sábado, 1 de agosto de 2020

O Primeiro-Ministro que incendiou a DGAV

António Paula Soares

1/8/2020

Estamos na época de fogos rurais, onde é recorrente que os noticiários e capas de jornais deem destaque aos prejuízos ambientais, económicos, sociais e, infelizmente, também de vidas humanas que se perdem. Mas nos últimos dias tem sido diferente: após o incidente dos canis ilegais de Santo Tirso, as redes sociais, os meios de comunicação e parte dos políticos inundam-nos todos os dias com o triste episódio da morte de dezenas de cães e gatos, que passou a ser o tema do momento…

O tema, e o referido episódio, têm assoberbado telejornais e jornais com uma força díspar, quando comparamos com os tristes episódios do falecimento de vários bombeiros no decorrer desta época de fogos. É óbvio que não podemos ficar indiferentes ao caso de Santo Tirso, mas a demanda política e social atingiu laivos difíceis de compreender. A crescente humanização dos animais de companhia começa a atingir proporções que custam a entender numa sociedade onde muito falta, mas de que pouco se fala, ou incomoda tanto, como a morte de cães e gatos num fogo florestal, num canil ilegal. Poucos são os casos que tenham tido tanta ação política como este, do canil de Santo Tirso.

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O assunto ganha ainda mais foco mediático, quando o próprio Primeiro-Ministro, no decorrer do discurso do Estado da Nação, chama a si os holofotes deste episódio, mas escolhe como campo de batalha um dos seus próprios organismos, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária – DGAV. Atacando-a, como se a mesma não estivesse sob a tutela do seu próprio Governo, como se a mesma não tivesse vindo a ser depauperada dos seus recursos financeiros e humanos ao longo dos diversos governos dos últimos tempos, em relação à qual, o próprio Primeiro-Ministro deveria assumir as culpas da incapacidade de fiscalização.

Mas não! Entendeu o Primeiro-Ministro usar os microfones do Parlamento para "cortar cabeças" e, pura e simplesmente, incendiar totalmente uma entidade tutelada pelo seu Ministério da Agricultura. Tal como em Santo Tirso, deu-se início a um fogo em que não foi permitido que se atuasse e se analisasse a melhor forma de reestruturar um organismo, que, em conjunto com o Ministério da Agricultura, tutela os animais de companhia há mais de 100 anos, e, num ápice (estranho como tudo foi organizado tão depressa…), anuncia-se a mudança da tutela do bem-estar dos animais de companhia, da Agricultura para o Ambiente e da DGAV para o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

E aqui levantam-se inúmeras questões: quais as competências do Ambiente para com os animais de companhia? Qual a razão de ser de se passar a coordenação da realidade dos animais de companhia, como os cães e os gatos, de um organismo de índole veterinária, para um organismo que tem a alçada das florestas e da conservação da natureza? Faz sentido? Nenhum. E se analisarmos a mudança com base na capacidade de um organismo perante o outro, em termos financeiros e de recursos humanos, então batemos no fundo, pois se a realidade, bem conhecida de todos, da incapacidade do Estado em fornecer condições financeiras à DGAV é um facto, então a realidade que paira sobre o ICNF é exatamente a mesma, ou pior.

Fica no ar, a ideia que o Governo anda a empurrar o problema com a barriga, sem pensar nas consequências, sendo algo que já vimos recentemente com a aprovação da lei do Fim dos Abates em Canis, em 2016, onde é cada vez mais óbvio que se legislou sem pensar e sem se conhecer a realidade no terreno.

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A mudança é errada, confusa e, certamente, pouco prática. É pena, pois da minha parte teria o maior dos gostos em ver o Estado a fornecer as condições para a mitigação do problema dos animais errantes, mas estou em crer que esta mudança não foi mais do que uma ação de charme para agradar a uma franja minoritária do Parlamento e para puxar para o Primeiro-Ministro os "likes" das redes sociais.

