sábado, 8 de março de 2014

Os produtores de leite já podem escolher o sexo das crias

Março 03
17:39
2014

Como é sabido, numa exploração leiteira as crias que interessam são as fêmeas, para repovoação do efectivo, tendo os machos pouco valor comercial.
Os produtores de leite já têm, actualmente, a possibilidade de garantir que o sexo da próxima cria seja uma fêmea, inseminando com um sémen tratado num laboratório, na Bretanha.
O processo até não é muito complicado, uma vez que se sabe que os espermatozóides que dão machos são mais leves, pelo que é injectado um líquido que torna fluorescente os mais pesados, permitindo identificá-los e separá-los, garantindo que a dose de sémen que chega à exploração vai dar origem a um macho. Esta separação é feita com recurso a um raio lazer que analisa os espermatozóides um por um.
O processo de inseminação nas vacas de leite tem evoluído muito, permitindo aproveitar o máximo possível os melhores touros. Por exemplo, o touro campeão Toy Story tem já mais de cem mil filhas.
Estes touros de cobrição são tratados como autênticas flores de estufa, estando em explorações isoladas. Não é permitida a entrada de quaisquer outros animais, para evitar quaisquer problemas sanitários e valem uma pequena fortuna

Cavaco sugere a jovens dedicarem-se à Agricultura em vez de emigrarem


Cavaco sugere a jovens dedicarem-se à Agricultura em vez de emigrarem

O Presidente da República desafiou hoje no Algarve os jovens a tentarem uma "experiência na agricultura" como alternativa ao desemprego e à emigração, salientando que a agricultura pode mesmo ajudar Portugal a ter uma recuperação económica mais rápida.
"Precisamos de convencer mais jovens (...) que esta pode ser uma atividade rentável e que em lugar de irem para o estrangeiro para tentarem encontrar um emprego, podem, eventualmente, beneficiando dos apoios que agora serão reforçados (...), fazer uma experiência na agricultura", afirmou.
Aníbal Cavaco Silva falava durante um encontro com jovens agricultores de todo o Algarve, numa exploração agrícola em Tavira, encontro em que esteve também presente a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, durante a qual os agricultores falaram das dificuldades da atividade.
Durante o debate de ideias, que reuniu 60 jovens agricultores da região, o chefe do Estado português manifestou-se ainda confiante de que o setor da agricultura pode ajudar a "reduzir o endividamento" do país, contribuindo para "manter o superávit" das contas externas.
"A agricultura é hoje um dos setores que contam para que Portugal tenha uma recuperação económica mais rápida", declarou, acrescentando que está a contar com a "colaboração forte" da agricultura.
Durante o encontro, os jovens agricultores tiveram a oportunidade de expor alguns dos problemas com que se deparam na sua atividade, nomeadamente os elevados custos de produção, as dificuldade no escoamento dos produtos, em competir com outros países e ainda a demora no retorno financeiro.
Após a deslocação a Tavira, Cavaco Silva seguirá para o concelho de Loulé, onde visitará uam exploração pecuária e queijaria e pomares de citrinos.
A visita ao Algarve termina no concelho de Silves, com uma visita a estufas de frutos vermelhos.
Diário Digital com Lusa

O que levou dois farmacêuticos a investir num hotel de luxo no Alentejo profundo

Ana Isabel Rebelo e Paulo Barradas Rebelo abrem a 2 de abril o Torre de Palma - Wine Hotel, em Monforte, onde investiram 6 milhões de euros

O que levou dois farmacêuticos a investir num hotel de luxo no Alentejo profundo
Torre de Palma - Wine Hotel
D.R.
05/03/2014 | 17:33 | Dinheiro Vivo
A ligação familiar à zona de Monforte, aliada à paixão pela história, gastronomia, vinho ou ao céu estrelado do Alto Alentejo levaram Ana Isabel Rebelo e Paulo Barradas Rebelo a criar o Torre de Palma - Wine Hotel, com abertura marcada para 2 de abril.
Situado junto à aldeia de Vaiamonte, em Monforte (a 200 km de Lisboa, no sentido de Estremoz, cerca de 1hora e 30 minutos de Lisboa), o projeto de enoturismo foi pensado há seis anos pelo casal que vive e trabalha em Coimbra.
Ela, a diretora geral do Torre de Palma, Wine Hotel, é farmacêutica de profissão e cedo se apaixonou por aquele "tesouro escondido no Alentejo genuíno, num monte que data de 1338." Ele, desde sempre ligado ao sector farmacêutico, concretamente ao associativismo, além de promotor do hotel, é presidente da Bluephama.
"Já tínhamos poucas férias, mas agora o tempo vai ser todo dedicado ao Torre de Palma, Wine Hotel", assume Ana Isabel Rebelo. Um sacrifício por uma boa causa. É que o projeto, com um investimento de 6 milhões de euros, comparticipados com apoios do QREN Quadro de Referência Estratégico Nacional), Turismo de Portugal e InAlentejo, além de ter criado 20 postos de trabalho diretos e locais, estabeleceu parcerias com fornecedores também locais.
Ler mais: Hóteis melhoram resultados em novembro com recuperação do mercado interno
Assinado pelo arquiteto João Mendes Ribeiro e com decoração de Rosarinho Gabriel, o Torre de Palma - Wine Hotel tem como inspiração o modo de vida da população das vizinhas ruínas romanas de Torre de Palma, baseado na produção de vinho e na criação do cavalo lusitano, que serão o enfoque do projeto.

Em termos de mercados de hóspedes, a prioridade vai para Espanha, norte da Europa, Brasil, além de Portugal. Com o preço da diária ainda em estudo, a sua diretora geral estima andar à volta dos 200 euros, salientado o facto de se tratar de um projeto de cinco estrelas para um target médio-alto, ainda que permita várias experiências para famílias.
Situado numa área de 6 mil metros quadrados, o Torre de Palma - Wine Hotel tem 19 unidades de alojamento, em que se incluem oito casas alentejanas, cinco quartos no Loft Rural, cinco quartos no antigo Celeiro e uma suite presidencial. Tudo somado, o projeto tem uma capacidade de 64 camas.
Além disso, o Torre de Palma, Wine Hotel tem adega, porque terá uma forte ligação ao vinho, consubstanciada nas provas, tendo construídas cinco salas para o feito, além das duas salas de barricas e, claro está, uma vinha. Aqui quem manda é o enólogo Luís Duarte, responsável por vinhos das conceituadas herdades do Esporão e dos Grous.
O Torre de Palma - Wine Hotel tem também um restaurante: o Basilii, nome inspirado numa família romana que viveu na zona entre o século II e V. Aí, comanda o chef Joaquim Ramalho, um filho da terra que fechou o seu restaurante e abraçou este projeto, cuja ementa se inspira na cozinha tradicional alentejana.
O restaurante tem capacidade para 60 pessoas, hóspedes do hotel e clientes de fora. Tal como a Casa do Forno, com capacidade para produção de 70 pães por hora, com uma mesa que permite sentar 12 pessoas.
Ao nível da Sáude e Bem-estar, o Torre de Palma - Wine Hotel tem ainda um SPA, salas de tratamentos, jacuzzi, banho turco, piscinas interior e exterior.
Justamente também no exterior, o projeto tem um picadeiro, onde irá ser promovida a criação do Cavalo Lusitano, tendo sido estabelecidas parcerias com João Moura entre outros.
A capela e a torre, de onde se pode "apreciar um pôr de sol único", segundo Isabel Rebelo, são outros dos elementos em destaque. A que se juntam, a horta biológica, a loja de produtos regionais da marca do hotel, e o bosque.
Além da unidade hoteleira, Torre de Palma envolve a criação de uma marca de produtos, que visa promover o que de melhor há no Alentejo.

França: clima hostil e agressivo nas negociações entre a Indústria e a Distribuição


Posted on 7 de Março de 2014 | Leave a comment
carrefourA indústria alimentar francesa defende que as negociações comerciais que mantiveram com a distribuição e que agora finalizaram, resultaram num acordo desequilibrado, abusivo e onde prevaleceu, novamente, a lei do mais forte. Para a indústria francesa, os grandes vencedores desta negociação foram as 7 grandes cadeias de distribuição e os grandes perdedores foram a indústria e os produtores.

A associação francesa de indústrias agrárias recolheu alguns testemunhos dos participantes nas negociações com a Distribuição, que reclamam uma extrema violência por parte destas. “Um clima de negociação hostil e agressivo”, “muita tensão da Distribuição sobre a rentabilidade”, “uma pressão muito forte sobre os preços” e “exigências desmesuradas e distantes da realidade económica” são algumas das críticas.

Segundo a Associação de Indústrias, os abusos mais graves e desmesurados dos anos anteriores, voltaram-se a verificar em 2014, pelo que não se notaram esforços realizados pela administração francesa para tentar conseguir uma relação mais equilibrada na cadeia alimentar. A Associação destaca, entre os abusos praticados pela distribuição, o desrespeito das condições de venda, o pedido de compensação de margens, o alinhamento de preços do produto com os da concorrência e a ausência de compromissos nos contratos.

Rússia exige garantias adicionais para a importação de porco dos EUA


Posted on 7 de Março de 2014 | Leave a comment
russo Inicialmente, o Serviço Russo de Segurança Alimentar (Rosselkhoznadzor), tinha fixado o dia 10 de março como a data prevista para levantar o embargo à carne suína proveniente dos EUA. O governo russo estabeleceu este embargo no inicio do ano passado, alegando o uso de ractopamina e outros aditivos para a promoção do crescimento, que apesar de serem permitidos nos EUA, não o são na Rússia.

A Rússia tinha permitido a importação proveniente de duas empresas subsidiárias da americana Smithfield. Contudo, agora, segundo informa a agência russa ITAR-TASS, o Rosselkhoznadzor pediu garantias adicionais à dita empresa relativamente a uma questão ligada à refrigeração.

Segundo Alexei Alekseenko, porta voz do Rosselkhoznadzor, se essas garantias forem dadas antes de 10 de março, o levantamento mantém-se mas, em caso contrário, o prazo irá ser prolongado.

Produção do brandy Macieira muda para Espanha

Diário da Crise

Emblemático brandy deixou produção no Bombarral.
07 de Março 2014, 12h58Nº de votos (0) Comentários (4)
Por:I.J.



