sábado, 23 de agosto de 2014

Fogos de 2013 na Covilhã terão sido causados por menor de 13 anos


RICARDO GARCIA 22/08/2014 - 12:06 (actualizado às 13:21)
Polícia Judiciária divulga resultados da investigação a uma dúzia de incêndios, num dos quais morreu um bombeiro.

 
DANIEL ROCHA
 
Um menor de apenas 13 anos terá sido o autor de vários incêndios no Verão de 2013 na Covilhã, nos quais morreu um bombeiro e arderam centenas de hectares de floresta.

Um comunicado do Departamento de Investigação Criminal da Guarda, da Polícia Judiciária, divulgado esta sexta-feira, refere que, na sequência de uma investigação a 12 fogos naquele concelho, "foi possível imputar a autoria de, pelo menos, sete dos referidos incêndios a um menor de apenas 13 anos de idade, residente nas proximidades dos eventos registados".

O comunicado diz ainda que o menor "terá agido por motivações de natureza pessoal, nomeadamente por sentimentos de revolta, pela perda recente do pai, e de vingança sobre dois dos proprietários rurais atingidos, devido a alegadas ameaças por estes dirigidas à integridade física de um familiar e também de assédio sexual sobre um outro elemento da sua família".

O menor, um rapaz, vive com a mãe e uma irmã mais velha. O pai morreu há cerca de um ano. "Sentiu-se perdido com o falecimento do pai", interpreta José Monteiro, responsável pelo Departamento de Investigação Criminal da Guarda. Admitiu ter iniciado seis dos 12 fogos investigados pela PJ, nas freguesias de Tortosendo, Telhado, Vales do Rio, Dominguizo, Paul e Barco. "Depois ajudava os bombeiros no combate", afirma José Monteiro.

Foi numa destas situações, inusitada para um rapaz de 13 anos, que surgiu a suspeita de que seria ele o autor dos fogos. "Alertou as autoridades para um incêndio às 3h40 da manhã, interceptou os militares que o iam combater e indicou-lhes o melhor caminho para lá chegar", afirma José Monteiro.

O menor não foi taxativo quanto ao incêndio que vitimou um bombeiro da Covilhã, cuja morte o deixou muito abalado. Mas a PJ, ao longo das investigações, reuniu provas de que terá sido também o autor deste fogo, ocorrido em Agosto de 2013.

Segundo José Monteiro, o menor estava "sinalizado" pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da Covilhã. Estas comissões, que envolvem a Segurança Social, as autarquias e outras entidades, têm por missão acompanhar crianças e jovens em potenciais situações de risco e propor medidas de protecção, se necessário.

A PJ remeteu o resultado das investigações para o Ministério Público da Covilhã. Tratando-se de um menor, o caso possivelmente será alvo de um processo tutelar, através do Tribunal de Família e Menores.

Os fogos investigados pela PJ ocorreram entre Julho e Setembro de 2013. Alguns assumiram grandes dimensões, em especial dois, iniciados a 15 e 23 de Agosto, cujas chamas varreram no total 916 hectares de matos e florestas, ameaçando povoações. No combate a um destes incêndios, na freguesia da Coutada, um bombeiro de 41 anos, da corporação da Covilhã, morreu cercado pelo fogo.

O caso da Covilhã não é inédito. No Verão do ano passado, a PJ identificou pelo menos quatro menores alegadamente autores de incêndios: três de 16 anos, em São João da Madeira, e um de apenas 12 anos em Espinho.

2014 é o ano deste século com menos fogos florestais


Publicado em 2014-08-21
ALFREDO MAIA
 
 
foto FERNANDO FONTES/GLOBAL IMAGENS
2014 é o ano deste século com menos fogos florestais

Até agora, 2014 é o ano com menos incêndios florestais do século, e junho, julho e a primeira quinzena de agosto somam menos 65% de ocorrências e menos 91,2% da área ardida do que as médias no decénio 2004-2013.

De acordo com o relatório divulgado ontem pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 1 de janeiro e 15 de agosto registaram-se 5161 ocorrências, menos 61% do que a média no decénio 2004-2013.

Se recuarmos ao início do século, conclui-se que é o ano com menos deflagrações. E se somarmos as deflagrações de junho, julho e primeiros 15 dias de agosto (3026), concluímos que representam 65% da média de 8717 naquele decénio.

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Judiciária investiga fogos criminosos

Incêndios: bombeiros e polícias sem dúvidas sobre origem das chamas em Nelas 

 No sábado, em pouco mais de dez minutos, ocorreram seis focos de incêndio na floresta entre as termas das Caldas da Felgueira e Canas de Senhorim 

18 de Agosto 2014, 22h12Nº de votos (0) Comentários (1) Por:Luís Oliveira   

A Polícia Judiciária investiga o que esteve na origem dos seis focos de incêndios que deflagraram quase em simultâneo no sábado à tarde, na zona florestal entre as Caldas da Felgueira e Canas de Senhorim, em Nelas. Pelo facto de as ignições terem ocorrido em pouco mais de dez minutos numa linha que tinha como ponto coincidente uma estrada de terra batida, restam poucas dúvidas de que as chamas tiveram mão criminosa. Ontem, até às 21h00, a Proteção Civil registou mais de 100 ocorrências, sendo que aquela deu mais trabalho aos bombeiros se desenvolveu no Parque Natural da Serra da Malcata, em Penamacor, no distrito de Castelo Branco. As temperaturas subiram no fim de semana e, com o calor, também chegaram os incêndios. No sábado e ontem, registaram se mais de duas centenas de fogos florestais, com os de maiores dimensões a deflagrarem em Nelas, no sábado à tarde. Tendo em conta fotografias a que o CM teve acesso - uma delas divulgada ao lado -, foram vários os focos de incêndio que eclodiram quase em simultâneo. "Isto não é provocado por causas naturais. Foram pessoas que o atearam", referiu ao CM João Olival, que na altura em que as chamas se iniciavam trabalhava numa unidade industrial situada num ponto alto, com vista para a floresta, que ficou quase toda reduzida a cinzas. Também os bombeiros e as autoridades policiais suspeitaram desde logo de mão criminosa. A Polícia Judiciária abriu de imediato uma investigação com vista a apurar as causas das chamas e a localizar eventuais responsáveis. O Correio da Manhã apurou que os investigadores estiveram ontem na zona afetada a recolher provas e testemunhos de vários populares. Este incêndio causou pânico aos habitantes de algumas localidades. A situação mais complicada viveu-se em Vale de Medeiros, onde as chamas chegaram muito perto das casas, destruindo culturas e barracões agrícolas. Algumas pessoas entraram em choque com medo das chamas e devido à presença de fumo intenso. O fogo destruiu uma considerável área de floresta e colocou em perigo unidades industriais localizadas na zona industrial de Nelas e outras dispersas pela área. O complexo termal das Caldas da Felgueira nunca esteve em perigo. Os meios aéreos foram preponderantes para o domínio das chamas.

Japão vai retomar exportações de arroz produzido em Fukushima

O Japão vai retomar, esta semana, a venda a Singapura de arroz produzido na região de Fukushima, naquela que será a primeira exportação daquele cereal cultivado na zona desde o desastre nuclear, informa hoje a televisão NHK.

O Japão viu-se obrigado a suspender as suas exportações de arroz procedente de Fukushima depois do sismo seguido de tsunami de Março de 2011, que danificou a central nuclear da zona, devido à preocupação dos países importadores relativamente à possibilidade de os cereais estarem contaminados por substâncias radioactivas.

O receio levou ao cancelamento das vendas ao exterior -- as quais era superiores a 100 toneladas anuais e tinham como principais destinos os territórios vizinhos de Hong Kong, Taiwan e Singapura.

Apesar disso, o Governo japonês decidiu autorizar a distribuição de arroz e de outros produtos da região de Fukushima no mercado nacional desde que submetidos a estritos controlos de segurança.

A Federação de Cooperativas Agrícolas conseguiu agora convencer as autoridades de Singapura sobre a segurança do arroz da região e está a negociar com outros países a possibilidade de retomarem as importações de arroz, segundo a cadeia estatal japonesa.

A primeira carga de arroz de Fukushima com destino a Singapura, com cerca de 300 quilos, será "rigorosamente analisada" para garantir que não está contaminada com materiais radioactivos, segundo indicaram fontes do mesmo organismo à NHK.

Os agricultores da prefeitura japonesa, que já retomaram exportações de outros produtos, como pêssegos e maçãs, estão confiantes de que vão poder alargar as suas vendas de arroz a "mais países asiáticos" em breve, segundo as mesmas fontes.

O acidente na central nuclear de Fukushima, na sequência do sismo e do tsunami de 11 de Março de 2011, libertou quantidades enormes de substâncias radioactivas, que forçou centenas de milhares de residentes a abandonarem a zona, figura como o pior acidente nuclear desde Chernobil, na Ucrânia, em 1986.

As emissões e derrames resultantes afectaram gravemente a agricultura, gado e pesca local.

Fonte:  Lusa

Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro



De mal a pior vai a vida dos pequenos e médios vitivinicultores da Região Demarcada do Douro…

Por escoamento a melhores preços para as uvas destinadas ao vinho generoso / Porto e para as uvas destinadas aos  vinhos Douro de mesa

Aproximam-se as Vindimas no Douro e fala-se em "Festa das Vindimas". Mas a realidade de milhares de pequenos e médios Vitivinicultores não os deixa com grande vontade para fazerem das suas Vindimas uma "festa"...

