sexta-feira, 18 de julho de 2014

Lançamento de Postal dos CTT dedicado ao Ano Internacional de Agricultura Familiar 2014 – Parceria Ministério da Agricultura e do Mar e os CTT


CTT versao frente rdNo âmbito das comemorações do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014 e integrado nas iniciativas promovidas pela Comissão Executiva, constituída no âmbito daquelas comemorações, foi editado um postal dos CTT dedicado a este tema. Para a criação do postal foram convidados colaboradores do MAM que simultaneamente também são pintores, tendo sido selecionada a pintura de  António Saiote para o postal e de António Bidarra para o selo.
O postal foi lançado em sessão solene, no dia 10 de julho, às 18 horas, no salão do Marquês, no edifício do MAM na Praça do Comércio. 
Esta cerimónia definiu o momento de entrada em circulação do postal, tendo sido carimbado e assinado por: Vice-Presidente do Conselho de Administração dos CTT, Ministra da Agricultura e do Mar, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural e Secretário de Estado da Agricultura.

Postal com carimbo do dia   Pagela


Ovar lança feira agrícola anual para divulgar a qualidade da raça marinhoa


17-07-2014 13:46 | País
Fonte: Agência Lusa 
Ovar, 17 jul (Lusa) - A primeira edição da OVARURAL - Feira Agrícola e da Raça Marinhoa, arranca em Ovar a 14 de agosto, propondo-se promover o setor primário e a qualidade da carne criada nas marinhas locais, mas "praticamente desconhecida" no concelho.

Resultando de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Cooperativa Agrícola de Ovar, o certame irá decorrer até 17 de agosto na freguesia de Válega e deverá ter periodicidade anual.

"O sul do município tem um cariz agrícola e pecuário mais vincado, com um setor leiteiro muito forte, e era tempo de proporcionar aos empresários desta área uma oportunidade de promoverem melhor o seu trabalho e darem a conhecer à generalidade do público a qualidade da raça marinhoa", declarou à Lusa o presidente da autarquia, Salvador Malheiro.

Manuel Guerra, presidente da Cooperativa, reconheceu que essa estirpe bovina é criada em toda a faixa litoral entre o município vareiro e a Figueira da Foz, mas garantiu que "a raça é genuína das marinhas de Ovar".

"O problema é que, enquanto de Aveiro para sul toda a gente sabe o que é a raça marinhoa, no concelho que lhe deu origem ela é praticamente desconhecida", garantiu. "Não é falada nem confecionada, e por isso é que queremos demonstrar que Ovar não é só pão-de-ló e Carnaval", acentuou.

Em termos culinários, Salvador Malheiro descreveu a carne dos animais criados junto à ria vareira como "de qualidade excecional", mas evitou adjetivá-la porque "é preciso experimentar para se perceber mesmo a diferença".

Nessa perspetiva de degustação, autarquia e cooperativa estão, aliás, a desenvolver esforços no sentido de os restaurantes do concelho apostarem na gastronomia marinhoa e reforçarem com ela as suas ementas - como irá acontecer no recinto da nova feira agrícola de Válega.

O programa de estreia da OVARURAL integra ainda um concurso nacional dessa espécie certificada, exposições permanentes sobre a temática agrícola, diversos expositores com produtos regionais e cooperativos, e um colóquio sobre fundos comunitários disponíveis para a agricultura local.

Salvador Malheiro realçou que toda essa oferta se enquadra na atual estratégia da autarquia para o setor primário, que, "no cumprimento de uma das promessas eleitorais [do PSD], é uma forte aposta deste Executivo".

É nesse contexto que o presidente da Câmara anunciou também a criação de um Gabinete de Apoio ao Agricultor, cuja missão será a de acompanhar esses empresários em processos como o licenciamento de instalações agrícolas, o acesso a fundos comunitários e a formação certificada de jovens agricultores.

AYC // JGJ

Lusa/Fim

Governo investe 4 ME para modernizar estações de monitorização de água dos rios

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai investir quatro milhões de euros para reabilitar e operacionalizar a rede de monitorização dos recursos hídricos que fornece informações para gerir a água, como nas cheias ou nas situações de escassez.

O objectivo do projecto de modernização, que se prolonga por dois anos, é "contribuir para a melhoria dos dados obtidos através da monitorização hidrometeorológica, fundamentais para assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos", refere uma nota da APA.

A informação vai permitir apoiar actividades da Proteção Civil de modo a reduzir a vulnerabilidade das populações a situações de cheias ou escassez de água e obter "uma mais adequada" gestão das bacias que Portugal partilha com Espanha, segundo a APA.

Ao contrato de modernização de várias estações de monitorização da APA, assinado hoje no Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, juntam-se dois protocolos de colaboração com a EDP e com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

Estes protocolos pretendem, "através de uma estreita cooperação técnica e científica", contribuir para facilitar a manutenção e troca de informação relativa às estações de monitorização geridas pelas organizações, "numa lógica de sinergias e articulação", segundo a APA.

As duas empresas, tal como a APA, têm estações de monitorização automática para recolha de informação meteorológica, hidrométrica e de qualidade da água.

No caso da EDIA, o objectivo é controlar a qualidade da água nas albufeiras de Alqueva e Pedrógão, construções que modificaram o regime hidrológico do rio Guadiana, não só a montante, mas também no troço a jusante.

Já a EDP Produção, promotora e gestora de vários aproveitamentos hidroeléctricos para produção de energia, detém há algumas décadas uma rede de monitorização hidrometeorológica nas bacias dos rios Lima, Cávado, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana.

A APA, como Autoridade Nacional da Água, tem a responsabilidade de desenvolver programas de monitorização de recursos hídricos e assegurar uma gestão sustentável, com o objectivo de promover a sua conservação e preservação.

No âmbito do projecto de reestruturação das redes de monitorização de recursos hídricos, iniciado em 2001, foram automatizadas as redes nacionais hidrometeorológicas e de qualidade da água, que permitem avaliar as existências de água nas bacias hidrográficas de Portugal continental.

Fonte:  Lusa

Vinho branco português distinguido entre os melhores em Londres


O Campolargo branco de 2011 foi o primeiro vinho de mesa português a conquistar o troféu
O vinho português Campolargo ganhou o prémio de "melhor vinho branco do mundo" (IWC Champion White Wine 2014) no concurso mundial International Wine Challenge, que decorreu em Londres, anunciou hoje a empresa.

O Campolargo branco de 2011 foi o primeiro vinho de mesa português a conquistar o troféu, em 31 edições do mais antigo concurso de vinhos, considerado um concurso "prestigiante e exigente".

Os vinhos a concurso são distribuídos pelas categorias de brancos, tintos, espumantes e generosos, sendo numa primeira fase atribuída a distinção apenas a um vinho de cada país. Na fase seguinte é escolhido entre os melhores dos vários países o melhor de cada categoria.

Pela primeira vez um vinho português de mesa foi considerado o melhor de todos os vinhos a concurso, arrecadando a medalha de ouro, o título de " Champion Trophy" para melhor vinho branco do mundo e melhor branco português.

"Fazemos este vinho como o fazia o meu avô", disse à Lusa Carlos Campolargo, explicando que o "segredo" para o prémio está na genuinidade do vinho e no emprego de processos artesanais, mas também no fator sorte de condições climatéricas adequadas.

"O caso deste branco, apanhamos as uvas, da casta cercial, utilizada para espumante e que são extraordinariamente difíceis porque, entre o momento em que apanhamos para espumante, em que está com uma acidez muito alta e uma graduação provável baixa, e o momento em que está pronto para fazer este nosso vinho, um branco tranquilo, podem passar alguns dias para ter a maturação adequada e se chover lá vai a possibilidade de fazer este vinho", explicou.

A "genuinidade" é também essencial para o resultado: "um vinho que na prova não é muito aromático, muito mineral e longo na boca, que se pode envelhecer muito bem".

Já que não são usados produtos enológicos (apenas sulfitos que evitam a degradação biológica) e é empregue "a velha técnica de ir à vinha apanhar só o que está maduro, sem ser demasiado, e em condições". Na adega usam-se "velhos processos", o que não invalida o uso de alguma tecnologia moderna.

Serrão Santos alerta para os riscos para a agricultura do acordo com os Estados Unidos


 
Numa intervenção em Estrasburgo, na reunião plenária desta terça-feira do Parlamento Europeu, sobre as negociações da parceria estratégica com os Estados Unidos (Transatlantic Trade and Investment Partnership - TTIP), o Eurodeputado Ricardo Serrão Santos alertou a Comissão Europeia para os termos do pacto transatlântico, nomeadamente no que diz respeito ao sector agrícola.
 
No uso da palavra, Serrão Santos afirmou que "relativamente aos termos do pacto transatlântico, não sejamos inocentes, nem tenhamos ilusões: haverá ganhos mas também haverá perdas. Sei que se anunciam ganhos potenciais, mas preocupam-me em particular as perdas potenciais que se anunciam no sector agrícola. Faço aqui um apelo para que os agricultores europeus não sejam tornados reféns de um potencial acordo".
 
O eurodeputado disse alertou para "riscos claros, por exemplo, no sector da carne e dos lacticínios em que os Estados Unidos são altamente competitivos em termos de preço."  "Ainda, no meu país, entre outros, a fileira do tomate poderá sofrer um impacto tal ao ponto de conduzir ao abandono da produção."
 
Na sua intervenção Serrão Santos defendeu que se "estabeleçam os equilíbrios necessários para a preservação e dinamização da prática da agricultura na Europa, sobretudo onde a atividade agrícola adquire uma preponderância especial e é dificilmente substituível como atividade económica".
 
O eurodeputado socialista apontou ainda a necessidade de "assumir uma posição negocial firme e preservar as normas de qualidade de produção europeias e as indicações geográficas que são ambas parte da vantagem competitiva da UE" reafirmando que "os agricultores têm uma função social, económica e ambiental que é absolutamente vital para a Europa".
 
Ricardo Serrão Santos é eurodeputado eleito pela lista do Partido Socialista ao Parlamento Europeu e é membro das Comissões das Pescas e da Agricultura.

Aprovada criminalização dos maus-tratos a animais


Diploma vai a votação final a 25 de Julho
O diploma que criminaliza os maus-tratos e o abandono de animais foi hoje aprovado na especialidade (artigo a artigo) na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais. O texto – uma proposta conjunta do PSD e PS – teve os votos favoráveis dos dois partidos e do BE. O CDS votou favoravelmente a criminalização, absteve-se no artigo relativo às uniões zoófilas, mas votou contra a equiparação destas às organizações não governamentais do ambiente.  Já o PCP votou contra as duas alíneas que criminalizam os maus-tratos e o abandono dos animais, votando favoravelmente as restantes.

Ao i, o deputado comunista António Filipe defende que seria "preferível encontrar um regime contra-ordenacional que fosse dissuasor, com coimas elevadas". Até porque a coima "pode ser aplicada logo, por via administrativa", enquanto a criminalização exige um processo penal. "Acaba por ser mais complicado exercer a punição do que se fosse um regime contra-ordenacional", conclui o parlamentar.

Outro aspecto que merece críticas ao PCP é o da inclusão das sanções no Código Penal. "Há matérias que têm leis próprias", diz António Filipe, acrescentando que com esta solução "ficamos com um Código Penal com uma arquitectura estranhíssima" – "Temos uma secção de crimes contra as pessoas, outra contra o património, o Estado, a vida e sociedade, todos com dezenas de artigos, e no fim aparece agora uma secção com três artigos sobre os maus-tratos aos animais". Apesar destas reservas, António Filipe garante que o PCP não vai votar contra o diploma na votação final global.

