a certificação dos produtos". Em causa está a concorrência entre produtores que asseguram o cumprimento das regras e produtores sem preocupações com o bem-estar animal.
Declarações do Ministro da Agricultura aqui:

Lisboa, 17 de maio de 2016

APH revela vencedores das 24H Agricultura Syngenta


Os vencedores das 24H AGRICULTURA SYNGENTA foram anunciados a 13 de Maio na cerimónia de entrega dos prémios, que decorreu no Instituto Superior de Agronomia (ISA). A equipa NPK, do ISA, arrecadou o 1º prémio.

A próxima edição 24H AGRICULTURA SYNGENTA já tem data marcada: 1 e 2 de Abril de 2017, na Escola Superior Agrária de Coimbra.

Várias dezenas de concorrentes, organização e patrocinadores estiveram reunidos no Instituto Superior de Agronomia para fazer o balanço das 24H AGRICULTURA SYNGENTA e proceder à entrega dos prémios.

O 1º prémio da competição foi conquistado pela equipa NPK, composta por 5 alunos do ISA: Francisco Manuel Emílio Medeiro, António de Oliveira Soares dos Santos Lourenço, Bernardo Rodrigues Saianda, Ricardo Soares Santos e Guilherme Barreiros Martins Moura Neves.

A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) ofereceu às três equipas melhor classificadas uma viagem e a participação num dos eventos técnico-científicos organizado por esta associação à escolha dos alunos vencedores.

A Syngenta ofereceu à equipa classificada em primeiro lugar uma viagem à sua fábrica de Porriño, na Galiza. A viagem decorrerá no próximo mês de Junho. Os alunos integrarão um grupo de agricultores e técnicos portugueses, o que lhes proporcionará mais uma forma de contato com o mundo agrícola profissional e o reforço das suas aprendizagens.

CLASSIFICAÇÃO 24H AGRICULTURA SYNGENTA
1º Prémio-NPK (ISA)
2ºPrémio- LavraTudo (UTAD)
3ºPrémio- Agromaníacos (ISA)
Prémio Equipa Diurna - LavraTudo
Prémio Equipa Noturna - NPK
Prémios Equipa Prática - NPK
Prémio Equipa Teórica -NPK
Prémio Simpatia - Agrosolvers (ISA)
Prémio Cooperação - Agrosolvers
Prémio Engº Castro e Brito - Fresquinhas e Boas (ESA Beja)

O presidente da APH, Domingos Almeida, encerrou a cerimónia afirmando: «não há dúvida que esta nova geração de profissionais tem um elevado potencial. O elenco de provas foi muito exigente e requeria competências que não se exercitam no ensino superior, mas a dedicação dos concorrentes foi total e o seu desempenho sob pressão foi bom. Os concorrentes tiveram desafios profissionais disciplinados mas não disciplinares, tomaram decisões em ambiente de incerteza, testarem saberes, saberes-fazer e comportamentos concebidos pela equipa pedagógica para lhes proporcionar um melhor conhecimento das suas capacidades individuais e coletivas. A próxima edição, em abril de 2017, terá como anfitriã a Escola Superior Agrária de Coimbra e provas ainda mais exigentes. Não seremos autocomplacentes. Todos os futuros agrónomos devem vir pôr-se à prova nas 24H de AGRICULTURA».

UE adia decisão sobre glifosato


19/5/2016, 16:24
A decisão de estender a utilização do glifosato durante mais nove anos foi adiada devido a desacordo entre França e Alemanha. Sem possibilidade de maioria qualificada, Comissão preferiu adiar votação.

A Comissão Europeia admitiu esta quinta-feira que os 28 não conseguiram chegar a acordo sobre a extensão da utilização do glifosato nos Estados-membros. "Sem se conseguir uma maioria qualificada, não houve voto", afirmou uma porta-voz da Comissão, mostrando o desacordo entre países sobre esta matéria.

O grupo técnico da Comissão Europeia, que integra representantes dos vários Estados-membros, deveria ter decidido esta quinta-feira sobre o prolongamento da utilização de glifosato durante os próximos nove anos, mas não houve qualquer decisão. A Alemanha não consegue encontrar uma posição única sobre a utilização deste herbicida, já que os dois parceiros de coligação, a CDU e o SPD têm posições diferentes sobre a matéria, preferindo abster-se. Portugal também indicou que se iria abster.

França e o Luxemburgo estão contra esta utilização e França vai mesmo votar internamente para banir o glifosato, anunciou Marisol Touraine, ministra da Saúde. Esta medida vai ser tomada em França independentemente da posição comunitária.

Governos de Angola e Índia com acordo para desenvolver agricultura angolana


19/5/2016, 10:38

Os ministérios da Agricultura de Angola e da Índia assinam na próxima semana um memorando de entendimento com o intuito de tirar partido das "potencialidades indianas" e respetiva "ampla experiência".

A informação foi transmitida hoje à Lusa pelo Ministério da Agricultura angolano, dando conta que a assinatura deste acordo acontecerá durante a visita de trabalho que o ministro da tutela, Afonso Pedro Canga, realizará à Índia, entre 25 e 30 de maio.

Com este memorando de entendimento, serão fortalecidas as relações bilaterais de cooperação no setor agropecuário, florestal e desenvolvimento, "incluindo os aspetos relativos à produção primária, sua transformação, valor acrescentado, comercialização e ampliação dos mercados em conformidade", refere uma nota do ministério angolano.

A produção agrícola, investigação agrária e veterinária, desenvolvimento florestal, pecuária, extensão rural, irrigação, formação de quadros e a engenharia rural e agroindústria são algumas das "áreas de prioridades" para a cooperação com que Angola conta por parte da Índia.

Durante a presença na Índia, o ministro da Agricultura angolano deverá visitar fábricas de produção de máquinas e equipamentos agrícolas, instituições de investigação agronómica e veterinária e empresas de produção de sementes, além de se reunir com empresários agrícolas e bancos que financiam este setor.

Angola vive desde 2015 uma profunda crise económica e financeira decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo e já este ano o Governo lançou um programa que visa diversificar a economia, reduzindo as importações e aumentando as exportações, tendo a agricultura como um dos pilares.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a 06 de abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, prosseguindo durante uma visita ao país, agendada para o período entre 01 e 14 de junho.

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.

Armando Manuel garantiu em abril que este tipo de apoio (EFF) tem um "cunho" de assistência técnica e servirá para maximizar o potencial dos setores das minas, agricultura, pescas e turismo do país, para assim "gerar mais renda fiscal".

"Em função das circunstâncias, [o programa] pode trazer pacotes financeiros para apoiar as medidas de política que venham a ser implementadas", disse, mas sem quantificar montantes possíveis, apesar de questionado nesse sentido.