 
O fabrico do conhecido brandy Macieira, criado por José Guilherme Macieira, em 1885, saiu do Bombarral e passou a ser feito na unidade fabril da Pernod Ricard Espanha, em Manzanares, onde já é feito o engarrafamento desde 2009.
A mudança visa "beneficiar da experiência e das sinergias industriais" dentro do grupo Pernod Ricard, disse ontem ao CM um porta-voz da empresa, adiantando que a distribuição da bebida espirituosa, a estratégia da marca e a definição do perfil organolético "continuam em Portugal", por ser o seu "mercado prioritário".

Presidente da República inteirou-se dos problemas que afetam jovens agricultores do Algarve


Ana Laura
07 Mar, 2014, 16:41

O Presidente da República encontrou-se hoje com jovens agricultores do Algarve, numa visita que levou Cavaco Silva aos concelhos de Faro, Tavira, Loulé e Silves, onde visitou estufas, explorações agrícolas e pecuárias, uma queijaria e pomares de citrinos.
No encontrio com cerca de 60 jovens agricultores de todo o Algarve, participaram igualmente a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e o presidente da Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), Ricardo Brito Pais. 

Concurso Vinhos de Portugal com inscrições abertas



Produtores Portugueses poderão inscrever os seus vinhos até ao dia 24 de Abril

Encontram-se abertas as inscrições para o Concurso Vinhos de Portugal desde o dia 01 de Março. Os produtores interessados podem formalizar a sua candidatura até ao dia 24 de Abril no sítio www.concursovinhosdeportugal.pt.

As inscrições realizadas até 31 de Março de 2014 beneficiam de um desconto de 5 euros por cada vinho a concurso, desde que naquela data o processo esteja totalmente finalizado, ou seja, com a documentação e amostras entregues no CNEMA ou na CVR a que pertence e o comprovativo do pagamento enviado para a Sede da ViniPortugal.

O Concurso Vinhos de Portugal 2014, terá lugar de 13 a 16 de Maio de 2014, no CNEMA, em Santarém. Estão convidados a participar os vinhos produzidos em Portugal com direito a Denominação de Origem (DOP) ou Indicação Geográfica (IGP), vinhos espumantes, vinhos licorosos e vinhos de casta e/ou ano de colheita.

A ViniPortugal pretende através do Concurso Vinhos de Portugal estimular a produção de vinhos de qualidade e valorizar o nível técnico e comercial dos vinhos portugueses. São igualmente objectivos prioritários projectar internacionalmente a imagem da marca Vinhos de Portugal e dos seus vinhos, dar a conhecer aos consumidores os melhores vinhos produzidos com direito as diversas Denominações de Origem (DOP) e Indicações Geográficas (IGP) e os vinhos de casta e/ou ano de colheita e incentivar o espírito do programa Wine in Moderation, assim como contribuir para a expansão da cultura do vinho em geral, através de iniciativas ligadas aos programas de turismo e gastronomia.

Fonte:  CV&A

Angola pede ao Brasil apoio para fortalecer produção do café



Angola pediu apoio ao Brasil para fortalecer a cooperação na investigação científica e experimentação da produção de café, noticiou hoje o Jornal de Angola.

A solicitação foi feita pelo embaixador angolano no Reino Unido, Miguel Neto, ao vice-ministro da Agricultura do Brasil, Geraldo Fontellas, à margem da 112ª Conferência Mundial do Café, realizada entre os dias 03 e 05 deste mês, em Londres.

Angola manifestou igualmente assistência com a implementação de estudos e ações conjuntas no ramo do café, como refere o diário angolano.

Agência Lusa

ANIPLA tem director executivo

COMUNICADO DE IMPRENSA



António Lopes Dias, é Diretor Executivo da Anipla, Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas, desde o passado dia 24 de Fevereiro.

Na atual conjuntura global, cada vez mais complexa e exigente, em que é necessário lidar com várias sensibilidades económicas, políticas e sociais, é fundamental existir uma estrutura sólida, com forte representatividade, com reconhecimento político e social, através da qual a Indústria Fitofarmacêutica é chamada a intervir e colaborar com as entidades oficiais e grandes organizações nacionais e internacionais.

É neste contexto, dando voz à necessidade responder com eficácia às crescentes exigências inerentes à evolução do setor, que a Direção da Anipla reforçou a estrutura operativa da Associação, criando o cargo de Diretor Executivo. Engº António Lopes Dias, atual Diretor Geral da Sigeru, acumulará as funções de Diretor Executivo da Anipla, assumindo a sua plena representação junto das entidades externas a nível nacional e internacional.

Com esta decisão, tomada em Assembleia Geral extraordinária da Anipla no passado dia 24 de Fevereiro, será possível potenciar, de forma mais eficaz, a cooperação entre a Anipla e Sigeru, unindo esforços na procura de soluções conjuntas e intensificando o diálogo junto de todos os stakeholders, na defesa de uma agricultura sustentável e competitiva.

Segundo Engº António Lopes Dias, "A ANIPLA e o VALORFITO têm muito mais em comum para além dos produtos e respetivas embalagens. Ambos têm que implementar claramente uma estratégia proactiva e inovadora. É assim que nos queremos posicionar junto de todos os parceiros, sejam nacionais ou internacionais, públicos ou privados".

sexta-feira, 7 de março de 2014

Valorização económica da biodiversidade dos serviços de ecossistema

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quinta-feira, 6 de março de 2014

Política Agrícola Comum: a difícil hora da decisão

OPINIÃO

CAPOULAS SANTOS 06/03/2014 - 02:09
Não se pode por aceitar que se arraste para depois de 25 de Maio o que
pode e deve ser antes decidido e explicado aos agricultores, aos
consumidores e aos contribuintes.


No final do ano passado, após quase três anos de debates e de intensas
negociações no Parlamento Europeu (PE), e entre este e a Comissão e o
Conselho, foi estabelecido o acordo que contem as regras de aplicação
e o envelope financeiro, global e por Estado-membro, da Politica
Agrícola Comum (PAC), para o período 2014/20, que representa para
Portugal cerca de 8 mil milhões de euros.

Foi a primeira vez que o PE teve poder de decisão real nesta matéria,
por força do Tratado de Lisboa. Pela primeira vez também, a PAC vai
conceder aos Estados-membros uma margem de manobra que nunca antes
fora atribuída, para lhes permitir responder às suas especificidades
próprias. E compreende-se que assim seja. Jamais a PAC se tinha
aplicado a 28 Estados-membros, num território com uma vastidão que vai
do Árctico ao Mediterrâneo e do Atlântico ao Mar Negro, muito longe da
relativa homogeneidade agro-climática dos tempos da sua fundação,
quando a então CEE era composta apenas por seis países.

Quer isto dizer que, até Agosto de 2014, impreterivelmente, e nalguns
casos antes, os governos nacionais vão ter de tomar decisões muito
difíceis, com consequências políticas e eleitorais evidentes. Dou
alguns exemplos. Os Estados-membros poderão decidir atribuir um
pagamento suplementar aos primeiros hectares das explorações, devendo
para isso reduzir os pagamentos das maiores a favor das mais pequenas,
provocando assim um claro efeito redistributivo. A França e a Alemanha
já anunciaram que utilizarão este instrumento, sendo que, no caso
desta ultima, o montante suplementar será de 50 EURO por hectare, nos
primeiros 30. A Polónia, por outro lado, anunciou que utilizará a
margem de gestão financeira disponível do seu envelope nacional para
elevar o montante da ajuda média por hectare dos seus agricultores,
dos actuais 215 EURO para os 250 EURO, isto é, para um valor muito próximo da
média europeia. Actualmente, a ajuda média em Portugal é de 187 EURO por
hectare.

De acordo com a nova PAC, os Estados-membros deverão obrigatoriamente
reduzir as ajudas aos agricultores que recebem mais do que 150000 EURO por
ano, para redistribuir pelos demais, mas podem decidir qual a
percentagem de redução a aplicar, entre 5% e 100%. No caso português,
recebem mais de cento e cinquenta mil euros por ano apenas cerca de
300 agricultores ou sociedades agrícolas, isto é, 0,16% do universo de
187 000 beneficiários. Contudo, recebem cerca de 10% dos apoios
totais.

Os diferentes governos poderão também decidir se optam por um regime
específico para os "Pequenos Agricultores". Se o governo assim
decidir, significará a melhoria automática da situação dos
agricultores que recebem menos de 500 EURO/ ano, uma vez que a nova PAC
estabeleceu este como o valor mínimo a receber por um agricultor que
opte por este regime. Em Portugal seriam automaticamente beneficiados
cerca de 80000 agricultores, ou seja, quase metade do universo total
dos agricultores que beneficiam de apoios comunitários.

Estes são apenas alguns exemplos do vasto leque de escolhas que a nova
PAC oferece agora aos Estados-membros da UE. Podem acrescentar-se
ainda a definição do número de hectares passíveis de majoração, em
25%, para os jovens agricultores, e a opção pela "regionalização" dos
pagamentos, de modo a evitar, ou não, a drenagem dos apoios
financeiros dos agricultores de umas regiões para outras. Outras
opções são o ritmo da "convergência", quer dizer, a maior ou menor
velocidade com que, até 2020, se aumentarão os apoios aos agricultores
que recebem abaixo da média nacional, por contrapartida da redução dos
que recebem acima dessa média. Ou, ainda, a definição dos sectores que
vão permanecer com apoios directamente ligados às quantidades
produzidas, que é um instrumento importante para evitar o abandono ou
a redução da competitividade de algumas actividades em certas regiões.
Para Portugal, o leite, os ovinos e os bovinos de carne são os
exemplos mais eloquentes. A decisão que o governo terá de tomar será
sobre que sectores abranger, já que o montante disponível para este
efeito, em princípio cerca de 13% do envelope nacional, é
manifestamente escasso para responder a todas as reivindicações.

Até ao momento não se conhecem decisões sobre estas e outras matérias,
nem se prevê quando sejam tomadas. Foram apenas, discretamente,
anunciadas algumas "orientações" gerais sobre um número restrito de
questões, levantando algumas delas a suspeição de que não há intenção
de utilizar os mecanismos que a PAC agora disponibiliza para
introduzir mais justiça e equidade entre os agricultores e as regiões.

Ora, quando se trata da configuração do conjunto de regras, de
prioridades e de repartição de meios financeiros que consubstanciam
todo o apoio de que o complexo agro-florestal português irá beneficiar
até 2020, abrangendo três legislaturas, o mínimo que se pode exigir de
um governo supostamente amigo da "lavoura", para além de ponderação e
diálogo com os parceiros e partidos de oposição, é celeridade e
transparência.