Acontece que o problema irá persistir. Mudam-se apenas as cadeiras e dá-se um balão de oxigénio a um partido que recentemente passou pelo pior momento da sua história com a debandada dos próprios deputados e membros da sua equipa, exatamente por se ter desviado da defesa dos cães e gatos. E que, face a este episódio de Santo Tirso, agiu como sempre tem agido nestes momentos, no aproveitamento político de tragédias.

O Primeiro-Ministro, no entanto, nesta senda de querer agradar a uns, não deveria ter-se esquecido que o problema é muito simples e direto, face à aprovação da Lei de 2016, ou seja, investimento! Dinheiro, recursos, orçamentos! De onde virá o dinheiro para garantir a resolução deste problema?


Tendo em conta, como referido na carta aberta subscrita por um grupo de trabalhadores da DGAV, onde se estima de modo muito conciso e real, um valor de 100 milhões de euros anuais para resolver o problema dos animais errantes em Portugal — o mesmo que o Estado dedicou ao reforço do SNS na sequência da pandemia de Covid-19 –, será que acresce um reforço no Orçamento do Estado para o ICNF assumir estas funções? O que ficará para trás, em Portugal, enquanto assistimos a este jogo de cadeiras políticas?

Infelizmente, creio que tudo não passará de uma jogada política e de holofotes, que em nada ajuda a resolver o problema em causa, e dentro de uns meses voltaremos, certamente, a assistir a mais espetáculos políticos em redor deste tema.

Até lá, o bem-estar dos animais de companhia passa dos veterinários para os ambientalistas. Faz todo o sentido, claro…

Ministra da Agricultura garante 5% de aumento nos fundos da PAC



Nuno Miguel Silva 29 Julho 2020, 07:45

Este acréscimo de 5% é a preços correntes, o referencial utilizado pela Comissão Europeia na PAC entre períodos de programação.

A ministra da Agricultura assumiu esta semana, durante uma reunião com as confederações do setor, que o acréscimo de verbas comunitárias conseguido por Portugal no âmbito da PAC – Política Agrícola Comum durante as negociações da semana passada resultaram num acréscimo de 5% no respetivo envelope financeiro.

De acordo com Maria do Céu Antunes, este acréscimo de fundos da PAC "permite não só atingir, como ultrapassar, o seu objetivo negocial de garantir o orçamento do período atual, através do reforço do envelope financeiro para o período 2021-2027". Este acréscimo de 5% é a preços correntes, o referencial utilizado pela Comissão Europeia na PAC entre períodos de programação.

Na reunião com as confederações do setor, que se realizou na segunda-feira, a ministra da Agricultura aproveitou para fazer um ponto de situação do PDR2020. "Foram apresentados os níveis de compromissos e execução do programa que, com as candidaturas e os avisos ainda abertos, revelavam já uma situação de overbooking. Não obstante esta situação, Maria do Céu Antunes referiu que vão ser avaliadas cerca de 2.500 candidaturas que se encontravam a aguardar decisão nos avisos de investimento agrícola, incluindo de jovens agricultores e na agroindústria", destaca um comunicado Ministério da Agricultura.

De acordo com o documento, "estas candidaturas encontravam-se sem dotação orçamental e vão, agora, ser analisadas". "Caso estejam reunidas as condições de aprovação, será viabilizado o seu financiamento", assegura o referido comunicado. "Mais do que nunca, o investimento envolvido nestas candidaturas assume uma significativa importância para o setor e para o país", sublinhou a ministra da Agricultura.

"Os representantes do setor congratularam-se com esta solução que permitirá viabilizar um novo conjunto de investimentos. Neste encontro, que corroborou o espírito de diálogo e cooperação, Maria do Céu Antunes solicitou ainda às confederações os contributos para a definição da nova medida Covid-19, de apoio aos setores mais afetados pela pandemia, a integrar no PDR2020 já na próxima reprogramação", adianta o Ministério da Agricultura.