Desde logo porque vai haver uma redução significativa da Produção comparativamente com a campanha passada. Uma consequência do clima ter andado "manhoso, primeiro o desavinho e depois as pragas e doenças a atacarem as Vinhas. Os Lavradores descapitalizados logo sem possibilidades financeiras para fazerem todos os tratamentos que se impunha serem feitos nas Vinhas e nas Uvas.  Há zonas na Região Demarcada do Douro, que segundo os produtores, a redução atinge os 50% sendo que andará pelos 25% a média das zonas com perdas significativas de Produção. 

Muito prejuízo, à partida!

OS PREÇOS À PRODUÇÃO TÊM QUE SER BEM MELHORES QUE OS DA CAMPANHA ASSADA ATÉ PORQUE  AUMENTARAM AS EXPORTAÇÕES E OS PREÇOS DE VINHOS DOURO E PORTO

Têm aumentado, significativamente, as exportações, logo as vendas de Vinhos Douro de mesa, e os DOP Douro.  Aumentando também o comércio de Vinho do Porto. 

Neste contexto, AVIDOURO e os Vitivinicultores reclamam o aumento dos Preços na Produção – para as uvas para o Generoso/Porto e para as uvas dos Vinhos Douro de Mesa - tanto mais que, infelizmente e tal como se disse, é significativa a redução da Produção.

É necessário que IVDP e Ministério da Agricultura intervenham com tais objectivos e não pretendam "lavar as mãos como Pilatos" desta situação em que o (grande) comércio de Vinhos fica com o lucro todo enquanto "espreme" a Produção.

PROSSEGUE A RECOLHA DE ASSINATURAS PARA ABAIXO-ASSINADO / PETIÇÃO EM DEFESA DA CASA DO  DOURO E DO PATRIMÓNIO DA LAVOURA DURIENSE

Trata-se de um Abaixo-Assinado/Petição que também visa levar, de novo, este assunto à Assembleia da República e junto do Presidente da República para que possa ser anulada a "lei-roubo" em causa.

NESTA LUTA, APELA-SE PARA A UNIDADE DOS DURIENSES E SUAS INSTITUIÇÕES!

Peso da Régua, 19 de Agosto de 2014.

Apicultor de Viana perde em duas semanas 14 colmeias atacadas por vespa asiática



Um apicultor de Darque, em Viana de Castelo, perdeu em cerca de duas semanas 14 colmeias atacadas por "enxames" de vespa asiática, num prejuízo de cerca de 1.500 euros, denunciou hoje à Lusa o próprio.

"Elas são aos milhares. O barulho que fazem até mete medo. Das 20 colmeias que tinha no meu apiário só me restam seis, 14 foram à vida. São cerca de 1.500 euros de prejuízos, sem contar com o mel. Costumo produzir 300 quilogramas por ano, o que dá cerca de três mil euros que deixei de ganhar", sustentou Álvaro Rocha.

Com um apiário há mais de cinco anos em Darque, na margem esquerda do rio Lima, Álvaro Rocha garantiu que este tipo de ataque às colmeias é inédito na região onde, adiantou, "a propagação da praga está totalmente descontrolada depois de um ano em que nada se fez para queimar os ninhos encontrados".

"Elas nunca atacaram as colmeias nem as casas como agora. Estão a invadir tudo. Tenho conhecimento de produtores de fruta que têm tudo destruído porque as vespas estão perdidas".

De acordo com dados da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL), cada ninho pode albergar até 2.000 vespas e 150 fundadoras de novas colónias, que no ano seguinte poderão vir a criar pelo menos seis novos ninhos.

Segundo os apicultores, esta espécie, "mais agressiva", faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento por estarem sob ataque, enfraquecendo as colmeias, que acabam por morrer colocando em causa a produção de mel.

"Estou totalmente desolado e a pensar em desistir porque este ano nem vou tirar mel. Tenho quase 300 colmeias vazias para aumentar a produção mas sendo assim vou acabar com tudo. Não vale a pena lutar. Isto dá muito trabalho, são muitas horas e noites perdidas e o Governo não quer ajudar", afirmou o apicultor de Darque.

A vespa asiática ou velutina como também é conhecida, é maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004, tendo alastrado até agora por todo o país.

Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir do final do ano seguinte e depois de se instalar também no norte de Espanha.

Na semana passada, os bombeiros municipais de Viana do Castelo destruíram dois ninhos de vespa asiática na freguesia urbana de Meadela.

Contactado pela Lusa, um dos dois apicultores que alertaram as autoridades queixou-se na ocasião de estar a ser "violentamente" atacado pelas vespas asiáticas que lhe matam "cerca de 500 abelhas por dia".

"Nas armadilhas que coloquei em volta do meu apiário, em dois dias, apanhei 225 vespas asiáticas", sustentou.

O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agro-Alimentar, Nuno Brito, disse a semana passada à Lusa que o Governo está a preparar uma revisão do plano de combate à vespa asiática implementado em 2013.

A actual estratégia tem sido alvo de críticas das autoridades locais face à indefinição sobre quem tem competência para travar esta praga.

Já em Julho passado a Câmara de Viana do Castelo exigiu ao Governo "uma clarificação urgente de quem deve coordenar e quais os meios a afectar" no combate à praga da vespa asiática.

Fonte:  Lusa

Verão atípico aumenta custos e atrasa produção hortícola no norte litoral


As produções hortícolas na região norte litoral do país estão ser afectadas pelo verão atípico em termos de temperaturas, o que está atrasar as colheitas e a aumentar os custos de produção.

O alerta foi dado por Manuel Silva, presidente da Horpozim, Associação de Horticultores da Póvoa de Varzim, que garante que na sua região, uma das mais significativas do país na produção de horticultura, as dificuldades são transversais a todos os agricultores.

"Está ser um ano atípico porque a temperatura tem sido muito mais amena, há menos horas de luz nas zonas litorais por causa dos nevoeiros, e a humidade é maior, o que tem criado dificuldades nas produções", explicou o dirigente.

"Isso repercute-se no crescimento das plantas, que não se estão a desenvolver normalmente. Por outro lado, o grande teor de humidade obriga-nos a um aumento dos tratamentos fitofármacos, porque os fungos com esta temperatura baixa e humidade desenvolvem-se com mais facilidade".

Ainda assim, Manuel Silva garante que "por enquanto as produções não estão em causa, porque os agricultores prepararam-se para tal", mas apontou que devido ao aumento dos tratamentos "existe um acréscimo nos custos de produção entre os 20 a 25 por cento".

"Já temos de lidar com preços baixos que nos são pagos e, com este aumento nos custos de produção, a rentabilidade dos horticultores vai ser, certamente, afectada", vincou o dirigente.

Manuel Silva alertou, ainda, que "pelo facto de o Inverno ter sido muito prolongado e o Verão ainda não ter chegado em força será natural que as colheitas se atrasem", estando expectante sobre o tempo que se vai sentir em Setembro e Outubro.

Fonte:  Lusa

INE: Chuvas no final do ciclo penalizam a produção de cereais de Outono / Inverno

Previsões agrícolas - 31 de Julho de 2014 


As previsões agrícolas, em 31 de Julho, apontam para uma campanha cerealífera com produções aquém do esperado, embora superiores às registadas no ano passado, devido essencialmente à elevada precipitação e humidade verificadas no final do ciclo dos cereais que prejudicaram quer o volume da produção, quer a qualidade do grão.
A produção de batata tem sido abundante e de qualidade: os tubérculos apresentam bons calibres e não ocorreram problemas sanitários. O mercado encontra-se devidamente abastecido, o que tem originado dificuldades de escoamento da produção.
As perspectivas para a fruticultura são animadoras, prevendo-se bons rendimentos unitários nos pomares de pomóideas e prunóideas. Em contrapartida, na viticultura prevêem-se decréscimos de produtividade para a maioria das regiões vitivinícolas, devendo globalmente a redução rondar os 6%.
A campanha das culturas de primavera/verão decorre com normalidade, apesar de algum atraso verificado no desenvolvimento vegetativo das plantas. Destaca-se a campanha do tomate para a indústria que apresenta boas perspectivas, esperando-se uma produtividade próxima 85 t/ha, o que representa um aumento de 10% face a 2013.

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O mês de Julho caraterizou-se em termos meteorológicos por grande instabilidade, apresentando o céu períodos muito nebulados, em particular as manhãs sobretudo na orla costeira. Na 1ª década do mês registaram-se valores da temperatura média do ar mais baixos que o normal em todo o território, verificando-se ao longo do mês um aumento progressivo das temperaturas. Em relação à quantidade de precipitação, o mês de Julho classificou-se como muito chuvoso, sendo o oitavo Julho mais chuvoso desde 1931 e o mais chuvoso deste século, tendo a precipitação ocorrido sobretudo nas duas primeiras décadas do mês.

Estas condições contribuíram para o bom desenvolvimento vegetativo das culturas mas também para algum atraso nas maturações. Por outro lado, verificou-se a necessidade de aumentar o número de tratamentos fitossanitários preventivos para controlar o desenvolvimento de doenças, nomeadamente ataques de míldio e oídio na vinha, pedrado nas pomóideas e bichado nas macieiras.

Os solos continuam em fase de cedência de água às culturas, não se observando sintomas de forte stress hídrico nas culturas de sequeiro, devido à existência de reservas de água resultantes das quedas pluviométricas de Inverno e primavera e aos refrescamentos ocorridos no verão.

Ao longo do mês de Julho verificou-se um aumento da percentagem de água no solo nas regiões do Norte mas nalguns locais do Centro e Sul do Tejo registou-se uma diminuição da capacidade de água utilizável pelas plantas. No final de Julho os valores de água disponíveis para as plantas eram superiores ao normal em todo o território.