Não se pode por isso aceitar que, só porque as decisões são difíceis,
se arraste para depois de 25 de Maio o que pode e deve ser antes
decidido e explicado aos agricultores, aos consumidores e aos
contribuintes.

Deputado Europeu e Relator do Parlamento Europeu para a Reforma da PAC

http://www.publico.pt/economia/noticia/politica-agricola-comum-a-dificil-hora-da-decisao-1627196

Agricultores vão à AR pedir ajuda

Querem isenção de faturação para pequenos produtores

Pequenos agricultores do Movimento do Levante reúnem-se hoje com deputados.
05 de Março 2014, 10h42Nº de votos (0) Comentários (0)
Por:Ana Palma

O Movimento do Levante, grupo de pequenos agricultores de Lagos,
reúne-se hoje com deputados na Assembleia da República (AR). O
objetivo é preparar a discussão em plenário de uma petição em que
exigem que os pequenos produtores agrícolas fiquem isentos de
faturação.

"Queremos que as atividades agrícolas abrangidas pelo artigo 53º do
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) sejam isentas da
obrigação de faturação, tal como já são da emissão de guias de
transporte", explicou ao CM Natividade Correia, do Movimento do
Levante. Há um mês, apresentaram um abaixo-assinado com 2250
subscritores, que foi aceite na AR como petição.

Para os agricultores, a atual legislação, que obriga todos os
produtores com atividade comercial a declarar início de atividade e
começar a passar fatura - ficando sujeitos ao pagamento do IVA caso
obtenham um rendimento anual bruto superior a 10 mil euros -,
representa "o fim de uma agricultura familiar e tradicional", quer no
concelho de Lagos, quer a nível nacional. "Se a situação se mantiver,
os pequenos agricultores, muitos deles idosos, vão desistir da
atividade e abandonar os campos", acrescentou Natividade Correia.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/agricultores-vao-a-ar-pedir-ajuda-104320840

Desflorestação. A Google é o bombeiro de serviço

Global Forest Watch é uma nova ferramenta online para acompanhar ao
minuto as perdas e os ganhos de áreas florestais no planeta
Com os termómetros longe dos recordes dos meses de Verão, a época de
incêndios parece ainda distante. As centenas de hectares de floresta
que desaparecem todos os anos do mapa nacional tendem a ser por isso
uma preocupação sazonal. A estratégia não poderia estar mais errada,
avisam os especialistas consultados pelo i. Com os recursos
canalizados para o combate durante os fogos, a floresta está
desprotegida na maior parte do ano. A realidade portuguesa, contudo,
não é muito diferente da do resto do planeta.

E se pudéssemos ver todas as árvores que desaparecem no mundo em tempo
quase real, será que a estratégia de preservação das florestas poderia
ser diferente? Se esta resposta é uma incógnita, já ver a floresta a
diminuir a cada minuto é sem dúvida possível. Para seguir a evolução
das manchas florestais do planeta, a Google criou a Global Forest
Watch (GFW), uma aplicação online que permite visualizar as áreas mais
afectadas pela desflorestação. O acompanhamento é feito quase ao
minuto, através de imagens de satélite e com a colaboração dos seus
utilizadores, que podem denunciar os casos a acontecer em cada um dos
países.

O resultado é um mapa pintado de rosa e roxo, as duas cores que
marcam, respectivamente, a área de perda de árvores e as zonas onde
estão a ser plantadas. A cor rosa continua a dominar. "Esta é a
tendência que queremos inverter", explicou ao i o responsável pela
comunicação da plataforma. "A maior vantagem da GFW é ter informação
actualizada quase ao minuto, de todas as partes do mundo, permitindo
uma acção mais rápida da parte das autoridades", acrescentou.

O sistema utiliza um algoritmo desenvolvido pela Universidade do
Maryland, nos EUA, que permite cruzar imagens de satélite com mapas de
florestas já existentes e dados recolhidos pelos habitantes de cada
local. Com um filtro mais refinado, é possível também ter informações
mais pormenorizadas sobre a biodiversidade e as causas da
desflorestação.

Analisando o mapa português na ferramenta da Google é possível
observar que de 2000 a 2012 se perderam 498 668 hectares de floresta,
o equivalente a uma área de duas vezes o tamanho do Luxemburgo. Em
contrapartida, nesse mesmo período ganharam-se 286 577 hectares de
árvores.

No plano global, as contas estão também feitas e mostram que por cada
10 hectares de floresta perdida só um metro quadrado é reflorestado:
em 12 anos, o planeta perdeu 2,3 milhões de quilómetros quadrados de
floresta e ganhou apenas 800 mil quilómetros quadrados com novas
árvores.

Agir de forma "proactiva" é portanto uma das bandeiras dos criadores
da plataforma. "A GFW vai ajudar os governos de todos os países a
monitorizar as florestas e detectar a desflorestação ilegal", explicou
James Anderson, acrescentando que ter noção da realidade ao minuto vai
também ajudar na consciencialização individual. "Os cidadãos vão poder
ver com exactidão o que se passa globalmente, mas também na sua área
de residência, o que lhe dará mais interesse em participar na
protecção das florestas."

FLORESTAS PORTUGUESAS Os incêndios florestais continuam a ser a
principal causa de perda de árvores em Portugal. No ano passado, os
fogos consumiram mais de 140 mil hectares, segundo dados do Instituto
da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o que corresponde a
um aumento de 28% em relação a 2012. Em contrapartida, as ocorrências
de fogos diminuíram 10%, tendo-se registado 18 869, menos 2135 que no
ano passado.

Os dados revelam que a incidência de fogos florestais continua a ser
superior no litoral norte, sobretudo em Braga, Porto e Aveiro. Segundo
Domingos Patacho, coordenador para a área das florestas da Quercus, os
incêndios acontecem nestas áreas, "não porque haja mais floresta, mas
porque há mais população a viver perto das zonas verdes". As pequenas
fogueiras nas matas continuam a ser um dos maiores perigos para a
floresta portuguesa: "O fogo posto é uma realidade, mas a verdade é
que há ainda muita negligência", salientou.

Rosário Alves, directora executiva da Forestis - Associação Florestal
de Portugal, relembra que apenas uma ínfima parte dos incêndios tem
causa natural e é na sensibilização das populações que deve começar a
protecção: "Tivemos um século de crescimento florestal, tendência que
se alterou na última década." A responsável da Forestis detecta falhas
cruciais no combate aos incêndios. "Há falta de intervenção nos
primeiros 20 minutos e, além disso, o combate está centrado na defesa
de pessoas e bens, o que provoca a progressão do incêndio até perto de
aglomerados populacionais", avisou, justificando o aumento do número
de incêndios de grande dimensão.

Rosário Alves considera por outro lado que a arborização em Portugal é
muito deficitária. Recorrendo a dados do ICNF, lembra que a plantação
de pinheiro-bravo diminuiu, com o registo de menos 260 mil exemplares
de 1995 a 2000, anos abrangidos pelo último inventário florestal
nacional.

Veja mais em http://www.globalforestwatch.org

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/desflorestacao-google-bombeiro-servico/pag/-1

Ser agricultor não basta. Também é preciso ser-se empresário.

-> Publicado a 5 de Março de 2014 .

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Apostar na agricultura, mas de forma organizada e com conhecimentos
das boas práticas, para que esta actividade não se transforme em
desilusão foi um dos conselhos deixados aos jovens agricultores pelos
especialistas que participaram, na noite de 22 de Fevereiro, num
debate no Landal, que contou com a participação do secretário de
Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Brito.
O sector primário está actualmente a passar por uma "profunda
reestruturação". A afirmação foi do secretário de Estado da
Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Brito, que destacou
que a agricultura de subsistência está a ser substituída por fileiras
mais produtivas e competitivas, como é o caso da fruta, do vinho, dos
hortícolas e das flores.
"Deixámos de ser todos agricultores para passarmos a ser empresários
agrícolas, em que tem que haver uma aposta desde a produção à venda,
passando pelo marketing", disse, dando nota dos apoios comunitários
que existem para apoio neste sector.
De acordo com Nuno Brito, o novo quadro comunitário irá estimular a
inovação ao nível da criação de novos produtos e a sua transformação.
E deu um exemplo prático: Portugal é um dos países auto suficientes
na produção de leite, mas é um grande importador de iogurtes, pelo que
é preciso inverter esta tendência.
Outra das apostas que tem que ser feita é na internacionalização. "O
mercado nacional é pequeno, temos que olhar para o aumento de
competitividade além das nossas fronteiras", salientou o governante,
defendendo um olhar especial para as economias emergentes,
nomeadamente o Brasil e Angola, para onde tem crescido as exportações
de azeite e vinho, respectivamente.
De acordo com o engenheiro agrónomo e consultor José Martino "a
agricultura está na moda porque estamos em crise e também porque nos
últimos anos os agricultores passaram a saber quando podem receber as
ajudas e isso dá-lhes confiança".
O orador incentivou os jovens agricultores a apostar na produção de
pequenos frutos (morangos, mirtilos, amoras, kiwis) e nas plantas
aromáticas, onde o "potencial de ganhar dinheiro é maior". Até porque,
alertou, actualmente, e salvo algumas excepções, perde-se dinheiro com
a agricultura pois esta assenta num modelo de desenvolvimento
económico errado.
José Martino considera que o desafio que se coloca actualmente aos
agricultores é que estes percebam que têm que dar o salto para serem
empresários agrícolas, tornando-se mais organizados e "curiosos",
tentando aprofundar ao máximo o conhecimento no negócio que possuem.
VOCAÇÃO E CONHECIMENTOS
"A agricultura é uma actividade difícil e se não tivermos vocação e
conhecimentos, a moda dá lugar à desilusão", disse, incentivando os
jovens a apostar na área, mas de forma organizada.
O empresário agrícola e gestor da empresa Frutas Classe, Sérgio
Constantino, partilhou a sua experiência, sobretudo na produção de
morangos, desde 2005. Antes a actividade desta empresa familiar
destinava-se essencialmente à produção de fruticultura.
A opção pelos morangos foi acompanhada pela escolha do local onde iam
produzir, que recaiu sobre o Bouro (nas Caldas da Rainha), na zona
Oeste, que é considerada, a par com a Califórnia, dos melhores locais
no mundo para a produção destes frutos.
Antes de investir, os empresários fizeram "o trabalho de casa", com
diversas visitas a explorações agrícolas na Europa. "As nossas
dificuldades foram sempre a escala", disse o empresário, adiantando
que ter uma maior capacidade de oferta implica sempre um maior
investimento.
Esta iniciativa, organizada pela comissão politica da JP concelhia das
Caldas da Rainha, pretendeu esclarecer os jovens sobre as
potencialidades da agricultura e quais os riscos e apoios com que os
jovens devem contar quando escolhem esta profissão.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetacaldas.com

http://www.gazetacaldas.com/38044/ser-agricultor-nao-basta-tambem-e-preciso-ser-se-empresario/

