terça-feira, 6 de setembro de 2016

Substituir carne por proteína vegetal é opção para 45% dos portugueses


 06.09.2016 09h33

Quase metade dos portugueses parecem dispostos a deixar de comer carne e optar por proteínas vegetais, como o grão ou feijão, 54% consideram ter uma alimentação saudável e muitos mais dizem consumir legumes frequentemente, revela um inquérito.

Segundo os dados do "Primeiro Grande Inquérito Sustentabilidade em Portugal", realizado Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, hoje divulgado, 45% dos participantes manifestaram-se bastante ou muito dispostos a optar por proteínas vegetais, em vez de carne.

No entanto, 38% disseram estar nada ou pouco dispostos a abdicar da carne na sua alimentação, enquanto 17% ainda estão indecisos.

Já para alternativas mais modernas ou estranhas a disponibilidade não é a mesma pois 80% não estão dispostos a introduzir insetos e minhocas processados nas suas refeições nem a consumir carne de animais clonados, 78% não quer carne de laboratório (in vitro) ou alimentos geneticamente modificados e 72% recusa refeições em pastilhas.

As conclusões acerca dos hábitos saudáveis dos portugueses apontam ainda para idas regulares ao médico da parte de 47%, pelo menos oito horas de sono por noite para 43%, peso vigiado em 41%, além de moderação no consumo de bebidas alcoólicas em 17%.

As medicinas alternativas são utilizadas somente por 6% dos inquiridos, mas o consumo de produtos de agricultura biológica já estão nas casas de 17% dos portugueses, enquanto 13% reconhece a ingestão de suplementos alimentares vitamínicos.

Além do consumo de verduras e legumes da parte de 73% dos inquiridos, a fruta também está na lista de comportamentos associados a uma alimentação saudável (57% de respostas), como a opção por comer várias vezes ao dia (46%) ou a redução por produtos salgados (41%) e de refrigerantes (39%).

Menos adeptos, mas ainda assim quase 20%, têm a preferência por produtos da época e o cuidado em evitar produtos com pesticidas.

Estes comportamentos relacionados com alimentação saudável são sempre mais seguidos pelas mulheres.

Outro tema abordado no inquérito do Observador de Ambiente e Sociedade, do ICS, foi a adesão dos portugueses a medidas ligadas à energia, que é mais elevada na colocação de vidros ou janelas duplos para melhorar a temperatura do interior da casa e quase um terço diz que já fez esta opção.

Entre 60% e 80% dos inquiridos respondem "gostaria" às várias possibilidades apresentadas pela equipa da investigadora Luísa Schmidt, principalmente a instalação em casa de painéis solares, tanto para produção de energia, como para aquecimento de água.

O inquérito presencial foi realizado de 07 de abril a 07 de maio, a 1.500 residentes em Portugal, com mais de 18 anos, numa amostragem aleatária atendendo a região, género, idade e escolaridade, com um intervalo de confiança de 95%.

Lusa

TMAX ontem dia 5 de Setembro

Presidente da Proteção Civil demite-se após proposta de processo disciplinar

06 DE SETEMBRO DE 2016 - 10:49

Francisco Grave Pereira demitiu-se após as conclusões do relatório da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), que sugeriu a abertura de um processo disciplinar contra o major-general.

Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
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O que ficou da guerra continua a matar


O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Francisco Grave Pereira, apresentou a demissão na segunda-feira, avança o jornal Público, que terá sido aceite pela ministra da Administração Interna, de acordo com a Lusa.

A demissão terá ocorrido na sequência das conclusões do relatório da IGAI, que culpou o major-general da violação do dever de zelo, pela forma como a Proteção Civil decidiu encomendar a reparação de seis helicópteros Kamov à empresa Everjets, com elevados custos e obrigando à paragem dos mesmos.

O relatório do IGAI enviado ao MAI sugeriu a abertura de um processo disciplinar a Grave Pereira e ainda a um outro antigo diretor nacional, que já deixou a instituição.