Segundo o Ministério das Finanças, o EFF é um instrumento financeiro "direcionado a reformas estruturais voltadas para a diversificação da economia, reforço da balança de pagamentos, com propósito cimeiro de fortalecer os pilares da sustentabilidade da nossa economia", ao contrário dos resgates económicos.

PVJ // VM

Lusa/Fim

PCP, PSD e CDS chumbam proposta da esquerda contra utilização de glifosato


18/5/2016, 19:59225

Comunistas chumbam projeto de lei do Bloco de Esquerda, aprovado por toda a esquerda parlamentar. Em alternativa, sugerem ao Governo um projeto de resolução para controlar os fitofármacos.


A bancada parlamentar do PCP uniu-se às do PSD e CDS no hemiciclo e chumbou o projeto de lei do Bloco de Esquerda contra o uso do herbicida cancerígeno glifosato. PS, PEV e PAN votaram a favor, mas o diploma dos bloquistas (anunciado na última semana durante o encerramento das jornadas parlamentares do partido) não seguiu por diante.

O Bloco de Esquerda pedia a proibição do uso de "quaisquer produtos fitofarmacêuticos contendo glifosato em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação".

O PCP chumbou o projeto de lei, é verdade, mas, como alternativa, apresentou um projeto de resolução ao Governo, recomendando algumas medidas para controlar os fitofármacos e sua aplicação sustentável. Para isso, sugerem os comunistas, deve ser criada uma comissão multidisciplinar para acompanhar esta área. O projeto de resolução será votado esta sexta-feira.

Entretanto, o Bloco Esquerda já reagiu ao chumbo no Parlamento, criticando (principalmente) a posição do PCP.

Nelson Peralta, dirigente da Mesa Nacional do partido, assinou um artigo de opinião no esquerda.net intitulado "Glifosato: o sectarismo faz mal à saúde". E lê-se, sobre o veto comunista: "A 15 de abril foi votada a proposta do Bloco de proibir totalmente a utilização de glifosato, em espaço público e na agricultura. O PCP absteve-se. Agora, perante uma proposta mais limitada (apenas a proibição no espaço público), o PCP votou contra. Agora o seu voto fazia a diferença. Há um mês, na proposta mais ampla, o voto do PCP não era decisivo. Hoje, teria bastado o PCP repetir a abstenção para viabilizar o projeto-lei, uma vez que o PS anunciou o seu voto favorável. Quando o seu voto poderia mudar a vida das pessoas, o PCP optou por deixar à União Europeia a decisão que podia ser tomada em Portugal, critica Nelson Peralta.

E conclui, com dureza: "O PCP não chumbou o projeto-lei porque a ideia era má. A proposta era má porque vinha do Bloco. É caso para dizer que o sectarismo faz mal à saúde."

Cientistas podem ter solucionado um dos grandes problemas para combater a fome no mundo


O planeta Terra está condenado com o aumento rápido da população global e quantidade limitada de terras agrícolas para produzir comida para todo mundo. Isso significa que precisamos de descobrir como maximizar o que temos – e cientistas deram um passo importante em direcção a aproveitar ao máximo as nossas colheitas.
Biólogos do Laboratório Cold Spring Harbor (CHSL na sigla em inglês) em Nova Iorque, EUA, desenvolveram uma nova técnica agrícola que dizem que aumenta os rendimentos da colheita em incríveis 50%. A chave, dizem, está em descobrir como usar uma mutação genética existente que está a criar algumas espigas de milho bastante estranhas.
Cientistas há tempos suspeitam da existência de uma mutação genética que age como um conjunto de travões numa planta de milho em crescimento que faz uma espiga parar de crescer antes de ficar demasiado grande. Como destacado num artigo publicado na Nature Genetics, os pesquisadores finalmente identificaram essa mutação. E o mais animador é que eles já sabem como usá-la.
A equipa foi capaz de identificar plantas com a mutação fea3 que essencialmente remove os travões que param o crescimento da espiga de milho. Os resultados, no entanto, não são como se deve esperar. Em vez de espigas de milho gigantes, eles descobriram que as plantas com a mutação produzem pequenas espigas deformadas.
«As plantas produzem demasiadas células estaminais, e estas dão origem a muitas novas sementes – sementes que a planta não consegue suportar com os recursos disponíveis (luz, humidade, nutrientes)», explicou o pesquisador David Jackson, que liderou o estudo, em comunicado. Enquanto muitos grãos começaram a formar-se inicialmente nas espigas com mutação fea3, o crescimento inicial fez a planta ficar tão pesada que ela entrou em colapso sob o seu próprio peso. No final, as espigas eram menores, e tinham menos grãos totalmente desenvolvidos do que as espigas sem mutação.
Ainda assim, entender o funcionamento da mutação foi o suficiente para dar uma ideia aos pesquisadores: talvez uma versão muito mais modificada da mutação poderia render mais grãos de milho, mas não mais o suficiente para matar a espiga.
Os investigadores imediatamente oram capazes de gerar uma versão mais fraca da mesma mutação fea3 – e descobriram que não apenas as espigas sobreviveram como também eram consideravelmente maiores do que as normais. As espigas eram tão maiores que os pesquisadores estimam que, em média, uma espiga de milho com a mutação fraca desenvolvia até 50% mais grãos de milho (sem outras mudanças no processo de crescimento) do que o visto anteriormente.
As consequências dessa pesquisa são muito maiores do que um pouco de milho extra, no entanto. Mutações parecidas, que «quebram» o travão do crescimento, já foram detectadas na maioria das outras culturas básicas do mundo. Isso sugere que um processo semelhante pode funcionar para aumentar outras colheitas.
«Se o aumento na produção que vimos nos nossos laboratórios puder ser usada noutras culturas agrícolas, isso pode dar-nos um aumento significativo na produção global, aumentando a sustentabilidade agrícola ao exigir menos terra para a agricultura», explicou Jackson ao Gizmodo. «A mesma abordagem também pode beneficiar agricultores de países em desenvolvimento que cultivam uma grande variedade de plantas.»
Se funcionar, isso pode dar-se uma forma de alimentar muito mais gente no mundo sem a necessidade de novas terras para cultivo.

McDonald’s vai permitir criar o seu hambúrguer. E serve-o à mesa

 Ana Marcela 17.05.2016 / 17:23

 A personalização dos hambúrgueres vai entrar em testes no próximo ano. Cadeia quer metade dos restaurantes a servir os clientes à mesa.