Biocombustíveis a partir de resíduos «têm potencial» por explorar em Portugal

ONTEM às 11:390

O estudo <<Wasted: Europe's Untapped Resource>>, divulgado por várias
organizações de defesa do ambiente (entre as quais a Federação
Europeia dos Transportes e Ambiente, da qual a Quercus é membro),
mostra que a Europa tem um potencial ainda por explorar para a
produção de biocombustíveis de segunda geração, a partir da conversão
de resíduos da agricultura, silvicultura e algumas indústrias.
Portugal e outros Estados Membros não podem desperdiçar este potencial
com vantagens económicas e ambientais, numa altura em que os Estados
Membros discutem ao nível do Conselho Europeu novas metas climáticas
para 2030, adverte hoje a Quercus, em comunicado enviado à redacção.
Este estudo, elaborado pelo ICCT (Internacional Council for Clean
Transportation), com o contributo de vários institutos de investigação
e o apoio de empresas inovadoras desta tecnologia e associações de
defesa do ambiente, aponta que a conversão de resíduos agrícolas,
florestais, urbanos e de algumas indústrias em biocombustíveis de
segunda geração para o sector dos transportes poderia evitar a
importação de 37 milhões de toneladas de petróleo por ano até 2030, o
equivalente a 16 por cento da procura de combustíveis rodoviários em
2030.
Em vários países europeus - incluindo Portugal - já existem recursos e
tecnologias de conversão disponíveis, mas o desafio está na criação de
um quadro político europeu que acelere o investimento nestes
biocombustíveis. Para aproveitar todo o potencial destes resíduos, a
evolução tecnológica poderia ajudar à criação de pelo menos 300 mil
empregos directos até 2030 em toda a Europa (excluindo os empregos
indirectos), sobretudo na recolha e conversão de resíduos agrícolas e
florestais.
Os biocombustíveis produzidos a partir destes resíduos podem ainda
fornecer uma alternativa para o declínio das reservas de combustíveis
fósseis e para a redução significativa das emissões de GEE no sector
dos transportes, o qual segundo as previsões será a principal fonte de
emissão de GEE em 2030 na Europa.
Se todo o potencial destes resíduos de biomassa fosse aproveitado, as
economias rurais poderiam beneficiar de uma fonte adicional de
receitas de até 15 mil milhões de euros.
A produção de biocombustíveis a partir de resíduos e outros materiais
pode ser competitiva relativamente à produção agrícola convencional,
apesar de em alguns países a disponibilidade de matérias-primas ser
limitada.
Portugal é um dos países europeus com maiores vantagens, quer pela
diversidade e quer pela disponibilidade de matérias-primas, como por
exemplo biogás a partir de resíduos urbanos, biodiesel a partir de
óleos alimentares usados, bioetanol a partir de resíduos de biomassa
como resultado de cortes de matas e florestas, resíduos agrícolas
(produção de alfarroba, azeitona) e ainda culturas energéticas (como o
cardo).
A produção de biocombustíveis de segunda geração poderia evitar a
emissão de GEE, entre 60 e 85 por cento na maioria dos casos, num
contributo importante para o cumprimento das metas climáticas
europeias. No entanto, é necessário definir critérios de
sustentabilidade para estes biocombustíveis de segunda geração para a
manutenção do balanço de carbono (como a gestão dos solos, conservação
da biodiversidade, protecção dos recursos hídricos).
Mafalda Sousa, da Quercus, salienta que <<num momento em que estão a
ser discutidas as metas de redução das emissões de GEE até 2030 entre
os Estados-Membros ao nível do Conselho Europeu, este estudo traz um
forte argumento de que é necessário rever a política de
biocombustíveis até 2020, tendo em conta os impactes associados à
produção agrícola de biocombustíveis (como as alterações de uso do
solo). Para o horizonte 2030, é fundamental que os Estados Membros
apoiem a continuidade da meta para a redução das emissões de GEE nos
transportes, e promovam o incentivo e investimento em combustíveis
mais limpos (como biocombustíveis produzidos a partir de resíduos e
outros materiais), cujo potencial está ainda por explorar>>.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=688935

Mira Amaral avisa que Europa «não deve ser ingénua» a negociar acordos com EUA

O presidente do BIC Portugal, Mira Amaral, avisou hoje que a Europa
«não deve ser ingénua» ao negociar a parceria transatlântica de
comércio com os Estados Unidos, alertando para o facto de os
americanos serem «muito protecionistas».

«Da minha experiência anterior no Governo, a União Europeia
normalmente é muito ingénua a fazer estes acordos. Abre imediatamente
aos outros e os outros não abrem a nós. Há que ter em atenção que os
americanos são muito protecionistas, na agricultura e na própria
indústria», disse Mira Amaral, após um encontro com os secretários de
Estado adjunto e da Economia, Leonardo Mathias e dos Assuntos
Europeus, Bruno Maçães.
O presidente do banco BIC Portugal foi um dos 30 responsáveis de
empresas cotadas em bolsa e exportadoras para os EUA que foram ao
ministério da Economia expressar as suas preocupações relativamente à
Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento União
Europeia--Estados Unidos da América, antes da quarta ronda negocial
que decorre entre 10 e 14 de março, em Bruxelas.
Dinheiro Digital / Lusa

http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=211860

Já há chineses a comprar quintas no Douro

A produção portuguesa de vinhos já estava na mira dos grupos de
investidores chineses desde 2011, segundo a AICEP

Eduardo Pinto
06/03/2014 | 00:00 | Dinheiro Vivo
Pelo menos duas quintas de produção de vinho na região do Douro foram
compradas por investidores chineses desde o início do ano, revelou o
presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). "Soube de dois
casos nos últimos dois meses, de quintas de média dimensão, entre 10 a
20 hectares", adquiridas por empresários com fortunas feitas fora da
vinicultura, disse à Lusa, em Londres, Frederico Falcão.
Não conhece porém as intenções destes negócios, nomeadamente se foram
para obter um "visto dourado", a autorização de residência atribuída a
estrangeiros que adquiram bens imóveis em Portugal de valor igual ou
superior a 500 mil euros. Mas lembrou que o investimento de
empresários chineses na produção de vinho na Europa não é novo, embora
até agora se tenha concentrado na zona de Bordéus, em França. O jornal
Le Monde noticiava em junho que cerca de 40 propriedades produtoras de
vinho naquela região foram compradas por milionários chineses ao ritmo
de uma por mês desde 2011.
Um relatório de 2011 da AICEP, a Agência para o Investimento e
Comércio Externo de Portugal, sobre o mercado chinês do vinho já
referia que Portugal tinha entrado "na mira" dos grupos de
investidores chineses, apesar da falta de notoriedade naquele país.
O presidente do IVV confirmou que a China ainda está fora do top 10 de
importadores de vinho português, mas mostrou-se esperançado em que o
envolvimento de empresários chineses possa ajudar a penetrar num
mercado que, apesar da grande dimensão e potencial, é pouco maduro e
difícil.
"Os produtores chineses podem ajudar a passar a mensagem da qualidade
e aumentar o reconhecimento do vinho português", sublinhou Frederico
Falcão, à margem da prova anual de vinhos em Londres organizada pela
ViniPortugal, a associação interprofissional do setor vitivinícola.
Lembrou ainda que Portugal tem outro trunfo em termos de marketing:
"Pu Tao Ya", Portugal em mandarim, significa "país das uvas".

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO328174.html?page=0

31ª Ovibeja como tema central "Terra Fértil"

05-03-2014



A 31ª Ovibeja, que se realiza de 30 de Abril a 04 de Maio, revela
"Terra Fértil - Mostra de Inovação Agrícola e Agrobusiness" como tema
central.

De entre as palavras-chave a partir das quais foram construídos o
conceito e a exposição temática que vai ser apresentada, partilhada e
participada pelo público visitante, destacam-se reconversão agrícola,
novas culturas, inovação e investigação, agricultura de precisão,
agronegócio, marketing rural.

As alterações estruturantes, que têm vindo a ser operadas na
agricultura fruto, em grande medida, da persistência e do investimento
dos agricultores, são reveladas através da apresentação e demonstração
de inovações agrícolas em várias categorias e áreas de actuação.

Os projectos apresentados em "Terra Fértil" relacionam-se com a
reconversão agrícola operada por via do regadio de Alqueva, mas não
só. A inovação agrícola e agrobusiness vão ao encontro da valorização
e aperfeiçoamento de toda a cadeia de valor dos produtos e serviços
agro-alimentares que começa nas pessoas que fazem da agricultura o seu
modo de vida, também enquanto guardiões da natureza, e termina na
melhoria da comunicação de todo o processo ao público em geral e ao
consumidor.

Com recurso a meios audiovisuais e multimédia, o espaço expositivo,
integrado no Pavilhão Sabor Alentejo, está a ser concebido com uma
forte componente de design gráfico e de ambientes, cruzando elementos
gráficos com elementos do campo e da natureza que transportem o
visitante ao contexto em que as inovações decorrem.

Transversais a todo a feira, a inovação agrícola e os agronegócios vão
criar pontos de contacto em diferentes espaços, de entre os quais se
destaca a Alameda principal e o Campo da Feira, uma zona de
demonstração do que de melhor se faz a nível produtivo, de
investigação e de equipamentos agrícolas.

Apresentação de projectos, demonstração e degustação de produtos,
debates e workshops são outras formas de "Terra Fértil" ir ao encontro
dos visitantes da feira. Os projectos inovadores vão ser submetidos,
através de concurso, à apreciação dos visitantes que poderão votar nos
da sua eleição.

