sábado, 9 de fevereiro de 2019

Cooperativa prevê exportar um milhão de euros em frutos silvestres em 2019


Jornal Económico com Lusa 08 Fevereiro 2019, 09:59

A cooperativa Capital dos Frutos Silvestres, em Oliveira do Hospital, exportou em 2018 mirtilos e framboesas no valor de 100 mil euros, esperando que o volume de negócios ascenda este frutos silvestresano a um milhão de euros.

A cooperativa Capital dos Frutos Silvestres, em Oliveira do Hospital, exportou em 2018 mirtilos e framboesas no valor de 100 mil euros, esperando que o volume de negócios ascenda este frutos silvestresano a um milhão de euros. O presidente da cooperativa, Nuno Pereira, disse esta sexta-feira à agência Lusa que a próxima colheita dos pequenos frutos "deverá rondar as 300 toneladas e já está vendida", maioritariamente no mercado externo.

"Quanto mais tivéssemos, mais comercializávamos", afirmou, esclarecendo, no entanto, que as previsões para 2019 estão dependentes de fatores de ordem climática e de eventuais pragas.

Em 2018, as plantações de mirtilo foram atacadas pela mosca-da-fruta e o temporal Leslie causou igualmente danos avultados nas explorações de framboesa, que são cultivadas em estufas, depois de o incêndio de 15 de outubro de 2017 ter destruído um elevado número de empreendimentos nesta área em diversos municípios do interior. "No ano passado, vendemos 100 mil euros de fruta, mas tínhamos previsto o dobro", disse Nuno Pereira.

A Capital dos Frutos Silvestres, que reúne meia centena de produtores da região, registou "uma quebra grande na framboesa". "Apesar de todos os problemas, esperávamos 50 toneladas, mas não chegámos às 10 toneladas", adiantou.

O dirigente lamentou os estragos provocados pelo Leslie, em outubro, "em pleno pico da campanha da framboesa", que decorre entre setembro e janeiro, e cuja colheita se destina sobretudo à exportação para países do norte da Europa, que não produzem este fruto nos meses frios.

Por outro lado, durante o verão, a mosca-da-fruta proliferou no interior da região Centro devido aos desequilíbrios ambientais originados pelos incêndios, o que resultou também em quebras na produção de mirtilo.

"Podíamos ter ido às 200 toneladas, mas colhemos apenas 55 toneladas", informou Nuno Pereira.

Desta quantidade, aproximadamente 40 toneladas foram exportadas, restando 15 toneladas "congeladas para compotas e concentrados", além de alguns produtos inovadores.

Noutros casos, houve produtores que "enterraram grandes quantidades" de mirtilo, a fim de destruir os ovos da mosca que poderão eclodir no ano seguinte.

Fundada em 2017, a Capital dos Frutos Silvestres produziu ainda 200 toneladas de pera rocha e maçãs das variedades "golden" e bravo-de-esmolfe, comercializadas apenas no mercado nacional.

A cooperativa de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, é uma das empresas portuguesas presentes na Fruit Logística, que termina hoje em Berlim, Alemanha.

"A nossa aposta é relançar a agricultura na região, mesmo sabendo que se avizinham tempos muitos difíceis", disse Nuno Pereira.

Na quarta-feira, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, esteve na abertura desta feira do comércio internacional de frutas e visitou a representação da Capital dos Frutos Silvestres

Governo e produtores querem aproveitar nova PAC para recuperar produção de cereais


O Governo e os produtores pretendem aproveitar as oportunidades da nova Política Agrícola Comum para recuperar a produção de cereais, tendo como objetivo um nível de aprovisionamento de 38% em cinco anos, disse à Lusa o ministro da Agricultura.


Lusa
08 Fevereiro 2019 — 18:06

"Os Estados-membros vão ter uma maior liberdade em definir as suas políticas internas e nós queremos aproveitar essa nova oportunidade que a PAC [Política Agrícola Comum] nos vai dar, para nela integrar medidas mais adequadas à recuperação da produção de cereais em Portugal", disse à Lusa Capoulas Santos, após a sua intervenção na primeira reunião da Comissão de Acompanhamento da Estratégia Nacional da Produção de Cereais, que decorreu em Lisboa.

De acordo com o governante, para isso, foi definido um conjunto de 17 medidas que passam pela racionalização dos custos de energia, a certificação das sementes selecionadas, investigação, adaptação de novas variedades, inovação tecnológica e redução de custos".

No entanto, o líder do Ministério da Agricultura ressalvou que a recuperação da produção cerealífera não ocorrerá nos termos verificados no passado.

"Esta estratégia visa recuperar a produção de cereais, não nos termos em que existiu no passado, que é completamente inadaptável às circunstâncias de hoje. Antes do 25 de Abril, no Estado Novo, tínhamos as fronteiras fechadas, havia uma política protecionista aos cereais, que atribuía preços políticos muito superiores àqueles que eram os preços comunitários", afirmou.

Antes de 1974, "o preço pago ao agricultor era na ordem dos cinquenta escudos por quilo", enquanto, o preço comunitário "era de 21 escudos por quilo", explicou.