O texto vai a votação em plenário a 25 de Julho. Uma vez aprovado seguirá para promulgação do Presidente da República.

O documento prevê que "quem infligir maus-tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias". Se dos maus-tratos resultar a "morte do animal, a privação de importante órgão ou membro ou a afectação grave e permanente da sua capacidade de locomoção", a moldura penal eleva-se para "pena de prisão até dois anos ou pena de multa até 240 dias".

O abandono de animais de companhia também passa a ser criminalizado - "quem, tendo o dever de o guardar, vigiar ou assistir, abandonar animal de companhia, pondo desse modo em perigo a alimentação e prestação de cuidados ao animal, é punido com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 60 dias".

O diploma define animais de companhia como "qualquer animal, detido ou destinado a ser detido pelo ser humano, designadamente no seu lar, para seu entretenimento e companhia". Uma definição que pretende abarcar os animais errantes – cães ou gatos, por exemplo – pelo que maus-tratos infligidos nestas situações passam também a ser alvo de criminalização.

Distribuição de direitos de plantação de 1640 ha de vinha


A partir de 18 de Julho e até 30 de Agosto é possível apresentar candidaturas para obtenção de direitos de plantação de vinha provenientes da reserva nacional de direitos, através do site do Instituto da Vinha e do Vinho

Os candidatos devem cumprir as seguintes condições:
a) Terem o património vitícola actualizado no Sistema de Informação da Vinha e do Vinho (SIvv);
b) Serem proprietários das parcelas de terreno a ocupar com vinha ou possuírem documento válido para a sua utilização;
c) Os solos devem ter aptidão para produção de vinho com direito a DOP ou IGP, confirmada por declaração emitida pela respectiva entidade certificadora;
d) Não tenham cedido direitos de replantação nas últimas 5 campanhas, incluindo a campanha 2013/2014 ou que não possuam direitos não exercidos à data de 18 de Julho de 2014;
e) Não tenham apresentado uma candidatura ao regime de arranque de vinhas nas campanhas de 2008 a 2011.
Para efeitos de hierarquização de candidaturas são consideradas as seguintes prioridades:
a) Primeira instalação de jovens agricultores, até ao limite de 300 ha a distribuir;
b) Jovens agricultores, até ao limite de 500 ha a distribuir;
c) Restantes viticultores.

No Alentejo, na fronteira da servidão


17 Julho 2014
Catarina Fernandes Martins lowres
Catarina Fernandes Martins

Em Odemira, os empresários agrícolas queixam-se que os portugueses fazem demasiadas exigências e não querem trabalhar. A opção foi empregar tailandeses, que não se importam de viver em contentores.

- "A tua casa lá na Tailândia é tão boa como esta?"
- "É melhor…"

A pergunta é de João Gonçalves, técnico agrícola de uma das maiores produtoras nacionais de tomate, e deixou inquieto Som Phong, 33 anos. "Casa, casa", diz Som Phong, apressando-se para dentro do contentor metálico onde vive. O espaço total de 15 metros quadrados foi dividido para que o casal que também ali se encontra possa ter mais privacidade. Na parte que calhou a Som Phong há um beliche com duas camas colado a uma parede e um colchão encostado à parede oposta. É difícil imaginar três pessoas de pé ali dentro. Som Phong encontra um saco pequeno com três álbuns de fotografias.

"Casa, casa!". Numa das imagens que Som Phong exibe com orgulho, a mãe e a irmã aparecem à frente de uma grande porta de madeira com um desenho em relevo. Noutra, veem-se dois andares de uma casa cujo piso térreo é de cimento e cujo piso superior está coberto por painéis de madeira. Som Phong vira o rosto para nós e fecha os olhos lentamente. "Não é muito diferente disto", diz João Gonçalves.

Som Phong com um macacão verde / © Hugo Amaral
Som Phong com um macacão verde
© Hugo Amaral
"Não gosto quando fazem muitas exigências salariais"

Sábado, 12 de julho de 2014. O presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Candeias, visita as estufas da empresa de tomate na freguesia da Longueira/Almograve. Aparentemente tudo vai bem nesta sociedade agrícola, que exporta para Espanha e França 80% da produção, mas há um problema que incomoda o diretor: é muito difícil encontrar trabalhadores portugueses que queiram dedicar-se à agricultura.

Desde maio entraram ao serviço 20 portugueses. Só cinco continuam até agora. "Alguns fizeram uma manhã e foram embora", diz o diretor da empresa que emprega cerca de 170 trabalhadores, dos quais apenas 22 são portugueses e só oito trabalham nos campos. Os restantes são supervisores (três), técnicos (cinco), motoristas (dois) e administrativos (quatro). O relato feito pelo empresário soa familiar ao presidente da Câmara Municipal de Odemira, que diz ao Observador ser muito comum ouvir empresários locais queixarem-se da dificuldade de recrutar mão de obra portuguesa e do abandono do local de trabalho ao fim de pouco tempo.

À semelhança do que acontece em outras sociedades agrícolas da região, a solução, segundo Telmo Rodrigues, passa por dar emprego a imigrantes romenos, moldavos e tailandeses. Em breve, a empresa vai acolher um grupo de 20 nepaleses e mais 20 tailandeses, ainda que o diretor não saiba de que forma estes trabalhadores vão chegar a Portugal. "Se calhar são eles que pagam a viagem, não faço ideia".

Trabalhador tailandês apanha o tomate nas estufas da Zambujeira do Mar / © Hugo Amaral
Trabalhador tailandês apanha o tomate nas estufas da Zambujeira do Mar
© Hugo Amaral

Contrariamente aos imigrantes, os portugueses não têm motivação para trabalhar na agricultura, diz Telmo Rodrigues, que justifica esta situação com uma opinião: "Há pessoas que querem ganhar a vida sem trabalhar e isso acontece em Portugal, em Espanha e no mundo inteiro". O diretor desta sociedade agrícola está convencido que é por isso que "90% dos trabalhadores agrícolas de todos os países são estrangeiros".

José Alberto Candeias pensa que esta falta de motivação está relacionada com "o desprestígio do trabalho agrícola e com o aumento da qualificação dos trabalhadores", mas diz que noutras épocas "a necessidade levaria as pessoas a permanecer na agricultura até encontrar outra atividade mais atrativa". Telmo Rodrigues acha que muitas vezes os portugueses que trabalham nas suas quintas só o fazem "para não perder o subsídio". Mesmo assim, o empresário diz que quer "dar trabalho a quem quer trabalhar" e colabora com o Centro de Emprego de Sines na tentativa de encontrar trabalhadores nacionais. Já entrevistou muitos portugueses e garante que é possível perceber se os entrevistados têm ou não perfil para a agricultura. "Não gosto quando começam a fazer muitas exigências salariais e de transporte. Quando acham que o salário é pouco…"


Telmo Rodrigues na estufa de Almograve
© Hugo Amaral

O empresário tem "consciência de que o salário mínimo é baixo", mas diz que esse "é um problema político" e que não pode pagar valores mais elevados do que os 485 euros mensais porque na concorrência não existe nenhuma empresa que o faça. O concelho de Odemira, onde há duas quintas desta empresa, é o maior município português em extensão territorial, estando dividido em 13 freguesias. A boa qualidade da água, o clima temperado e a luz são algumas das características que tornam esta zona um lugar ideal para a prática da agricultura. Mas a região enfrenta alguns problemas relacionados com o acesso e os transportes, o que dificulta a distribuição dos produtos e a deslocação dos trabalhadores.

"Não se pode aceitar um emprego em que se pague pouco e se trabalhe para aquecer", José Alberto Candeias, presidente da Câmara Municipal de Odemira
Telmo Rodrigues diz que não é fácil encontrar, nas aldeias mais próximas, pessoas suficientes para satisfazer a procura da empresa e admite não conseguir suportar os custos de transportar trabalhadores portugueses que vivem mais longe: "É complicado irmos buscar uma pessoa a 50 quilómetros de distância". Ao Observador, José Alberto Candeias diz que a falta de mobilidade de alguns trabalhadores portugueses é um problema e compreende que nessas circunstâncias "não se pode aceitar um emprego em que se pague pouco e se trabalhe para aquecer".

No caso dos imigrantes romenos e moldavos, que muitas vezes partilham casa em aldeias próximas, é mais fácil assegurar o transporte. Os tailandeses que vivem perto das estufas não precisam de se deslocar. Telmo Rodrigues diz ao Observador que, ao contrário dos outros trabalhadores da sua empresa, os tailandeses escolhem viver perto da quinta, dentro dos contentores. "Preferem viver mais apertadinhos. Estão habituados a viver em comunidade".

Os contentores onde vivem os tailandeses na estufa de Almograve / © Hugo Amaral
Os contentores onde vivem os tailandeses na estufa de Almograve
© Hugo Amaral

A poucos metros das estufas são instalados complexos com quatro contentores: dois dormitórios com três beliches de duas camas, uma cozinha e uma casa-de-banho com três chuveiros e três sanitários. Segundo Telmo Rodrigues, todos os contentores têm as mesmas dimensões – dois metros e meio por seis – e isolamento térmico.

O empresário assegura que os trabalhadores não pagam renda, nem contas. A água canalizada que chega a estes contentores é a mesma que se utiliza na quinta de forma gratuita. Telmo Rodrigues diz que em breve serão instalados contadores de eletricidade para impedir que os trabalhadores ultrapassem um determinado nível de consumo e para prevenir situações de desperdício. "Às vezes estão aí com os radiadores ligados e as janelas abertas…"

Telmo Rodrigues diz ao Observador que tenta não interferir na vida dos tailandeses, ainda que não lhe agrade muito as modificações que estes por vezes fazem, como os telheiros feitos de lona verde que muitas vezes cobrem os contentores ou funcionam como garagens improvisadas para os automóveis. Nas áreas de contentores acumulam-se centenas de garrafões de água e estende-se a roupa para secar. Também há hortas que os tailandeses plantaram e de onde colhem pepinos, ervas aromáticas e piri-piri.

A roupa estendida junto aos contentores na Zambujeira do Mar / © Hugo Amaral
A roupa estendida junto aos contentores na Zambujeira do Mar
© Hugo Amaral

"Quando entram as condições são umas. Quando saem…", lamenta Telmo Rodrigues ao mostrar alguns contentores vazios que em breve vão servir de casa a novos trabalhadores tailandeses. Na quinta da empresa na Zambujeira do Mar, João Gonçalves hesita em mostrar-nos os contentores porque, diz, "os tailandeses são porcos por natureza".

"Os estrangeiros são carne para canhão e os portugueses não se sujeitam a isso", Manuela Leal, trabalhadora agrícola
Palmira Encarnação Cruz, 49 anos, trabalhou 13 dias na empresa de Telmo Rodrigues. Como vive a cerca de 40 quilómetros das estufas de Almograve, o empresário forneceu-lhe uma carrinha para que conduzisse uma equipa de portugueses até à quinta. Alguns dos colegas de Palmira Encarnação Cruz desistiram passado pouco tempo. "Eram dez horas todos os dias e queriam que trabalhássemos aos sábados. Dentro da estufa faz muito calor. Alguns fartaram-se daquilo", diz ao Observador. A antiga trabalhadora agrícola diz que o ordenado era baixo para "uma escravidão de tantas horas" e queixa-se que a pausa de 20 minutos durante a manhã "era paga com mais trabalho" porque saíam todos os dias às 19h20.