O projecto "Terra Fértil" está a ser concebido e revela-se ao público
da Ovibeja com o apoio de vários parceiros, de entre os quais se
realçam o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do
Alentejo, o Instituto Politécnico de Beja e o Centro Operativo e
Tecnologia de Regadio.
A Ovibeja, que se realiza no Parque de Feiras e Exposições de Beja, é
organizada pela ACOS - Agricultores do Sul.

Fonte: ACOS - Agricultores do Sul

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia48720.aspx

Temperaturas sobem acima dos 20 graus esta semana

IPMA
Mariana Adam
05/03/14 10:03

A chuva vai dar tréguas, pelo menos os próximos 10 dias. As
temperaturas de Primavera chegam já amanhã.

De acordo com o Instituto de Português do Mar e da Atmosfera as
temperaturas vão começar a subir amanhã e a máxima será de 21 graus,
de sexta a domingo, em Lisboa. E ascende a 22 graus no Porto.

Depois um dos invernos mais chuvosos desde 1931, o tempo vai começar a
melhorar e as temperaturas vão subir sete a oito graus esta semana. O
IPMA não prevê chuva para a maioria do território continental nos
próximos 10 dias.

http://economico.sapo.pt/noticias/temperaturas-sobem-acima-dos-20-graus-esta-semana_188468.html

Agricultores do Oeste apostam na cultura da abóbora

A inclusão da abóbora nos novos hábitos alimentares está a atrair para
esta cultura os agricultores do Oeste, região que, segundo aqueles
produtores, concentra mais de 70% da produção nacional.

João Veloso, no concelho da Lourinhã, onde se localiza a maior
produção da região, fornece o Grupo Sonae, com preparados de sopa e
embalagens de abóbora cortada para confecionar sopas, purés, saladas,
pratos gastronómicos ou doces. "Tem havido mais procura dos
consumidores e dos supermercados", disse o agricultor e comerciante,
adiantando que a abóbora tem vindo a ganhar mercado por ter
características nutricionais semelhantes à cenoura, ter capacidade
anticancerígena pelo teor antioxidante e ser mais barata. Este
agricultor decidiu há 20 anos arrancar a vinha e reconverter os
terrenos, dedicando mais de 50 hectares à abóbora, para responder ao
mercado e porque "a vinha dava mais trabalho e o rendimento era
inferior". Para diversificar a atividade, começou a dedicar-se à
transformação da abóbora, para melhor responder às exigências do
mercado e escoar aquela produção que começa a perder as qualidades de
conservação ou calibres que chegam a ter mais de 50 quilos. Por ano,
comercializa 1500 toneladas e fatura 2,6 milhões de euros, abastecendo
o mercado nacional e países como França, Alemanha, Itália, Inglaterra,
Espanha e Polónia, mercados que descobriram mais cedo os novos usos
culinários e para onde começou a exportar quando em Portugal era
produzida só quase para a alimentação animal.

Na última década, a área de cultivo na região passou dos 100 para os
1500 hectares, multiplicando a produção de três mil para 40 mil
toneladas por ano e o número de produtores, cerca de meio milhar, de
acordo com dados da Associação Interprofissional de Horticultura do
Oeste (AIHO).

A zona Oeste fatura anualmente 10 milhões de euros com a atividade,
sendo a Lourinhã o concelho mais representativo, com 1100 hectares e
74% da produção regional. Cerca de 60 % da produção tem como destino a
exportação.

"Há condições climáticas e dos solos ideais e começou a apostar-se
nessa produção, diversificando-a entre as dezenas de variedades, e nas
condições de armazenamento para abastecer o mercado todo o ano, tendo
em conta a procura dos consumidores e dos supermercados", justificou
António Gomes, presidente da AIHO, à Lusa.

Para promover o produto a nível local e regional, e os novos usos
alimentares, vai realizar-se, pela primeira vez em outubro, o Festival
da Abóbora da Lourinhã.

Fonte: Madeira on line

Publicada: 25-02-2014 13:00

http://www.365agro.com/atualidades/Agricultores_do_Oeste_apostam_na_cultura_da_abobora.aspx

O Parlamento Europeu quer desenvolvimento de novas espécies vegetais


Março 03
13:59
2014

O Parlamento Europeu (PE) adoptou, no dia 25 de Fevereiro, um relatório de iniciativa da eurodeputada Marit Paulsen sobre a selecção vegetal, que sublinha a importância de produzir variedades vegetais capazes de resistir a secas, a precipitações anormalmente abundantes e ao incremento das doenças das plantas. Estas plantas também deveriam absorver eficazmente o azoto e fósforo e, de preferência, serem plurianuais e respeitosas do meio ambiente.
Como o desenvolvimento de novas variedades é muito caro e leva muito tempo, o PE sugere, para compensar, que a duração dos brevets seja aumentada.
O PE mostrou grande preocupação pelo facto de que a investigação em novas variedades está controlada por um pequeno número de empresas multinacionais, que só investem num número muito restrito de variedades, que lhes são mais rentáveis. Por isso, o PE acha que devem ser apoiadas as pequenas e médias empresas que se dedicam a este trabalham, para que possamos ter uma maior diversidade de novas plantas e este processo deve ser financiado com fundo comunitários e de estados membros. Considerando que é praticamente impossível as pequenas e médias empresas poderem financiar-se sozinhas, o PE convida a Comissão a criar um fundo que possa apoiar estas actividades.
Esta posição do PE deixa antever entrelinhas o recurso à biotecnologia, o que provocou uma reacção violenta por parte da organização Via Campesina.

Produtos agrícolas só entram nos hipers se forem amigos do ambiente


ANA RUTE SILVA 02/03/2014 - 10:14
Perto de sete mil agricultores receberam, na campanha 2013/2014, 34 milhões de euros em incentivos para adoptarem o sistema de protecção integrada

 
A certificação é obrigatória nos produtos do campo NUNO OLIVEIRA

Primeiro, o consumidor pede. Pede produtos saudáveis, com menos químicos, menos sal, menos calorias. Depois, a indústria e as grandes cadeias de híper e supermercados pensam e desenvolvem alimentos para satisfazer este apetite por uma vida mais sã. E no local onde tudo começa, na terra, mudam-se formas de produzir.

Para conseguirem vender em larga escala, dentro e fora do país, os produtores nacionais de frutas e legumes têm de aderir ao sistema de protecção integrada. É a diferença entre estar dentro ou fora das prateleiras da grande distribuição. Uma “condição sine qua non”, diz José Canha, director-executivo da Portugal Fresh, associação que promove estes produtos e representa 67 empresas, com três mil produtores.

“A produção integrada começou por ser um instrumento a nível da Comissão Europeia, de redução de adubos e pesticidas. Foi criado um incentivo financeiro aos produtores que a adoptassem. E isso acabou por impulsionar o processo. Mas o que antes era uma procura de apoio, transformou-se numa exigência da grande distribuição e do consumidor”, conta. Cerca de 67% dos produtos hortofrutícolas nacionais são comprados pelas grandes cadeias alimentares, nacionais e estrangeiras. Para lá entrar, “é ponto assente que é preciso ter certificações e trabalhar neste sistema”, garante José Canha.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, durante a campanha de 2013/2014 (até 31 de Janeiro) 6825 produtores receberam apoios financeiros destinados a promover as medidas agro-ambientais. No total foram pagos 34 milhões de euros pelos compromissos assumidos com a adopção deste modo de produção. Em 2012, havia 8249 operadores agrícolas controlados por sete empresas de certificação.

Há três formas de produzir de forma sustentável, opostos à “luta química convencional” de pragas ou outras maleitas: através da agricultura biológica, da protecção integrada ou usando a produção integrada. “Este último sistema consiste na gestão racional dos recursos naturais e privilegia a utilização dos mecanismos de regulação natural em substituição de factores de produção, contribuindo para uma agricultura sustentável”, diz o Gabinete de Imprensa do Ministério da Agricultura.

Na agricultura biológica “não são empregues produtos químicos e combate- se as pragas através da concorrência entre espécies”, diz José Canha. Por seu lado, a produção integrada é “um compromisso entre a produção biológica e a segurança alimentar”. São permitidos adubos e pesticidas químicos, mas de forma a não afectar o ambiente.

Na prática, é um trabalho de campo: começa com um plano de exploração, que descreve todo o sistema agrícola e a estratégia de produção, e tem como princípios base a regulação de todo o ecossistema. Há auditorias frequentes e o uso de químicos é controlado, tal como a água usada para regar.

“Implica desde o tratamento em campo, ao armazém, numa lógica de fazer tudo o que é possível para substituir químicos por produtos alternativos”, conta Pedro Madeira, director-geral da Frusoal, organização de produtores de fruta do Algarve, que vende 80% da produção à grande distribuição. “Há substituições de tratamento químico que começam a aproximar-se do biológico e o objectivo é reduzir ao máximo os resíduos que ficam nos citrinos. Hoje todos os clientes estão preocupados com a saúde do consumidor. E quem quer estar na primeira divisão do retalho tem de seguir estas regras”, conta, garantindo que com ou sem incentivos financeiros, a Frusoal seguiria a mesma técnica. De outra forma, não conseguiria vender os 30 milhões de quilos que produz anualmente e facturar 11 milhões de euros.

Na Cooperativa Agrícola de Fruta da Cova da Beira, apenas 20% da produção é certificada. “A maior parte dos nossos 220 sócios activos não usa. Os que adoptam o sistema, fazem-no por causa do subsídio e porque, assim, conseguem certificar a produção e mandar produto para os grandes clientes”, diz Sandra Martins.

As verbas do próximo Programa de Desenvolvimento Rural (2014-2020), destinada ao modo de produção integrada, ainda não estão definidas. Estes pagamentos, diz o ministério de Assunção Cristas, servem para “compensar os gastos adicionais resultados dos novos patamares de exigência”. “O apoio assume a forma de um pagamento a título compensatório por hectare de área elegível, sendo atribuído anualmente em função do tipo de cultura”, explica a tutela.

Quanto à exigência dos supermercados, o Ministério da Agricultura acredita que pode ser um dos factores que “influencia um menor uso de químicos” por parte dos produtores.

Agricultura biológica cresce 7%
Ao mesmo tempo que a produção integrada ganha terreno, a agricultura biológica continua a crescer em Portugal.

Os últimos dados disponíveis (ainda provisórios), mostram que em 2012 estiveram sujeito a controlo 3555 operadores, 3129 dos quais agrícolas e 424 transformadores. Entre 2011 e 2012 registou-se um aumento de 7% da área ocupada, de 219.683 hectares para 235.267 hectares (13.252 dos quais em conversão).