A alimentação dos efectivos pecuários tem decorrido com normalidade

As culturas forrageiras e as pastagens, tanto em regadio como em sequeiro, apresentaram na sua generalidade produções abundantes e de boa qualidade. Verificou-se também grande disponibilidade de vegetação espontânea aproveitada para a alimentação animal, quer em pastoreio quer em feno, às quais se juntaram os restolhos dos cereais entretanto colhidos. A alimentação dos efectivos pecuários tem decorrido com normalidade, com o contributo das rações industriais nos arraçoamentos circunscrito aos efectivos leiteiros e de engorda intensiva.

Área de milho para grão de regadio decresce 10 mil hectares

A área de milho de regadio deverá decrescer 10% face a 2013. De um modo geral, e apesar dos atrasos provocados pelas baixas temperaturas na emergência e desenvolvimento inicial da cultura, as searas de milho apresentam um aspecto vegetativo normal.

O nível do preço do milho tem sido a principal preocupação dos produtores, encontrando-se próximo dos praticados em 2013 e, a avaliar pela conjuntura internacional, com tendência para descer.

Produtividade do arroz semelhante à última campanha

A cultura do arroz apresenta, apesar da recuperação observada em Julho, algum atraso (a maioria das searas estão a meio do afilhamento), que se deve não apenas aos condicionalismos verificados nas sementeiras mas também às baixas temperaturas e ao insuficiente número de horas de luz. As condições meteorológicas foram ainda propícias a alguns ataques de afídeos e periculária e também ao aparecimento de algumas infestantes. A produtividade do arroz deverá rondar as 6 t/ha, valor semelhante ao registado na campanha anterior.

As temperaturas relativamente amenas promoveram o desenvolvimento do milho de sequeiro

As condições meteorológicas têm sido favoráveis ao desenvolvimento do milho em regime de sequeiro, cultura circunscrita a algumas regiões do Norte e Centro. De facto, as temperaturas amenas e os elevados teores de humidade dos solos promoveram o desenvolvimento do milho de sequeiro, prevendo-se um aumento da produtividade de 5%, face a 2013.

Produtividade da batata de regadio aumenta 10%

O desenvolvimento da batata de regadio decorreu com normalidade, apresentando a cultura um bom aspecto vegetativo. A colheita já efectuada tem confirmado a boa qualidade dos tubérculos, que apresentam bons calibres e ausência de problemas sanitários. A temperatura e insolação registadas na fase da tuberização favoreceram o desenvolvimento dos batatais, prevendo-se um acréscimo de produtividade na ordem dos 10%, relativamente à última colheita.

Boas perspectivas para o tomate para a indústria

O desenvolvimento vegetativo do tomate para a indústria tem decorrido normalmente, apesar das condições meteorológicas propícias ao aparecimento de míldio e outros fungos terem obrigado ao incremento dos tratamentos preventivos. A colheita iniciou-se na 3ª semana de Julho e tem decorrido lentamente em virtude das searas apresentarem muito tomate verde. Embora os valores de brix ainda sejam baixos, situação normal nas variedades mais precoces, as perspectivas para actual campanha do tomate para a indústria são animadoras, esperando-se uma produtividade próxima das 85 t/ha, o que representa um aumento de 10% face à campanha anterior.

As searas de girassol apresentam bom desenvolvimento e capítulos bem formados, devendo a produtividade ser próxima da registada em 2013.

Decréscimo de produtividade das macieiras deverá rondar os 5%

Na região do Oeste as macieiras apresentaram uma floração e vingamento regulares o que, conjugado com a evolução das temperaturas, promoveu o crescimento dos frutos. Em contrapartida no Interior Norte a floração/vingamento não decorreu nas melhores condições, devendo o aumento dos calibres ser insuficiente para compensar o menor número de frutos, prevendo-se assim um decréscimo global da produtividade que deverá rondar os 5% face a 2013.

Campanha da pêra decorre com normalidade

Nos pomares de pereiras o estado vegetativo das árvores é bom, dado que durante o ciclo não se verificaram problemas fitossanitários significativos nem acidentes meteorológicos. As condições foram muito favoráveis na fase de vingamento do fruto (temperaturas relativamente elevadas e fraca precipitação), havendo mesmo necessidade de efectuar a monda de frutos para aumentar o respectivo calibre. Devido ao maior calibre dos frutos estima-se um ligeiro acréscimo de produtividade (+3%).

Aumentos de produtividade nas prunóideas

A colheita do pêssego tem confirmado um aumento na produtividade de 45%, face a 2013 (campanha fortemente afectada por condições meteorológicas desfavoráveis e por problemas fitossanitários). A produtividade do pêssego deverá mesmo ultrapassar a média do último quinquénio (+7%), uma vez que as variedades mais tardias apresentam bons rendimentos e calibres, favorecidos pelas condições meteorológicas ocorridas durante os períodos mais sensíveis de desenvolvimento e crescimento dos frutos.

Também nos amendoais as condições climatéricas, face à campanha anterior, foram consideravelmente mais favoráveis ao vingamento e desenvolvimento dos frutos, prevendo-se um acréscimo significativo da produtividade (130%) em relação à última campanha, que foi submetida a condições climatéricas muito adversas.

Condições meteorológicas prejudicaram o rendimento da vinha para vinho

Na maioria das regiões vitivinícolas prevêem-se decréscimos das produtividades da vinha para vinho, em alguns casos, resultantes das baixas temperaturas e elevadas precipitações ocorridas na fase de floração que originaram desavinho (acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto) e bagoinha (acidente fisiológico em que no mesmo cacho aparecem, além de bagos normais, bagos de dimensões reduzidas, por vezes sem grainha e sem atingirem a maturação). Noutras regiões o excesso de humidade promoveu o desenvolvimento de míldio, oídio e podridão, o que obrigou ao aumento do número de tratamentos fitossanitários. O decréscimo global da produtividade da uva para vinho deverá rondar os 6%, sendo a Península de Setúbal e as Terras de Cister as únicas regiões vitivinícolas onde as previsões apontam para aumentos do rendimento da vinha, face a 2013. No Alentejo a produtividade deverá ser próxima da obtida em 2013, uma vez que os focos de oídio e míldio que surgiram foram atempadamente debelados, apresentando as uvas um bom aspecto sanitário.

Na uva de mesa a floração e a alimpa decorreram, em geral, sem problemas, prevendo-se um aumento de 5% na produtividade.

Chuvas de verão penalizaram a campanha de cereais de Outono/Inverno

As produções dos cereais praganosos de Outono/Inverno, embora, de um modo geral, superiores às da campanha passada, ficaram aquém do inicialmente esperado. Para este facto, contribuíram a elevada precipitação e humidade verificadas no final do ciclo que originaram a invasão de infestantes tardias e o aparecimento de ataques de ferrugem. A qualidade do grão dos cereais foi assim consideravelmente penalizada, em particular a dos trigos que se encontram muito sujos e com baixos pesos específicos. De salientar ainda que, pontualmente, algumas searas foram fenadas e ou pastoreadas por não justificarem a ceifa, devido ao surgimento tardio de infestantes e às perspectivas de baixa produção e má qualidade do grão.

Aumento da produção de batata sequeiro ronda os 15%

A produção de batata de sequeiro deverá registar um acréscimo de 15%, resultado do aumento das áreas plantadas, e da respectiva produtividade, apresentando os tubérculos, de um modo geral, bons calibres. O mercado encontra-se assim abastecido por produção em quantidade e boa qualidade, verificando-se dificuldades de escoamento. O produto encontra-se há algum tempo subvalorizado no circuito comercial, sendo uma tendência que não se deverá inverter a curto prazo.

Fonte:  INE

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Governo procura ajuda da UE para produtores de carne afectados por embargo russo


A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, disse ontem que o Governo está preocupado com os produtores de carne afectados pelo embargo russo e que vai discutir, em Bruxelas, a possibilidade de o sector receber ajuda europeia.

Actualmente, já está prevista uma ajuda de 125 milhões de euros da União Europeia (UE) para o sector hortícola dos países europeus, mas a governante disse que "há outros interesses de Portugal, também, noutras áreas".

"Vamos discutir se outros sectores poderão vir a ser apoiados. Preocupa-nos nomeadamente o sector da carne, em particular, da carne de porco. Vamos ver se isso é possível", afirmou Assunção Cristas, em Aveiro, adiantando que está marcado para 05 de Setembro um conselho extraordinário, em Bruxelas, para discutir este assunto.

A governante referiu ainda que tem estado a fazer um levantamento da situação em Portugal e a conversar com as várias associações, que lhe vão dando nota das dificuldades.

Quanto à anunciada ajuda aos agricultores da UE, para minimizar as consequências do embargo de um ano decretado pela Rússia a 07 de Agosto, Assunção Cristas reconheceu que a mesma não é suficiente.

"Nada substitui um mercado que já estava conquistado e que estava a ser muito fiel aos produtos, nomeadamente portugueses. A solução passa por olhar para alternativas de mercado", afirmou.

Nesse sentido, a ministra referiu que o Governo tem vindo a trabalhar em conjunto com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para encontrar outros mercados que possam ficar com as exportações que tinham como destino a Rússia.

"Temos estado a desenvolver um trabalho muito sistemático, aturado e permanente, em estreita ligação com os sectores, para abrir cada vez mais mercados fora da própria UE, nomeadamente no Oriente, no Brasil, e no norte da América", disse a ministra.