Um dia, Palmira Encarnação Cruz teve de ir a uma consulta. O médico disse-lhe que tinha três hérnias discais e que não podia continuar a trabalhar no campo. Palmira Encarnação Cruz diz que informou Telmo Rodrigues, que lhe disse: "É melhor a gente ficar por aqui… Fica em casa, vai-se tratar e fica assim. Uma vez que possas vir, tens a porta aberta". Ao Observador, Palmira Cruz admite que preferiu ficar desempregada. "Para voltar para lá tinha de levar o carro sozinha e eram pelo menos 80 quilómetros todos os dias. Assim não ganhava para o gasóleo. Preferi ficar com o subsídio".


Nas estufas de Almograve
© Hugo Amaral
Manuela Leal, 33 anos, foi entrevistada para trabalhar na empresa de Telmo Rodrigues, mas não chegou a ser contratada. "O senhor disse que entrava em contacto comigo. À partida sabia que ele não metia pessoas portuguesas, mas não sei porque é que não fui chamada". Acabou por conseguir emprego noutra empresa da região, mas, como conta ao Observador, um dia, levantou-se para endireitar as costas e foi denunciada por não estar na posição correta. "Não se pode estar de joelhos nem de pé. É um sistema um bocado fascista", diz.

Manuela Leal não gostou e foi embora. Atualmente trabalha nas estufas de framboesa e está satisfeita com as condições. Ao salário mínimo acrescem as horas extra que em parte são pagas ao mês, sendo que o restante vai para um banco de horas e é pago depois de três meses. Para esta trabalhadora agrícola, há poucos portugueses nos campos porque o "salário é baixo", mas também porque têm menos tolerância para "certo tipo de tratamento". Há muito tempo que Manuela Leal ouve comentar, nos cafés e na comunidade, que "os estrangeiros são carne para canhão", trabalhando "dia e noite" e que os portugueses "não se sujeitam a isso".

Ângela Mestre, 37 anos, trabalhou durante maio de 2014 na empresa de Telmo Rodrigues e diz que só saiu porque o antigo patrão a chamou de volta para trabalhar num estabelecimento de turismo rural local. Sobre a curta experiência agrícola, Ângela Mestre diz que "é um trabalho que se consegue fazer" e acrescenta que "há trabalhos mais duros". O pior, diz, "é o calor na estufa".

"Às vezes vão embora, mas depois aparecem outra vez. Já se habituaram ao nível de cá", Telmo Rodrigues
Não é calor que se sente aqui. É uma sensação artificial de sufoco. Como se o espaço disponível para respirar não fosse suficiente. Por cima, aberturas no plástico caiado revelam faixas de um azul claro e luminoso que aliviam momentaneamente.

Dentro da estufa de Almograve / © Hugo Amaral
Dentro da estufa de Almograve
© Hugo Amaral
Telmo Rodrigues admite que em alguns dias de calor excessivo trabalhar nas estufas pode ser "massacrante" e "duro". Nesses dias, "até as flores murcham" e o empresário sabe que "se as pessoas não aguentam, também não é bom para a planta". Mas, para além do calor, Telmo Rodrigues não entende as queixas de que o trabalho é árduo. Começa a limpar as plantas e a tirar-lhe as folhas. Depois, prende a rama a um cordão com uma mola. "É assim tão difícil?"

Segundo o diretor desta empresa, o horário de trabalho começa às 8h e termina às 17h20, existindo dias em que é necessário fazer nove horas. Por vezes é preciso trabalhar durante os fins de semana. Isabela Rusu, 26 anos, diz que o dia de trabalho dura até às 19h20, mas "fácil". A romena trabalha com a irmã, Adriana Ivascu, 25 anos, que pensa que o que recebem não é suficiente para aquilo que fazem. "Mas nós na Roménia não conseguimos encontrar trabalho", diz. Para além disso, a mãe, empregada de limpeza, trabalha toda a semana e tem um salário de 100 euros. Segundo Adriana Ivascu, o ordenado que recebe em Portugal dá "para a renda, para comida e para enviar um pouco à mãe". Quanto aos colegas portugueses que desistiram, Adriana Ivascu é taxativa: "Os portugueses não gostam de trabalhar… Trabalhamos nós". "Diziam que estava muito calor… Não estão habituados!", continua a romena.

Adriana Ivascu diz que o que recebe dá para pagar a renda, a alimentação e enviar algum dinheiro à mãe, empregada de limpeza na Roménia / © Hugo Amaral
Adriana Ivascu diz que o que recebe dá para pagar a renda, a alimentação e enviar algum dinheiro à mãe, empregada de limpeza na Roménia
© Hugo Amaral
"Consigo perceber o que os portugueses têm na cabeça". Grigore Diaconu, 31 anos, é encarregado geral nas estufas de Almograve e diz que mais de metade dos portugueses que ali chegam o fazem apenas para "não dizerem que não têm trabalho".

Grigore Diaconu chegou há dez anos da Moldávia e diz que apesar de a adaptação ao trabalho agrícola não ter sido "fácil", ninguém trabalha tanto tempo nos campos "se não gostar daquilo que faz".

"O trabalho fácil não é. O calor é um problema. Mas dizer que é muito duro também não…". Grigore Diaconu tem duas filhas nascidas em Portugal e não sabe se algum dia vai regressar à Moldávia. "Nunca se sabe para onde a vida vai". Mas diz que não se arrepende dos dez anos que passou aqui. "Não penso que perdi tempo. As coisas que consegui comprar na minha terra…"

Telmo Rodrigues diz que Grigore Diaconu "está bem", recebendo cerca de 50% mais do que os restantes trabalhadores agrícolas. Um exemplo de que "é possível fazer carreira", como defende o empresário. "Os supervisores de hoje fizeram trabalho de colheita, plantações…"

O diretor da empresa de tomate diz que alguns dos trabalhadores que saíram das suas estufas para procurar melhores condições noutros locais "só não regressam por uma questão de orgulho". Telmo Rodrigues sabe que há tailandeses que são maltratados nas empresas onde trabalham e diz que paga todas as horas extra aos seus empregados. "Não temos cá essa coisa do banco de horas".

"Isto para eles é uma maravilha", diz Telmo Rodrigues, que sabe que alguns dos trabalhadores que tentaram voltar para os países de origem não conseguiram ficar, regressando à empresa. "Às vezes vão embora, mas depois aparecem outra vez. Já se habituaram ao nível de cá".

Votação mudial: Alentejo para melhor região de vinho a visitar

 "Best Wine Region to Visit"

O site USA Today colocou o Alentejo na lista de regiões candidatas às melhores regiões de vinho mundiais a visitar. São 20 regiões em competição sendo que a classificação final será definida pelo número de votos recebidos. Qualquer um poderá votar até 4 de Agosto em:  http://www.10best.com/awards/travel/best-wine-region-to-visit/ 
 
 "Best Wine Region to Visit"


Vasco Cordeiro quer aposta na inovação da agricultura

GOVERNO DOS AÇORES
por LusaOntemComentar

O presidente do PS Açores alertou esta para os desafios do setor agrícola e apela para uma aposta na qualidade e na inovação, apontando para cinco respostas essenciais para responder à nova regulação europeia e fim das quotas letreiras.

Vasco Cordeiro prestou declarações aos jornalistas na abertura das jornadas parlamentares do PS/Açores, na Praia da Vitória, avisando que a agricultura açoriana necessita de reforçar parcerias entre a produção, transformação e comercialização de produtos, apostando na qualidade, inovação e diferenciação.

"São respostas nas quais temos um mar imenso de possibilidades de intervenção, de trabalho, de medidas que podem e devem ser criadas para disponibilizar e para concretizar cada uma destas soluções", frisou.

Segundo o líder do Governo Regional, com um volume financeiro na ordem dos 77 milhões de euros por ano, o POSEI, programa europeu específico para as regiões ultraperiféricas, é "um instrumento fundamental que deve ser bem dirigido" e pode ser "uma alavanca para o reforço da competitividade" da economia açoriana.

O presidente do PS/Açores defende a disponibilidade do partido "para ouvir, para corrigir, para alterar, para aperfeiçoar e para melhorar" propostas, explicando que o partido não ignora a necessidade de reformar, aperfeiçoar, procurar novos equilíbrios entre disponibilidades e necessidades.

Por sua vez, o líder da bancada parlamentar do PS dos Açores, Berto Messias, acusou o PSD/Açores de atacar o Governo Regional, em vez de apresentar propostas."É isto que temos por parte do maior partido da oposição, por um lado, maledicência e ataques pessoais, por outro lado, propostas mal feitas e mal preparadas".

Referindo-se às acusações do PSD de falta de pudor do Governo Regional nas nomeações para cargos de responsabilidade na administração regional, Berto Messias disse que o PS "não admite lições de moral de ninguém" e que o PSD não tem "moral para atacar o PS".
"Não aceitamos lições de comportamento político por parte de quem no passado nomeou para seu assessor o próprio irmão", frisou, acrescentando que "quando se começam a discutir pessoas, é sinal de que não têm ideias próprias para apresentar e debater".
Berto Messias referiu que o PSD entregou, na quarta-feira, um requerimento na Assembleia Legislativa dos Açores a solicitar que fosse retirada uma proposta, apresentada no ano passado sobre autoemprego jovem, que se veio a concluir que "apoiava a extração de petróleo".

"Enquanto o líder do PSD/Açores se limita a celebrar todas as semanas o aniversário partidário com o óbvio propósito de ocultar a já indisfarçável falta de propostas e de soluções, o PS está concentrado nos desafios que temos pela frente", salientou.
Os deputados do PS/Açores vão debater o setor agrícola na região, na Praia da Vitória, reunindo-se com o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira, com o presidente da cooperativa Fruter e com o secretário regional da Agricultura e Ambiente, estando ainda previstas visitas a empresas locais.

Prémio Douro Empreendedor Concursos de vídeo, design e artes plásticas para mostrar o Douro vivo

Contar o Douro é o desafio do concurso dirigido a criativos das áreas do audiovisual, design e artes plásticas lançado pela rede de empreendedores do Douro.

 A iniciativa integra o projecto Prémio Douro Empreendedor, coordenado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e apresenta duas categorias de trabalhos a concurso: a realização de um vídeo criativo "Douro Experiência" e a de elaboração de um cartaz, com ou sem som associado, que tem como título "Gentes e Aldeias do Douro". O objectivo do prémio é distinguir os trabalhos que valorizem e afirmem a riqueza paisagística, cultural e arquitectónica da região, assim como os produtos endógenos e as tradições do Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial, e de Trás-os-Montes.

Com candidaturas a decorrer até 10 de Outubro de 2014, o prémio conta com o patrocínio da EDP, sendo que o vencedor de cada uma das duas categorias receberá um prémio monetário de quatro mil euros. De sublinhar que esta categoria admite candidatos nacionais e estrangeiros.

As propostas apresentadas pelos concorrentes serão votadas online, após selecção por um júri dos 20 melhores trabalhos. João Machado, escultor e designer gráfico, e João Botelho, cineasta, fazem parte da equipa de pré-selecção dos trabalhos a serem sujeitos ao escrutínio do público. Este júri conta ainda com a colaboração do sector cultural da região duriense, o qual será responsável pela exposição itinerante dos melhores trabalhos nos principais museus da região do Douro.