Na última década, a superfície de terras agrícolas destinadas à agricultura biológica aumentou, em média, meio milhão de hectares por ano na União Europeia. Há, actualmente, mais de 186 mil explorações em toda a Europa.

Situação do mercado internacional de cereais

04-03-2014 


 
Os preços de exportação dos cereais assinalaram uma subida generalizada ao longo do mês de Fevereiro, perante a preocupação devido a condições atmosféricas em algumas regiões produtoras, e também dificuldades logísticas.
 
Segundo o Conselho Internacional de Cereais (CIC), em termos globais, o Índice de Cereais e Oleaginosas (GOI), ganhou cinco por cento desde o mês passado, embora os preços continuem oito por cento inferiores aos registados um ano atrás, devido às perspectivas favoráveis para a produção.
 
Os preços da exportação de soja passaram por um aumento significativo, o sub-Índice avançou oito por cento durante o mês, apoiado pelas condições adversas na América Sul. Apesar de esperar-se uma colheita mundial recorde, o crescimento da procura também é forte, sendo previsível que as existências no final da campanha passem por um aumento bastante modesto.
 
Em relação ao trigo, os valores também subiram. O sub-Índice do GOI do CIC ganhou dois por cento ao longo do mês, já que os problemas logísticos e a preocupação assinalada devido ao mau tempo nos Estados Unidos superaram o impacto da grande oferta e as perspectivas são, em geral, favoráveis para as colheitas.
 
Os valores do milho também subiram cerca de quatro por cento no mês de Fevereiro, com o apoio da produra internacional e o ritmo, por vezes lento, por parte dos produtores. O sub-Índice de milho do GOI do CIC manteve-se a um nível 23 por cento inferior ao registado o ano passado, reflectindo as perspectivas relativamente confortáveis para a oferta mundial.
 
O CIC estima um aumento na produção global total de cereais de 10 por cento por ano, fixando-se em 1.966 milhões de toneladas. Prevê-se que o comércio alcance um nível sem precedentes e que as existências cresçam cerca de 52 milhões de toneladas. No entanto, os futuros de aveia mantêm máximos históricos, apoiados pelas existências baixas nos Estados Unidos e pelos obstáculos para as exportações do Canadá, com destaque da oportunidade para os exportadores da União Europeia, contudo, espera-se que o mercado se mantenha ajustado a curto prazo.
 
Fonte: Agrodigital

quarta-feira, 5 de março de 2014

Florestas ibéricas podem emitir este século mais carbono do que absorvem

04-03-2014 
  
Os ecossistemas florestais ibéricos podem emitir a partir da segunda metade do século XXI mais dióxido de carbono do que absorvem, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Barcelona (UB) com simuladores sobre alterações climáticas.

O estudo, elaborado pelos professores de Ecologia da UB e do Centro de Pesquisa Ecológica e Aplicações Florestais (CREAF) Santiago Sabate e Carlos Santiago Gracia e pelo especialista Daniel Nadal, foi publicado na revista científica Ecossistema, da Associação Espanhola de Ecologia Terrestre.

Segundo os investigadores, há um alto risco de que alguns dos ecossistemas florestais espanhóis podem tornar-se emissores de carbono líquido na segunda metade do século.

Fonte: Diáriodigital; Lusa

Ministros da UE a favor de reabrir debate sobre OGM

 05-03-2014 

 
Os Ministros do Meio Ambiente da União Europeia mostraram uma posição favorável para o regresso ao debate sobre a proposta da Comissão em relação ao cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM).

No próximo dia 13 der Março terá lugar uma reunião de trabalho na qual será examinada a proposta com base num texto de compromisso da presidência grega da União Europeia.

O documento propõe um dispositivo em duas etapas. Inicialmente, os Estados-membros que não querem o cultivo de OGM no seu território pedem à empresa que queira solicitar a autorização de uma nova planta OGM que se comprometa a não vendar a mesma no país em questão. Se a empresa recusar este pedido, o Estado-membro pode proibir o cultivo em todo ou em parte do seu território alegando justificações diferentes à saúde ou ambientais.

A França e a Bélgica estão de acordo com o texto e defendem uma proposta que responsabilize os países pela autorização ou não das culturas, ou seja, uma nacionalização das autorizações. A presidência grega espera alcançar um acordo político e preparar a adopção de uma legislação antes do final do ano.

 Fonte: Agrodigital

Armazenamento de água sobe em 11 bacias hidrográficas em Fevereiro


5 de Março, 2014

Onze bacias hidrográficas registaram uma subida no volume de água armazenada em Fevereiro, comparativamente a Janeiro, de acordo com a informação disponibilizada na página de Internet do Instituto da Água (INAG).
De acordo com o Boletim de Armazenamento de Albufeiras, no último dia do mês de Fevereiro, comparativamente ao último dia do mês anterior, verificou-se um aumento do volume de água em 11 bacias hidrográficas e descida numa.

Das 59 albufeiras monitorizadas, 43 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e não existem albufeiras com disponibilidade inferior a 40% do volume total.

Os níveis mais elevados de armazenamento de água em Fevereiro de 2014 ocorreram nas bacias do Guadiana (98,4%), Ave (98,2%), Cávado (94,7%), Oeste (94,4%), Lima (92,8%), Tejo (93,5%), Douro (91%), Mira (88,8%), Barlavento (78,6%) e Arade (73%).

Segundo o INAG, os armazenamentos de Fevereiro por bacia hidrográfica apresentam-se superiores às médias de armazenamento de Fevereiro (1990/91 a 2012/13), excepto para as bacias do Mondego e Ribeiras do Algarve.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

Lusa/SOL

Iniciativa: Novos agricultores trocam a enxada pelo tablet

HOJE às 07:340

O regresso à terra está a ser feito com gente mais jovem, mas também com novas ferramentas. Uma delas, pensada e desenvolvida por empreendedores portugueses, pretende dar aos novos agricultores um meio mais eficaz para gerir a sua atividade.
Chama-se Agroop e é uma plataforma tecnológica que vai ligar os produtores às suas associações, permitindo-lhes comunicar dados em tempo real, solicitar assistência remota, receber alertas climatéricos e de sanidade, quantificar os seus custos e até gerir recursos humanos.
Bruno Fonseca, licenciado em design gráfico, é um dos três promotores da Agroop, que está a ser desenvolvida na Incubadora Tagus Park e que conta com mais três elementos na equipa: um parceiro tecnológico e dois consultores agrónomos.
A ideia surgiu quando Bruno Fonseca, que tinha acabado de desenvolver um projeto para um agricultor em Castelo Branco, se apercebeu de que não existia «nenhuma plataforma intuitiva e em português» que ajudasse a gerir recursos e processos agrícolas.
«Achámos que podíamos complementar essa lacuna e desenvolver uma aplicação mais “user friendly” (amiga do utilizador) que permitisse uma comunicação eficiente entre os diversos agentes da cadeia produtiva», contou o empreendedor à Agência Lusa.
A aplicação permite aos agricultores fazer os registos do caderno de campo digitalmente e elaborar uma estruturação de custos e receitas mais eficaz, explica Bruno Fonseca.
A aplicação traz também vantagens às organizações de produtores que «podem ter acesso em tempo real aos dados gerados pelos agricultores, o que lhes permitirá minimizar os custos, evitando a deslocação dos técnicos ao terreno», acrescenta.
Bruno Fonseca exemplificou o funcionamento do sistema num protótipo desenhado para o “tablet”.
O agricultor começa por se registar e acede a um menu, onde pode adicionar colaboradores, maquinaria, parcelas e culturas, bem como a calendarização da atividade.
Pode também pedir ajuda remotamente.
«Imagine-se que o agricultor vê um fungo numa planta e não sabe o que é. Pode tirar uma fotografia e mandar para o técnico da associação que poderá aconselhá-lo nos procedimentos mais corretos para combater aquele fungo», explica o jovem promotor.
A aplicação permite também ter uma ideia mais clara sobre a estrutura de custos de uma determinada atividade.
«O nosso “software” produz um gráfico de resultados que vai mostrar o tempo gasto em cada atividade, bem como as despesas. [Os agricultores] podem chegar à conclusão que a cultura onde estão focados não é rentável e devem procurar novas soluções», disse o fundador da Agroop.
João Preto, um dos consultores agrónomos que está a dar apoio ao projeto, destaca que esta ferramenta será igualmente importante para melhorar a qualidade, permitindo monitorizar com facilidade a rastreabilidade do produto.
E não tem dúvidas quanto à recetividade do mercado: «Há cada vez mais jovens agricultores, há cada vez mais pessoas com outras formações que estão, pelos tempos que correm, a desenvolver atividades mais ligadas à terra. Estas pessoas (...) são mais abertas ao uso de tecnologia e aperceberam-se de que o universo agrícola está cada vez mais global e competitivo, daí a necessidade de uma ferramenta que vai aumentar a sua eficiência e a sua rapidez de comunicação com os “players” do mercado».
Segundo a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, no ano passado eram recebidas, em média, quase 300 candidaturas mensais ao apoio à instalação de jovens agricultores.
No futuro, o objetivo é desenvolver esta multiplataforma agrícola. Além da aplicação de gestão de processos e recursos agrícolas, Bruno Fonseca quer desenvolver uma rede social e pedagógica que ajude a esclarecer duvidas e, posteriormente, evoluir para um mercado 'online' onde se possam comprar e vender produtos, dirigido a compradores de pequenas, médias e grandes superfícies comerciais que teriam assim acesso «a uma vasta gama de produtos e fornecedores».
O projeto é apoiado pelo Passaporte ao Empreendedorismo e arrancou há sete meses. Os próximos cinco meses, ainda no âmbito deste apoio que se traduz numa bolsa mensal de cerca de 700 euros para cada promotor, servirão para desenvolver a ideia e elaborar o plano de negócios.
«Estamos a afinar o protótipo e estamos à procura de um parceiro estratégico que nos possibilite fazer uma prova de conceito. Depois será mais fácil depois encontrar investidores», acredita Bruno Fonseca.
Diário Digital com Lusa

Negociações entre UE/Mercosul

03-03-2014 


 
Os países da União Europeia e do Mercosul podem vir a trocar ofertas após a reunião agendada para 21 de Março, caso as condições sejam adequadas, afirmou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

A permanência da Argentina no bloco do Mercosul continua em discussão, com mais esclarecimento no próximo dia sete de Março. Entretanto, por seu lado, o Copa-Cogeca opõem-se às negociações, alertando para o facto de um futuro acordo vir a prejudicar o sector agrícola da União Europeia, em especial o sector da carne de porco e de aves.

