sábado, 21 de maio de 2016

Vila Real aposta no empreendedorismo agro-alimentar

CRISTIANA FARIA MOREIRA 20/05/2016

O parque de ciência e tecnologia Regia Douro Park foi inaugurado esta sexta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

 
Manuel Caldeira Cabral na inauguração do Regia Douro Park PAULO PIMENTA

Duas semanas depois da abertura do Túnel do Marão, o interior-norte continua a lutar para corrigir as assimetrias regionais. É neste contexto que surge o Regia Douro Park para "dar vida e fazer rentabilizar os investimentos feitos em infra-estruturas da região", de que é exemplo, precisamente, o túnel. É esta a opinião do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, expressa na cerimónia de inauguração do Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, que decorreu nesta sexta-feira. Um complexo que quer dar vida a projectos nas áreas da agricultura, da enologia, da viticultura, da economia verde, da valorização ambiental e das tecnologias agro-ambientais.

O Regia Douro Park funciona como uma "alavanca do conhecimento", constituída por uma incubadora de empresas, um centro de negócios, lotes industriais e por um pólo de investigação, o Centro de Excelência da Vinha e do Vinho (CEVV). Estruturas que pretendem "transformar conhecimento em valor" ao prestarem apoio técnico e na área da gestão a empresas, empreendedores e investigadores nacionais e estrangeiros. O parque empresarial e industrial, que está direccionado para a instalação de empresas agro-alimentares e na área da vinha, tem um total de cerca de 10 hectares, dividido em 26 lotes, quatro dos quais já foram comercializados.  

Um projecto que resulta de um "sonho" da autarquia de Vila Real e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e que conta com o apoio Portuspark, uma entidade de capitais privados que gere uma rede de incubadoras na região norte. Foram precisos 9,5 milhões de euros para a obra, dos quais 85% do total investido foi coberto pelos fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

Para Manuel Caldeira Cabral, o "desenvolvimento das regiões faz-se pelas empresas, com os empresários, com a valorização dos produtos locais". A pensar nisso, surge a parceria com a UTAD, num reconhecimento de que é necessária uma adequação da oferta formativa das universidades à realidade empresarial do meio em que se inserem, para que, num futuro próximo, "haja investigação aplicada, haja transferência de conhecimento, haja transferência de tecnologia entre o mundo académico e o mundo empresarial ", salienta o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos. A partir da definição das prioridades de um determinado sector, a UTAD vai colocar os seus investigadores "a fazer investigação de acordo com a procura dos interesses das empresas, e não como no passado em que os interesses eram meramente internos", assegura António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade. 

Em funcionamento há cerca de um ano, o parque tem uma taxa de ocupação a rondar os 80% e 30 empresas instaladas que dão trabalho a cerca de 100 pessoas. Um parque que, para o responsável pela pasta da Economia, se "insere muito na política do ministério: valorização da inovação, do conhecimento, mas também valorização da diferenciação regional e da riqueza que Portugal tem aí, quer a nível dos produtos, quer a nível da oferta turística". Sendo o turismo um factor com influência no desenvolvimento regional, Caldeira Cabral frisa a importância de criar novos destinos turísticos, por um "Portugal mais amplo". 

Texto editado por Ana Fernandes


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