Assunção Cristas falava durante uma visita à Ilha dos Puxadoiros, em plena ria de Aveiro, para observar novas formas de produção e revitalização de actividade tradicionais das salinas.

Iniciado há sete anos, o projecto desenvolvido pela empresa Canal do Peixe, ocupa 35 hectares na ria de Aveiro, onde estão incluídas oito marinhas, das quais apenas uma se mantém em actividade, produzindo cerca de 130 toneladas de sal por ano.

O projecto assenta essencialmente na salinicultura (assegurando por métodos artesanais a produção de sal, flor de sal e salicórnia), na aquacultura e no turismo de baixa densidade.

No passado mês de Janeiro, a empresa começou a produzir ostras na ria, num projecto que representa um investimento de um milhão de euros e que conta com um apoio do Programa Operacional Pesca 2007-2013 (PROMAR), de 570 mil euros.

Segundo dados da empresa, actualmente estão a ser produzidas 1,5 milhões de ostras, mas o objectivo é atingir uma capacidade de produção de 17 milhões.

"As primeiras ostras devem ser comercializadas em breve", revelaram os responsáveis pelo projecto, adiantando que toda a produção é destinada à exportação.

Fonte:  Lusa

Incêndios florestais: situação a 15 de Agosto



Foi recentemente publicado o relatório provisório sobre incêndios florestais, respeitante ao período entre 1 de janeiro e 15 de agosto de 2014.

No período de tempo em análise, foram registados em 2014 valores globais em área próximos dos obtidos em 2008 e em cerca de 44,7% superiores aos evidenciados em 2007.

No que respeita a número de ocorrência, os valores registados em 2014 são em 18,3% inferiores aos obtidos em 2007.

Já no que respeita a número de reacendimentos, em 2014 os registam são cerca de 34% superiores aos de 2007.

Em resumo, no período em análise, foi registado em 2007 um maior número de ocorrências (mais 945), embora um menor número de reacendimentos (menos 36), mas menos área ardida (de 2.669 hectares), comparativamente com 2014. Todavia, a partir deste dados, não é possível tirar conclusões quanto à eficácia e eficiência do dispositivo de defesa da floresta contra incêndios vigente em 2007 comparativamente com o disponível em 2014, e vice-versa.

Em todo o caso, os valores globais registados este ano representam em área apenas 13,1% da média evidenciada na década (2004/2013) para o período em questão.

No período de 1 de janeiro a 15 deste mês, o fator que causa forte preocupação decorre das áreas ardidas em povoamentos florestais terem representado 45,2% da área ardida total (54,8% ocorreram em áreas de mato).

As áreas ardidas em povoamentos florestais tiveram maior expressão nos distritos do Porto, de Beja, de Viana do Castelo e de Braga (em ordem decrescente de área ardida).

Lisboa, 21 de agosto de 2014

Crédito Agrícola avança com auditoria forense à Caixa de Coruche a pedido do BdP



A Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo (Crédito Agrícola) vai avançar com uma auditoria forense à Caixa de Coruche assim que termine a auditoria patrimonial e financeira que está actualmente em curso, revelou à Lusa fonte oficial da instituição.

"A auditoria forense à Caixa de Coruche está prevista no âmbito da auditoria aprofundada a essa Caixa, que a Caixa Central está a realizar, no quadro da decisão de intervir na gestão da Caixa, processo que é comum quando são decididas estas intervenções", afirmou a mesma fonte.

Na quarta-feira, o jornal Oje noticiou que o Banco de Portugal ordenou uma auditoria forense à Caixa de Coruche, uma informação que é confirmada por fonte oficial do Crédito Agrícola.

"A solicitação do Banco de Portugal relativa à auditoria forense seguiu-se à decisão por parte da Caixa Central, no passado mês de Março, de intervenção nesta Caixa [de Coruche]", sublinhou a referida fonte.

"A auditoria patrimonial e financeira está em vias de conclusão, seguindo-se a esta a auditoria forense", adiantou à Lusa o Crédito Agrícola, especificando que "a auditoria forense será realizada pela Caixa Central".

Em Março, a Caixa Central suspendeu a administração da Caixa de Coruche, que era encabeçada por Diamantino Diogo.

"No uso das suas competências de supervisão e regulação das Caixas do Sistema do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM), a Caixa Central pode decidir intervir numa Caixa para assegurar o seu equilíbrio financeiro e a regularidade da sua gestão", salientou fonte oficial.

E reforçou: "Sempre que há uma intervenção, a Caixa Central procede a uma auditoria aprofundada, sobre todas as áreas materialmente relevantes, nomeadamente, patrimonial, financeira, e também a vertente forense, quando se detectem irregularidades processuais que a justifiquem".

Assim, "a auditoria forense prevista para a Caixa de Coruche insere-se neste quadro, na sequência da decisão da Caixa Central de intervir, em Março último, na gestão da referida Caixa", frisou o Crédito Agrícola.

Segundo a entidade, "fora deste contexto, não existem em curso quaisquer outras auditorias deste tipo a instituições do Grupo Crédito Agrícola".

O Crédito Agrícola é formado por 82 Caixas, representando o ativo da Caixa de Coruche apenas 0,5% do valor do activo total consolidado do Grupo Crédito Agrícola (14,6 mil milhões de euros).

"É de realçar, de qualquer modo, o elevado rácio `core tier 1` da Caixa de Coruche, de 26,6%, que é mais do dobro do verificado no sistema financeiro nacional no seu conjunto e muito acima dos valores mínimos determinados para este rácio", assinalou fonte oficial.

E finalizou: "Tal traduz, aliás, a realidade da esmagadora maioria das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, instituições em geral fortemente capitalizadas".

Esta é a terceira das quatro auditorias forenses que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, revelou recentemente que estavam em andamento no sistema financeiro português.

A mais complexa decorre no Banco Espírito Santo (BES), há também uma a decorrer no Montepio, e existe mais uma auditoria forense em curso numa outra entidade financeira que actua em Portugal que ainda não é conhecida.

Fonte:  Lusa

Ideal Drinks e Carlos Lucas separam caminhos

18 Agosto, 2014 12:44 | Revista de Vinhos


A notícia veio primeiro da própria Ideal Drinks, que, em curto comunicado emitido pelo conselho de administração no dia 18 de Agosto, diz que "prescindiu nesta data, e com efeitos imediatos, dos serviços prestados pelo Sr. Eng. Carlos Lucas", a quem, acrescenta, formula votos de "continuidade de sucesso profissional". Carlos Lucas era CEO da Ideal Drinks, empresa que possui vinhas e adegas nas regiões dos Vinhos Verdes, Dão e Bairrada. A rescisão, ao que a Revista de Vinhos apurou, foi tomada de comum acordo.

O conhecido enólogo e produtor de vinhos disse-nos que vai agora ter mais tempo para se dedicar aos seus projectos pessoais e às consultorias que detém. A Magnum Vinhos é o núcleo central do negócio de Carlos Lucas, com produção de vinhos no Dão, Douro e Alentejo. "A Magnum tem vindo a ganhar uma dimensão que não era compatível com o tempo que lhe dedicava", garantiu-nos Carlos Lucas. O técnico tem ainda um conjunto de consultorias, do Douro ao Alentejo.

40% dos jovens agricultores são mulheres


Na Serra da Estrela e no Vale do Ave já há mais jovens mulheres instaladas na agricultura do que homens. Mas as mulheres ainda só são responsáveis por 28% dos investimentos executados pelo Proder.
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Joana Madeira Pereira |
17:49 Sexta, 15 de Agosto de 2014

Célia voltou à terra para repetir o saber da avó. Gosta mais de pastorear o rebanho de ovelhas de raça bordaleira Serra Estrela nos campos que a família tem dispersos perto da aldeia de Vide entre Vinha do que passar o dia fechada na moderna queijaria que construiu. Apesar disso, Célia Silva, 30 anos, foi aprender como se faz o autêntico queijo da Serra da Estrela, que avó também produziu. A casa agrária do Arais é uma das 17 marcas deste queijo certificadas. Mário Silva, 62 anos, deixou a construção civil para ajudar a filha. 
Célia voltou à terra para repetir o saber da avó. Gosta mais de pastorear o rebanho de ovelhas de raça bordaleira Serra Estrela nos campos que a família tem dispersos perto da aldeia de Vide entre Vinha do que passar o dia fechada na moderna queijaria que construiu. Apesar disso, Célia Silva, 30 anos, foi aprender como se faz o autêntico queijo da Serra da Estrela, que avó também produziu. A casa agrária do Arais é uma das 17 marcas deste queijo certificadas. Mário Silva, 62 anos, deixou a construção civil para ajudar a filha.  / José Ventura
Lembrava-se dos gestos da avó a fazer o queijo. O tempo que demorava a coalhar, as ligaduras de tecido branco que o enfaixavam para lhe dar a forma redonda e que agora quase já não se usam.

Célia Silva, 30 anos, voltou a casa, a Vide entre Vinhas, pequena aldeia perdida na Serra da Estrela, para repetir o que a avó fazia. Aprendeu com quem ainda produz o queijo que tem a fama desta região e teve paciência para ir aperfeiçoando as primeiras tentativas, quando o queijo não ganhava a consistência amanteigada que queria. Hoje, estão como gosta.

A queijaria, que resplandece do inox da maquinaria e do branco assético das paredes, só começou a laborar no final de janeiro. E Célia passou a ser produtora de uma das apenas 17 marcas de queijo da Serra da Estrela certificadas. Levanta-se às 6 horas da manhã para fazer a primeira ordenha às 214 ovelhas bordaleiras da Serra da Estrela que tem. Depois, é passar o dia a fazer queijos.