A McDonald's quer dar aos clientes a possibilidade de criar o seu próprio hambúrguer, opção que os clientes da cadeia poderão ver servida à mesa. Dos atuais 13 restaurantes com serviço de mesa, o objetivo é expandir para metade dos 150 restaurantes da cadeia já no próximo ano. "Entramos em testes no próximo ano, permitindo ao cliente fazer o hambúrguer ao seu gosto", adianta Jorge Ferraz, diretor-geral da McDonald's Portugal, num encontro com jornalistas para assinalar os 25 anos da cadeia em Portugal. Mais de uma década e 150 restaurantes depois Jorge Ferraz faz questão de frisar que a marca "marcou o sector de restauração" em Portugal. "Não estamos no negócio da fast food, mas no good food fast. Servimos comida de boa qualidade e de forma rápida", explica. 

Depois de criar opções de menu adaptadas ao mercado português, com a entrada das sopas ou da bifana na oferta da cadeia ou, mais recentemente, o hambúrguer Maestro (com cogumelos e agrião), a McDonald's quer dar um novo passo na adaptação da sua oferta ao gosto do cliente. Neste caso permitindo a personalização do hambúrguer, com o cliente a poder escolher a base de pão, o tipo de carne e os ingredientes que quer adicionar. 

 A ideia está em fase de projeto, mas o objetivo é os primeiros testes arrancarem no próximo ano. Jorge Ferraz não adiantou, no entanto, uma data para a implementação na cadeia desta opção, tornada mais simples depois das alterações na forma como os pedidos chegam à cozinha, cada vez mais através de sistemas eletrónicos (os chamados Self Order Kioskes). Introduzidos em 2014, os quiosques eram usados por 21% dos clientes, hoje esse valor já atinge os 45,1%. Em estudo está ainda a possibilidade do cliente poder fazer a sua compra através de uma aplicação no smartphone, bem como o pagamento, algo que deverá acontecer "em dois anos". No terreno já está é a possibilidade do cliente pedir e ser servido à mesa. 

A cadeia tem vindo a renovar os espaços, "transformando-os em locais contemporâneos, onde pode ser servido à mesa", diz Jorge Ferraz. "Alteramos o paradigma da restauração em Portugal e aceleramos a nossa diferenciação face à concorrência", diz Jorge Ferraz. "O serviço já está a ser testado em 13 restaurantes [um inquérito de 2 mil entrevistas deu um nível de satisfação de 94%] e queremos que esteja em mais de metade do mercado em 2017". - 

Região de Coimbra realça impacto do eucalipto nas economias locais


15/5/2016, 9:34

Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra rejeita umaredução do plantio de eucaliptos e considera que o Governo deve reconhecer a importância desta espécie florestal nas economias locais.


A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra rejeita uma eventual redução do plantio de eucaliptos e considera que o Governo deve reconhecer a importância desta espécie florestal nas economias locais.

"Haja mais eficiência na gestão do coberto florestal de eucalipto", defendeu hoje o presidente da CIM de Coimbra, João Ataíde das Neves, em declarações à agência Lusa.

João Ataíde, que é também presidente da Câmara da Figueira da Foz, eleito pelo PS, disse que as atuais áreas de eucaliptal "devem ser mantidas" com o próximo Regime Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização (RJAAR), anunciado pelo Governo.

Com as alterações ao decreto-lei 96/2013, de 19 de julho, conhecido por lei do eucalipto, "devem também ser respeitados" os planos diretores municipais, cabendo às câmaras emitir "parecer prévio vinculativo" no licenciamento de arborizações e rearborizações.

"Não é necessário diminuir o plantio. O que as economias locais necessitam é de uma boa gestão do seu património florestal", adiantou.

João Ataíde salientou que esta produção tem peso económico "na maior parte dos concelhos" que integram esta CIM, os 17 municípios que constituem o distrito de Coimbra, a que se juntam Mealhada e Mortágua, nos distritos de Aveiro e Viseu, respetivamente.

"Tendo nós das maiores produtoras de pasta de papel da Europa, a sua venda está garantida", referiu, ao sublinhar a importância do eucalipto como "meio de sustento" de muitas famílias no território da Região de Coimbra.

Importa "compaginar todos os interesses" em presença, sem promover "uma guerra declarada" ao eucalipto, preconizou.

No âmbito do processo de alteração do RJAAR, encetado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural na sequência de um compromisso do Governo com Os Verdes, a CIM liderada pelo autarca da Figueira da Foz "está a recolher contributos" para o diploma.

As propostas serão apresentadas ao secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Regional, Amândio Torres, que discutiu a matéria com o Conselho Intermunicipal da região, num encontro realizado no dia 05, em Mortágua.

Uma fonte do ministério de Luís Capoulas Santos reiterou à Lusa a "intenção do Governo" de alterar o regime jurídico das ações de arborização e rearborização.

"As propostas de alteração identificadas estão em fase de avaliação", segundo a mesma fonte oficial, que citava o gabinete de Amândio Torres.

Em janeiro, no parlamento, Capoulas Santos vincou o compromisso do PS com os ecologistas de reverter a chamada liberalização da plantação de eucaliptos.

Duas técnicas da Associação Florestal do Pinhal (Aflopinhal), da Lousã, defendem a imposição de "um limite ao nível das áreas ardidas", onde é possível fazer novas plantações "logo a seguir" aos incêndios.

"Devia também ser alterada a arborização das faixas de gestão de combustível", afirmaram à Lusa Tânia Antunes e Rita Rodrigues.

No atual regime jurídico, "tudo é possível nestas faixas desde que se cumpra o espaço entre as copas" das árvores, lamentou Tânia Antunes.

Essas faixas de proteção contra incêndios existem, designadamente, em redor das povoações, zonas industriais, estradas e ferrovias, linhas de transporte e distribuição de energia elétrica.

Criado pelo anterior Governo, em 2013, o RJAAR "não está totalmente errado", tendo, por exemplo, "acabado com alguma burocracia", ressalvaram as engenheiras florestais.

Na sua opinião, a nova legislação deverá garantir às câmaras "um papel de controlo efetivo" das arborizações e rearborizações nos concelhos.