O Douro Empreendedor 2014 inclui também prémios na vertente empresarial que visam distinguir projectos inovadores que valorizem a competitividade da região e promovam o desenvolvimento integrado e sustentável da mesma.

Mais informação sobre como concorrer e regulamento está disponível no site do prémio (premio.empreendouro.pt ou www.empreendouro.pt)

Fonte:  Greengrape

ONU diminui limite de chumbo na comida infantil e de arsénio no arroz



A comissão do Codex Alimentarius, que estabele as normas internacionais sobre segurança e qualidade dos alimentos, limitou hoje a presença de chumbo nos alimentos infantis e de arsénio no arroz.

As normas do Codex servem de base às legislações nacionais e estabelecem os critérios de segurança no comércio internacional de alimentos.

Após três dias de reunião anual em Genebra, a comissão tomou centenas de decisões porque cada elemento tem normas distintas, mas as mais relevantes para os consumidores foram a redução do chumbo na alimentação infantil e o arsénio no arroz, explicou a coordenadora de saúde alimentar da ONU, Angelika Tritscher, em conferência de imprensa.

Em relação aos níveis de chumbo, a comissão definiu um limite de 0,01 miligramas de chumbo por quilograma nos boiões de comida para bebé.

Até agora, era permitido o dobro, até 0,01 miligramas/kg.

"Os bebés e crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos do chumbo, que podem causar danos cerebrais e afectar um desenvolvimento normal", explicou Tritscher.

O chumbo está naturalmente presente no meio ambiente e é possível encontrar vestígios nos alimentos usados para produzir comida para bebés.

Por isso, a comissão propos que sejam escolhidos alimentos de zonas livres de chumbo.

Sobre o arsénio, o Codex definiu um nível máximo de 0,2 miligramas por quilo de arroz.

Uma exposição prolongada ao arsénio pode causar cancro e lesões na pele, e foi já associada a doenças cardiovasculares, diabetes e doenças cerebrais.

O arsénio também se encontra naturalmente na água e terra subterrâneas, em algumas zonas do planeta, e pode entrar na cadeia alimentar ao ser absorvido durante a fase de cultivo.

O arroz absorve mais arsénio que outros produtos, sendo necessário um cuidado especial, especialmente nos países asiáticos, onde é a base da alimentação humana e os arrozais aproveitam lençóis de água subterrâneos.

A comissão decidiu desenvolver um novo código de boas práticas para ajudar os países a cumprir as normas e os agricultores a aplicar técnicas para evitar a contaminação.

A comissão, da Organização Mundial de Saúde e Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), definiu as normas para evitar a presença de medicamentos para animais na carne, leite, ovos e mel.

As oito substâncias (cloranfenicol, verde malaquita, carbadox, furazolidone, nitrofural, clorpromazina, estilbenos e olaquindox) podem ter efeitos adversos na saúde humana e contribuir para a resistência à ação dos medicamentos.

Fonte:  Lusa

Academia das Plantas Aromáticas e Medicinais de Alqueva promove “Dia Aberto”

A Academia das Plantas Aromáticas e Medicinais de Alqueva vai promover, amanhã, dia 18 de Julho, um DIA ABERTO para demonstração prática de "Técnicas de Colheita".

Esta actividade terá início com a apresentação dos participantes às 10:00 horas, no Monte do Pardieiro, junto a Messejana, no concelho de Aljustrel, seguindo-se uma visita ao Monte.

Entre as 11:30 e as 13:00 horas haverá lugar à demonstração prática de técnicas de colheita manual e mecanizada de plantas aromáticas e medicinais.

A participação é gratuita e para tal basta dirigir-se ao local no dia e hora marcada.

A Academia das Plantas Aromáticas e Medicinais de Alqueva foi criada pela EDIA, pelo CEVRM - Centro de Excelência e Valorização dos Recursos Mediterrânicos e pela empresa "Monte do Pardieiro", com o objectivo de dinamizar a agricultura de regadio associada à pequena propriedade, e fornecer apoio e enquadramento aos projectos instalados e a instalar neste sector.

Esta Academia é uma unidade de demonstração e divulgação de produção projectada para, em pequena escala, produzir durante todo o ano, por forma a divulgar junto dos agricultores interessados, as diferentes espécies, as operações culturais a realizar, os factores de produção necessários, bem como os processos de comercialização.

Numa altura em que se verifica a existência de um conjunto de interessados na área das "Plantas Aromáticas e Medicinais" (PAM), este DIA ABERTO vem permitir um maior contacto com realidades já instaladas e ao mesmo tempo a recolha de experiências em contexto real e aplicação prática de técnicas associadas àquela tipologia de agricultura. 

Mais informação em :

O Comité Vins (CEEV) sugere um acordo ambicioso para melhorar o comércio de vinho com os EUA.

COMUNICADO DE IMPRENSA



Bruxelas, 16 de Julho de 2014 - Por ocasião da 6 ª ronda de negociações entre a UE e os EUA para a TTIP (Bruxelas,14-18 de Julho de 2014), os exportadores de vinho europeus exortaram os negociadores a colocarem na ordem de trabalhos um ambicioso acordo de comércio de vinhos como ponto fulcral do acordo TTIP.
O Fórum organizado pela Comissão Europeia deu a oportunidade aos stakeholders mais relevantes, de ambos os lados do Atlântico, para apresentarem aos negociadores os principais desafios e oportunidades para os seus respetivos setores.
O CEEV sublinhou a importância da inclusão de um capítulo ambicioso no âmbito do TTIP sobre o vinho, que melhorasse as condições para o comércio bilateral de vinho e alavancasse a cooperação bilateral para uma verdadeira parceria win-win focada nos interesses dos consumidores, na concorrência leal, e na facilitação do comércio do vinho bilateral e internacional. Os EUA são o maior país consumidor de vinhos a nível mundial e a UE é o principal destino das exportações de vinho dos EUA.
 "O TTIP oferece uma ferramenta única para estabelecer mecanismos eficazes que antecipem e eliminem potenciais fricções comerciais, evitem barreiras comerciais desnecessárias, desproporcionais ou injustificadas e promovam uma maior convergência das regras de acordo com as normas internacionais específicas relevantes" - declarou José Ramón Fernández, Secretário Geral do CEEV. "O comércio do Vinho irá beneficiar muito da inclusão de um capítulo ambicioso sobre vinho dentro do TTIP, que irá permitir aos nossos setores e consumidores as vantagens de uma ampla e estratégica parceria bilateral a nível comercial e de investimento".
O CEEV defende a inclusão de um capítulo ambicioso sobre o vinho no TTIP permitindo por exemplo eliminar as tarifas, simplificar certificações e procedimentos administrativos, melhorar a convergência regulamentar, enfrentar medidas discriminatórias e, de uma forma pragmática, abordar outras oportunidades emergentes, e corrigir questões pendentes - incluindo, claro, a proteção integral de todas as IG`s de vinho de ambos os países. "O acordo de vinho de 2006 foi o primeiro importante passo embora ainda claramente insuficiente. O impasse em relação aos "semi-genéricos" deixou de ser uma opção sustentável", declarou José Ramon Fernandez. "O TIPT precisa de encontrar soluções que assegurem a proteção de todas as IG´s de vinho de ambos os lados". 

fonte: CEEV

Acidentes com tratores causam 80 mortos todos os anos


por Luis Godinho


Portugal tem uma elevada taxa de mortalidade em acidentes com máquinas agrícolas. Este ano já aconteceram, pelo menos, 23 mortes. Falta de formação, excesso de horas de trabalho e consumo de álcool são explicações
Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Portugal é dos países europeus com maior número de mortos e feridos em resultado deste tipo de acidentes. Pior. A mortalidade é oito vezes superior à dos condutores de ligeiros e pesados.
Desde o início do ano a GNR já registou mais de 257 acidentes envolvendo tratores, dos quais 191 ocorreram na via pública e 66 em terrenos agrícolas. Só no total dos acidentes em terrenos agrícolas foram registados 23 mortos, incluindo o caso de Touvedo, e 46 feridos, a que se terão de somar as vítimas resultantes dos acidentes nas estradas nacionais e regionais - número ainda não divulgado pela GNR.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Doze mil hectares da bolsa de terras vão a concurso "muito em breve"

Ministra da Agricultura anunciou concurso público a curto prazo para arrendamento ou venda de terras. Agricultores queixam-se de falta de investigação


Assunção Cristas
Natacha Cardoso
17/07/2014 | 00:00 |  Dinheiro Vivo
O Governo vai lançar "muito em breve" o primeiro concurso público de arrendamento ou venda da bolsa de terras. Para já, vão estar disponíveis 12 mil dos 13 mil hectares que já integram a bolsa. A medida, que visa acabar com as terras abandonadas e dar resposta à procura de agricultores, foi anunciada ontem pela ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, no encerramento das jornadas Empreendedorismo Agrícola: Cultivar o Futuro, uma iniciativa do DN, JN e do Millennium BCP, que nos últimos seis meses realizou conferências em todo o País.
Apesar do volume de terras ser ainda diminuto, Assunção Cristas mostrou-se otimista. "Creio que, quando as primeiras terras começarem a ser mobilizadas, haverá mais adesão e seguramente, quando isso fizer a diferença do ponto de vista fiscal, haverá também um maior interesse". A lei prevê a isenção de IMI para quem entregue as suas terras à bolsa ou as trabalhe diretamente.
Desta forma, o Governo procura combater o abandono dos solos agrícolas que, segundo os números do INE referidos pelo ex-ministro Sevinate Pinto, representam 3% da superfície agrícola, ou seja, 125 mil hectares. O que, para o antigo governante, não é o maior problema do setor. "Precisamos de respostas diferentes para os agricultores que têm grandes dimensões e para os que têm dimensões muito reduzidas. Não podemos esquecer que 60 mil agricultores têm menos de um hectare de terra."
Outro problema referido foi a questão da autossuficiência. A meta é "ambiciosa", admitiu João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). "O objetivo é chegar a 2020 com a balança equilibrada e para isso temos exportado mais e substituído alguns produtos importados. No ano passado tivemos 500 milhões de euros em substituições de importações e parece que todos os astros se alinham a nosso favor", sublinhou.
Apesar do caminho positivo, o representante dos agricultores aproveitou para lançar críticas aos excessivos custos de produção (eletricidade, combustíveis ou o preço da água) e às limitações no acesso ao crédito. Melhorar este último foi um compromisso que o presidente da comissão executiva do Millennium BCP assumiu. "Só 2% do crédito está orientado para o setor agrícola e achamos que essa percentagem deve duplicar", defendeu Nuno Amado.
João Machado criticou ainda a falta de investigação, dando como exemplo o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV): "É um gabinete do Ministério da Agricultura que tem um orçamento anual de 22 milhões de euros e que não produz nada. A culpa não é deles, mas das políticas definidas. O conhecimento que produzem é muito interessante para doutoramentos, não para os produtores." A esta crítica, Assunção Cristas admitiu que se pode "utilizar melhor os recursos e sobretudo tornar mais visível a investigação do INIAV", mas contrapôs dizendo que já existem parcerias com setores como o do tomate ou da cortiça e vão continuar a existir "nas áreas em que haja a capacidade de o setor se organizar no sentido pôr um conjunto de perguntas que depois possam ser respondidas pelos investigadores".