"As mulheres no campo têm de tornar-se e pôr-se em cima dos tacões"

Agricultura

Fernanda Machado é produtora de pequenos frutos, em Guimarães. Pertence à geração dos "jovens agricultores" que tem chegado, nos últimos anos, aos campos. Reside e trabalha na região do Ave uma das duas zonas, juntamente com a Serra da Estrela, onde o número de jovens mulheres agricultoras já suplanta o dos seus congéneres masculinos.

Joana Madeira Pereira (texto e vídeo), Rui Duarte Silva (fotografia), Joana Beleza (edição) e Podington Bear (música) |

18:00 Segunda feira, 18 de agosto de 2014

Mulher.Fernanda Machado, 39 anos, é agricultora da região do Ave, onde já há mais mulheres a investir na terra do que homens. Além de produzir mirtilos e outros pequensos frutos, está à frente de uma organização de produtores daquela região 
Lá por ter o cabelo arranjado e maquilhagem na cara não quer dizer que Fernanda Machado não seja uma agricultora à séria. Basta vê-la galgar as longas filas de corredores de arbustos, que o peso das centenas de bagas de mirtilos vai vergando. À sua passagem, deixa um chorrilho de recomendações: "Não se pode mexer mais do que duas vezes no fruto, senão fica mole", diz. "Prove lá este: está muito ácido, não está? Então é porque está verde. E este, mais doce, não é? Então, não pode apanhar aqueles que ainda têm uma auréola rosa, está bem?", inquire, mas já a dizer que é assim mesmo que deve ser feito, e só assim.


Chuvas de Julho ameaçam produção de cereais, vinho e maças

O INE estima que a área de milho de regadio diminua 10% face a 2013, mas ressalva que, apesar dos atrasos provocados pelas baixas temperaturas, as searas de milho apresentam um aspeto vegetativo normal
As chuvas e humidade em julho indiciam quebras na produção de outono/inverno dos cereais, vinho e maças, mas em contrapartida aumentaram a produção de batata e arroz, segundo as previsões do Instituto Nacional de Estatística (INE).

As previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para uma campanha cerealífera com produções aquém do esperado, embora superiores às registadas no ano passado, devido essencialmente à elevada precipitação e humidade verificadas no final do ciclo dos cereais que prejudicaram quer o volume da produção, quer a qualidade do grão.

O INE estima que a área de milho de regadio diminua 10% face a 2013, mas ressalva que, apesar dos atrasos provocados pelas baixas temperaturas, as searas de milho apresentam um aspeto vegetativo normal.

"O nível do preço do milho tem sido a principal preocupação dos produtores, encontrando-se próximo dos praticados em 2013 e, a avaliar pela conjuntura internacional, com tendência para descer", escreve o INE no boletim de previsões agrícolas.

As condições meteorológicas também prejudicaram o rendimento da vinha para vinho, prevendo o INE decréscimos de produtividade da ordem dos 6% para a maioria das regiões vitivinícolas, em alguns casos, resultantes das baixas temperaturas e elevadas precipitações.´

A Península de Setúbal e as Terras de Cister são as únicas regiões vitivinícolas onde as previsões apontam para aumentos do rendimento da vinha, enquanto no Alentejo a produtividade deverá ser próxima da de 2013.

A produtividade do arroz deve rondar as seis toneladas por hectare, valor semelhante ao registado na campanha anterior, mas regista algum atraso, estando a maioria das searas a meio do afilhamento.

As temperaturas relativamente amenas têm sido favoráveis ao desenvolvimento do milho de sequeiro, cultura circunscrita a algumas regiões do Norte e Centro, prevendo-se um aumento da produtividade de 5%, face a 2013.

O desenvolvimento da batata de regadio decorreu com normalidade, diz o INE, e a colheita já efetuada mostra boa qualidade dos tubérculos, prevendo o INE um acréscimo de produtividade na ordem dos 10%, relativamente à última colheita.

A produção de batata de sequeiro deve registar um acréscimo de 15%, resultado do aumento das áreas plantadas, e da respetiva produtividade, mas o INE destaca dificuldades de escoamento e subvalorizado no circuito comercial porque o mercado se encontra abastecido por produção em quantidade e boa qualidade, verificando-se.

domingo, 17 de agosto de 2014

Plantup: 1º encontro internacional de hortícolas em estufa


11 DE AGOSTO DE 2014 AGROTEC
CoSer1

Realizar-se-á em Vairão, no próximo dia 18 de setembro, o 'PLANTUP – 1ST INTERNATIONAL MEETING ON GREENHOUSE HORTICULTURE' organizado pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e pelo IDARN, com apoio da APH e da AGROTEC.

Este encontro (cujo programa pode consultar na íntegra clicando aqui) decorrerá no Campus Agrário de Vairão (Universidade do Porto) e contará com a presença de quatro oradores de renome internacional na área das culturas protegidas. Os temas abordarão desde o uso eficiente de energia aos materiais e design usados na construção de estufa modernas.
A participação é gratuita, mas com inscrição obrigatória. A data de
abertura das inscrições será comunicada brevemente.

Produção de mel certificado da Serra da Lousã pode chegar este ano às 30 toneladas


A produção deste ano do mel certificado da Serra da Lousã deve rondar as 30 toneladas, mais três que em 2013, admitiram hoje responsáveis da Cooperativa Lousamel à agência Lusa.

No ano passado, a produção deste mel de urze com denominação de origem protegida (DOP) ascendeu a 27 toneladas, segundo a directora executiva daquela empresa, Ana Paula Sançana.

Sem dados definitivos sobre os resultados da "cresta" (colheita do mel das colmeias) ainda em curso, o presidente da Lousamel, António Carvalho, reconheceu que a produção pode ser "superior" à do ano passado.

Nos dez municípios que integram a região do mel DOP Serra da Lousã - Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares - "está a verificar-se um desfasamento nas produções", segundo Ana Paula Sançana.

"Temos apicultores com a melhor produção dos últimos 30 anos, nalguns casos 30 a 40 quilogramas de mel por colmeia, quando a média ronda oito a nove quilogramas", disse.

Para outros produtores, "está a ser uma razia completa", referiu Ana Paula Sançana.

A actual "cresta" vai ser "mais ou menos igual" à do ano passado, com os apicultores "que tiveram mais mel a compensarem os que não tiveram nada".

As baixas produções, acrescentou, poderão "ter a ver com o controle das enxameações", que consistem na saída de enxames novos da colmeia de origem, cada um com a sua rainha.

Quantas mais enxameações ocorrerem, menor será a quantidade de mel em cada ano.

"O número de abelhas, que são, afinal, a mão-de-obra disponível, está intimamente ligado com a produção", afirmou a directora executiva da Lousamel, frisando que uma colmeia pode reunir entre 60 a 100 mil abelhas.

Por outro lado, o mel desta colheita "está a sair mais claro". Nos anos em que chove muito, como este, "há menos meladas" nas áreas florestais onde as abelhas procuram alimento.

Substância rica em açúcares, a melada, que determina a cor escura do mel da Serra da Lousã, é excretada por insetos que se alimentam da seiva de árvores e outras espécies vegetais.

Com quase 26 anos, a Lousamel reúne 350 apicultores e exporta mel DOP para a Alemanha, além de fornecer a rede de distribuição da Sonae.

Tem vindo a exportar também "pequenas quantidades" para Angola e Noruega.

Responsável pela gestão da DOP, a Lousamel comercializa o mel produzido por 45 associados e pela própria cooperativa, que possui dois apiários, em Miranda do Corvo, com um total de 120 colmeias.

A vespa velutina ("Vespa velutina nigrithorax"), a invasora que tem atacado os apiários no Minho, não foi até agora avistada na Serra da Lousã, revelou Ana Paula Sançana.

Esta vespa asiática "não é mais perigosa para os seres humanos do que a tradicional vespa europeia", segundo uma informação do Ministério da Agricultura e do Mar enviada à Lusa, mas prejudica a atividade apícola e a agricultura, ameaçando ainda a biodiversidade, ao eliminar abelhas e outros polinizadores.

Fonte:  Lusa

23º Feira de Vinho do Dão 5 a 7 de Setembro


11 Agosto, 2014 11:14 | Revista de Vinhos

A 23ª Feira do Vinho do Dão, em Nelas, vai decorrer entre os dias 5 e 7 de Setembro.

Este é o principal evento em termos da região demarcada do vinho do Dão, e reúne um número alargado de produtores de vinho, aos quais se associam exposições de outros produtos regionais, associações e empresas relacionadas com o sector vitivinícola. 

Além do vinho, a feira terá também representada a gastronomia e o artesanato da região, distribuídos em módulos ao longo da Praça do Município. Em espaço próprio vão também decorrer provas orientadas de vinho do Dão por conceituados enólogos e/ou jornalistas, assim como sessões de cozinha ao vivo por chefes mediáticos. Provas de vinhos especiais, visitas a produtores e aos melhores restaurantes e casas de enoturismo da região também serão uma realidade. De destacar a homenagem que este ano será feita aos escanções, junto à Estátua do Escanção, em Nelas, a única de Portugal e, que se saiba, do mundo.  

Destaca-se também este ano o grande espectáculo etnográfico encenado pelo director artístico António Leal - «As músicas que o vinho Dão» - com a presença da fadista Cátia Garcia, do acordeonista João Gentil, além de cantores líricos e mais de 30 figurantes. O programa conta ainda com actividades lúdicas, desportivas e de animação.