Por outro lado, "terá de ser abolida" a ocupação de terras com aptidão agrícola por eucaliptos e outras espécies de rápido crescimento.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Abertas as candidaturas ao subsídio de seguro vitícola

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Estão abertas as candidaturas aos apoios para pagamento do seguro vitícola de colheitas, uma medida que protege o rendimento dos agricultores perante situações climáticas adversas. Poderão beneficiar deste apoio os produtores de uva de vinho proveniente de vinhas instaladas no território continental, com situação atualizada no registo central vitícola e que celebrem um contrato de seguro individual ou de grupo.
Serão elegíveis para apoio do seguro vitícola os seguintes riscos:
 Fenómenos climáticos adversos equiparados a catástrofes naturais, considerando-se como tal condições climáticas que destroem mais de 30% da produção anual média de um dado produtor, calculada com base em três dos cinco anos anteriores, excluídos os valores superior e inferior;
 Fenómenos climáticos adversos, incluindo as condições climáticas referidas no ponto anterior desde que os níveis de perda da produção sejam iguais ou inferiores a 30% da produção de uvas efetivamente esperada na campanha vitivinícola;
 Pragas e doenças da vinha, desde que as condições climáticas sejam adversas à cultura e tecnicamente não seja possível controlar o seu aparecimento ou desenvolvimento, conduzindo a perdas médias, ao nível do concelho de implantação da parcela segura, superiores a 20% da produção de uvas efetivamente esperada na campanha vitivinícola, desde que devidamente atestados pelos serviços do MAFDR.
Os apoios serão pagos por intermédio das companhias de seguros, que procederão ao desconto do valor da bonificação no ato de pagamento do prémio de seguro. O montante global de financiamento desta medida atinge os 4 milhões de euros e o prazo para apresentação de candidaturas termina a 15 de julho.

Lisboa, 12 de maio de 2016

Dinamarca: o país que ruma para uma agricultura totalmente biológica



 16 Maio 2016, segunda-feira  Agricultura Biológica

A Dinamarca está a preparar-se para ter uma agricultura totalmente sustentável. Este é um dos projetos que o atual Governo tem intenção de pôr em prática: transformar a agricultura dinamarquesa em 100% biológica.

A primeira meta a ser alcançada até 2020 é a de se duplicar a quantidade atual de terra cultivada em modo de produção biológico.
Atualmente, a Dinamarca já é o país com maior desenvolvimento e amplitude do comércio de produtos biológicos. 
Há muito que o caminho da agricultura bio começou neste país nórdico. São já quase 25 anos de existência e aplicação de leis sérias de proteção à natureza, às águas, ao uso de defensivos e outros produtos agrícolas, sendo que 97% da população conhece o seu significado e importância.
Já a despesa total de alimentos do país é composta por 8% apenas de produtos certificados. E, desde 2007, a exportação de produtos biológicos na Dinamarca aumentou em 200%.
A Dinamarca propõe-se hoje a trabalhar em duas frentes diferentes: uma delas visa aumentar a quantidade de terras agrícolas que usem agricultura biológica e a outra, estimular uma maior procura por produtos de origem comprovadamente biológica e sustentável.
Assim, serão privilegiados os produtores que quiserem investir na conversão das suas terras, da agricultura convencional para a biológica e biodinâmica e os projetos que visem o desenvolvimento de novas tecnologias para a promoção da sustentabilidade no campo.
Neste contexto, já está em marcha a ocupação de áreas antes baldias, com produção de legumes sazonais de forma biológica.
Como primeiro objetivo, o país pretende oferecer às escolas, cantinas e hospitais, até 60% de alimentos de origem biológica.
Atualmente essas instituições públicas nacionais servem 800 mil refeições por dia. A mesma política, de servir só refeições de origem biológica, já está a ser ampliada para os ministérios dinamarqueses nas suas cantinas.
Na educação já está prevista uma reforma do sistema atual para incluir cursos de nutrição, alimentação saudável e agricultura natural.
Fonte: Agrozapp 

Açúcar: Copa-Cogeca discorda da proposta de Bruxelas



 16 Maio 2016, segunda-feira

A proposta da Comissão Europeia, que pretende autorizar a importação de 300.000 a 400.000 toneladas de açúcar fora da quota habitual, está a merecer uma forte oposição do lobby dos agricultores em Bruxelas.

A Comissão está a avançar com esta proposta, pois estima poder haver escassez de açúcar no final do verão e quer precaver esta situação.
Esta proposta vem, no seguimento de uma exposição feita a Bruxelas pelos representantes da indústria açucareira europeia, que apontava para uma crise de aprovisionamento este verão e exigia uma maior importação, dentro das normas da Organização Mundial do Comércio.
As quotas do açúcar vão ser abolidas dentro de ano e meio e o Copa-Cogeca, organização europeia que representa agricultores e cooperativas, vê nesta proposta o início da destabilização do mercado, numa altura em que seriam necessárias medidas que viessem estabilizar o mercado depois do fim das quotas.
Recorde-se que o preço do açúcar branco na Europa tem estado estável nos últimos dois anos e o acesso a açúcar de países terceiros praticamente duplicou nos últimos dez anos, devido aos vários acordos bilaterais.
Este facto tem levado a uma redução contínua da área plantada de beterraba, que se pensa que para a campanha 2016/2017 ainda vá ter uma redução de mais 7%.
Estas medidas da Comissão podem também ter como resultado o enfraquecimento da posição dos produtores nas negociações da cadeia alimentar.
Fonte: Agroinfo

Alfândega da Fé: produção de cereja comprometida



 16 Maio 2016, segunda-feira  Hortofruticultura & FloriculturaAgricultura
No concelho de Alfândega da Fé as chuvas e frio de abril e maio afetaram a produção de cereja. Há pomares em que as quebras na produção ultrapassam os 80% e variedades já perdidas. A colheita também está atrasada.
cerejas
«Não há memória de um ano tão mau para a produção de cereja», diz o presidente da cooperativa agrícola, Eduardo Tavares.
A produção de variedades precoces de cereja está a enfrentar «o pior ano de que há memoria, com perdas quase totais», reitera o presidente da cooperativa e vice-presidente da autarquia de Alfândega da Fé, apontando quebras «muito significativas» em todo o concelho.
«Com a continuação do tempo frio e chuvoso, os nossos piores receios vieram a confirmar-se, com perdas que ultrapassam os 80 % da produção concelhia, que, em média atinge, anualmente, uma centena de toneladas», refere.
«Só a cooperativa agrícola estima perdas 50 a 60 mil euros, nos seus 50 hectares de terrenos destinados à produção de cereja, mas em todo o concelho os prejuízos podem chegar aos 80 mil euros», concretiza Eduardo Tavares.
Em condições normais, por exemplo, o Vale da Vilariça já deveria estar a produzir cereja há mais de 15 dias, mas o produto só agora começa a maturar.
«A cereja, que agora começa a madurar começa a ficar rachada, o que lhe retira valor comercial. No caso da Vilariça, posso falar numa quebra de quase cem por cento, porque a cereja não vai ter aproveitamento para o mercado», conclui.
As quebras «acentuadas» vão ressentir-se na economia do concelho, não só ao nível dos particulares, mas também dos associados da cooperativa.
Em ano considerado normal, a produção de cereja no concelho de Alfândega da fé pode atingir as 100 toneladas com facilidade.
Fonte: RR

É pouco provável que glifosato cause cancro, dizem peritos da ONU

KATE KELLAND (REUTERS) 16/05/2016 - 20:19
Relatório foi divulgado esta segunda-feira.