Para Capoulas Santos, devido às condições climáticas de Portugal é muito difícil ter "altas produtividades" de cereais, uma vez que se trata de "uma cultura, essencialmente de sequeiro, muito dependente da chuva", embora já vá havendo cultura de regadio.

"Estamos a procurar fazer uma abordagem integrada, otimizando todos os recursos, quer os que estão disponíveis neste quadro comunitário, mas estamos, sobretudo, a trabalhar no futuro, já que, a partir de 2020, teremos uma nova PAC com novas regras", sublinhou.

Em 12 de julho, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção Cerealífera, com o objetivo de tornar o setor "mais forte e eficiente".

A estratégia em causa tem como objetivo atingir, em cinco anos, um grau de auto-aprovisionamento em cereais de 38%, correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos (como a aveia e o trigo, por exemplo).

Criada comissão para acompanhar organização da produção de cereais - diploma

O Governo criou hoje uma Comissão Técnica de Acompanhamento do Reconhecimento de Organizações de Produtores de Cereais, que vai monitorizar a evolução da organização da produção de cereais e propor melhorias, nomeadamente de simplificação do regime.


Lusa
05 Fevereiro 2019 — 10:56

A comissão foi criada por despacho do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, publicado hoje em Diário da República para entrar em vigor na quarta-feira.

"Importa operacionalizar a medida prioritária (...) dirigida ao setor dos cereais, garantindo-se, desde já, o envolvimento dos agricultores, através das organizações representativas deste setor, nos mecanismos de monitorização de funcionamento do regime de reconhecimento, criando-se, para tanto, uma comissão técnica de acompanhamento", afirma o governante.

Segundo o diploma, compete a esta comissão técnica monitorizar o funcionamento do regime de reconhecimento no setor dos cereais e respetivos resultados em termos de evolução estrutural da organização da produção em Portugal, propondo "eventuais melhorias, nomeadamente no tocante à simplificação do referido regime, bem como contribuir para a sua avaliação".

A Comissão é coordenada pelo Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) e composta ainda por membros do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, Direções Regionais de Agricultura e Pescas, Associação Nacional de Produtores Cereais, Oleaginosas e Proteaginosas, Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo e Associação de Orizicultores de Portugal.

A Comissão reúne semestralmente ou quando convocada pelo GPP.

Em julho do ano passado, o Governo aprovou a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais que definiu como objetivos estratégicos a redução da dependência externa, a consolidação e aumento de áreas de produção, a criação de valor na fileira e a viabilização da atividade produtiva.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Governo anuncia 190 milhões de euros de apoios financeiros à agricultura


Lígia Simões 06 Fevereiro 2019, 18:29

A partir de junho, deverá estar disponível um novo programa de financiamento à agricultura nacional, em complemento ao Programa de Desenvolvimento Rural PDR 2020, revela ministro da Agricultura. Novos apoios resultam de acordo com o Banco Europeu de Investimento (BEI).

O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, anunciou nesta quarta-feira, 6 de Fevereiro, que deverá estar disponível a partir de junho um novo programa de financiamento à agricultura nacional, em complemento ao Programa de Desenvolvimento Rural PDR 2020. O novo programa de financiamento resulta de um acordo estabelecido com o Banco Europeu de Investimento (BEI), através do qual serão disponibilizados 190 milhões de euros para financiar projetos que ultrapassem a dotação do PDR 2020.


"Negociámos com o Banco Europeu de Investimento, uma forma de financiamento ao setor, através do qual o BEI disponibilizará 190 milhões de euros, e o Ministério da Agricultura, através do PDR 2020, garantirá um financiamento para a garantia destes empréstimos na ordem dos 20 milhões", explicou o ministro durante a visita à feira Fruit Logistica, que hoje abriu as portas em Berlim.

Segundo Capoulas Santos, trata-se de um apoio reembolsável, com juros o mais baixo possível e até três anos de carência.

Acompanhado do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, o titular da pasta da Agricultura visitou os expositores nacionais, a maior parte dos quais (37) integra a Portugal Fresh, organização de produtores vocacionada para o mercado externo. A Fruit Logistica é o maior evento mundial do setor hortofrutícola e tem vindo a acolher uma participação nacional cada vez mais expressiva, reveladora da dinâmica de crescimento da produção nacional.

Os resultados do setor hortofrutícola mantêm uma trajetória de crescimento sistemático, tendo a produção atingido os 2.500 milhões de euros em 2017, dos quais uma fatia de 41% seguiu o caminho da exportação. Em 2018, estima-se que o valor das exportações hortofrutícolas tenha atingido os 1.500 milhões de euros, que correspondem a 50% do total do volume de negócios.

Desde que assumiu funções, este Governo abriu já 15 mercados para 45 produtos de origem vegetal e está igualmente a negociar a abertura de outros 18 mercados para viabilização da exportação de mais 50 produtos da área vegetal. África do Sul, China, Indonésia e Coreia do Sul são os mercados prioritários. Estes números resultam de uma forte aposta do Governo na internacionalização, que contrasta com os resultados alcançados pelo anterior Executivo (três mercados abertos para sete produtos ao longo de toda a legislatura).

É na agricultura que há maior crescimento de empresas


Agricultura e pescas tem sido um dos setores mais dinâmicos da economia. Há mais empresas e nesta área de atividade passou-se de prejuízos a lucros.