A titular da pasta da agricultura aproveitou ainda esta reunião para dar conta da evolução dos trabalhos relativos ao
Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 e à implementação do pacote de recuperação da União Europeia.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

CAP pede “bom senso” na fiscalização da proibição de trabalhos agrícolas


EMPRESAS & EMPRESÁRIOS 28/07/2020

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) pediu "bom senso" às autoridades na fiscalização do despacho governamental que proíbe trabalhos agrícolas no âmbito da situação de alerta declarada para hoje e terça-feira por risco de incêndios.

Em comunicado, a CAP apela "às autoridades que tenham o bom senso que faltou a quem determinou esta proibição generalizada", considerando que a decisão do Governo "deveria ser mais clara e atender aos diferentes tipos de actividades e de sectores agrícolas".

"As culturas precisam de ser cuidadas e os produtos agrícolas precisam de ser colhidos. Este despacho confunde tudo e, porque confunde tudo, proíbe tudo e trata tudo por igual", sublinha a confederação presidida por Eduardo Oliveira e Sousa.


O despacho do Governo, publicado em Diário da República, declara a situação de alerta "entre as 00:00 de 27 de Julho de 2020 e as 23:59 de 28 de Julho de 2020 para todos os distritos de Portugal continental" face às previsões meteorológicas que apontam para agravamento do risco de incêndio rural.

Segundo cita a CAP, o despacho determina a "proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e outros espaços rurais com recurso a qualquer tipo de maquinaria".

A confederação diz que falou com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque antes da publicação do despacho, "tendo em vista partilhar conhecimento e argumentos técnicos, mas a governante "não tomou em consideração o conteúdo do que lhe foi transmitido".

"Como tal, foi criada uma situação com consequências nefastas para a agricultura, para a economia e para o emprego, sem que exista qualquer acréscimo ou benefício para a segurança ou para a prevenção de riscos", sublinha a CAP.

A confederação diz ter tomado conhecimento, pela comunicação social, de que as autoridades estão a considerar veículos como tratando-se de maquinaria e a impedir, por exemplo, a apanha de melão na zona de Elvas, do tomate no Ribatejo, ou de uvas na Vidigueira e no Redondo.

"Que sentido faz proibir o tratamento e a colheita destes bens perecíveis, cujo risco de incêndio associado é praticamente inexistente?", questiona a confederação.

Diretor da DGAV demite-se após fogo em canil de Santo Tirso


Lusa
28 Julho 2020

A ministra da Agricultura aceitou o pedido de demissão do diretor-geral da Alimentação e Veterinária. Pedido foi feito na sequência dos incêndios ocorridos em dois abrigos de animais, em Santo Tirso.

Odiretor-geral da Alimentação e Veterinária, Fernando Manuel d'Almeida Bernardo, pediu a demissão do cargo, uma decisão que já foi aceite pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, confirmou à Lusa fonte oficial da tutela.

"Confirma-se que a pedido do prof. Doutor Fernando Manuel d'Almeida Bernardo, a senhora Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, determinou a sua cessação da comissão de serviço no cargo de diretor-geral de Alimentação e Veterinária", referiu a mesma fonte, questionada pela Lusa, mas sem esclarecer mais detalhes, nomeadamente o motivo do pedido.

Fernando Bernardo assumiu o cargo de diretor-geral de Alimentação e Veterinária em 2016.

A informação foi inicialmente avançada pela TSF, sendo que a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV) foi convocada para uma audição, a requerimento do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, na próxima quinta-feira, "a propósito dos acontecimentos ocorridos nos abrigos 'Cantinho das Quatro Patas' e 'Abrigo de Paredes'" em Santo Tirso, lê-se na convocatória.

Os dois abrigos, onde morreram 54 animais devido a um incêndio eram ilegais e já tinham sido alvo de "contraordenações e vistorias" de "várias entidades fiscalizadoras", revelou o Ministério da Agricultura, no dia 20 de julho.