Com lugar no primeiro fim-de-semana de Setembro, a Feira de Vinho do Dão procura reafirmar a marca histórica de Nelas, situada bem no centro da região Demarcada dos Vinhos do Dão.

Casa Agrícola Alexandre Relvas exporta 55% e quer reforçar vendas para Brasil, Polónia e Alemanha

 
A empresa produtora de vinho alentejano Casa Agrícola Alexandre Relvas, de Redondo, em Évora, que exporta 55 por cento da sua produção, pretende reforçar as vendas para o Brasil, Polónia e Alemanha, revelou um responsável da empresa.

Em declarações à Agência Lusa, o director geral da empresa, Nuno Franco, adiantou que os vinhos da herdade de São Miguel, pertencente à Casa Agrícola, já conquistaram clientes em vários mercados, sobretudo Bélgica, Estados Unidos, Polónia, Alemanha, Reino Unido e Brasil.

Na sequência de um acordo estabelecido com importadores brasileiros, segundo o mesmo responsável, «há perspectivas promissoras» para aquele mercado, que pode vir a ter «algum peso» nas exportações da empresa.

Nuno Franco indicou também que, no futuro, a empresa pretende continuar a apostar nos mercados da Polónia e Alemanha, reforçando as vendas para aqueles dois países, e continuar a prospecção na Ásia, no sentido de iniciar as exportações para a China.

Segundo o director geral, a Casa Agrícola Alexandre Relvas produz, anualmente, 800 mil garrafas de vinho, 97 por cento tinto, e o restante branco, e a empresa prevê, na colheita deste ano, aumentar a produção para atingir entre 1 a 1,2 milhões de garrafas.

Para o mercado nacional é destinado 45 por cento da produção da empresa, com a distribuição do vinho a ser efectuada na maioria para as grandes superfícies comerciais. Nuno Franco explicou que a empresa produz 17 referências de vinho em cinco linhas de produtos, as quais, Herdade de São Miguel, Montinho de São Miguel, São Miguel das Missões, São Miguel dos Descobridores e Ciconia.

A empresa tem cerca de 100 hectares de vinha de produção própria, 35 dos quais na herdade de São Miguel, e compra anualmente uva proveniente de cerca de 150 hectares de vinha, cujos vinhos têm recebido vários prémios a nível nacional e internacional.

Os vinhos da Casa Agrícola Alexandre Relvas, da herdade de São Miguel, obtiveram recentemente 11 medalhas, duas das quais de prata, na 27.ª edição do "International Wine Challenge", em Londres, Inglaterra, um dos «mais prestigiados» concursos de vinhos a nível mundial, que decorre anualmente na Feira de Vinhos de Londres.

Fonte da empresa revelou que as medalhas de prata foram atribuídas aos vinhos Herdade de São Miguel "Reserva" 2007 e Eira de São Miguel 2008. Os vinhos da empresa obtiveram ainda oito medalhas de bronze, enquanto o vinho Herdade de São Miguel Cabernet Sauvignon 2008 foi distinguido com um selo de recomendação.

No concurso, que contou com amostras de 46 países participantes, Portugal foi o terceiro país mais premiado do evento de Londres.

Na herdade de São Miguel, a empresa tem ainda 100 hectares de sobreiros, uma exploração pecuária e dedica-se à criação e preservação de espécies autóctones portuguesas em vias de extinção, como o burro de raça Mirandela e o "garrano do Gerês".

Governo PSD-CDS quer extinguir reduto da reforma agrária de Sá Carneiro

HERDADE DOS MACHADOS

12/8/2014, 14:32388 PARTILHAS
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Assunção Cristas ordenou aos rendeiros reformados que entreguem terras recebidas, em 1980, de Sá Carneiro. É mais um episódio de uma luta de 30 anos da Herdade dos Machados, que já foi a tribunal.


Herdade dos Machados fica no concelho de Moura
© Hugo Amaral
Autor


HERDADE DOS MACHADOS
REFORMA AGRÁRIA
SÁ CARNEIRO
Os rendeiros reformados da Herdade dos Machados estão a receber cartas da direção geral de Agricultura e Pescas do Alentejo a informá-los de que o contrato de arrendamento que têm com o Estado português, para explorarem as terras oferecidas pelo antigo primeiro-ministro Sá Carneiro em 1980, termina no dia 31 de outubro deste ano.

"Em consequência da atitude voluntária de aquisição da qualidade de reformada, o Estado considera resolvido definitivamente o contrato, não havendo lugar a qualquer renovação (…)", pode ler-se numa carta enviada à rendeira Catarina Lopes Pires, 75 anos, reformada desde 4 de junho de 2007.

Contactado pelo Observador, o Ministério explica que o fim do contrato é justificado pelos termos do artigo 5º do Decreto-lei nº 158/91, que diz:

"Não podem ser beneficiários de entrega para exploração quaisquer funcionários ou agentes do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, nem reformados, nem detentores de dívidas ao Estado."

Contudo, o ministério tutelado por Assunção Cristas (CDS) não explica por que razão resolveu invocar agora a qualidade de reformados quando a esmagadora maioria dos rendeiros que receberam as cartas já estão reformados há alguns anos e não o eram quando receberam as terras em 1980.

Foram 14 as cartas recebidas pelos reformados em junho, havendo três rendeiros reformados que não receberam qualquer carta.

O ex-ministro da Agricultura Luís Capoulas Santos (PS), que no final da década de 90 regularizou a situação dos rendeiros da Herdade dos Machados, celebrando com estes contratos de arrendamento, afirmou ao Observador ser "muito estranha" e "violenta" a informação que está a chegar aos rendeiros reformados. "Conhece alguma lei que obrigue um inquilino que habita numa casa do Estado e que paga uma renda a abandonar essa casa quando se reforma?", pergunta.

O antigo ministro da Agricultura considera que "estes agricultores deveriam ser tratados com respeito porque de contrário poderá inferir-se que foram utilizados como cobaias de um processo político que teve uma grande mediatização na altura e que visava apresentar um modelo da Reforma Agrária da direita, em alternativa ao modelo coletivista que defendiam os comunistas". E acrescenta: "Foi o próprio primeiro-ministro emblemático da direita que se comprometeu pessoalmente perante essas pessoas com aquele modelo de Reforma Agrária".

Existem ainda 53 rendeiros
Segundo os dados do relatório da direção regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, a que o Observador teve acesso, existem atualmente 53 rendeiros, com um total de 2.019 hectares. Cada rendeiro tem, em média, 38 hectares.

A idade do rendeiro mais novo é de 34 anos, sendo que metade tem menos de 62 anos.

Em 52 dos 53 casos, a última avaliação anual determinou que os hectares estão a ser explorados de forma viável. Num caso, o olival não está a ser tratado de forma conveniente. Os dados revelam ainda que 24 rendeiros fizeram alterações que beneficiaram a propriedade, como vedações, furos e construções de apoio à exploração.

A Herdade dos Machados, no concelho de Moura, foi nacionalizada em 1975, altura em que a proprietária Ermelinda Neves Bernardino Santos Jorge se viu expropriada dos mais de 6.100 hectares dessa exploração agrícola. Em 1977, foi aprovada a Lei Barreto, que limitou a Reforma Agrária e previa o fim das expropriações, bem como a devolução das terras. Dois anos depois, o então ministro da Agricultura, Vaz de Portugal, pôs fim à intervenção do Estado na gestão da Casa Agrícola Santos Jorge e entregou a empresa aos proprietários.

Uma Reforma Agrária "diferente da dos comunistas"
Em 1980, o primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro dividiu cerca de 3.000 hectares em 338 lotes de terreno e entregou-os a 94 funcionários que passaram a pagar ao Estado uma renda anual para poderem explorar as terras em seu proveito. Esta foi a forma encontrada pelo líder social-democrata para pôr em prática uma Reforma Agrária "diferente da dos comunistas" e para compensar os trabalhadores pelos cinco anos em que a propriedade esteve nas mãos do Estado.

Aos proprietários da Herdade dos Machados foram atribuídos 490 hectares.

A Reforma Agrária de Sá Carneiro criou uma manta de retalhos na Herdade dos Machados e deu origem a uma luta pela terra que dura há mais de 30 anos. De um lado estão os proprietários da Herdade dos Machados, que tentam chegar a acordos com os rendeiros, comprando as parcelas de terreno que lhes foram atribuídas. Do outro, estão os agricultores, que temem ser expulsos das terras onde trabalham.

Ao longo dos anos, os rendeiros foram recebendo cartas do Ministério da Agricultura para abandonarem as terras. Aconteceu em 2003, quando o ministro da Agricultura de Durão Barroso, Sevinate Pinto, publicou um despacho em que defendia a "denúncia" dos contratos de arrendamento". Nessa altura, os rendeiros recorreram para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja (TAF de Beja), que lhes deu razão.

Repetiu-se em 2011, quando o atual secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural solicitou um parecer à Procuradoria-Geral da República sobre o despacho de Sevinate Pinto, relativamente ao fim dos contratos de arrendamento. A PGR determinou, em abril de 2014, que o Estado estava proibido de agir contra a sentença do TAF de Beja.

As cartas enviadas em junho pela ministra Assunção Cristas aos rendeiros são uma nova tentativa de devolver as terras ao proprietário da Herdade dos Machados.

Governo espanhol propõe o consumo de mais fruta para enfrentar embargo russo


Em 2013, as exportações de Espanha para a Rússia (maioritariamente fruta, carne, azeite e vinho) representaram um total de €588 milhões.