Portugal vai «aproveitar bem» os fundos da UE para os próximos sete anos - Passos Coelho

Portugal vai «aproveitar bem» os fundos da UE para os próximos sete anos - Passos Coelho


O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou hoje, em Bruxelas, que Portugal não quer desperdiçar fundos comunitários, como no passado, pelo que vai «aproveitar bem» os apoios da União Europeia para 2014-2020, de mais de 25 mil milhões de euros.
Passos Coelho, que falava à saída de um encontro com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, no qual participaram também o comissário da Política Regional, Johannes Hahn, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, e que assinalou a conclusão das negociações entre Bruxelas e Portugal sobre o acordo de parceria para a utilização dos fundos comunitários para os próximos sete anos, sublinhou por diversas vezes que Portugal não aproveitou da melhor forma no passado os apoios da UE, algo que quer inverter agora.
Segundo o primeiro-ministro, os fundos, que ascendem a 25,3 mil milhões de euros (contabilizando também os fundos para a Agricultura) «trazem a Portugal, agora, a oportunidade de, ao contrário do aconteceu em quadros anteriores, estar em condições de executar os novos fundos mais rapidamente» e, sobretudo, «melhor».
Diário Digital / Lusa

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Portugal Wine Trophy distingue sete vinhos, quatro do Douro

O vencedor do prémio "Best Portuguese Wine" vai participar no "Asia Wine Trophy", na Coreia do Sul, assim como no Food & Wine Festival, em Daejeon


Portugal Wine Trophy em Vila Nova de Gaia
Artur Machado/Global Imagens
15/07/2014 | 18:00 |  Dinheiro Vivo

O concurso de vinhos "Portugal Wine Trophy", que decorreu pela primeira vez em Portugal, distinguiu com o "Grande Ouro" sete vinhos, quatro dos quais produzidos no Douro, anunciou hoje a organização.

O "Portugal Wine Trophy" foi organizado pela Deutsche Wein Marketing GmbH (DWM), teve o patronato da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e o apoio da Quinta da Boeira, em Vila Nova de Gaia, onde decorreu o concurso.

Entre os cerca de mil vinhos a concurso de 21 países, foram ainda distinguidos com o "Grande Ouro" néctares produzidos na Alemanha, Áustria e Itália.

Entre os premiados, destaca-se o vinho La Rosa Reserve Tinto que foi considerado "Best Portuguese Wine", o vinho português mais pontuado.

Este produtor da Região Demarcada do Douro vai participar no "Asia Wine Trophy", na Coreia do Sul, com todas as despesas asseguradas, assim como no Food & Wine Festival em Daejeon.

Também a Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, que conquistou o prémio de Melhor Produtor acima de 25 hectares, e a Quinta da Raza, que foi consagrada com o prémio de Melhor Produtor abaixo de 25 hectares, poderão participar nestes concursos com as mesmas regalias.
O painel de júris foi constituído por 50 especialistas internacionais, espalhados por sete grupos, e presidido pelo português Bianchi de Aguiar.
Foram ainda atribuídas 228 medalhas de Ouro e 71 de Prata, tendo sido medalhados no total 306 vinhos dos 1019 em concurso. Dos vinhos distinguidos, 108 são portugueses.

CE: Estudo recente faz pela primeira vez um levantamento das políticas alimentares das escolas na UE

Comunicado de imprensa



No âmbito dos esforços da Comissão Europeia para ajudar a reduzir a obesidade infantil, o Centro Comum de Investigação (JRC), que é o serviço científico interno da Comissão Europeia, publicou o primeiro relatório exaustivo sobre as políticas alimentares das escolas na Europa. Esse estudo mostra que os países europeus reconhecem o importante contributo das refeições escolares para a saúde, o desenvolvimento e o aproveitamento escolar das crianças. Todos os países abrangidos pelo estudo (28 Estados-Membros + Noruega e Suíça) adotaram orientações em matéria de alimentação nas escolas, embora essas orientações variem consideravelmente de país para país. As medidas nacionais destinadas a promover regimes alimentares saudáveis nas escolas vão desde orientações facultativas, por exemplo para os menus e o tamanho das doses, até à proibição total de instalar máquinas de venda automática ou de vender bebidas açucaradas nas escolas.


Repartição das políticas alimentares nacionais obrigatórias (a laranja) e facultativas (a azul) das escolas em toda a UE-28 + Noruega e Suíça

O Comissário Europeu responsável pela Saúde, Tonio Borg, declarou: «Na Europa, quase uma em cada três crianças têm excesso de peso ou são obesas e, como tal, correm o risco de contrair uma série de doenças evitáveis, tais como a diabetes de tipo 2. As escolas são parceiros fundamentais nos nossos esforços para incentivar as crianças a adotarem hábitos alimentares saudáveis que lhes permitam crescer com boa saúde, ter bom aproveitamento escolar e desenvolver plenamente as suas capacidades. Esta primeira avaliação das políticas alimentares das escolas constitui, assim, um importante contributo para a nossa luta contra a obesidade».

Máire Geoghegan-Quinn, Comissária Europeia responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, acrescentou: «Este relatório constitui uma base sólida para os responsáveis políticos, educadores e cientistas europeus analisarem possíveis correlações entre a saúde pública e as políticas alimentares das escolas e avaliarem o grau de eficácia das ações de promoção de hábitos alimentares saudáveis».

Contexto

O relatório faz o levantamento dos mais recentes documentos estratégicos nacionais que estabelecem normas e orientações em matéria de alimentação destinadas às escolas primárias e secundárias. As políticas preconizadas nesses documentos são descritas no relatório com base em critérios comuns como, por exemplo, os alimentos que são autorizadas e os que são proibidos, os valores nutricionais, as cantinas, os serviços de restauração e as restrições de venda.

O relatório apresenta ainda o panorama atual em matéria de regulamentação, o que representa um passo importante para se poder avaliar o impacto deste tipo de políticas na obesidade infantil.

Alguns dados essenciais extraídos do relatório:

Mais de 90 % das políticas analisadas preveem normas alimentares para garantir menus equilibrados, 76 % fornecem orientações sobre o tamanho das doses e 65 % estabelecem normas sobre o valor nutricional de uma refeição.

As restrições ou recomendações relativas à disponibilização de bebidas são muito comuns (65 a 82 %), sendo a maioria dos países a favor do acesso (gratuito) à água natural potável, limitando ou proibindo especificamente os refrigerantes (açucarados).

Para a maior parte dos países, os principais objetivos gerais consistem em melhorar a nutrição infantil, promover hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis através do ensino, bem como reduzir ou prevenir a obesidade infantil.

A maior parte das políticas restringem os doces e os snacks salgados, autorizando-os apenas ocasionalmente ou proibindo-os totalmente.

59 % das políticas impõem ou recomendam que se avaliem os resultados das políticas alimentares das escolas. Os resultados mais frequentemente abrangidos por essa avaliação são os que se referem à oferta de alimentos nas escolas e à percentagem de alunos que almoçam na escola.

A ingestão de calorias e de gordura são os parâmetros que mais frequentemente figuram nas normas em matéria de componentes nutritivos/energéticos das refeições, sendo esses parâmetros mencionados, respetivamente, em 65 % e 56 % das políticas.

As máquinas de venda automática são objeto de restrições em cerca de metade dos países abrangidos pelo estudo. Essas restrições vão desde as que recomendam a escolha de produtos mais saudáveis para venda nas máquinas, até às que proíbem por completo esse tipo de máquinas nas escolas, passando pelas que proíbem exclusivamente a venda automática de produtos pouco saudáveis.

A imposição de restrições à comercialização de alimentos pouco saudáveis é também uma prática comum.

O levantamento das políticas alimentares das escolas foi efetuado com o apoio do Grupo de Alto Nível da UE sobre questões de Nutrição e Atividade Física com vista a fundamentar a Estratégia da UE de 2007 em matéria de problemas de saúde ligados à nutrição, bem como o Plano de Ação da UE para 2014-2020 contra a obesidade infantil.

Seca provoca morte de 200 mil cabeças de gado na Venezuela

A Federação Nacional de Produtores de Gado (Fedenaga) anunciou hoje a morte de 200 mil cabeças de gado nas últimas semanas na Venezuela, na sequência da seca prolongada e da falta de pasto para os animais.

O anúncio foi feito por Rubén Darío Barboza, presidente da Fedenaga, que pediu ao Governo venezuelano para proceder urgentemente à importação de pasto, porque a falta de água tem impedido as sementes de germinar.

"A situação é realmente complexa e delicada. O fenómeno climatológico El Niño uniu dois ciclos de verão (cada época seca na Venezuela é de seis meses). Há risco de que mais sementes sequem antes de germinar e não haja pasto para os animais", disse.

Segundo aquele responsável, 20% do actual "rebanho" está em situação de risco, principalmente em nove dos 23 Estados da Venezuela, onde a intensa seca tem obrigado a racionamentos de água, com populações a passar até três dias sem serem abastecidas.

Para tentar provocar chuva, a Venezuela está a bombardear as nuvens com iodeto de prata, a fim de acelerar o processo de condensação e dessa maneira fazer chover.

Fonte:  Lusa

Cimeira de Díli prepara parcerias no sector agroalimentar

Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão partilhar conhecimentos e tecnologia no sector agroalimentar e pretendem candidatar projectos a financiamentos internacionais, adiantou à Lusa o director de cooperação da organização lusófona.

O projecto 'Plataforma SKAN CPLP' é uma das iniciativas em debate na reunião sobre cooperação da comunidade, a decorrer em Díli nesta quinta e sexta-feira, dias antes da cimeira de chefes de Estado e de Governo, que terá lugar na capital timorense no próximo dia 23.

"Esta plataforma pretende estabelecer de uma forma transversal a disponibilização de tecnologias e experimentações no sector agroalimentar e na segurança alimentar e nutricional que têm sido implementadas com sucesso nos nossos Estados-membros", explicou à Lusa Manuel Lapão.

A Plataforma SKAN foi criada em Portugal no início do ano para promover a partilha de conhecimento e tecnologia portuguesas empresas e instituições de toda a Europa, África e América Latina nos sectores agrícola, alimentar e florestal, sendo agora estabelecida ao nível dos países da comunidade lusófona.

"Queremos criar uma rede de partilha para que estas experiências fiquem claramente definidas nos seus aspectos relevantes e nos aspectos que correram menos bem para que aqueles que vão agora iniciar as suas estratégias possam perceber o que correu menos bem e adaptar-se aos obstáculos, para não ter de passar por eles", disse o responsável.

No âmbito deste projecto, os Estados-membros poderão partilhar entre si "um conjunto muito significativo de tecnologia", numa "lógica de redução de encargos e de conseguir a sustentabilidade do sistema", referiu.

Por outro lado, este projecto pressupõe um trabalho conjunto entre os oito países da CPLP para concorrerem ao financiamento disponível a nível internacional, procurando "alguma vantagem" face a candidaturas individuais, adiantou Manuel Lapão.

Na reunião de pontos focais de cooperação da CPLP, os países vão discutir o modelo de cooperação até 2016, tendo em conta o debate internacional que decorre actualmente sobre o futuro nesta área, no cenário pós-2015, quando termina o prazo dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio definidos pelas Nações Unidas.

"Vamos tentar perceber o que é que a agenda do desenvolvimento vai trazer de novo. O debate está entre a criação de novos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio ou se deve manter-se a mesma listagem, mas criar ao lado os objetivos de desenvolvimento sustentável. Na reunião vai-se procurar perceber qual é o posicionamento que os Estados-membros têm defendido e depois procurar uma posição de consenso", disse o responsável de cooperação.