"Os dois abrigos não têm qualquer registo na DGAV [Direção Geral de Alimentação e Veterinária], conforme dispõe o decreto-lei 276/2001", disse então a tutela, numa nota de imprensa, relativamente aos abrigos em Santo Tirso, no distrito do Porto, onde morreram 54 animais e 190 foram recolhidos.

O Ministério alertou que a DGAV "tem acompanhado vistorias conjuntas" ao local onde antes do incêndio deste fim de semana já tinha "decorrido a instrução de vários processos de contraordenação instaurados pelas várias entidades fiscalizadoras".

De acordo com o decreto-lei citado pela tutela, consultado pela Lusa, os alojamentos de animais "carecem de licença de utilização a emitir pela câmara municipal da área". Acresce que carecem ainda "de licença de funcionamento a emitir pela Direção Geral de Veterinária", que "mantém, a nível nacional, um registo dos alojamentos".

O Ministério da Agricultura revelou que vai continuar a "acompanhar a situação", nomeadamente para "análise e apuramento dos factos", tendo em vista uma "melhor avaliação da ocorrência" nos dois abrigos daquele concelho do distrito do Porto.

"Tendo conhecimento da ocorrência, a DGAV de imediato entrou em contacto com a Câmara de São Tirso e com o médico veterinário municipal, fornecendo apoio logístico diverso", observou.

No mesmo dia, foi confirmada "a existência de um inquérito que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Procuradoria da República do Porto, secção de Santo Tirso", disse a PGR numa resposta escrita enviada a questões da Lusa.

No dia 24, o primeiro-ministro António Costa classificou como "absolutamente intolerável" o incidente em Santo Tirso que levou à morte de dezenas de animais no passado fim de semana e admitiu repensar o quadro legal e a "orgânica do Estado" nesta matéria.

"Eu não estava cá mas vi aquilo que foi de facto o que disse, e bem, o massacre chocante dos animais em Santo Tirso", considerou António Costa, em resposta ao deputado do PAN, André Silva, no debate sobre o estado da nação na Assembleia da República.

O primeiro-ministro disse que irá aguardar pelos factos saídos do inquérito aberto pela Inspeção-Geral da Administração Interna mas admitiu repensar o quadro legal e a "orgânica do Estado" nesta matéria.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Incêndios: PSD questiona proibição da “quase totalidade” das atividades agrícolas


2020-07-27

O PSD questionou hoje o Governo sobre a proibição da "quase totalidade" das atividades agrícolas devido à situação de alerta que vigora até terça-feira, e quer saber se o Ministério da Agricultura foi envolvido na decisão.

Portugal continental entrou hoje em situação de alerta por 48 horas devido às condições meteorológicas que apontam para "significativo agravamento do risco de incêndio rural", segundo decisão dos ministros da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática anunciada no domingo.

"Estranhamente, entre as várias medidas foi decidida a 'proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e outros espaços rurais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados à alimentação de animais e a situações de combate a incêndios rurais'", apontam os deputados sociais-democratas.

Para o PSD, com este despacho "a quase totalidade das atividades agrícolas estão proibidas no território nacional".

"Na verdade, sem se conhecer qualquer relação entre certas atividades agrícolas, como por exemplo a rega, os tratamentos das culturas ou a simples apanha hortofrutícola, e o risco de incêndio, o Governo optou por decretar a paragem do setor agrícola", criticam.

Os deputados do PSD consideram que esta opção governativa "colide frontalmente com o normal funcionamento da produção de alimentos, que nunca parou durante o confinamento" e consideram que "parece totalmente desadequada à realidade da utilização de muita da maquinaria agrícola utilizada nas explorações no espaço rural, conforme é do conhecimento do Ministério da Agricultura".

"Qual o envolvimento do Ministério da Agricultura na decisão de proibir 'qualquer tipo de maquinaria' em espaços rurais? Qual a razão de não terem sido previstas outras exceções, como por exemplo as relacionadas com a rega?", perguntam os deputados do PSD.