17:55 Segunda feira, 11 de agosto de 2014
A ministra espanhola da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, Isabel Garcia Tejerina, apela aos espanhóis para consumirem mais fruta, com o objetivo de ajudar os agricultores a enfrentarem o cancelamento de algumas exportações para a Rússia.

A proposta, que surgiu após a reunião de Tejerina com cooperativas, federações e grupos organizados de agricultores, constitui uma das várias medidas que o Governo de Rajoy pretende adotar. O Executivo vai reunir-se ainda com o sector da distribuição para que "contribua para a promoção do consumo" dos produtos em questão.

Fruta, carne, azeite e vinho serão os produtos espanhóis mais afetados pelo veto de Moscovo à importação de alguns produtos da União Europeia e dos Estados Unidos. Em 2013, Espanha exportou produtos no valor total de 588 milhões de euros para a Rússia.

O comissário europeu da Agricultura, Dacian Ciolos, garante que Bruxelas estudará "medidas excecionais" para reduzir a oferta e promover a demanda. "Estou confiante de que o nosso sector agrícola resiliente saberá reorientar-se rapidamente para novos mercados e oportunidades", acrescentou, em reação à medida anunciada na semana passada pelo Presidente russo Vladimir Putin.

Madrid exige respostas urgentes da Comissão Europeia, apelando para que se evite, na medida do possível, "qualquer perturbação no mercado". Por isso, a ministra da Agricultura adianta que a Espanha irá pedir a "retirada das produções com carácter urgente", como é o caso das frutas e outros produtos perecíveis, que são os mais afetados pela medida russa.     

A Comissão Europeia e os estados-membros vão reunir-se na próxima quinta-feira para discutir o impedimento imposto pela Rússia à entrada de produtos agroalimentares procedentes da União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega.


Ministério da Agricultura não desiste de afastar rendeiros da Herdade dos Machados

CARLOS DIAS 14/08/2014 - 11:19
Secretário de Estado considera que os contratos celebrados em 1982 perderam validade para quem adquiriu "voluntariamente a qualidade de reformado", não podendo ser renovados.

 
Ministério quer afastar rendeiros reformados

Rendeiros da Herdade dos Machados, no concelho de Moura, estão novamente sob a ameaça de terem de abandonar as courelas que receberam das mãos de Sá Carneiro em 1980, quando o antigo primeiro-ministro procurou implementar o seu modelo de reforma agrária.

Num despacho datado de Junho passado, a Direcção Regional de Agricultura do Alentejo informou 15 desses rendeiros que "é intenção do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, resolver o contrato de arrendamento" que celebraram com o Estado português para a exploração das courelas na Herdade dos Machados, em 1 de Agosto de 1982.

Esta orientação significa que os rendeiros reformados têm de abandonar as terras até ao final do ano agrícola em curso (31 de Outubro) por terem adquirido "voluntariamente a qualidade de reformados".

A tutela justifica esta decisão com o decreto-lei 158/91, nos termos do qual "não podem ser beneficiários de entrega [de terrenos] para exploração quaisquer funcionários ou agentes do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, nem reformados, nem detentores de dívidas ao Estado".

João Ramos, deputado do PCP na Assembleia da República, já pediu esclarecimentos à ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, sobre o fundamento que foi apresentado para afastar os rendeiros da Herdade dos Machados.
A lei refere que os reformados não podem ser beneficiários da entrega de terrenos na posse do Estado para exploração, mas o Govern, diz o deputado, pretende "aplicar este preceito a rendeiros que se tornaram beneficiários quando ainda não eram reformados".

João Ramos afirma que a tutela "tenta abusivamente aplicar uma norma que se refere à entrega e estendê-la à manutenção da exploração". O deputado comunista questionou igualmente a ministra sobre "a recusa" dos serviços em transmitir o arrendamento a descendentes "ainda em vida" do arrendatário. Francisco Farinho, 69 anos, um dos rendeiros a quem Sá Carneiro atribuiu parcelas de terra na Herdade dos Machados, para criar gado, confirma que o ministério "não transfere em vida o arrendamento de pais para filhos".

O rendeiro critica também esses aspecto do despacho do secretário de Estado, lembrando que os visados "têm reformas muito baixas, entre os 200 e os 300 euros" e que necessitam da colaboração dos filhos para fazer produzir as explorações. A transmissão do arrendamento só é possível com a morte do pai, confirma Francisco Farinho.

A manter-se a decisão do secretário de Estado no que respeita ao fim dos contratos com os reformados, "o caso acaba no Tribunal", diz este rendeiro, acrescentando que, de acordo com a lei, "o Estado pode denunciar o contrato para o fim do período contratual, mediante comunicação à empresa concessionária com a antecedência mínima de 18 meses". Ora os rendeiros foram informados em Junho passado.

Por outro lado, o Estado por rescindir o contrato sem obrigação de indemnizar nos "casos em que as entidades explorantes tenham abandonado total ou parcialmente os respectivos estabelecimentos agrícolas, ou tenham cedido a outrem a sua exploração, ou se achem em situação de inviabilidade ou insolvência económica".

Num levantamento feito pelo deputado comunista, em 2013 havia 53 rendeiros na Herdade dos Machados, com idades compreendidas entre os 34 e os 89 anos. Destes, 44 não desenvolviam outra actividade para além da agricultura. E apenas num caso os serviços do ministério fizeram reparos quanto à forma de exploração das parcelas. Em todos os outros é referido que os lotes (foram distribuídos, em média 38 hectares por rendeiro) são explorados de forma viável.

No total estão entregues por arrendamento 2019 hectares, pelo que, tendo a herdade cerca de 6100 hectares, "são hoje explorados pelos antigos proprietários mais de 4000 hectares" conclui João Ramos.

Em 1980, o então primeiro-ministro Sá Carneiro dividiu a Herdade dos Machados em 200 parcelas para as distribuir por cerca de uma centena de trabalhadores que ali prestavam serviço desde que a herdade foi nacionalizada em 1975.

PGR diz que os contratos se mantêm
O Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República considera, num parecer emitido no ano passado, que se mantêm "inalterados" os direitos dos arrendatários da Herdade dos Machados. 

O Conselho salienta que a Casa Agrícola Santos Jorge (a empresa proprietária de 4000 hectares da Herdade dos Machados que reclama a devolução de cerca de 2000 hectares atribuídos aos rendeiros por Sá Carneiro) "não tem direito à entrega dos terrenos referidos" enquanto os contratos  de arrendamento "subsistirem em vigor". 

Produtores de batata manifestam-se em Oliveira do Bairro


Certidão de óbito 
à agricultura
Procurando respostas para os seus problemas, os produtores de batata concentraram-se, quinta-feira, em Oliveira do Bairro, junto à Câmara Municipal. Em causa estão os baixos preços praticados à produção, que não chegam para pagar um terço das despesas de instalação e ciclo da cultura.

No protesto, promovido pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) e pela Comissão de Produtores de Batata da Região de Aveiro, com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), os produtores de batata manifestaram a sua revolta com as dificuldades em escoar o produto e queixaram-se do preço baixo a que estão a ser obrigados a vender o quilo da batata (cinco cêntimos), quando o consumidor chega a pagar 15 vezes mais nas grandes superfícies comerciais.
Note-se que o custo de produção estimado por quilo é cerca de 16 cêntimos  e a isso devem somar-se as imensas e crescentes despesas fiscais a que os agricultores são obrigados.

Inversão de política

Com esta iniciativa fica demonstrada a necessidade de uma inversão na política agrícola que está a ser implementada em Portugal há várias décadas.
«O esmagamento dos pequenos produtores através de um preço de compra de cinco cêntimos por quilo é uma verdadeira certidão de óbito à agricultura nacional, passada pelo Governo e pelos grandes grupos económicos», critica, em nota de imprensa, o Secretariado da Direcção da Organização Regional de Aveiro (DORAV) do PCP, que esteve presente nesta importante acção, demonstrando a sua solidariedade com a luta dos agricultores, incentivando-os a continuar a sua justa reivindicação e afirmando que podem contar com o Partido na região e no País.
Neste sentido, defendem os comunistas, «é fundamental uma política que garanta o escoamento da batata produzida em Portugal a preços justos para os produtores e também para os consumidores, uma vez que a batata hoje vendida no mercado nacional é, de forma geral, importada de outros países (até de fora da União Europeia) e é mais cara do que poderia ser caso houvesse uma política de preços controlados».

Camião com 230 porcos despista-se na A24


Publicado em 2014-08-14
, atualizado em 2014-08-14
SANDRA BORGES
 
 
foto RUI MANUEL FERREIRA/GLOBAL IMAGENS
Camião com 230 porcos despista-se na A24
Alguns animais caíram do camião
 

Um camião que transportava cerca de 230 porcos despistou-se esta quinta-feira de madrugada, por volta das 5.30 horas, na A24, ao quilómetro 42,5, perto de Vila Pouca de Aguiar. Vários animais ficaram à solta na via mas já foram controlados.

O condutor do veículo, com cerca de 52 anos e residente em Leiria, sofreu ferimentos na zona da cabeça e foi transportado ao hospital de Chaves para ser suturado e receber tratamento.

Segundo fonte dos bombeiros de Vidago, o motorista explicou que "estava a ser ultrapassado por outro veículo pesado que terá entrado na sua via durante a manobra e, para evitar o contacto, o condutor desviou-se para a direita". "Como a carga é instável, ao guinar para a direito acabou por tombar", revelou.