Rui Barroso
06 Fevereiro 2019 — 06:13


Portugal está a ganhar empresas. E tem sido na agricultura e pescas que mais têm germinado novas sociedades. Entre 2013 e 2017, o número de empresas nesse setor cresceu mais de 31%, segundo um estudo do Banco de Portugal divulgado nesta semana. O número de empresas aumentou em mais de 4200, para 17 613.

O ritmo da criação de empresas na agricultura e pescas é mais de quatro vezes superior ao de todas as atividades económicas. Entre 2013 e 2017, o número de sociedades não financeiras em Portugal subiu 7%, totalizando mais de 400 mil empresas.

José Martino, engenheiro agrónomo e presidente da empresa de consultadoria agrícola EspaçoVisual, aponta a crise como uma das explicações para o regresso à agricultura. "A crise económica e social que se abateu sobre Portugal em 2011 gerou uma taxa de desemprego muito elevada e motivou um olhar diferente sobre a agricultura. Esta ganhou importância pela produção de bens transacionáveis", realça ao DN/Dinheiro Vivo.

O especialista explica ainda que em "2013 estava em pleno funcionamento o quadro europeu de ajudas públicas ao investimento na agricultura, que deu importantes apoios a jovens que se quisessem instalar pela primeira vez na agricultura e a menos jovens que tivessem interesse em investir no setor primário".

Além da agricultura e pescas, o setor que registou um maior crescimento de empresas entre 2013 e 2017 foi o de outros serviços. Nesse período, apenas na construção houve uma quebra no número de empresas. A nível geográfico foi nos Açores e no Algarve que se assistiu a um maior crescimento no número de empresas, com subidas de 12,3% e 9,1%, respetivamente.

Sobrevivência e vitalidade
Para analisar o dinamismo das empresas, além do número de sociedades, o Banco de Portugal avaliou ainda o grau de sobrevivência das empresas. E também neste ponto foi a agricultura e pescas a demonstrar maior vitalidade.

"Das empresas criadas em 2013 nestes setores, 97% sobreviveram ao primeiro ano de vida e 82% continuavam em atividade ao fim de quatro anos", indica o Banco de Portugal. Em todas as áreas de atividade, 95% das empresas aguentaram o primeiro ano. Mas apenas 74% sobreviviam no quarto ano de atividade.

José Martino explica que "no setor primário demora mais tempo até se chegar ao pico de produção do projeto" e que por isso "os empreendedores já estão mentalizados para manterem as explorações agrícolas a funcionar pelo menos durante cinco a sete anos, daí o fecho das empresas agrícolas acontecer mais tarde do que nos outros setores".

Resultados melhoram
A aposta de mais empreendedores na agricultura está a dar resultados. Os dados do Banco de Portugal indicam que em 2017 o setor da agricultura e pescas teve lucros acumulados de 414,3 milhões de euros. Em 2013, esta área de atividade estava em pousio, registando prejuízos de 35,6 milhões.

Já as vendas aumentaram quase 40%, passando de 3,7 mil milhões em 2013 para mais de 5,1 mil milhões de euros em 2017. O valor gerado em exportações também cresceu. Subiu de 411 milhões para 633 milhões de euros, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal.

Brexit: Solução para saída problemática é procurar mercados alternativos -- Capoulas Santos


O ministro da Agricultura, defendeu hoje, em Berlim, que apesar do 'Brexit' ser ainda uma incerteza, no caso de se verificar uma saída "problemática", a melhor solução seria encontrar mercados alternativos ao Reino Unido para as exportações portuguesas.


Lusa
06 Fevereiro 2019 — 17:00

"Temos de estar preparados para todos os cenários, até para o pior cenário, que seria uma saída desordenada que, por absurdo, levaria a que se viessem a estabelecer taxas alfandegárias elevadas que encarecessem os produtos. A melhor solução, se houver uma saída mais problemática, é encontrarmos mercados alternativos", disse Capoulas Santos que falava aos jornalistas à margem da visita à feira Fruit Logistica.

Capoulas Santos referiu ainda que acredita que será encontrada uma solução política para a saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit').

"O Reino Unido não é um país qualquer, tem uma relação de grande proximidade e vive um momento de alguma turbulência política, que não pode ser dissociado do atual contexto do dossier do 'Brexit'", defendeu.

Para o líder do Ministério da Agricultura, "mais tarde ou mais cedo, será encontrado um acordo que não será muito diferente, daquele que a União Europeia tem hoje, por exemplo, com a Suíça e a Noruega".

A saída do Reino Unido da União Europeia está agendada para março de 2019, três anos após o referendo que teve 52% dos britânicos a votarem a favor do 'Brexit'.

Governo investe nove milhões de euros em material para a limpeza das florestas


01 DE FEVEREIRO DE 2019 - 20:55
Conselho de ministros aprovou a aplicação de nove milhões de euros em equipamento para limpeza e abertura de faixas de gestão.


O ministro da Agricultura anunciou esta sexta-feira um investimento de nove milhões de euros para a aquisição de equipamento pesado para a limpeza de faixas de proteção florestal e, depois, no verão ajudar no combate aos incêndios.