Fonte: Copa-Cogeca

Maiores colheitas mundiais de trigo e menores de soja

03-03-2014 
 
Maiores colheitas mundiais de trigo e menores de soja 

   
O Conselho Internacional de Cereais (CIC) aumentou as suas estimativas no final de Fevereiro, em relação a Janeiro, em um milhão de toneladas o valor da produção mundial de trigo para a campanha 2013/2014.
 
O CIC aponta para uma colheita de 708 milhões de toneladas, cerca de mais 53 milhões, em relação à campanha anterior. Contudo, o consumo mantem-se constante, com 691 milhões de toneladas e os stocks finais da campanha aumentaram cerca de dois milhões de toneladas até um total de 190 milhões.
 
Em relação à campanha de 2014/2015, as estimativas do CIC esperam que a superfície global de trigo aumente, mas que a produção desça cerca de dois por cento devido ao regresso a níveis normais dos rendimentos, depois dos excepcionais alcançados na última campanha.
 
No caso do milho, as previsões de Fevereiro para a produção não variaram para a campanha de 2013/2014, mantendo-se semelhante às de Janeiro, de 959 milhões de toneladas, apesar de 11 por cento superiores às da campanha passada. Para o consumo espera-se um crescimento de quatro milhões de toneladas, um total de 932 milhões, o que pode conduzir a uma redução na mesma quantidade das existências finais, para 154 milhões de toneladas. Para a campanha de 2014/2015, o CIC estima que a produção de milho se contraia como consequência de uma redução dos rendimentos.
 
Para a soja, o Conselho Internacional de Cereais mostra-se mais pessimista com os valores de produção na campanha de 2013/2014, reduzindo em quatro milhões de toneladas frente às estimativas de Janeiro e prevendo 284 milhões de toneladas.
No entanto, trata-se de uma colheita cinco por cento superior à anterior. Também diminuiu as previsões de consumo em cerca de dois milhões de toneladas até um total de 283 milhões, pelo que as existências finais apenas seriam prejudicadas em dois milhões de toneladas.
 
Fonte: Agrodigital

 

Programa apícola nacional

Março 04
09:26
2014

Informa-se que foi publicado o Despacho normativo n.º 4/2014, que altera o Despacho normativo n.º 1/2014 que estabelece as regras nacionais complementares de aplicação do Programa Apícola Nacional (PAN) relativo ao triénio 2014-2016.

De acordo com o referido despacho, o novo período para a apresentação de candidaturas, ou para alteração das já apresentadas em janeiro último, para a campanha de 2014, decorrerá entre 4 e 17 de março de 2014.

Agricultura fecha zona agrária de Silves, principal centro de produção de citrinos do país


IDÁLIO REVEZ 03/03/2014 - 07:34
A falta de pessoal justificou a transferência dos agrónomos do campo para cidade. O apoio aos agricultores que produzem laranjas faz-se agora a partir de Portimão, terra da pesca da sardinha.

 
 Ministério da Agricultura já delegou nas organizações de agricultores boa parte das suas funções
A direcção regional de agricultura do Algarve encerrou a Zona Agrária de Silves, concelho onde se produz a maior quantidade de citrinos do país. Os agrónomos que prestavam serviço em Enxerim foram transferidos do campo para a cidade de Portimão. Na porta do edifício onde funcionava a Zona Agrária – uma das mais antigas, criadas no pós 25 de Abril - ficou apenas um papel com um número telefone para contacto. “Faz algum sentido mandar para Portimão, uma terra de peixe, o pessoal da agricultura?”, pergunta o agricultor António Prata, crítico do Governo no que diz respeito à politica de centralização que diz contribuir para o despovoamento do interior.

O director regional de Agricultura do Algarve, Fernando Severino, justifica a medida com a falta de pessoal, mas garante que “não vai faltar o apoio aos agricultores”. O que está previsto é que o serviço possa ter continuidade, mas noutros moldes, através de parcerias entre o ministério da Agricultura e do Mar e as autarquias. A suspensão do atendimento regular aos agricultores da região abrange, além de Silves, Aljezur, Alcoutim, Lagos e Monchique. 

“Não dá para entender uma medida destas”, prossegue António Prata, acrescentando que, aos 85 anos de idade, ainda é ele, sozinho, quem trata do pomar de citrinos e abacates numa área de quatro hectares. A vizinha, Rogélia Santos, dispara no mesmo sentido: “Estão a acabar com tudo - o que será que mais nos vai acontecer?”, pergunta. As interrogações sucedem-se a cada passo, mas poucos encontram resposta ou justificação aparente.

“Parece-me que eles [os  funcionários da zona agrária] já deve haver quase um mês que se foram embora”, observa Gregório Patrício, um reformado da construção civil que contesta o encerramento dos serviços públicos de proximidade, embora não fosse utente assiduo. De agricultura, diz, não perceb2 grande coisa: só cultivo hortaliças no quintal”.

A região algarvia produz uma média de 270 mil toneladas de citrinos, o que equivale a cerca de 80% da colheita nacional, e o concelho de Silves é aquele que concentra a maior área de cultivo. “Vinha aqui gente até de São Marcos da Serra”, diz Rogélia Santos, evocando a extensão do território que abrange, também, uma grande área de serra.

A Federação Regional do Algarve do PS divulgou um comunicado criticando a decisão, por considerar reveladora de “um profundo desprezo pelos empresários do sector agrícola, prejudicando gravemente os concelhos mais afastados dos serviços desconcentrados de Faro”.

O agricultor João José, de Enxerim, desvaloriza os protestos: “Já pouco se fazia ali, só lá estavam duas funcionárias”.  Sempre que surgia alguma  questão mais técnica, “tinha de se ir a Portimão, e mesmo aí as coisas não funcionam como deviam”, prossegue. "Quis fazer um projecto para a produção de mel mas não me safava se não pagasse a quem fizesse o estudo, fora dos serviços da agricultura”, exemplifica.

Laranjas espanholas no Algarve
O director regional de agricultura do Algarve recorre à lei que impede a contratação de novos colaboradores para justificar a suspensão e redução dos serviços de apoio descentralizado. “Os funcionários que se reformaram não foram substituídos”, enfatiza.

Porém, Fernando Severino assegura que os agrónomos não se vão afastar do campo. “Estamos a fazer parcerias com os municípios e associações de agricultores para continuar a prestar o apoio de proximidade”, adianta.

Mas a redução do número de funcionários é um facto indesmentível. A delegação da direcção regional de agricultura em Portimão, que servia toda a zona do Barlavento, chegou a ter mais de duas dezenas de colaboradores mas “dentro em breve ficarão apenas com cinco ou seis”, diz . 

Ao longo da estrada entre Silves a Messines, os produtores vão ao encontro dos consumidores. Marina Calado vende laranjas e hortaliças, numa tenda improvisada. “Só precisei de ir uma vez a Zona Agrária de Enxerim (Silves) para preencher os papéis para o cartão de agricultora, foram muito simpáticos”, comenta, um pouco indiferente ao encerramento da estrutura algarvia. Enquanto isso, o condutor de um camião de transporte de materiais de construção, vindo de Santarém, pára para comprar laranjas. “Tenho clientes certos”, conta, orgulhosa, a agricultora.

Crescem couves e plantas medicinais entre prédios e estradas


ALEXANDRA GUERREIRO 24/02/2014 - 10:17
Hortas comunitárias, clandestinas, sociais, espontâneas. Existem pelo menos 70.235 hortas urbanas na Grande Lisboa. Uma dúzia de horticultores mostram os seus quintais ao ar livre da cidade. O local onde passam mais tempo do que a cozinhar ou a comer aquilo que plantam.


Há morangos, cenouras, couves, alfaces, tomates, alfazema e outros a crescer por entre os prédiosOXANA IANIN

Com um gorro branco a cobrir as orelhas, Mariama conta que, mesmo com este frio, Malam Baldé se levanta às 6h, só algumas vezes por volta das 7h, para trabalhar no talhão. “Fui trocada por uma horta!” Esta é a frase que Mariama Camara, a sorrir mas não a brincar, usa para exemplificar a dedicação que o marido tem nos seus 30m2 na Adroana. Junto a este bairro social da freguesia de Alcabideche, a Câmara de Cascais inaugurou, em Janeiro, o mais recente parque hortícola do concelho.

Estes talhões fazem parte do programa Hortas de Cascais. As primeiras hortas comunitárias da Área Metropolitana de Lisboa nasceram em 2009, no Parque Urbano do Alto dos Gaios, na freguesia do Estoril. Agora já existem 1372 talhões apoiados pelas câmaras em 11 concelhos da Grande Lisboa.

Deputados socialistas exigem do Governo a preservação do património genético do porco alentejano


CARLOS DIAS 17/02/2014 - 16:51
Governo comprometeu-se a publicar há quase um ano legislação para regulamentar a criação e a comercialização de produtos da raça autóctone, mas até ao momento nada foi publicado.


A venda descontrolada, em superfícies comerciais e na restauração, de carne de porco apresentada como sendo de raça alentejana, quando pouco ou nada tem a ver com esta espécie autóctone, levou o grupo parlamentar do Partido Socialista a alertar o Governo para a necessidade de criar normas que protejam o código genético do suíno.

Luís Pita Ameixa, um dos deputados socialistas que subscreveram a exposição enviada à presidente da Assembleia da República, descreveu a situação em que se encontra a produção e a comercialização de porco de raça alentejana como "grave".

A designação "porco preto", utilizada para designar o porco da raça alentejana, "não está regulamentada", realça o deputado socialista eleito por Beja, advertindo para a urgência de estabelecer a designação "porco alentejano" como protegida, contrariando assim a designação "porco preto", importada de Espanha.

Pita Ameixa garante que a mistificação que foi montada por especuladores "matou o mercado do porco alentejano", que chegava a abater 300 porcos por semana para carne fresca "e agora abate zero", um facto que conduziu ao desaparecimento de "cerca de metade das 300 explorações que havia no Alentejo".

Neste momento, os abates de porcos de raça alentejana são realizados apenas para a produção de presuntos de denominações de origem e alguns enchidos, como o presunto de Barrancos IGP. É a qualidade do produto que suscita a progressiva procura que tem entre os espanhóis.