A cooperação no âmbito da CPLP -- onde Portugal e Brasil são os principais parceiros a nível bilateral e os restantes países beneficiam de programas das agências das Nações Unidas -- tem sido articulada de forma a aproveitar as sinergias da cooperação internacional, regendo-se em torno de planos estratégicos na área da saúde, ensino, segurança alimentar e igualdade de género.

"Para já, o plano indicativo até 2016 prevê um conjunto de actividades muito transversal, sob o chapéu da capacitação, da formação, da educação para o desenvolvimento, dos direitos humanos e da educação para a cidadania", afirmou Lapão.

Fonte:  Lusa

Calor: 14 concelhos com risco máximo de incêndio


Calor: 14 concelhos com risco máximo de incêndio


Catorze concelhos dos distritos de Santarém, Coimbra, Castelo Branco, Guarda e Viseu apresentam hoje risco máximo de incêndio, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na sua página na internet.
De acordo com o IPMA, os concelhos de Mação (Santarém), Pampilhosa da Serra e Arganil (Coimbra), Oleiros (Castelo Branco), Sabugal, Guarda, Gouveia, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Trancoso (Guarda), Tarouca, Moimenta da Beira e Sernancelhe (Viseu) estão hoje sob risco máximo de incêndio.
O IPMA colocou também vários concelhos dos distritos de Faro, Évora, Beja, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Viseu, Bragança e Vila Real em risco muito elevado de incêndio.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, variando entre reduzido e máximo.
O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 de cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) registou na terça-feira 68 incêndios que foram combatidos por 1.133 bombeiros, com o apoio de 301 veículos.
O IPMA prevê para hoje no continente céu geralmente limpo, apresentando-se temporariamente muito nublado e com neblina ou nevoeiro no litoral a norte do Cabo Raso até ao meio da manhã e a partir do fim da tarde, podendo persistir em alguns locais da faixa costeira ao longo do dia.
Está também previsto vento em geral fraco predominando do quadrante oeste e pequena subida da temperatura máxima.
Para a Madeira, a previsão aponta para períodos de céu muito nublado, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos, em especial nas vertentes norte e vento em geral fraco do quadrante norte.
Nos Açores prevêem-se períodos de céu muito nublado, temporariamente encoberto, aguaceiros mais frequentes durante a madrugada e manhã e vento sudoeste bonançoso a moderado.
Quanto às temperaturas, em Lisboa e na Guarda prevêem-se 33 graus Celsius, em Évora e Beja 39, em Castelo Branco e Portalegre 37, Bragança 36, Vila Real 35, Viana do Castelo, Porto e Angra do Heroísmo 24, Faro e Coimbra 30, Funchal e Santa Cruz das Flores 25 e Ponta Delgada 23.
Diário Digital/Lusa

Bombeiro ferido com gravidade e uma viatura ardida em Macedo de Cavaleiros



Lusa
(Arquivo)
Um bombeiro da corporação de  Miranda do Douro ficou hoje ferido quando a viatura em que seguia uma equipa  de combate a um incêndio em Macedo de Cavaleiros foi consumida pelas chamas,  informou a Autoridade Nacional de Proteção Civil. 
  
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Quatro bombeiros ficaram feridos, um deles com gravidade, no combate a um incêndio no concelho de Macedo de Cavaleiros, em Bragança. O bombeiro com ferimentos mais graves seguia numa viatura do corpo de bombeiros de Miranda do Douro, que foi consumida pelas chamas.

Em declarações à Lusa, o adjunto de operações nacional, Carlos Guerra,  contou que um veículo de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros (CB) de  Miranda do Douro foi consumido pelo fogo, que deflagrou ao início da tarde  de hoje na zona de Cortiços, no concelho de Macedo de Cavaleiros, Distrito  de Bragança. 

Do acidente, segundo ainda aquele responsável, resultaram ferimentos  num bombeiro de Miranda do Douro, que ficou com "queimaduras ligeiras, de  primeiro grau, e uma fratura numa perna". 

O bombeiro foi transportado para o hospital de Macedo de Cavaleiros  e transferido para o de Bragança. 

Neste mesmo fogo, três bombeiros tiveram de receber tratamento devido a queimaduras ligeiras.

O incêndio deflagrou por volta das 13:00 numa zona de mato, encontrando-se  no local, por volta das 15:30, quatro meios aéreos pesados e dois ligeiros  e mais de 90 operacionais apoiados por 27 viaturas.

No local estão quase 100 operacionais apoiados por 27 viaturas e ainda 4 meios aéreos.

Com Lusa

GES: Rioforte prepara declaração de insolvência

A Rioforte, entidade que agrupa os investimentos não financeiros do Grupo Espírito Santo (GES), está a preparar a declaração de insolvência (proteção contra credores), disse uma fonte citada pela agência Reuters.

A notícia surge poucas horas antes do vencimento da dívida de 897 milhões de euros devidos pelo empréstimo feito pela Portugal Telecom à  holding ESFG para que esta acompanhasse o aumento de capital do BES. Segundo já avançado na imprensa, o prazo de reembolso do empréstimo da PT termina esta terça-feira.
A declaração de insolvência (proteção contra credores) será efetuada no Luxemburgo, onde está registada a Rioforte, entidade detida pela ESI e que agrupa as participações da família Espírito Santo no setor não financeiro, englobando ativos em áreas tão diversificadas como a saúde, turismo, hotelaria, imobiliária, minérios e agricultura.
A figura legal escolhida (proteção contra credores) previne que um pedido de insolvência, apresentado por terceiros, origine a venda descontrolada de ativos.
A Rioforte, controlada pela Espírito Santo International (ESI),  é também o veículo através do qual a família detém 49% da holding ESFG, por sua vez acionista do BES, por via de uma participação atual de 20,1% (20% dos quais estão cativos por força de cláusulas 'negative pledge').
Segundo dados da própria Rioforte, a entidade consolida ativos superores a 2,8  mil milhões de euros, empregando mais de 9 000 pesssoas em negócios cuja geografia passa pela Europa (sobretudo Portugal), África (Angola e Moçambique) e América Latina.

Cientistas criam queijo real sem necessidade de leite animal

Cientistas criam queijo real sem necessidade de leite animal

Até hoje, para tentar criar queijo sem uma vaca que produzisse leite era usada a soja, mas cientistas que se denominam «biohackers» dizem ter conseguido "driblar" a necessidade do animal para isso. O grupo diz ser capaz de criar queijo real, através de proteínas de leite real, sem o envolvimento de vacas, cabras, ovelhas ou humanos.
Para isso, o projecto Real Vegan Cheese (queijo realmente vegano), utiliza levedura para pão modificada geneticamente para transformá-las em pequenas fábricas de proteína de leite, que, misturada com água, açúcar vegan e óleo, forma um tipo de leite vegan. Assim, o processo de manufactura do queijo seguiria o tradicional, com um resultado que se assemelha a um lacticínio comum
Os envolvidos estudam o genoma animal atrás de proteínas naturais de produção de leite, e optimiza-o para utilização na levedura, sintetizando o DNA resultante do zero. O DNA, de seguida, é colocado nas células, onde o mecanismo celular produz proteínas reais devido aos genes implantados.
Para fazer o projecto descolar, o grupo tentava arrecadar 15 mil dólares no IndieGogo, site de financiamento colectivo, mas a meta já foi batida com quase um mês restante para o fim da campanha. Há alguns benefícios curiosos para os doadores: quem pagar 2 dólares poderá enviar uma mensagem para reclamar de quaisquer questões que considerar erradas sobre o assunto. Este texto será publicado e o grupo tentará esclarecer os seus pontos. Outro benefício criativo para quem estiver disposto a doar 10 mil dólares é a oportunidade de ter o seu nome vinculado ao queijo.
Os resultados da pesquisa serão abertos, mas o grupo alerta que a fase de pesquisa e desenvolvimento poderá ser longa. Até à constatação de que o consumo é realmente totalmente seguro, o queijo será etiquetado como «não consumível por humanos». Eles esperam conseguir, no entanto, sucesso suficiente para produzir um queijo puro, seguro e legalizado.
O grupo ainda diz que, para aqueles com intolerância a lactose, estão a investigar a possibilidade de usar a levedura para tentar criar proteínas do leite humano para produção de queijo, mas reconhecem que nem todos terão o interesse.

Desenvolvido sistema para monitorizar colmeias

14 DE JULHO DE 2014 AGROTEC
apiculturaA diminuição da população de abelhas tem colocado em xeque o governo norte-americano e boa parte da Europa. Imaginar um mundo sem abelhas provoca o pânico entre as autoridades e, supostamente, entre a comunidade científica que há anos que trabalha em contra-relógio para evitar esse teórico "apocalipse apícola".

Um grupo de Investigadores espanhóis da Universidade de Córodoba trabalha nesse sentido e desenvolveu um novo sistema de monitorização e sensores específicos para colónias de abelhas, destinado a compreender melhor porque é que estes insetos estão a morrer e propor soluções.

Este sistema eletrónico, baseado na tecnologia de hardware open source Arduino, desenhou-se inicialmente para controlar as alterações de temperatura e humidade no interior das colmeias e a sua relação com o exterior. A informação permitirá compreender porque são cada vez mais frequentes as doenças nas abelhas ou como elas podem estar a ser afetadas pelas alterações climáticas, com ondas de frio em épocas não habituais.

A ideia proposta por professores e alunos de ambos os departamentos já se encontra em pleno rendimento e a gerar dados de grande utilidade. Não obstante, está previsto juntar ao sistema novos sensores que permitam medir outras variáveis nas colmeias, como o sono ou o peso, e até o reconhecimento individual de cada abelha, o que gerará grande informação sobre como afetam as condições ambientais a sua atividade diária ou a sua longevidade.

Fonte: ceiA3 (via agrodigital)

FAO: Prevista ligeira descida do preço de produtos agrícolas nos próximos 10 anos


14 DE JULHO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO

A recente descida dos preços dos principais cultivos deverá prolongar-se durante os próximos dois anos, antes de se estabilizarem em niveis acima do período anterior a 2008, mas significativamente abaixo dos máximos alcançados recentemente, segundo o último relatório de Perspetivas Agrícolas elaborado pela FAO e OCDE.

A procura dos produtos agrícolas manter-se-á firme, enquanto aumenta a um ritmo mais baixo do que o registado em décadas anteriores. Os cereais continuam a ser a base da alimentação, mas as dietas são cada vez mais ricas em proteínas, gorduras e açúcar em muitas partes do mundo, à medida que aumentam os rendimentos e a urbanização.

O relatório Perspetivas Agrícolas OCDE-FAO 2014-2013 indica que tais alterações – combinadas com uma população mundial cada vez maior – vão exigir uma expansão substancial da produção na próxima década. Lideradas pela Ásia e América Latina, as regiões em desenvolvimento serão responsáveis por mais de 75% da produção agrícola adicional durante a próxima década.

Ao apresentar o relatório, em Roma, o secretário geral da OCDE Ángel Gurria assegurou que: "os mercados agrícolas estão a recuperar condições mais estáveis depois de um período de preços invulgarmente altos. Estes valores foram favorecidos por reações protecionistas mais moderadas por parte do governo. Mas não podemos considerar-nos satisfeitos. Temos que fazer mais, no âmbito do comércio, produtividade e contra a pobreza. Os governos devem dar proteção social aos mais vulneráveis e desenvolver ferramentas para ajudar os agricultores a gerir os riscos e investir em produtividade agrícola. Alcançar avanços que sejam abrangentes e sustentáveis continua a ser um enorme desafio".