Capoulas Santos disse que a medida foi aprovada no conselho de ministros de quinta-feira e se enquadra no âmbito da reforma da floresta.

O ministro especificou que os nove milhões de euros vão ser aplicados na aquisição de 12 tratores pesados, mais cerca de uma dezena de tratores de mais pequena dimensão, camiões de transporte e outras alfaias agrícolas.

"Para que o Ministério da Agricultura não esteja dependente dos empreiteiros privados para fazer as faixas de proteção e as zonas de limpeza da floresta. No ano passado, houve muita procura e os preços chegaram a triplicar e quadruplicar e algumas obras não puderam ser feitas porque não havia empresas no mercado para fazer", salientou o governante, que falava em Vila Pouca de Aguiar.

Capoulas Santos explicou que esse equipamento estará disponível, durante o ano, para a realização da limpeza das faixas e a abertura de novas faixas de proteção.

Depois, acrescentou, estará à disposição das forças de combate durante os três meses de verão.

"Durante todo o ano trabalharão para o Ministério da Agricultura e, nos três meses de verão, esta maquinaria estará à disposição dos municípios, através das comunidades intermunicipais, para acudir se necessário na ajuda ao combate aos incêndios".

O ministro falava aos jornalistas à margem da assinatura dos contratos-programa para a constituição dos agrupamentos de baldios, entre o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), em representação do Estado, a Federação Nacional dos Baldios (Baladi) e a Associação Florestal de Portugal (Forestis).

Este é um programa piloto que visa a criação de 20 agrupamentos de baldios (AdB), em 15 áreas prioritárias, e que envolve um investimento de 3,6 milhões de euros.

"Trata-se de criar condições para uma gestão profissional da floresta, através da aquisição de técnicos, de equipamentos, da elaboração de planos de gestão e da elaboração do cadastro", referiu.

Ou seja, de um "conjunto de instrumentos que permitem a gestão profissional para uma floresta mais ordenada e bem gerida".

"É um passinho mais no vasto conjunto de medidas que desde há dois anos temos vindo a por em execução no âmbito desta grande reforma da floresta", salientou.

Capoulas Santos disse ainda que o Governo está a acompanhar a situação de mau tempo para depois avaliar da necessidade de alguma ação em concreto.

Governo diz levar "muito a sério" o combate à vespa velutina


O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, disse hoje, em Marco de Canaveses, que o Governo leva "muito a sério" o combate à vespa velutina, por ser um problema que "afeta a economia".

"A nossa presença aqui pretende demonstrar que este é um problema que o Governo e o Ministério da Agricultura levam muito a sério", assinalou, aludindo aos impactos negativos daquele inseto invasor na economia, em particular na agricultura e, "de forma mais específica", na apicultura.

"Estamos a trabalhar na informação, no alerta, na prevenção e deteção precoce, na formação dos agentes e dos cidadãos e no combate", referiu, a propósito dos indicadores hoje revelados, enquanto felicitava o trabalho da autarquia de Marco de Canaveses na eliminação de centenas de ninhos de vespa velutina.

No entanto, para o ministro, "este é um problema que será impossível erradicar".


Há, contudo, anotou, alguns indicadores que dão "alguma esperança" de que é possível "controlar e reduzir, tanto quanto possível, a população deste inseto invasor".

O ministro falava na sessão onde reforçou a importância de o executivo ter disponibilizado um milhão de euros para as autarquias combater à vespa velutina.

"Na sequência deste esforço, nós decidimos, dentro do orçamento do ministério, procurar alocar a este programa mais um milhão de euros que vamos pôr ao dispor das autarquias para as ajudar neste combate", afirmou.

Capoulas Santos explicou que os municípios podem candidatar-se com projetos até ao limite de 10 mil euros por ano.

As verbas, frisou, destinam-se a pagar a eliminação de cada ninho daquele inseto invasor. O ministro precisou que serão pagos 25 euros por cada ninho primário eliminado e 100 euros por cada ninho secundário destruído.

"Pretendemos estimular e procurar tornar mais eficaz este programa", afirmou, mostrando-se esperançado que será assim possível melhorar os indicadores do combate à chamada vespa asiática.

No ano passado, foram eliminados 4.085 ninhos em território nacional, a maioria a norte do Tejo. Desde o início da invasão daquele tipo vespa oriundo de países asiáticos, em 2015, já foram destruídos 12.861 ninhos, segundo indicadores hoje anunciados, o que corresponde a 75% dos alertas.

Antes do discurso do ministro, tinha sido apresentada, no salão nobre do Paços do Concelho, a Campanha Nacional de Combate à Vespa Velutina, que envolve vários agentes da administração central, autarquias e proteção civil.

Na sessão de hoje em Marco de Canaveses participaram os secretários de Estado da Agricultura e das Florestas e representantes de outros organismos do Estado e da proteção civil.

"O nosso objetivo é mobilizar os agentes mais diretamente interessados e os cidadãos para este combate que temos de travar sem tréguas e do qual queremos sair vencedores", concluiu Capoulas Santos.

A presidente da Câmara, Cristina Vieira, destacou, por seu turno, o trabalho realizado no concelho no combate àquele inseto invasor, em articulação com a proteção civil, nomeadamente a mudança de estratégia de intervenção ocorrida em 2018, que permitiu melhorar a sua eficácia nas várias freguesias.