É pouco provável que o herbicida glifosato – vendido pela empresa Monsanto com o nome comercial Roundup e que é largamente usado na agricultura e nos jardins – provoque cancro nas pessoas, concluiu uma nova avaliação sobre a segurança deste produto efectuada por especialistas em saúde, agricultura e alimentação das Nações Unidas, e que foi divulgada esta segunda-feira.

Numa declaração que provavelmente irá intensificar a polémica sobre os seus impactos potenciais na saúde, os peritos do comité conjunto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os resíduos de pesticidas afirmaram, em relação ao glifosato, que é "pouco provável que tenha um risco carcinogénico nos humanos" expostos a ele através da alimentação.

Ao reanalisarem as provas científicas, os peritos do comité conjunto da OMS e da FAO disseram que é pouco provável que o glifosato seja genotóxico nos humanos. Por outras palavras, é improvável que tenha um efeito destrutivo do material genético das células.

"Perante a ausência de potencialidade carcinogénica em roedores em doses relevantes para os humanos e na ausência de toxicidade pela via oral em mamíferos, e considerando as provas epidemiológicas relativas a exposições ocupacionais, concluiu-se na reunião que é pouco provável que o glifosato tenha um risco carcinogénico para os humanos devido a exposição através da dieta", declarou o comité.

O grupo reafirmou que a ingestão diária aceitável, por cada quilo corporal, é de até um miligrama de glifosato.

Dois outros pesticidas – o diazinon e o malatião – foram igualmente revistos pelo comité conjunto de peritos, que se reuniu na semana passada e que esta segunda-feira publicou as suas conclusões. Os peritos também concluíram que é pouco provável que estes dois pesticidas sejam carcinogénicos.

Contradições?
Estas conclusões parecem contradizer os resultados de outro organismo das Nações Unidas, a Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC, na sigla em inglês), com sede em Lyon (França), que em Março de 2015 disse que "provavelmente" o glifosato é capaz de provocar cancro nos humanos e classificou-o como um carcinogénico do Grupo2A. Sete meses depois da revisão da IARC, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), uma agência independente financiada pela União Europeia, publicou uma avaliação diferente, dizendo que é "pouco provável que [o glifosato] tenha perigo carcinogénico para os humanos".

A Agência de Protecção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos, que avaliou pela primeira vez o glifosato em 1986 e que desde então já o analisou várias vezes, também tinha antes concluído que apresenta "baixa toxicidade para os humanos". Mas a EPA também está a ser investigada por ter retirado um relatório que dizia que este produto químico provavelmente não é carcinogénico.

Estes resultados diferentes sobre o glifosato colocam-no no centro de uma disputa que envolve políticos e reguladores da União Europeia e dos Estados Unidos, peritos da IARC, a OMS e cientistas da área do ambiente e da agricultura. No final desta semana, o comité de peritos da União Europeia sobre pesticidas deverá reunir-se para decidir se voltará a autorizar o uso do glifosato.

Num documento com perguntas e respostas que acompanha a declaração conjunta da FAO e da OMS, esta última organização nega que as conclusões do grupo de peritos e da IARC sejam contraditórias. Disse que eram "diferentes mas complementares", com a avaliação da IARC centrada no perigo enquanto outras olharam para o risco. "A IARC fez a revisão de estudos publicados para identificar os potenciais perigos de cancro", disse a OMS. "Não foi estimado o nível de risco para a população associada à exposição ao perigo." Em contraste, acrescentou-se, o comité conjunto entre a FAO e a OMS olhou para os estudos publicados e não publicados para avaliar o risco para a saúde dos consumidores devido a uma exposição pela dieta a resíduos de pesticidas na alimentação.

Região de Coimbra realça impacto do eucalipto nas economias locais

15/5/2016, 9:34

Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra rejeita umaredução do plantio de eucaliptos e considera que o Governo deve reconhecer a importância desta espécie florestal nas economias locais.


A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra rejeita uma eventual redução do plantio de eucaliptos e considera que o Governo deve reconhecer a importância desta espécie florestal nas economias locais.

"Haja mais eficiência na gestão do coberto florestal de eucalipto", defendeu hoje o presidente da CIM de Coimbra, João Ataíde das Neves, em declarações à agência Lusa.

João Ataíde, que é também presidente da Câmara da Figueira da Foz, eleito pelo PS, disse que as atuais áreas de eucaliptal "devem ser mantidas" com o próximo Regime Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização (RJAAR), anunciado pelo Governo.

Com as alterações ao decreto-lei 96/2013, de 19 de julho, conhecido por lei do eucalipto, "devem também ser respeitados" os planos diretores municipais, cabendo às câmaras emitir "parecer prévio vinculativo" no licenciamento de arborizações e rearborizações.

"Não é necessário diminuir o plantio. O que as economias locais necessitam é de uma boa gestão do seu património florestal", adiantou.

João Ataíde salientou que esta produção tem peso económico "na maior parte dos concelhos" que integram esta CIM, os 17 municípios que constituem o distrito de Coimbra, a que se juntam Mealhada e Mortágua, nos distritos de Aveiro e Viseu, respetivamente.

"Tendo nós das maiores produtoras de pasta de papel da Europa, a sua venda está garantida", referiu, ao sublinhar a importância do eucalipto como "meio de sustento" de muitas famílias no território da Região de Coimbra.

Importa "compaginar todos os interesses" em presença, sem promover "uma guerra declarada" ao eucalipto, preconizou.

No âmbito do processo de alteração do RJAAR, encetado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural na sequência de um compromisso do Governo com Os Verdes, a CIM liderada pelo autarca da Figueira da Foz "está a recolher contributos" para o diploma.

As propostas serão apresentadas ao secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Regional, Amândio Torres, que discutiu a matéria com o Conselho Intermunicipal da região, num encontro realizado no dia 05, em Mortágua.

Uma fonte do ministério de Luís Capoulas Santos reiterou à Lusa a "intenção do Governo" de alterar o regime jurídico das ações de arborização e rearborização.

"As propostas de alteração identificadas estão em fase de avaliação", segundo a mesma fonte oficial, que citava o gabinete de Amândio Torres.

Em janeiro, no parlamento, Capoulas Santos vincou o compromisso do PS com os ecologistas de reverter a chamada liberalização da plantação de eucaliptos.

Duas técnicas da Associação Florestal do Pinhal (Aflopinhal), da Lousã, defendem a imposição de "um limite ao nível das áreas ardidas", onde é possível fazer novas plantações "logo a seguir" aos incêndios.

"Devia também ser alterada a arborização das faixas de gestão de combustível", afirmaram à Lusa Tânia Antunes e Rita Rodrigues.

No atual regime jurídico, "tudo é possível nestas faixas desde que se cumpra o espaço entre as copas" das árvores, lamentou Tânia Antunes.