O Diretor Geral da FAO, José Graziano da Silva, assinalou da sua parte que: "Este ano a mensagem do relatório é mais positivo. Os agricultores reagiram muito rapidamente aos preços altos e aumentaram a sua produção, de forma que agora também temos mais disponibilidade. Prevemos que os preços relacionados com os cereais irão diminuir durante pelo menos os próximos dois anos. O panorama é diferente para a carne e peixe, já que enfrentamos uma procura crescente. O bom desempenho do setor agropecuário, em particular dos países em desenvolvimento, contribuirá para a erradicação da fome e da pobreza".

Com uma atenção especial na Índia, o relatório da OCDE e da FAO prevê um crescimento sustentado da produção e o consumo de alimentos, liderado por setores de valor acrescentado, como o dos lacticínios e da aquacultura. Os investimentos em tecnologia e infraestruturas de produção – juntamente com os subsídios numa série de áreas – contribuíram para a forte expansão da produção na última década. O relatório acrescenta que se espera que a pressão sobre os recursos reduza as taxas de crescimento da produção nos próximos anos.

Se bem que se manterá em grande parte vegetariana, as dietas na Índia irão se diversificar. Com o aumento do consumo de cereais, leite e produtos lácteos, pescado, legumes, frutas e verduras, a ingestão de nutrientes alimentares melhorará. A Índia alberga atualmente o maior número de pessoas com insegurança alimentar no mundo.

O relatório Perspetivas Agrícolas prevê que a produção mundial de cereais seja 15% mais alta para 2023 que no período 2011-13. O crescimento mais rápido de produção esperado é nas sementes oleaginosas, com um aumento de 26% nos próximos 10 anos. A expansão da produção de cereais secundários e oleaginosas será impulsionada pela forte procura de biocombustíveis, em particular nos países desenvolvidos, e a crescente procura de forragens nas regiões em desenvolvimento.

O aumento da produção de cultivos alimentares será mais moderado na próxima década, segundo o relatório, com o trigo a crescer à volta dos 12% e o arroz 14%, muito abaixo das taxas de crescimento da década precedente. Prevê-se também que a produção de açúcar aumente 20%, concentrada principalmente nos países em desenvolvimento.

O relatório Perspetivas Agrícolas projeta a evolução de uma ampla gama de produtos básicos para os próximos 10 anos:

- Cereais: os preços mundiais dos principais cereais serão moderados no início do período analisado, impulsionando o comércio mundial. Prevê-se um aumento das reservas, enquanto que as existências de arroz na Ásia alcançaram níveis recorde.

- Sementes oleaginosas: a percentagem global das terras de cultivo plantadas com oleaginosas continua a aumentar – ainda que a um ritmo mais lento que nos últimos anos – já que a crescente procura de óleos vegetais impulsiona a subida dos preços.

- Açúcar: depois de debilitarem-se em finais de 2013, os preços irão recuperar, influenciados pela forte procura mundial. As exportações do Brasil, o maior exportador de açúcar no mundo, ver-se-ão influenciadas pelo mercado do etanol.

- Carne: a firme procura de importações de Ásia, assim como a reposição da cabana na América do Norte sustêm os preços, que se espera que se mantenham acima dos níveis médios da década anterior, ajustados tendo em conta a inflação. Os preços do bovino alcançarão níveis recorde. As aves de curral devem superar a carne de porco e converter-se no produto cárnico de maior consumo nos próximos 10 anos.

- Lácteos: os preços vão cair ligeiramente desde os seus altos níveis atuais, devido aos aumentos sustentados de produtividade nos principais países produtores e a retoma do crescimento na China. A Índia supera a UE para converter-se no maior produtor de leite do mundo, com grandes exportações de leite desnatada e pó.

- Pesca: o crescimento da produção de aquacultura concentrar-se-á na Ásia, e continuará a ser um dos setores alimentares de mais rápido crescimento, superando a pesca de captura para o consumo humano em 2014.

- Biocombústiveis: espera-se que os níveis de consumo e produção de biocombustíveis aumentam em mais de 50%, liderados pelo etanol e biodiesel à base de açúcar. O preço do etanol aumenta em linha com o do petróleo, enquanto que o preço do biodiesel continua mais próximo da trajetória dos preços dos óleos vegetais.

- Algodão: a esperada liberalização das reservas mundiais acumuladas impulsionará o consumo, ajudado pelos preços mais baixos que logo devem recuperar para 2023.

JORNADAS DE EMPREENDEDORISMO AGRÍCOLA Conferência de encerramento em Lisboa

Conferência de encerramento em Lisboa
A conferência de encerramento das Jornadas de Empreendedorismo Agrícola, "Que agricultura queremos para Portugal?", terá lugar no Sheraton Lisboa Hotel, no próximo dia 16 de julho, quarta-feira, das 9.30 às 13.00.
A iniciativa é aberta ao público e o acesso é gratuito, sendo imprescindível a inscrição através do e-mail:conferencias@ciconteudos.pt, até ao dia 14 de julho. Os lugares são limitados à capacidade da sala.
As Jornadas de Empreendorismo Agrícola, promovidas pelo Diário de Notícias e o Jornal de Notícias e apoiadas pelo Millennium bcp, iniciou-se dia 28 de fevereiro deste ano, na Casa da Música, no Porto. Durante seis meses, a ideia foi mostrar o que de melhor se está a fazer no sector agrícola, de norte a sul do país, dar a conhecer protagonistas, casos de sucesso e boas estratégias que possam ajudar a criar negócios e oportunidades com futuro.
Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral e Beira Interior, Oeste, Alentejo e Algarve, foram os locais escolhidos para as passadas conferências, de forma a trazer ao projeto um olhar distinto de cada área de Portugal. As jornadas culminam com esta conferência em Lisboa, onde será feito o balanço de toda a iniciativa.

Embaixadores do “Portugal Sou Eu” promovem produtos portugueses no maior festival de Vinho do Porto

Luís Buchinho, Júlio Magalhães e Justa Nobre no Porto Wine Fest 


Tendo como cenário o Rio Douro e como principal ingrediente as uvas da região com o mesmo nome, o "Portugal Sou Eu" participa na 3ª edição do Porto Wine Fest, o maior festival de promoção do Vinho do Porto, que se realiza entre 16 e 20 de Julho, na Ribeira de Vila Nova de Gaia.

Durante cinco dias, o Vinho do Porto, a gastronomia e os produtos portugueses são o símbolo de uma região, a que o "Portugal Sou Eu" e 25 empresas aderentes ao programa se associam com entusiasmo e criatividade.

Logo no primeiro dia do Porto Wine Fest, 16 de Julho, o "Portugal Sou Eu" recebe Luís Buchinho que, na qualidade de Embaixador do programa, vai participar na divertida acção "Chef Inesperado". Assim, pelas 20.45 horas, o reconhecido estilista português será desafiado a elaborar, com a ajuda de um Chef profissional, uma refeição com produtos com o selo "Portugal Sou Eu" (disponibilizados pelas empresas aderentes), retirados de um cabaz surpresa.

No segundo dia do evento, 17 de Julho, o "Portugal Sou Eu" acolhe, pelas 18.30 horas, mais um dos seus Embaixadores. O jornalista Júlio Magalhães, ajudado por um Chef profissional, também vai participar no desafio "Chef Inesperado", colocando à prova os seus dotes culinários com os produtos do cabaz surpresa "Portugal Sou Eu".

No último dia do Porto Wine Fest, 20 de Julho, pelas 18 horas, a Chef Justa Nobre, também Embaixadora do "Portugal Sou Eu" e uma referência na gastronomia portuguesa, vai partilhar a sua experiência, dando uma aula prática para todos os visitantes do evento. A receita, ainda guardada no "segredo dos deuses", irá ser preparada com produtos com o selo "Portugal Sou Eu". Nesta aula, a Chef de origem transmontana não vai esquecer o propósito do Porto Wine Fest e irá preparar a iguaria com um magnífico Vinho do Porto.

Para melhor dar a conhecer as qualidades e as vantagens de consumir produtos com o selo "Portugal Sou Eu", para além da área de exposição (que conta com a presença de 25 empresas aderentes, representativas de vários sectores de actividades), no espaço decorrem ainda demonstrações, aulas práticas, degustações e actividades interactivas de promoção de produtos com o selo "Portugal Sou Eu".

Fonte:  JP


Agroalimentar português deu cartas na maior feira realizada nos EUA dedicado ao sector

11 empresas lusas representaram o melhor da oferta portuguesa no Summer Fancy Food Fair contactando com milhares de potenciais compradores 


Sob organização da Fundação AIP, através da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, 11 empresas portuguesas participaram na maior feira agroalimentar da América do Norte, que decorreu em Nova Iorque, entre 29 de Junho e 1 e Julho. Esta participação traduz-se na maior representação nacional de sempre de empresas portuguesas presentes no salão, dando mostras dos esforços concertados para internacionalizar o sector para novos mercados.

Fátima Vila Maior, diretora de área de Feiras da AIP – Feiras Congressos e Eventos, realça 'o potencial do mercado norte-americano cujas exportações têm crescido a bom ritmo, tendo sido exportados em 2013 110.6 milhões de euros em produtos das várias fileiras do agroalimentar português para o país. Estamos a falar de um mercado com 225 milhões de consumidores, que só há bem pouco tempo começaram a conhecer e a interessar-se pela qualidade e autenticidade que caracteriza os nossos produtos. No que diz respeito ao consumo de produtos gourmet o azeite, o queijo e os vinhos estão entre os mais apreciados pelos norte-americanos.'

A responsável salienta que 'é preciso continuar a apoiar as empresas portuguesas nos seus intentos de internacionalização, promovendo a sua divulgação em novos mercados e capitalizando sinergias e contactos que se materializem em mais negócios. O recorde firmado com a presença de 11 empresas portuguesas na Summer Fancy Food Fair é um exemplo inequívoco da vontade e capacidade do nosso tecido empresarial em se afirmar e adaptar a novos perfis de consumo e mercados'.

As fileiras das conservas e enlatados, arroz, azeite, vinho, doçaria e queijos nacionais estiveram representadas através da Císter, Cofaco Açores SA, Maçarico, Novarroz – Produtos Alimentares, Olivais do Sul, Carb - Casa Agrícola Rui Batel, Crespo, Queijaria Artesanal Ilídio, Quinta do Beato, ViniLourenço e Portugal Senses, empresas que integraram o stand levado pela AIP – Feiras, Congressos e Eventos ao salão americano.

O evento que se realiza desde 1955 assinalou este ano a sua 60ª edição com mais de 2700 empresas participantes, entre importadores e presenças internacionais de 49 países, e cerca de 24 mil compradores.

Portugal Agro de 20 a 23 de Novembro

Com o objectivo de reafirmar o potencial da oferta agroalimentar portuguesa, o Portugal Agro realiza-se de 20 a 23 de Novembro a Fundação AIP, através da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, com o Alto Patrocínio da Ministério da Agricultura e do Mar e o apoio de 45 entidades ligadas ao sector.

Este evento, com o mote "Do campo até à mesa", trará a Lisboa a maior mostra da capacidade produtiva nacional, apostando no convite a compradores estrangeiros com vista a potenciar novos negócios para as empresas presentes.