Os sociais-democratas querem ainda saber se o Governo "prevê repetir esta decisão em dias de risco elevado e muito elevado de incêndio?", voltando a insistir na pergunta "tal decisão está articulada com o Ministério da Agricultura".

A situação de alerta em todo o território continental vigora entre as 00:00 de hoje e as 23:59 de terça-feira.

"Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio rural, os ministros da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática determinaram este domingo a Declaração da Situação de Alerta em todo o território do Continente", segundo um comunicado do gabinete do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Lusa

Central de Cervejas promove produção de cevada em Alcácer do Sala



Nuno Miguel Silva 25 Julho 2020, 20:37


Esta iniciativa de inovação agrícola resultou numa área total de 100 hectares de produção de cevada em Alcácer do Sal, distribuídos por três produtores agrícolas e com uma estimativa de produção anual total de 300 toneladas de cevada dística.

A Central de Cervejas e a Agri Marketplace lançaram uma iniciativa conjunta para promover a criação de uma nova fileira de produção de cevada dística em Alcácer do Sal, com a garantia de aquisição pela Central de Cervejas

"A Central de Cervejas e a Agri Marketplace, 'start-up' portuguesa que se dedica à digitalização do mercado de compra e venda de produtos agrícolas e que tem como um dos seus focos as culturas de cereais, estabeleceram uma parceria para a promoção da criação de uma nova fileira de produção de cevada dística em Alcácer do Sal, um projeto conjunto que começou a ser desenhado em 2019 e que tem como objectivos potenciar a inovação na cadeia de valor e a promover  a agricultura nacional", revela um comunicado da cervejeira.

Segundo a nota informativa, "desta parceria resultou um projecto de cultivo de cevada dística pelos produtores de arroz da região do Vale do Sado, com garantia de aquisição dessa produção pela Central de Cervejas".

"Esta iniciativa conjunta surge como resposta ao problema de escassez de água que a região do Vale do Sado tem sofrido nos últimos anos, acrescido dos constrangimentos de acesso a água em 2020, como consequência de obras a decorrer nos canais de rega, o que afetou negativamente a produção de arroz", adianta o referido comunicado.

De acordo com os responsáveis da Central de Cervejas, "a criação desta nova fileira de cevada em Alcácer do Sal é também uma oportunidade para os produtores agrícolas desta região mitigarem efeitos da situação de crise dos últimos anos, através deste rendimento alternativo e, simultaneamente, uma diversificação agrícola a longo prazo, através da implementação de uma cultura de sequeiro".

"Também foi possível dinamizar outras entidades da região, como a APARROZ – Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, através da sua prestação de serviços de beneficiação e armazenamento do cereal", acrescenta o comunicado em questão.

"Para a Central de Cervejas este é mais um exemplo da abordagem do seu programa de sustentabilidade que define compromissos ao longo de toda a cadeia de valor – 'da cevada até ao bar'-, privilegiando a aquisição de matérias-primas de fornecedores nacionais, reduzindo assim o volume da quota de cevada importada (importação que resulta da indisponibilidade no mercado nacional de todas as necessidades do sector para a produção das suas cervejas) e  assim contribuindo activamente no desenvolvimento económico e social das respectivas comunidades", assinala a cervejeira.

Os responsáveis da Cental de Cervejas consideram que "esta iniciativa representa uma verdadeira inovação agrícola, com a execução de um processo de 'procurement' altamente personalizado efetuado pela Agri Marketplace na região do Vale do Sado e que resultou numa área total de 100 hectares de produção de cevada em Alcácer do Sal, distribuídos por três produtores agrícolas e com uma estimativa de produção anual total de 300 toneladas de cevada dística".

"A expectativa é que a iniciativa se possa repetir no próximo ano e expandir-se geograficamente para que mais produtores tenham acesso a esta oportunidade de rendimento e de exploração de uma nova cultura agrícola", conclui o comunicado da Central de Cervejas.