Essas faixas de proteção contra incêndios existem, designadamente, em redor das povoações, zonas industriais, estradas e ferrovias, linhas de transporte e distribuição de energia elétrica.

Criado pelo anterior Governo, em 2013, o RJAAR "não está totalmente errado", tendo, por exemplo, "acabado com alguma burocracia", ressalvaram as engenheiras florestais.

Na sua opinião, a nova legislação deverá garantir às câmaras "um papel de controlo efetivo" das arborizações e rearborizações nos concelhos.

Por outro lado, "terá de ser abolida" a ocupação de terras com aptidão agrícola por eucaliptos e outras espécies de rápido crescimento.

Acordo comercial entre UE e EUA divide maioria governamental

PAULO PENA 08/05/2016 - 07:38

Bloco e PCP rejeitam o TTIP que está a ser negociado entre a Comissão Europeia e os EUA. O PS apoia a negociação em curso. Antigo responsável pela pasta, do PSD, diz que um falhanço das negociações "custará caro à Europa"
 
No ano passado, em Berlim, protestos contra o TTIP AFP PHOTO / DPA / GREGOR FISCHER
 
Transatlantic Trade and Investment Partnership. Este é um daqueles temas em que a maioria de esquerda concordou em discordar. As posições são claras. O Bloco tem já um rascunho de resolução para rejeitar o acordo no Parlamento, caso este venha a ser alcançado nas reuniões entre a Comissão Europeia e os EUA, que já vão na 13ª e inconclusiva ronda. A deputada Carla Cruz, do PCP, afirma ao PÚBLICO que, "obviamente", o partido "votará contra a ratificação por parte de Portugal".

Em nome do Governo, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, que é a responsável pelo acompanhamento deste assunto, e representa Portugal no Conselho do Comércio, lembra que "o programa de governo é claro": "Deve ser apoiada a negociação do TTIP (… ) respeitando os valores constitutivos do modelo económico e social europeu e garantindo-se a defesa dos interesses nacionais no quadro da negociação". Margarida Marques acrescenta, ao PÚBLICO, que "o TTIP não faz parte dos acordos assinados entre o PS, o BE, o PCP ou o PEV".

Ainda é cedo para antecipar se esta vai ser, como no passado aconteceu com as normas orçamentais que garantiam a participação portuguesa nos mecanismos internacionais de financiamento dos programas da troika na Grécia, uma matéria para um jogo de nervos em que o PSD e o CDS serão chamados a fazer de "bombeiros" de serviço para aprovar medidas que dividem a maioria parlamentar que apoia o Governo. Mas essa parece ser a única solução possível, havendo acordo.

Para já, os sinais desta divisão na maioria de esquerda são visíveis na actividade parlamentar. "O TTIP provocará danos ao nível do ambiente, alimentar, trabalho e emprego, serviços públicos, colocando em causa um modelo social e económico equitativo e justo, que salvaguarde as pessoas em detrimento dos interesses das multinacionais", lê-se no preâmbulo de um requerimento enviado ao Governo pelos deputados do BE Pedro Filipe Soares e Isabel Pires. A resposta do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que chegou no dia 29, procura desmontar os argumentos do Bloco. 

Na mesma linha, Margarida Marques garante ao PÚBLICO que "há uma garantia suficiente de que os padrões da UE em matéria de protecção das pessoas e do ambiente serão preservados, assim como o direito de cada uma das partes de regular no interesse público". Essa é, continua a governante, a "linha que Portugal tem apoiado na negociação da generalidade dos acordos de comércio livre com outros parceiros". "Nenhuma outra solução seria, aliás, aceitável para Portugal nem para os restantes Estados-membros."

No entanto, essas garantias não convencem os parceiros do PS no Parlamento. Carla Cruz acusa o TTIP de, "a concretizar-se", encerrar "sérias ameaças para os direitos sociais e laborais, diversos sectores da economia nacional, para a saúde pública, a qualidade ambiental e as condições naturais, para a democracia e a soberania nacional".

Em Portugal existem, além do BE e do PCP, conhecidas reservas em várias ONG. A Quercus e a Oikos encabeçaram um movimento que expressou a sua oposição ao TTIP, um acordo que, na opinião destas organizações, "reduzirá substancialmente os padrões europeus de defesa do consumidor, de defesa do ambiente e da natureza, da segurança e soberania alimentares, dos direitos laborais e sindicais, e dos direitos à privacidade e liberdade de utilização da internet".

Negociação em risco?
Mas nem todas a críticas vão no mesmo sentido. Bruno Maçães, que foi o anterior responsável pela pasta dos Assuntos Europeus, aponta ao actual Executivo uma falha diferente: "Noto que o Governo não tem qualquer interesse no tema." Respondendo ao PÚBLICO da China, onde se encontra, o ex-governante refere que é ali, na China, que se vê "bem o contraste com a falta de ambição europeia", e lembra que Portugal estava entre os países da UE que mais se batiam pela conclusão das negociações. "Éramos um dos líderes do processo, perdemos isso", lamenta Maçães.

O lançamento das negociações do TTIP foi um dos pontos de que Durão Barroso mais se orgulha do seu mandato de Presidente da Comissão Europeia. "Tive a honra de ter lançado o TTIP", afirmou, recentemente, numa conferência em Lisboa. Mas o seu sucessor, Jean-Claude Juncker, optou por uma estratégia mais dura nas negociações com os EUA.

Fazer uma formação de 29 horas para poder matar ervas daninhas



CARLOS SANTOS / GLOBAL IMAGENS

Novas regras, aplicadas desde 1 de maio, obrigam agricultores a ter um certificado para comprar e aplicar herbicidas. Já há 184 mil profissionais agrícolas credenciados

Frequentar um curso com 29 horas de formação - um primeiro módulo de quatro horas a que se seguirão outras 25 até 2018 - passou a ser obrigatório para que os agricultores possam comprar e aplicar herbicidas nas suas culturas. Desde o dia 1 que só com o certificado na mão e fazendo prova de que estão inscritos no curso para concluir até final do mês podem ter acesso ao cartão de aplicador passado pelos serviços do Ministério da Agricultura.

Não admira que nesta altura os agricultores "corram" atrás das novas regras que os habilitam a comprar e aplicar herbicidas, como o glifosato, o pesticida potencialmente cancerígeno mais utilizado quer pelas autarquias para matar ervas daninhas quer nos terrenos de cultivo, como os de arroz, mas que continua à venda nos supermercados. É que sem o cartão de aplicador os estabelecimentos não poderão vender os produtos, pelo que já são 184 938 os profissionais certificados em todo o país, segundo o Ministério da Agricultura, mas, ainda de acordo com a tutela, nem todos pagaram o mesmo preço pelo curso. Houve juntas de freguesia que cobraram apenas 15 euros, mas alguns centros formação terão chegado aos 400.