No ano passado foram destruídos no concelho 290 ninhos, foi hoje revelado.

INL lidera desenvolvimento de "solução inovadora" para monitorizar maturação das uvas


O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, lidera um projeto para encontrar uma "solução inovadora" de monitorização contínua, em tempo real, da maturação da uva e do stresse hídrico da videira, determinando o momento certo para vindimar.

Lusa
05 Fevereiro 2019 — 18:30

Em comunicado enviado hoje à Lusa, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), que lidera o projeto iGrape que integra parceiros de Portugal, Itália e Alemanha explica que o objetivo da nova solução é "desenvolver um dispositivo inteligente totalmente integrado e autónomo, pequeno e de baixo custo, capaz de medir o nível de maturação da uva e o stresse hídrico da videira por deteção ótica".

Segundo o INL, o dispositivo que está a ser desenvolvido pelo iGrape, projeto selecionado para financiamento do programa competitivo de Investigação e Inovação da União Europeia, Horizonte 2020, vai ser "completamente autónomo, com bateria própria, pré-processamento de sinal e módulo de comunicação sem fios, permitindo medir e transmitir as leituras regularmente para uma estação remota de colheita de dados durante o período necessário (cerca de três meses)".

No texto, o INL refere que "existem vários indicadores do momento certo para colher as uvas e levá-las para serem processadas", sendo que a solução em desenvolvimento cobre alguns dos essenciais, "nomeadamente o stresse hídrico da videira e a maturação da uva (em ambas as dimensões, sensoriais e tecnológicas - por exemplo, antocianinas e níveis de açúcar nos bagos de uva)".


O iGrape "pretende contribuir de forma significativa para a agricultura de precisão" e vai ser desenvolvido durante 36 meses, "levando a Internet das Coisas (IoT) às vinhas".

No entanto, o INL não descarta novas aplicações, apontando que o iGrape poderá ser também aplicado na agricultura e produção de fruta, "um setor com importância significativa na economia global".

O projeto teve origem em contactos entre o INL e a empresa vitivinícola portuguesa Sogrape, com quintas em Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Nova Zelândia e envolver parceiros com os conhecimentos específicos como a INESC MN (Portugal), a Universidade de Freiburg (Alemanha), o Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais - Produção, Paisagem, Agroenergia - Universidade de Milão (Itália) e a Automation SRL (Itália).

Investigadores portugueses desenvolvem spray que substitui conservantes e plástico


04 DE FEVEREIRO DE 2019 - 10:17

E se em vez de embalar a comida em películas de plástico bastasse borrifá-la com um spray? Portugueses criaram uma alternativa natural e ecológica aos conservantes tradicionais.

O Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança está a desenvolver um spray que pode revolucionar a forma como conservamos alimentos frescos.

O SpraySafe é uma alternativa aos conservantes químicos utilizados na produção alimentar e também ao revestimento de plástico tradicional usado para embalar alimentos.


Este produto é um conservante natural formulado à base de plantas e algas. Basta borrifar os alimentos com o spray "100% comestível" para reduzir a desidratação, evitar a oxidação e impedir o desenvolvimento de microrganismos.

No queijo e charcutaria, por exemplo, são muito utilizadas películas de plástico aderentes que com este spray não seriam necessárias.

A produção do SpraySafe, ainda em fase de desenvolvimento, já suscitou a curiosidade de várias empresas alimentares, conta Isabel Ferreira.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

O "mais famoso" programa de vinhos do mundo escolhe Portugal para a nova temporada


Os actores Matthew Goode e Matthew Rhys são duas das estrelas de The Wine Show, que terá Portugal como país base para a sua terceira temporada. Programa é visto em mais de cem países.

Três actores, particularmente célebres pelos seus papéis em séries televisivas – Matthew Goode (Downton Abbey, The Crown), James Purefoy (Marco António em Rome) e Matthew Rhys (Irmãos e Irmãs e, mais recentemente, o espião russo de The Americans) – vão andar por Portugal, de Norte a Sul, provando vinhos portugueses e a descobrirem as histórias por trás deles e das regiões onde são produzidos.

 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
"Quando ando na rua não peço cadastro criminal, fiscal ou moral aos portugueses"
Isto porque, para a sua terceira temporada, depois de França e Itália, os produtores da série televisiva The Wine Show, transmitida em mais de cem países (entre os quais os EUA, o Canadá, a China, o Reino Unido, Espanha e Itália), escolheram Portugal para base e, pelo caminho, estabeleceram uma parceria com a Revista de Vinhos. Serão sete episódios, de uma hora cada um, integralmente dedicados ao vinho português – o último dará igualmente destaque à gastronomia do país – que serão filmados em 2019 e deverão ser transmitidos em 2020.

A série, que pode ser vista em canais e plataformas como o iTunes US, o Chanel 5 no Reino Unido, Hulu e Ovation nos EUA, SBS e Fox Tel na Austrália, Sky Itália, WOW WOW no Japão, Condé Nast na China, Gusto no Canadá, e Globo na América do Sul, não é transmitida ainda em Portugal, mas, soube a Fugas, há já negociações em curso com alguns canais.