Apesar de alguns animais terem ficado à solta, não houve necessidade de cortar o trânsito. "Saíram vários porcos do camião, alguns ficaram enfiados num buraco e outros ficaram na berma", contou a mesma fonte. Os bombeiros montaram uma rede para impedir a fuga dos suínos e permitir a circulação em segurança na outra faixa.

No local, está outro camião para fazer o transbordo dos animais vivos. Será ainda necessário proceder ainda ao levantamento do camião que ficou tombado na faixa direita. O camião vinha de Espanha e tinha como destino final Braga.

Distrito da Guarda Lobos matam animais em propriedades


José Felícia, de 54 anos, já perdeu cinco cabeças de gado este ano. 

14 de Agosto 2014, 08h40

Ovelhas, vacas e até burros. Nos últimos meses, os lobos andam à solta nas explorações de animais na região da Guarda, Sabugal e Figueira de Castelo Rodrigo. Na madrugada de ontem atacaram numa propriedade em Freixo, Almeida. Foi a quinta cabeça de gado que José Felícia, de 54 anos, perde este ano para as bocas esfomeadas dos lobos. "Desfizeram uma vaca a três meses de dar uma cria. Se a vendesse hoje, nunca seria por menos de mil euros", lamenta.

Acidente Ferido em despiste de camião com 230 porcos


A zona do acidente na A24 está condicionada e alguns dos porcos morreram. Os animais vão ser recolhidos para um outro camião, que já está no local. 14 de Agosto 2014, 09h55Nº de votos (0) Comentários (4)   O despiste, esta quinta-feira, de um camião carregado com 230 porcos na A24, em Vila Pouca de Aguiar, provocou ferimentos no condutor e condicionou a circulação numa das faixas de rodagem, disse fonte dos bombeiros. José Pinto, dos bombeiros de Vidago, concelho de Chaves, disse à agência Lusa que o acidente ocorreu às 05h30, ao quilómetro 42.5 da A24, quando a viatura pesada tombou para a berma, depois de ter sido ultrapassado por um outro camião. O condutor, um homem de 52 anos, foi transportado para o Hospital de Chaves, com ferimentos na cabeça, onde foi suturado e está a realizar exames.

Produção de mel certificado pode chegar às 30 toneladas

LOUSÃ

por Lusa, publicado por Marina AlmeidaOntem4 comentários

A produção deste ano do mel certificado da Serra da Lousã deve rondar as 30 toneladas, mais três que em 2013, admitiram hoje responsáveis da Cooperativa Lousamel à agência Lusa.
No ano passado, a produção deste mel de urze com denominação de origem protegida (DOP) ascendeu a 27 toneladas, segundo a diretora executiva daquela empresa, Ana Paula Sançana.
Sem dados definitivos sobre os resultados da "cresta" (colheita do mel das colmeias) ainda em curso, o presidente da Lousamel, António Carvalho, reconheceu que a produção pode ser "superior" à do ano passado.
Nos dez municípios que integram a região do mel DOP Serra da Lousã - Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares - "está a verificar-se um desfasamento nas produções", segundo Ana Paula Sançana.
"Temos apicultores com a melhor produção dos últimos 30 anos, nalguns casos 30 a 40 quilogramas de mel por colmeia, quando a média ronda oito a nove quilogramas", disse.
Para outros produtores, "está a ser uma razia completa", referiu Ana Paula Sançana.
A atual "cresta" vai ser "mais ou menos igual" à do ano passado, com os apicultores "que tiveram mais mel a compensarem os que não tiveram nada".
As baixas produções, acrescentou, poderão "ter a ver com o controle das enxameações", que consistem na saída de enxames novos da colmeia de origem, cada um com a sua rainha.
Quantas mais enxameações ocorrerem, menor será a quantidade de mel em cada ano.
"O número de abelhas, que são, afinal, a mão-de-obra disponível, está intimamente ligado com a produção", afirmou a diretora executiva da Lousamel, frisando que uma colmeia pode reunir entre 60 a 100 mil abelhas.
Por outro lado, o mel desta colheita "está a sair mais claro". Nos anos em que chove muito, como este, "há menos meladas" nas áreas florestais onde as abelhas procuram alimento.
Substância rica em açúcares, a melada, que determina a cor escura do mel da Serra da Lousã, é excretada por insetos que se alimentam da seiva de árvores e outras espécies vegetais.
Com quase 26 anos, a Lousamel reúne 350 apicultores e exporta mel DOP para a Alemanha, além de fornecer a rede de distribuição da Sonae.
Tem vindo a exportar também "pequenas quantidades" para Angola e Noruega.
Responsável pela gestão da DOP, a Lousamel comercializa o mel produzido por 45 associados e pela própria cooperativa, que possui dois apiários, em Miranda do Corvo, com um total de 120 colmeias.
A vespa velutina ("Vespa velutina nigrithorax"), a invasora que tem atacado os apiários no Minho, não foi até agora avistada na Serra da Lousã, revelou Ana Paula Sançana.
Esta vespa asiática "não é mais perigosa para os seres humanos do que a tradicional vespa europeia", segundo uma informação do Ministério da Agricultura e do Mar enviada à Lusa, mas prejudica a atividade apícola e a agricultura, ameaçando ainda a biodiversidade, ao eliminar abelhas e outros polinizadores.

António, pastor urbano junto à via rápida

GAIA

por LusaOntem19 comentários

António, pastor urbano junto à via rápida
Na VL9, em Gaia, os carros correm apressadamente, ao mesmo tempo que, nos seus taludes, mais de uma dezena de ovelhas e cabras se demoram, por duas ou três horas, a pastar junto a António, o pastor urbano.
António Sousa tem 63 anos, 10 ovelhas e três cabras que diariamente leva a pastar junto da VL9, mesmo ao lado da estrada para onde, garante, "nunca nenhuma fugiu" e de onde os condutores, curiosos, olham e apitam.
António é de Carlão, freguesia de Alijó no distrito de Vila Real, terra que o viu, aos seis anos, subir ao monte descalço com o pai que lhe ensinou a arte de pastorear. Lá foi pastor até aos 21 anos, idade com que teve de "ir para a tropa", a que se seguiram sete meses em Angola, na guerra do Ultramar.
Voltou a Portugal e em 1974 foi trabalhar para o Hospital de Vila Nova de Gaia, onde durante 32 anos fez "serviços gerais" e até colaborou nas "urgências" depois de "tirar um curso".
Há oito anos reformou-se e foi nessa altura que, para se "entreter", voltou a comprar ovelhas e a subir ao monte, também perto do rio Douro, mas agora mais a ocidente, em Gaia.
Hoje tem 13 animais que leva a pastar todos os dias para uma das novas vias de ligação de Gaia ao Porto, com automóveis a passar a grande velocidade nas retas da Avenida D. João II, e, conta, é o único a fazê-lo.
Trocou as serras de Alijó pelos montes criados pelo homem na freguesia de Oliveira do Douro, em Gaia, declives gerados pelas escavadoras que ali rasgaram uma estrada, ladeada de erva verde e "tenrinha" para as novas ovelhas e cabras.
António pastoreia "em vez de estar no café o dia todo ou em casa a dormir" - ir para um centro de dia "nem pensar" - e, garante, "não dá lucro nenhum", embora "outro dia" tenha vendido um carneiro por 100 euros.
Todos os dias levanta-se pelas 07:00, vai trabalhar até à "hortinha" que também tem e, depois do almoço, pelas 14:00, chega a vez das ovelhas e cabras que o aguardam e seguem durante "duas a três horas", monte acima, por vezes até à Serra do Pilar.
Se se afastam mais um pouco do seu olhar, logo puxa do pão que traz num saco às costas e chama a "Pequenina", a ovelha que "quando vem, vêm logo todas atrás", desde a mais velha de quatro anos, à mais nova que "nasceu em fevereiro".
Em oito anos, só uma vez chamaram a GNR para que ele retirasse as ovelhas de um terreno junto da Real Companhia Velha; dias mais tarde acabariam por lhe pedir "desculpa", recorda.
Também nos oito anos desde que voltou a ser pastor, o número máximo de ovelhas que teve foi 25. Morreram todas depois de beberem água "com químicos" que corria a céu aberto.
"É preciso ter amor", contou o único pastor urbano de Gaia.

CDS/PP da Madeira lamenta atraso no aproveitamento de fundos da UE

CDS/PP da Madeira lamenta atraso no aproveitamento de fundos da UE

 Crítica ao Governo Regional. 15 de Agosto 2014, 14h14Nº de votos (0) Comentários (0)   

O líder do CDS/PP-Madeira, José Manuel Rodrigues, disse esta sexta-feira ser "lamentável e inaceitável" o atraso do Governo Regional deste arquipélago em aprovar os regulamentos para aproveitar os fundos comunitários para dinamizar a economia madeirense. "É lamentável, é inaceitável que o Governo Regional se atrase numa matéria essencial para economia regional, que é começar a aproveitar os fundos financeiros europeus disponíveis para relançar a economia e criar emprego", disse o responsável centrista numa conferência de imprensa no Funchal. Segundo José Manuel Rodrigues, esse dinheiro destinado à Madeira, na ordem dos mil milhões de euros no quadro comunitário até 2020, "está disponível na União Europeia e há o acordo de parceira assinado entre o Estado português e a União Europeia". "Mas, enquanto o Governo Regional dos Açores já aprovou os decretos regulamentares para operacionalizar os sistemas de incentivos financeiros à economia produtiva, o Governo Regional da Madeira ainda não tem um único regulamento aprovado", acrescentou.