Os dados do ministério reportam a 31 de março, quando 150 417 agricultores já tinham frequentado o curso, através de 1719 ações, e outros 34 251 se encontravam inscritos em formações básicas de quatro horas, que deverão estar concluídas até 31 deste mês. O facto de estarem a frequentar os cursos já lhes permite ter acesso ao certificado, mas ainda haverá perto de 120 mil profissionais - num universo de 300 mil agricultores - que não frequentam as formações, segundo a estimativa da tutela, estando impossibilitados de comprar fitofármacos. "Se não exibem o certificado de aplicador, os estabelecimentos comerciais ficam impedidos de vender qualquer produto. Muita gente vai ter surpresas com multas", avisa José Manuel Lopes, técnico da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS).

Esta entidade já formou mais de 1300 profissionais, à ordem de 50 euros por pessoa num primeiro módulo de quatro horas, contemplando a atribuição do cartão de aplicador, que custa cinco euros se for adquirido nos serviços do Ministério da Agricultura, podendo a requisição ser feita apenas perante a exibição do certificado que comprova a frequência do curso.

Joaquim Cassuete, proprietário de três hectares de vinha em Palmela, foi um dos agricultores que já frequentaram o curso. Assume que ainda mantinha práticas utilizadas pelo pai e pelo avô quando aplicava pesticidas, sem grandes cuidados ao nível do manuseamento. "Usava óculos e raramente a máscara e luvas. Vestia calças de ganga e camisa que iam para lavar", admite. Hoje tem à mão o novo kit com proteção total. Do fato aos ósculos, da máscara às luvas e até um saco próprio para as embalagens vazias que, após a lavagem, são encaminhadas para reciclagem. Mostra ainda a ficha onde a compra dos produtos fica registada com nome comercial, autorização de venda, nome do vendedor, data e local, dose ou concentração, quantidade de calda, área protegida, cultura ou espécie florestal, além da praga ou doença.

"Dantes, as embalagens eram queimadas, até aparecerem os ecopontos", recorda Joaquim Cassuete, enquanto Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, recorre a um célebre anúncio televisivo onde a família Prudêncio aconselhava a queimar e enterrar as embalagens dos fitofármacos. "Isso era há cerca de 30 anos. Hoje a família Prudêncio estaria a cometer um crime ambiental, porque a investigação está sempre a avançar e muda regras", sublinha o dirigente, avisando que, contra os equívocos ainda instalados, "a formação é apenas para aplicadores profissionais", apesar de qualquer pessoa a poder fazer.

É uma questão polémica a imiscuir-se no processo, tendo o Ministério da Agricultura conhecimento de que foram muitas as pessoas detentoras de pequenos terrenos que fizeram o curso sem necessidade, impulsionadas por centros de formação profissional. A tutela revela que o cartão de aplicador apenas deve ser solicitado a proprietários com uma área superior a 500 metros quadrados. Abaixo já não é considerado profissional, desde que seja para autoconsumo.

Também por isto o ministro Capoulas Santos avançou com uma moratória no final do ano, já que desde 26 de novembro os agricultores tinham ficado impedidos de aplicar ou adquirir pesticidas se não tivessem a certificação.

Alemães da Bayer querem comprar a Monsanto por €35 mil milhões


12.05.2016 às 19h015


A aquisição pode criar o maior distribuidor mundial de sementes e produtos de cultivo

MANUEL CAVAZZA

A Bayer AG está a ponderar adquirir a empresa de agroquímicos e biotecnologia norte-americana Monsanto por 40 mil milhões de dólares (aproximadamente 35 mil milhões de euros).

A empresa alemã, avaliada em 84 mil milhões de euros já terá estudado várias maneiras de concretizar este negócio. Entre as possibilidades está uma venda de ativos ou uma joint venture.

Apesar disto, a empresa sediada em Leverkusen, na Alemanha, ainda não fez qualquer anúncio oficial.

As ações da Bayer cairam cerca de 4,85% e foram transacionadas por cerca de 95,15 euros na bolsa de Frankfurt.


Frutos vermelhos: multinacional americana abre instalações em Tavira



 13 Maio 2016, sexta-feira  Pequenos Frutos

A Driscoll's, empresa multinacional de origem americana que atua no melhoramento, vendas e distribuição de pequenos frutos vermelhos, inaugurou instalações no Parque Empresarial de Tavira, em Santa Margarida.
frutos vermelhos
A escolha deste novo local resulta de «uma aposta forte da empresa nas características da precocidade na produção agrícola, promovidas pelas excecionais condições climáticas existentes no concelho», assinala a EMPET.
As circunstâncias têm originado forte crescimento da produção de pequenos frutos vermelhos na zona, daí a necessidade de um investimento desta envergadura por forma a dotar a região de uma infraestrutura devidamente qualificada para garante da qualidade da fruta e apoio à sua comercialização.
A construção desta nova infraestrutura de frio marca uma importante etapa para a Driscoll's no plano de expansão do seu negócio no Algarve, no que concerne ao apoio à produção local de frutos vermelhos.
Estas novas instalações, numa área superior a 6.000 m2, com as valências de receção e controlo de qualidade, refrigeração, armazenagem e expedição internacional significaram um investimento previsto superior a 2,6 milhões de euros, com cofinanciamento de 500 mil euros via PRODER.
Foram criados 25 postos de trabalho diretos e centenas de indiretos junto dos produtores face ao incremento de produção e escoamento da fruta.
O município de Tavira e a EMPET congratulam-se com a concretização de um dos projetos-âncora do desenvolvimento do concelho, «o qual valoriza o Parque Empresarial de Tavira como uma resposta integrada à necessidade de modernização e diversificação do tecido económico do concelho, promovendo a criação de condições para a instalação de novas unidades empresariais e consequente aumento de postos de trabalho, contribuindo para a qualificação dos recursos humanos, através da inovação e da formação». 
Fonte: Diário Online 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ministério da Agricultura proíbe taloamina


Os serviços da DGAV – Direção Geral de Alimentação e Veterinária, notificaram as empresas produtoras de fitofármacos sobre a taloamina, um co-formulante utilizado nos compostos herbicidas à base de glifosato, tendo em vista a retirada imediata desta substância do mercado.

Nessa medida, todos os produtos fitofarmacêuticos que contenham taloamina devem ser cancelados, tendo sido estabelecida a data de 30 de junho como data limite para as empresas procederem à recolha dos produtos, data a partir da qual a sua venda é rigorosamente proibida. As autorizações de venda estão canceladas a partir dessa mesma data.

