terça-feira, 15 de julho de 2014

Desempregados portugueses não querem trabalhar na agricultura

Julho 14
12:23
2014

Uma empresa americana que se dedica à produção de frutos vermelhos em estufa na zona de Odemira registou a recusa dos desempregados portugueses em quererem trabalhar na agricultura.

Esta empresa necessita de muita mão-de-obra, sobretudo na época da colheita e não consegue arranjar trabalhadores portugueses, tendo, no ano passado, recrutado nos serviços de emprego 40 funcionários, metade dos quais abandonaram o trabalho ao fim de um dia e os restantes ao fim de uma semana.

Recorre, assim, a mão-de-obra tailandesa, que apesar de lhes custar mais 2000 euros por ano, por cada trabalhador, devido aos custos de transporte e estadia, acaba por ser a única solução para dar continuidade à actividade.

A Europa, nos últimos anos, tem orientado a sua estratégia agrícola para o aumento da produção, reduzindo o peso do trabalho na mesma, o que tem aberto as portas a países como Portugal, onde a mão-de-obra é mais barata, para a produção de culturas como os frutos vermelhos, que exigem muito trabalho, mas que têm importante valor acrescentado.

Esta situação dos desempregados não quererem trabalhar no sector pode desmotivar as empresas a produzir estes produtos no nosso país, pois, uma vez que têm de importar a mão-de-obra, podem desenvolver a sua actividade em qualquer local.

Com cerca de 15% de desemprego, as justificações para esta situação dividem-se com considerações de trabalho duro e muito mal pago e de que os subsídios de desemprego são bem mais atractivos do que receber o salário mínimo nacional e ir trabalhar para uma estufa.

Uma situação é certa: hoje em dia, mais de 60% da massa salarial da agricultura na zona de Odemira é constituída por trabalhadores estrangeiros, o que deve levar a uma reflexão profunda por parte dos nossos responsáveis políticos, pois pagamos a pessoas que não querem trabalhar e, ao mesmo tempo, fazemos sair divisas do país.

Talvez seja necessário fazer um estudo do trabalho na agricultura e convencer os desempregados que os empregos bons não são só na função pública ou nos escritórios.

2 comentários:

Anónimo disse...

Será que se pagassem um salário melhor talvez os trabalhadores Portugueses não abondonassem o trabalho, esses 2.000€ que pagam a mais aos Tailandeses (tranporte e alojamento) provávelmente se distribuissem parte pelos nosos trabalhadores, era suficiente para os trabalhadores Portugueses aceitarem o trabalho.

Anónimo disse...

Não querem trabalhar porque o Centro de Emprego lhes paga para estarem no café a beber minis fresquinhas. Quem inventou o subsidio de desemprego, armado em democrata e grande humanista etc, devia era pagar do seu bolso. Antigamente não existia essa " mama" e a malta parra se desenrrascar ia esgravatar no trabalho. Agora são todos grandes doutores, que alguns nem falar sabem, e agarram-se ao subsidio milagroso que até paga ferias no algarve e prestações de compra de carros, como alguns casos que todos conhecemos. Também quero, amanha vou ao centro de emprego pedir.

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