Sector agroalimentar português com forte potencial de crescimento

As exportações do agroalimentar cresceram 7,8% em 2013 e no período de 2007 a 2013 em média também acima dos 7%, mais do dobro do total da economia em matéria de exportações. De sublinhar o facto da taxa de cobertura das importações pelas exportações ter vindo a progredir sustentadamente ao longo dos últimos anos, de 53,3% em 2011, para um valor acima dos 60% em 2013.

De salientar que Espanha, Angola, Rússia, África do Sul, Brasil, Holanda, Estados Unidos, são alguns dos vários mercados que se têm revelado mais atrativos na procura de produtos agroalimentares portugueses.

Fonte:  AIP

Câmara do Fundão transforma antiga escola em casa temática dedicada à cereja

A Câmara do Fundão vai transformar a antiga escola de Alcongosta, localidade na qual está concentrada a maior área de cerejal do concelho, numa casa temática dedicada à cereja, disse hoje à Lusa o presidente do município.

Paulo Fernandes esclareceu que o projecto, cujo investimento rondará os 75 mil euros, será enquadrado na estratégia de valorização, promoção e notoriedade da Cereja do Fundão e integrará o conjunto de casas temáticas - ecomuseus - do concelho.

"Começámos com a Casa das Tecedeiras, a Casa do Mel, a Casa do Cogumelo e a Casa do Bombo, e agora vamos alargar a rede com a Casa da Cereja, que naturalmente ficará instalada em Alcongosta, mais concretamente na antiga escola primária", referiu.

Fonte:  Lusa

Indonésia passa Brasil como maior desflorestador do mundo


A Indonésia passou o Brasil e tornando-se o maior desflorestador do mundo com quase o dobro da destruição de florestas em 2012, segundo um artigo publicado na revista "Nature Climate Change".

O artigo revela que o arquipélago indonésio perdeu quase o dobro (840.000 hectares) de massa florestal em relação ao Brasil (460.000 hectares) em 2012, última data com dados.

A investigadora Belinda Arunarwati Margono, que faz parte do grupo autor do estudo, explicou à agência EFE que o mais preocupante é que a alarmante desflorestação da Indonésia afecta as florestas primárias, massas florestais virgens que são o habitat de inúmeras espécies animais em vias de extinção, tais como tigres, rinocerontes asiáticos e orangotangos.

Margono afirmou que apesar de o Governo indonésio ter aprovado uma moratória em 2011 com a intenção de limitar o abate de florestas nativas, na realidade a medida apenas protege as florestas menos afectadas pelo Homem, enquanto deixa outras sem protecção.

"Por esse motivo dividimos as florestas em duas classes na nossa investigação, as que nunca foram alteradas e as que em algum momento sofreram perturbações devido à actividade humana", explicou.

Margono declarou que os investigadores descobriram que 98% das florestas primárias abatidas registaram-se na categoria não abrangida pela moratória, causando uma notável perda de habitats de fauna protegida, enquanto libertou também enormes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera.

O estudo, que se intitula "A perda de cobertura florestal primária na Indonésia entre 2000-2012", foi realizado por um grupo de investigadores da Universidade de Maryland, nos EUA e do World Resource Institute com acesso a dados do Ministério da Administração Florestal da Indonésia.

Segundo os cientistas, desde o início do século a Indonésia perdeu pelo menos 15,79 milhões de hectares de massa florestal, maior que a área de Portugal continental.

Enquanto no período 2000-2012, a área florestal perdida no Amazonas brasileiro caiu uma média anual de 113.800 hectares na Indonésia, o valor aumentou 47.600 hectares todos os anos, um avanço motivado especialmente pela indústria papeleira e de óleo de palma.

Segundo Margono, os resultados do estudo em ilhas como Sumatra, onde 70% das suas florestas foram alteradas ou abatidas, devem servir de advertência para outras zonas do país com menor nível de abate.

"...(Sumatra) é no que se irão converter as outras ilhas no futuro se continuar o uso intensivo das florestas. Seguem-se Kalimantan (Bornéu) e Papua que, se não fizerem nada, podem acabar da mesma maneira", afirmou a investigadora, que durante sete anos compilou informação no Ministério da Administração Florestal indonésio.

A Indonésia tem a maior área florestal do mundo apenas atrás do Amazonas e do Congo, sendo que nas florestas indonésias se encontram 10% de todas as plantas do planeta, 12% dos mamíferos, 17% dos pássaros e 16% dos anfíbios-répteis.

Ao mesmo tempo, o país é o maior produtor de óleo de palma do mundo e um dos maiores produtores de papel e madeira, indústrias que com a desflorestação contribuem para que a Indonésia seja o terceiro maior emissor de dióxido de carbono do mundo.

Fonte:  Lusa

A Comissão Europeia irá combater práticas desleais na cadeia de abastecimento alimentar

Comissão Europeia

 Comunicado de imprensa


A Comissão Europeia adoptou hoje uma comunicação em que incentiva os Estados-Membros a procurarem melhorar a protecção dos pequenos produtores e retalhistas de produtos alimentares contra as práticas desleais dos seus, por vezes, muito mais fortes parceiros comerciais. Antes de um produto alimentar chegar ao consumidor, um grande número de diferentes operadores no mercado (produtores, transformadores, retalhistas, etc.) da cadeia de abastecimento contribui para o aumento da sua qualidade e valor. Devido a certas evoluções como uma maior concentração do mercado, existem níveis muito diferentes de poder negocial nas relações entre os operadores da cadeia de abastecimento. Embora as diferenças de poder negocial sejam normais e legítimas nas relações comerciais, estes desequilíbrios podem, em alguns casos, conduzir a práticas comerciais desleais (PCD).

O Vice-Presidente da Comissão responsável pelo mercado interno e pelos serviços Michel Barnier afirmou: «Enquanto consumidores, podemos todos fazer compras nos nossos retalhistas locais, mas a cadeia de abastecimento alimentar tem uma clara dimensão europeia. Deve existir uma situação de igualdade concorrencial entre, por um lado, as PME fornecedoras e retalhistas do sector alimentar e, por outro, os fabricantes e supermercados multinacionais de grandes dimensões. As práticas comerciais desleais põem em perigo este objectivo. O sector já envidou esforços importantes e valiosos para combater as práticas desleais, devendo prosseguir nesse sentido. Os Estados-Membros devem assegurar que dispõem de quadros regulamentares eficazes e coerentes para reforçar e complementar as iniciativas de autorregulação.»

As práticas comerciais desleais (PCD) incluem o seguinte:

Evitar ou recusar lavrar por escrito condições comerciais essenciais;

Aplicar efeitos retroactivos a alterações unilaterais do custo ou preço de produtos ou serviços;

Transferir riscos injustificados ou desproporcionados para uma parte contratante;

Alterar deliberadamente o calendário de entrega ou de recepção para obter vantagens injustificadas;

Cessar unilateralmente uma relação comercial sem aviso prévio ou com um período de pré-aviso demasiado curto e sem uma razão objectivamente justificada.

A cadeia de abastecimento alimentar é crucial não só para a vida quotidiana e o bem-estar dos consumidores, mas também é importante para o conjunto da economia, empregando mais de 47 milhões de pessoas na UE, muitas em PME, e representando cerca de 7 % do valor acrescentado bruto da UE. A dimensão total do mercado do comércio retalhista de produtos alimentares da UE é estimada em 1,05 biliões de EUR. A cadeia de abastecimento alimentar tem uma forte dimensão internacional e uma especial importância no âmbito do mercado único da UE. O comércio transfronteiras entre os Estados-Membros da UE representa cerca de 20 % do total da produção alimentar da UE. As estimativas sugerem que, pelo menos, 70 % do volume total das exportações de produtos agrícolas de países da UE vão para outros Estados-Membros da UE.

Elementos principais

A Comunicação sobre práticas comerciais desleais propõe uma série de prioridades para as partes interessadas com o objectivo de possibilitar a adopção de um enquadramento eficaz a nível da UE contra estas práticas. Não propõe medidas regulamentares a nível da UE, mas incentiva os Estados-Membros a adoptarem medidas adequadas contra as PCD, tendo em conta as respectivas circunstâncias nacionais. As propostas contidas na comunicação baseiam-se em três componentes principais:

1. Apoio da iniciativa voluntária da cadeia de abastecimento: Os códigos de conduta voluntários constituem uma importante pedra angular das relações comerciais justas e sustentáveis. Por conseguinte, a comunicação exorta os operadores da cadeia de abastecimento alimentar a aderirem à iniciativa da cadeia de abastecimento lançada em Setembro de 2013 e às suas plataformas nacionais. Convida, além disso, o grupo de governação da iniciativa a maximizar a participação das PME, que são os principais beneficiários da iniciativa.

2. Normas aplicáveis a toda a UE em matéria de princípios de boas práticas: Os Estados-Membros que já estão a abordar as PCD a nível nacional escolheram abordagens diferentes para o fazer. Por outro lado, alguns Estados-Membros não tomaram ainda quaisquer medidas específicas contra as PCD. A fim de fazer face às PCD de modo eficaz em toda a UE e, em particular, a nível transfronteiras, seria benéfico existir um entendimento comum das regras no domínio das PCD. A comunicação propõe que os princípios da iniciativa da cadeia de abastecimento poderiam constituir a base desse entendimento regulamentar comum.

3. Aplicação efectiva a nível nacional: Se a parte mais fraca numa relação comercial é economicamente dependente da sua contraparte mais forte, é possível, muitas vezes, que se abstenha de se defender contra as PCD através de mecanismos de resolução de litígios judiciais ou voluntários por receio de comprometimento ou perda da sua relação comercial. A fim de criar um factor de dissuasão credível contra o recurso a PCD, a comunicação propõe a aplicação de normas mínimas aplicáveis em toda a UE.

Contexto

A importância da promoção de relações comerciais sustentáveis que combatam as PCD foi sublinhada no Plano de acção europeu para o sector retalhista de Janeiro de 2013 (IP/13/78). O Livro Verde da Comissão sobre as PCD na cadeia de abastecimento alimentar e não alimentar entre as empresas na Europa, publicado juntamente com o plano de acção, lançou um amplo debate e permitiu a recepção das respostas de uma grande variedade de partes interessadas. A comunicação de hoje aprofunda essas iniciativas.

As PCD podem ter efeitos prejudiciais, sobretudo para as PME da cadeia de abastecimento alimentar. Podem afectar a capacidade das PME para sobreviver no mercado, realizar novos investimentos em produtos e tecnologias e desenvolver as suas actividades transfronteiras no mercado único. Além disso, poderá igualmente haver certos efeitos negativos indirectos ao longo da cadeia de abastecimento para as PME. Por exemplo, uma PME poderá logo à partida não tentar estabelecer uma relação comercial por receio de ser afectada por PCD. As PCD aplicadas na UE poderão igualmente ter efeitos directos ou indirectos nos produtores e empresas de fora da UE, incluindo nos países em desenvolvimento.

Alguns Estados-Membros reconheceram os efeitos potencialmente nocivos das PCD e lançaram iniciativas regulamentares contra essas práticas ou tencionam fazê-lo, o que tem conduzido a divergências regulamentares a nível da UE. No contexto do Fórum de Alto Nível sobre a Melhoria do Funcionamento da Cadeia de Abastecimento Alimentar, os operadores de mercado reconheceram o problema das PCD e desenvolveram um conjunto de bons princípios para as relações verticais e um quadro de autorregulação para aplicar estes princípios, a chamada iniciativa da cadeia de abastecimento.