Sendo um produto procurado e com nome no mercado, as grandes superfícies e restaurantes utilizam a designação porco preto, mas não vendem a carne do porco alentejano, "vendem sim outras raças, dando a entender que estão a vender o produto oriundo do porco alentejano", denuncia o grupo parlamentar socialista.

As dificuldades cada vez mais patentes dos criadores do porco alentejano são realçadas no documento enviado ao Governo. Para além de a produção da suíno alentejano ter custos de produção mais elevados do que em Espanha, a sua criação demora cerca de um ano, enquanto no país vizinho "é fabricado em sete a oito meses", realçam os deputados socialistas.

Para superar este constrangimento, que está a afectar a viabilidade das explorações alentejanas onde se cria o porco de raça alentejana, o grupo parlamentar socialista recorda que o secretário de Estado da Alimentação e da Indústria Agroalimentar anunciou, na edição de 2013 da Ovibeja, que a aprovação da regulamentação necessária para o sector "estaria para breve", mas passou quase um ano e nada foi publicado.

A diminuição do número de animais desta raça autóctone, estando muito perto de ser considerada uma raça ameaçada, preocupa os socialistas, que, na inquirição enviada na passada sexta-feira à presidente da Assembleia da República, insistem em saber "qual a estratégia e as medidas tomadas para preservação desta raça nacional autóctone e do seu património genético".

Ministério da Agricultura já delegou nas organizações de agricultores boa parte das suas funções

Ministério da Agricultura já delegou nas organizações de agricultores boa parte das suas funções
CARLOS DIAS 03/03/2014 - 07:36
Agilização e simplificação dos serviços com redução de funcionários vai prosseguir em 2014, pesem embora as críticas dos pequenos proprietários do interior do país que acusam a tutela de os ter abandonado à sua sorte.

 Agricultura fecha zona agrária de Silves, principal centro de produção de citrinos do país
No espaço de uma década o Ministério da Agricultura e do Mar (MAM) reduziu em quase 50% o seu orçamento (2380 milhões de euros em 2004 para 1270 milhões de euros em 2014) e o número de funcionários passou no mesmo período de 13.500 para pouca mais de 6000. Paralelamente, e com o arranque do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), em 2006, foi intensificada a transferência de funções e valências para as organizações representativas dos agricultores, cooperativas e autarquias.

A reestruturação encetada é encarada com reservas. Há organizações que acusam a tutela de ter abandonado os pequenos proprietários à sua sorte. "Está a acontecer-nos mais ou menos o mesmo que àquele jovem que percorreu 400 quilómetros, até ser atendido no Hospital de Santa Maria, em Lisboa", compara José Pegado, dirigente da Associação Distrital de Agricultores do Distrito de Bragança.

As organizações de agricultores de menor dimensão reconhecem que não têm capacidade para resolver determinados problemas que os pequenos agricultores apresentam, nomeadamente nas regiões do interior. A reestruturação dos serviços do MAM obriga-os "a tratar de assuntos em Chaves, Braga ou Viana do Castelo", assinala José Pegado.
“Vivemos num sítio onde as coisas só começam 15 dias depois de terem começado”, lamenta-se o dirigente associativo, queixando-se dos percalços da informatização. “Todos os anos a tutela faz alterações aos programas informáticos” dificultando a vida dos agricultores que na maioria têm idades entre os 70 e 80 anos e estão desprovidos de conhecimentos em novas tecnologias da informação.

No centro do país, a leitura feita por Aníbal Cabral, da Associação de Agricultores de Castelo Branco é semelhante: “Quando os serviços nos pedem para recorrer à Internet esquecem-se que estão a falar de pessoas idosas e até analfabetas”, contestando a transferência de responsabilidades que não foram acompanhadas pela transferência de meios adequados. "Em alternativa, só conseguimos ser atendidos em Aveiro, Castelo Branco ou até em Lisboa”.

O crescendo de exigências burocráticas, associado às alterações no domínio da fiscalidade na pequena agricultura familiar, “estão a contribuir para o abandono das terras”, alerta Aníbal Cabral, explicando que o fisco “junta as ajudas comunitárias à reforma que as pessoas auferem”, passando a pagar mais, “até na taxa moderadora da saúde”, exemplifica. As pessoas “preferem perder a ajuda comunitária de 200 ou 300 euros por ano do que pagar mais pela taxa moderadora e ao fisco”, observa.

Brito Paes, presidente da Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), esclarece que as associações “estão a preencher uma lacuna, deixada pelo ministério, de uma forma que não é a ideal”, alegando que não tem sido possível “compensar em pleno as funções que estavam atribuídas às zonas agrárias”.

A delegação de competências nas associações de agricultores é suportada num protocolo entre o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) e as confederações de agricultores, e ao abrigo desse protocolo é prestado uma série de serviços pelos quais as organizações são reembolsadas, observa o presidente da AJAP.

As posições críticas das associações são reforçadas por João Dinis, da Confederação Nacional de Agricultores (CNA): Os pequenos agricultores “ficaram completamente desamparados” com as mudanças na orgânica de funcionamento do MAM “sem que houvesse o cuidado de acautelar as consequências a jusante". E “se não fossem as associações, muitos agricultores não receberiam as ajudas comunitárias”, sentencia o dirigente da CNA. Mesmo assim, “há mais de 100 mil agricultores que não fazem candidaturas e outros 150 mil que não recebem nada”. As ajudas comunitárias “abrangem 180 mil agricultores” sublinha.

Pesem embora as críticas que endereça ao MAM, João Dinis reconhece que os agricultores “são beneficiados com o apoio que as associações lhes prestam” na elaboração das suas candidaturas às ajudas comunitárias, de projectos e no aconselhamento. "A tutela criou um sistema para entreter as associações de agricultores”, que ficaram com “todo o processo técnico burocrático”, analisa o dirigente da CNA, admitindo porém que o sistema “acaba por fidelizar os agricultores”.

Com a reestruturação iniciada há uma década atrás, os serviços do MAM ficaram “desarticulados” com a extinção de “institutos de pesquisa científica e de experimentação” e agora apenas existem alternativas a nível privado que “só estão ao alcance das grandes empresas agrícolas ou as agro-indústrias”, denuncia João Dinis.

No sul do país, o tomcrítico não é tão acentuado. Há uma aceitação pacífica do sistema que trouxe "alguns ganhos para os agricultores”, garante António Bonito, presidente da Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre, reconhecendo que as funções ainda desempenhadas pelos serviços do MAM “estão prejudicados na sua qualidade” porque o “número de funcionários também é menor”. Evita generalizar, argumentando que existem bons e maus serviços, realidade que associa aos bons e maus responsáveis que permanecem no MAM.

Francisco Palma presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo, associa a mudança de actuação do MAM a dois factores: “O Estado deixou de ter condições orçamentais” para continuar a garantir o universo de serviços que anteriormente suportava e houve a ascenção das novas tecnologias de informação. “Com apenas uma password somos capazes de resolver uma série de situações” que anteriormente impunham a deslocação aos serviços do Ministério da Agricultura, que neste momento têm a seu cargo pouco mais que a fiscalização e o controle da actividade dos agricultores.

A descentralização de serviços permitiu que as tarefas desempenhadas pelo MAM fossem “mais agilizadas”, assegura. A máquina que existia no ministério foi mobilizada para alguns objectivos específicos como, por exemplo, “pagar os subsídios aos agricultores a tempo e horas, quando antes estavam meses ou anos anos à espera”, assinala Francisco Palma.

Questionado pelo PÚBLICO sobre as consequências do encerramento de serviços do MAM no interior do país, o director Regional da Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, diz que “a sua concentração num só sítio facilita a vida aos agricultores”.

Reagindo às críticas formuladas por algumas associações sobre a “desarticulação” da orgânica de funcionamento do MAM, por não ter tomada em linha de conta as debilidades estruturais de algumas associações, Manuel Cardoso confirma a existência de “uma grande variedade técnica entre as associações de agricultores”, admitindo que as mais pequenas “estão menos preparadas”.

O encerramento de laboratórios e de centros de experimentação e pesquisa está compensado “por muitas empresas privadas” que podem substituir o Estado, advoga o director regional, lembrando que, mesmo assim, o MAM continua a aceitar amostras de solos ou de produtos alimentares e mantém ainda o controlo da fitossanidade.

O MAM salienta no seu programa de acção para 2014 que vai prosseguir a “simplificação e desburocratização já encetada ao nível organizacional” ao mesmo tempo que será dada continuidade à “redução dos custos ao nível da administração” que inclui um corte de 6% no quadro de pessoal.

A Carne de Coelho é saudável e está na "boca de todos"

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Carne de Coelho - desafio saudável para 2014

Depois do sucesso na Feira de Vinhais com o Fumeiro de Coelho, a imprensa tem dado um grande destaque a estes produtos e às características nutricionais desta carne. O salpicão, o chouriço, a alheira e até um presunto foram os trunfos apresentados pela empresa Grão a Grão, levando ao consumidor um produto “light” com baixos teores em colesterol e sódio. Estes produtos tiveram a cobertura de todas as televisões Nacionais e têm tido uma enorme procura por parte do consumidor, cada vez mais preocupado com a qualidade e com a saúde na alimentação.

Depois deste sucesso, chegou a vez da Degustação da Carne de Coelho na Tocha. Com várias entradas e pratos de coelho, a empresa Litoral Coelho com o Restaurante “A Cova do Finfas” aliaram a Gastronomia, a Musica e a Solidariedade num jantar no passado Sábado. A degustação desta carne de excelência fez desta noite saudável um convívio único com muita animação.

Com este arranque de 2014, a ASPOC tem ainda mais motivos para acreditar no consumo da Carne de Coelho, e apoiar todas as iniciativas que venham a ser desenvolvidas neste sentido. É necessário chegar ainda a mais consumidores e dar a conhecer a importância que esta carne branca e saudável deve ter na dieta do dia-a-dia.

A ASPOC tem o prazer de informar que apoia a candidatura do Restaurante Estrela da Mó a Melhor Arroz de Portugal com o prato Arroz de Cogumelos com Coelho Campestre e convida todos os associados e amigos a apoiarem a nossa causa e votarem numa escolha saudável. Entre os dias 3 de Março e 4 de Maio estão em votação todos os pratos para escolher os 5 Finalistas. Vamos levar a Carne de Coelho à final e votar neste prato.

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ASPOC