Para além dos três actores, The Wine Show – que o The Guardian descreveu como "o Top Gear da bebida" – tem dois apresentadores especialistas em vinho, Joe Fattorini e Amelia Singer, e ainda uma apresentadora convidada muito especial, Jancis Robinson, crítica de vinhos do jornal britânico Financial Times, colaboradora da Revista de Vinhos e grande conhecedora da realidade portuguesa nesta área.

Para já, o projecto ainda está na fase de arranque, conta-nos Nuno Pires, da Revista de Vinhos. "Vamos começar a montar uma base a partir da qual iremos percorrer o país, visitar uma série de produtores, provar vinhos, mas também mostrar muitos aspectos da cultura do país, as tradições, os monumentos".

Estarão os vinhos portugueses a ficar na moda?

O projecto foi anunciado publicamente durante a cerimónia da entrega dos prémios da Revista de Vinhos, que decorreu dia 1 na Alfândega do Porto. Nuno Pires não esconde a satisfação: "É uma série televisiva com uma audiência incrível e o programa mais visto de sempre ligado ao vinho. É uma grande oportunidade trazê-la para Portugal". 

Não é, aliás, a primeira vez que as estrelas de The Wine Show – o "programa de TV sobre vinho mais famoso no mundo", como sublinha a Revista de Vinhos – vêm a Portugal. No episódio 9 da primeira temporada, por exemplo, fazem um cruzeiro no Douro e elogiam os cocktails feitos com vinho do Porto (no site da série, Amelia Singer tem um pequeno texto a elogiá-los). Apesar de a base por temporada ser o "quartel-general" que estabelecem no país escolhido, a partir daí viajam para outros – até agora estiveram em 18 países diferentes.

"Os actores fazem aqui um pouco o papel de consumidores", explica Nuno. "Não são exactamente especialistas mas levam as coisas a sério e estudam bastante". O site tem muito material: para além de pequenos excertos dos episódios, inclui textos e informações sobre todos os vinhos que são provados.


"Quando ando na rua não peço cadastro criminal, fiscal ou moral aos portugueses"
Os ecrãs impedem os jovens de desenvolver empatia. E as sociedades tornam-se "brutais"
Para já, a equipa da Revista de Vinhos está ainda à procura de financiamento. "Como a série é distribuída em cem países, o retorno é muito alto", sublinha Nuno. No material de promoção da temporada, lê-se: "Pretendemos colocar Portugal no topo da lista de desejos de todos os visitantes. Com um media value superior a sete milhões de euros, a exposição resultante da visita do The Wine Show é uma oportunidade sem igual para todos os parceiros.". Não está ainda nada fechado, mas o director da Revista de Vinhos diz esperar envolver parceiros como o Turismo de Portugal, entre outros.

"Para a equipa do The Wine Show nunca se trata apenas do que está na garrafa", sublinha o texto de apresentação. "Acreditamos que o vinho conta a história de quem somos e do mundo em que vivemos hoje. […] O The Wine Show já abordou assuntos tão diversos como imigração, religião, alterações climáticas e até comédia".

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Nova fase do programa de regadios entra em vigor com 280 ME


O Governo anunciou hoje que já está em vigor a portaria que estabelece os apoios da segunda fase do programa de regadios, ficando agora disponíveis mais 280 milhões de euros para financiar, a fundo perdido, novos projetos.

"Entrou já em vigor a Portaria nº 38/2019, de 29 de janeiro, que estabelece o regime de apoios à segunda fase do Programa Nacional de Regadios (PNR), financiada no âmbito dos contratos celebrados entre o Estado português, o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB). Ficam agora disponíveis mais 280 milhões de euros para financiar, a fundo perdido, novos projetos de regadio", disse, em comunicado, o ministério liderado por Capoulas Santos.

De acordo com o Governo, estes apoios têm como entidades beneficiárias "os municípios, em parceria com as Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) ou com a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), as DRAP, a DGADR e a EDIA- Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva".

Os projetos apoiados deverão ter como objetivo a promoção do uso eficiente da água e da energia, bem como o desenvolvimento do regadio eficiente.

"Estas operações deverão ser concretizadas através da disponibilização de água às parcelas de terreno abrangidas por áreas a beneficiar com regadio, da promoção de melhores acessibilidades, da dotação das infraestruturas coletivas com energia elétrica e ainda do incentivo à utilização de novas tecnologias e ao desenvolvimento de sistemas de produção ambientalmente sustentáveis", indicou o Ministério da Agricultura.

A portaria em causa, assinada por Capoulas Santos e pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, prevê o apoio a 100% do valor de investimento elegível das operações a executar, até um montante global de 280 milhões de euros.

Em 12 de dezembro, Capoulas Santos já tinha indicado no parlamento, que o último concurso do PNR teria início em janeiro.

"O Programa de Regadio está em execução e em janeiro será aberto o último concurso com 280 milhões de euros, que será aberto por um mês ou dois", disse, na altura, Capoulas Santos durante uma audição regimental na Comissão de Agricultura e Mar.

De acordo com os últimos dados avançados pelo Governo, no âmbito do PNR, e financiados pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, estão em execução ou foram já aprovados para entrar em obra 58 projetos de regadio.