No quadro do processo de reavaliação comunitária da substância ativa glifosato, e face aos recentes estudos que determinam o potencial carcinogénico de certas formulações com base nesta substância ativa, foi identificada a taloamina como substância potencialmente carcinogénica. Tendo em conta esta circunstância, o Ministério da Agricultura considera que "os produtos fitofarmacêuticos contendo o co-formulante em questão são suscetíveis de constituir risco grave para a saúde humana ou animal ou para o ambiente", razão pela qual devem ser imediatamente proibidos.

Esta proibição determina a saída de 17 produtos do mercado, de um total de 83 que contém glifosato. Em causa estão produtos provenientes de 11 empresas diferentes, a operar no mercado nacional.

No próximo dia 18 o Comité de Peritos reúne em Bruxelas para decidir sobre a renovação da licença de utilização do glifosato.

Lisboa, 12 de maio de 2016

Amendoeiras começam a disputar com as oliveiras a paisagem alentejana


CARLOS DIAS 19/04/2016 - 09:00

Dentro de três anos estarão plantados em Alqueva sete mil hectares de amendoais, cultura que vai contribuir para "rentabilizar" a água da grande albufeira que continua a ter baixo consumo. Seca na Califórnia dá um empurrão à produção portuguesa.

 
PEDRO CUNHA/ARQUIVO

Apesar do olival intensivo e superintensivo continuar a representar a cultura de maior expressão no regadio de Alqueva, ocupando neste momento uma área superior a 53% nos cerca de 90 mil hectares já infra-estruturados, a cultura de amendoeiras está a mobilizar de forma exponencial o interesse dos agricultores.

O presidente da  Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, realçou na sua intervenção de abertura do seminário "Criar Valor na Mudança" com o regadio, realizado no final da semana passada no auditório da EDIA em Beja, o peso cada vez maior que o amendoal pode vir a assumir na "rentabilização a água de Alqueva". E adiantou que dentro de três anos estarão plantados nos novos blocos de rega "cerca sete mil hectares" desta cultura de frutos secos.

Pedro Janeiro, especialista na Consulai - empresa de consultadoria agro-industrial - partilha do optimismo expresso pelo presidente da EDIA, classificando de "paradigmáticos" os dados relativos ao crescimento da plantação de amendoeiras em Alqueva, convicto que esta se vai tornar a médio prazo "uma referência a seguir ao olival."

A produção intensiva de amêndoas dispõe em Alqueva de áreas adequadas que totalizam 23 mil hectares de bons solos argilosos e com abundância de água. Uma vantagem acrescida quando a Califórnia, onde se concentra mais de 80% da produção mundial deste tipo de fruto de casca rija, "está a ser fustigado por uma seca estrutural que coloca em risco a produção", salientou Pedro Janeiro.  

Os efeitos já se estão a fazer sentir no "aumento da procura do produto e nos preços elevados", sublinha este especialista, referindo que as condições climatéricas adversas naquele ponto do globo aceleraram a deslocalização da produção, abrindo novas oportunidades para outros países, entre os quais Portugal.    

A plantação de amendoeiras "está adequada a Alqueva" se forem usadas as novas variedades de árvores que resistem às geadas recorrentes no Baixo Alentejo por força da humidade criada pelo espelho de água no Alqueva e a massa de ar vinda do litoral atlântico.  

Pedro Janeiro explicou às cerca de duas centenas de agricultores presentes no auditório da EDIA que a área mínima de plantio é de 15 hectares para assegurar um valor líquido "interessante e resiliente". A subida do preço dos frutos de casca rija foi exponencial desde o ano 2000, assim como a produção a nível mundial. Dados da organização espanhola Mesa Nacional de Frutos Secos (MNFS) referem que foram produzidas em 2014 cerca de 1.077.000 toneladas de amêndoa, mais 96% que em 2004 quando a produção se situou nas 550.000 toneladas.

Em 2006, a produção de amêndoa rendeu 3 mil milhões de euros mas em 2014 chegou aos 8,4 mil milhões. Há dois anos, o quilo de miolo de amêndoa ultrapassava os 10 euros.

Brígido Chambra, agricultor da região da Andaluzia, depois de plantar mais de 20 mil hectares de olival está a dedicar-se ao amendoal, tal como outros produtores olivícolas, replicando os modelos intensivo e superintensivo. "Felizmente, no Alentejo, temos a terra que quisermos e água com abundância", assinala o agricultor espanhol que diz estar a experimentar novas variedades de amendoeiras para as adequar "às mais de duas dezenas de microclimas que existem na região", realça. Numa primeira fase, o produtor andaluz vai plantar entre 400/500 por hectare mas pretende chegar às cerca de mil árvores para produzir amêndoa a um euro o quilo no superintensivo. "Plantar o máximo volume de árvores por hectare no melhor tempo possível e recorrendo à apanha mecanizada" é o seu conceito de negócio, diz.

Pretende plantar 1000 hectares de amendoal no Alentejo, frisando que as variedades ibéricas deste fruto de casca rija "tem mais valor pela sua qualidade superior". Esta afirmação foi corroborada por um produtor de amendoal em superintensivo que revelou aos presentes a confidência que ouviu de um californiano: "Nós (californianos) produzimos muita amêndoa, mas só consumimos a que é produzida na Península Ibérica que é muito melhor que a nossa."

Daniel Montes, um jovem agricultor, tem uma plantação de 30 hectares de amendoal em Alqueva mas só vai mais além quando fizer a experimentação das variedades adequadas às características "edafoclimáticas do regadio". E antecipa o cenário que considera inevitável: "As pragas e as doenças vão ser um dos principais problemas", fenómeno que lhe suscitou uma advertência: "Vamos ter dificuldades na indicação química para estancar as pragas no Alentejo e adaptar os produtos aos nossos microclimas", alerta o agricultor, defendendo o recurso a um meio natural: as abelhas. "São necessárias até cinco colmeias por hectare" defende, referindo que a presença destes insectos numa plantação de amendoeiras "têm um peso até 30% na produtividade" alcançada.

A MNFS refere que os Estados Unidos da América são os maiores produtores mundiais, com 834.000 toneladas de produção de amêndoa por ano, seguindo-se a Austrália, com 65.000 , e Espanha, com 48.000. A produção em Portugal foi, em 2015, de 14 mil toneladas. Contudo, a Espanha detém a maior área cultivada a nível mundial, com 540 mil hectares para os pouco mais de 400 mil na Califórnia.

Tanto nos Estados Unidos como na Austrália as plantações estão localizadas em solos férteis de regadio com produções que oscilam entre os 2000 e 3000 quilos por hectare. Em Espanha a média é de 150 quilos. Nos amendoais de sequeiro, que é o caso do Algarve e de outros locais no país, a produção média ronda os 15 quilos por hectare.