Entre os projetos, foram já aprovados 278,2 milhões de euros de apoio público ao programa dotado com 560 milhões de euros, provenientes dos empréstimos ao BEI e ao CEB, bem como do Programa de Desenvolvimento Rural 2020.

Lusa/ Fim

Governo acusa CDS de provocar "alarme social" sobre carne imprópria para consumo


O Ministério da Agricultura acusou hoje que o CDS-PP de provocar "alarme social" relativamente a um lote de carne de vaca impróprio para consumo, ao divulgar uma pergunta parlamentar antes desta ter chegado ao destinatário.

Em comunicado, o Ministério da Agricultura lamentou que "o CDS tenha utilizado o mecanismo regimental da pergunta parlamentar para intervir no espaço mediático à custa de um tema tão sensível como é a segurança alimentar".

"O ministério lamenta igualmente que o CDS tenha utilizado como expediente a divulgação do documento através da comunicação social, antes mesmo de o enviar ao destinatário, provocando alarme social ao colocar em dúvida que o problema detetado estivesse resolvido", refere.

No documento em causa, os deputados Patrícia Fonseca, Ilda Araújo Novo e Hélder Amaral questionam o ministro Capoulas Santos sobre o risco do lote de carne impróprio para consumo ter entrado no mercado português, sobre a avaliação das autoridades polacas e das medidas implementadas pelas autoridades nacionais.

O grupo parlamentar pediu ainda garantias ao Governo de que toda a carne bovina oriunda na Polónia e disponível no mercado nacional está em condições de salubridade e apta para consumo humano.

Trata-se de um lote de 99 quilogramas (Kg) de carne de vaca, que chegou ao mercado português proveniente de um matadouro da Polónia, que aproveitava carcaças de animais feridos ou doentes.

O caso foi revelado, este sábado, pelo canal polaco TVN24, que transmitiu imagens de um matadouro na região de Mazovia, a cerca de 100 quilómetros de Varsóvia, onde os funcionários retiravam feridas, tumores e sinais da carne que, posteriormente, era enviada para venda.

"Não obstante de conhecer já as diligências levadas a cabo pelas autoridades nacionais de controlo e fiscalização, A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que prontamente identificaram o lote [...] e procederam à sua apreensão e destruição, o CDS veio questionar o Governo sobre a avaliação das autoridades polacas e sobre as medidas implementadas pelas autoridades nacionais relativamente a esta situação, quando essas medidas já eram do conhecimento público", sublinhou o ministério liderado por Capoulas Santos.

O Ministério da Agricultura perguntou aos deputados do CDS signatários da pergunta alimentar, se conhecem o sistema de segurança alimentar da União Europeia bem como o funcionamento das autoridades nacionais de fiscalização em matéria de segurança alimentar.

O Governo lembrou ainda que o alerta da chegada do lote a Portugal foi dado pela Rede de Alerta Rápido, que integra o sistema de segurança alimentar da União Europeia.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) já apresentou o relatório da situação às autoridades europeias.

Carne de vacas doentes foi apreendida à entrada em Portugal


31 Janeiro 2019 às 12:06

Carne de vacas doentes já foi destruída, garante Governo
O Ministério da Agricultura anunciou, esta quinta-feira, ter apreendido 99 kg de carne de vaca contaminada proveniente da Polónia, tendo já encaminhado o produto para destruição.

"A Rede de Alerta Rápido, que integra o sistema de Segurança Alimentar da União Europeia (RASFF - Food and Feed Safety Alerts | Food Safety), emitiu um alerta dando nota da deteção de um lote de carne de vaca sem condições para entrar na cadeia de consumo, com origem na Polónia, tendo como destino um operador retalhista em Portugal", esclareceu o Ministério da Agricultura, em comunicado.

"As autoridades nacionais desencadearam de imediato todas as diligências, tendo apreendido a totalidade do lote de carne (99 Kg), que foi encaminhado para destruição", acrescenta o texto enviado ao JN. "A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) apresentou já o relatório da situação às autoridades europeias", acrescenta o documento, que surge em resposta a uma notícia da Euronews, que esta quinta-feira de manhã colocou Portugal entre os nove países que receberam carne de um matadouro polaco filmado a aproveitar carcaças de animais feridos ou doentes.

"A prioridade, agora, é retirar do mercado todos os produtos oriundos deste matadouro", disse, em comunicado, o comissário europeu para a segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis.

O escândalo foi revelado no sábado, através de imagens captadas de forma clandestina pelo canal TVN24. Num matadouro da região de Mazóvia, a pouco mais de 100 quilómetros da capital polaca, Varsóvia, o filme mostra funcionários do matadouro a retirar feridas, tumores e outros sinais de que a carne estava imprópria antes de a preparar para venda.


Esta carne, tratada sem o mínimo controlo veterinário ou sanitário, terá chegado a nove países, entre estes Portugal, e deixou a União Europeia em alerta, uma vez que a Polónia é um dos maiores produtores de carne bovina do Velho Continente, exportando 85% do que produz, maioritariamente para países parceiros.

"Peço aos Estados-membros afetados que tomem medidas rápidas", disse Vytenis Andriukaitis. "Exorto as autoridades polacas a concluírem urgentemente as suas investigações, tomando todas as medidas necessárias para garantir o respeito da legislação da UE, incluindo sanções eficazes, rápidas e dissuasivas contra os autores de um comportamento criminoso que representa um risco para a saúde pública e retrata um tratamento inaceitável dos animais", acrescentou.

Além de Portugal, a carne terá chegado ainda a países como Estónia, Finlândia, França, Hungria, Lituânia, Roménia, Suécia e Espanha.

A "Direcção-Geral de Alimentação Veterinária reforçou a fiscalização dos matadouros, uma vez que alguns funcionam como interpostos de carne. Outras entidades, como a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), reforçaram o controlo de outros pontos de distribuição de carne."

“É necessário um maior esforço na redução de emissões de gases com efeito de estufa”, diz ministro do Ambiente


Lígia Simões 28 Janeiro 2019, 13:00

O ministro do Ambiente e da Transição Energética sinalizou que Portugal deve orientar os investimentos públicos para uma economia descarbonizada.

O Ministro do Ambiente e Transição Energética defendeu nesta segunda-feira, 28 de janeiro, que "a transição energética e a descarbonização da economia constituem oportunidades de crescimento para a economia portuguesa".


João Pedro Matos Fernandes sinaliza ainda que Portugal deve orientar os investimentos públicos para uma economia descarbonizada e lembra que o compromisso de neutralidade carbónica até 2050, exige  uma redução de emissões superior a 85% em relação às emissões de 2005.

"Para um país com os ativos naturais de Portugal, faz todo o sentido: orientar os investimentos públicos para uma economia descarbonizada; criar o enquadramento necessário para que o setor privado continue a inovar e a apresentar produtos e serviços que, satisfazendo as necessidades dos agentes do mercado, em simultâneo, reduzam os impactes ambientais inerentes à sua produção e consumo", defendeu o governante nesta segunda-feira, 28 de janeiro, na apresentação do Plano Nacional Energia e Clima, em Lisboa.

Matos Fernandes recorda que Portugal assumiu em 2016 o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, ou seja, o de alcançar um balanço neutro entre as emissões de gases com efeito de estufa e o sequestro de carbono. Um objectivo, diz,  que exige "uma redução de emissões superior a 85% em relação às emissões de 2005 e uma capacidade de sequestro de carbono de 12 milhões de toneladas, a qual é superior à atual capacidade".

Para baixar dos atuais 68 milhões de toneladas de CO2 de emissões para 12 milhões, acrescenta,  "é na próxima década que devemos colocar um maior esforço na redução de emissões de gases com efeito de estufa".

 

PNEC traduz transição energética

O ministro sublinhou ainda que atingir a neutralidade carbónica exige acima de tudo "uma verdadeira transição energética", o Plano Nacional Energia e Clima (PNEC) traduzindo esta visão no horizonte 2030.

Matos Fernandes apontou as "metas com ambição, mas também com realismo" de 45% e 55% de redução de emissões de gases com efeito de estufa em relação a 2005 (anterior 30%-40%); 35% de eficiência energética (anterior 30%); 47% de incorporação de renováveis no consumo final de energia (anterior 40%).

O governante destacou anda os setores nos quais as alterações mais se farão sentir – e que estão consagradas no PNEC –, começando pela "reconfiguração do sistema elétrico nacional" com o objetivo de atingir 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade em 2030, o que "implica uma duplicação da produção renovável e o encerramento das centrais electroprodutoras a carvão, até 2030".

Para o ministro do Ambiente e Transição Energética, nesta transição, a eficiência energética "é e continuará a ser uma prioridade, realçando que deverá ser "transversal à economia e intrinsecamente ligada à sua competitividade".

O PNEC estabelece uma meta para 2030 superior à europeia, isto é, 35%, através de "um enfoque especial à eficiência energética na indústria", diz o governante.

Segundo o Executivo, o Programa Casa Eficiente «está a canalizar 200 milhões de euros para a eficiência energética nos edifícios de habitação e a linha de apoio à Eficiência Energética, que conta com uma dotação de 100 milhões de euros, dirigida a pequenas e médias empresas, recentemente lançada no contexto do Programa Interface.

Matos Fernandes referiu também que os transportes são responsáveis por cerca de 24% das emissões nacionais de gases com efeito de estufa e por isso, um dos principais setores a abordar no PNEC.

 

Meta para renováveis nos transportes de 20%

O plano estabelece uma meta para renováveis nos transportes de 20%, que em parte é respondida por um significativo aumento do consumo de eletricidade nos transportes que passa a representar 10% dos consumos.

E também por um investimento continuado no transporte público, explica, que "que altere os padrões de mobilidade dos portugueses e inverta as tendências de anos recentes" para aumento do transporte privado.

Matos Fernandes apontou ainda "o desenvolvimento das redes de transporte e distribuição» de energia «inteligentes e flexíveis, preparadas para uma maior integração da produção renovável e para a participação de diferentes agentes do sistema".

"Estas redes deverão estar preparadas para acompanhar a evolução da produção descentralizada, da microprodução, dos dispositivos de armazenamento de energia e da mobilidade eléctrica", conclui.