A ministra da Administração Interna dará mais pormenores sobre o assunto na conferência de imprensa que está agendada para as 12h, na Proteção Civil, para o balanço operacional intercalar da Fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2016 relativo ao mês de agosto.

Apicultores do Algarve estimam quebra próxima dos 50% na produção

24/8/2016, 10:58

Os apicultores do Algarve, que produzem por ano uma média de 1.200 toneladas de mel, estimam uma quebra de 45% a 50% na produção este ano, devido a condições climáticas.

A "quebra significativa da produção de mel", cuja principal recolha se faz entre junho e agosto, deveu-se às três semanas consecutivas de chuva em maio, explicou à agência Lusa o presidente da Associação dos Apicultores do Sotavento Algarvio (MELGARBE), entidade que representa os produtores de toda a região.

Nesse mês, face à chuva, "as abelhas pararam a recolha de mel e viraram-se para a produção de abelhas. Quando parou de chover, já não havia floração para arrecadar mel", afirmou Manuel Dias.

A associação, com cerca de 800 apicultores inscritos, refere que há 80 mil colmeias declaradas no Algarve, produzindo, em média, 1.200 toneladas de mel por ano.

Este ano, a produção deverá reduzir para metade, numa altura em que o mel do Algarve tem "ultrapassado as expectativas".

"Há dez anos, vendiam-se dez toneladas com dificuldade. Hoje, quem produz 15 ou 20 vende tudo e não chega", sublinhou Manuel Dias, referindo que a qualidade do mel do Algarve, marcada pela diversidade da flora e pelo clima desta região, se tem vindo a afirmar.

O mel de rosmaninho produzido no Algarve acaba por ser "o que tem mais procura", com os turistas a serem um importante mercado para os produtores desta região do país, referiu.

Além da recolha efetuada no verão, há ainda "o mel de alfarrobeira", recolhido em outubro, e "o mel amargo", em dezembro, mas que dão sempre "quantidades mais reduzidas", afirmou.

Confederação da agricultura desafia Marcelo a falar sobre “ditadura” dos hipermercados

23/8/2016, 16:19

"O senhor Presidente da República faz questão de falar sobre muitos assuntos. Esperamos que não deixe de falar contra esta verdadeira ditadura monopolista das grandes superfícies", diz a CNA.


O dirigente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) João Dinis desafiou esta terça-feira o Presidente da República a pronunciar-se sobre aquilo que diz ser a "ditadura comercial" dos hipermercados que "impõem preços de arrasar à produção nacional".

"O senhor Presidente da República faz questão de falar sobre muitos assuntos. Esperamos que não deixe de falar contra esta verdadeira ditadura monopolista das grandes superfícies comerciais, até porque é inconstitucional", disse à Lusa João Dinis.

O dirigente da CNA falava em Estarreja, à margem de uma marcha lenta que juntou cerca de 40 tratores, para exigir melhores preços e o regresso das quotas leiteiras.

A luta contra "o abuso das marcas brancas e das promoções que esganam a produção nacional" é uma das reclamações dos produtores de leite e carne, sublinhou João Dinis, referindo que "uma vacaria com 50 vacas está a perder 3.000 euros por mês para continuar a produzir".

O dirigente considerou ainda insuficientes os apoios ao setor leiteiro anunciados esta terça-feira pelo ministro da Agricultura, defendendo que é necessário repor "o mais rapidamente possível" as quotas leiteiras.

"Não basta, nem resolve os problemas injetar dinheiro, ainda que as ajudas sejam bem-vindas, ainda que as ajudas correspondam a reclamações nossas. Mas é necessário que seja reposto um sistema público de controlo da produção como foram as quotas leiteiras", vincou.

Além da reposição das quotas leiteiras, o dirigente da CNA defendeu o aumento dos preços à produção, a redução dos custos de produção e a reposição do desconto à eletricidade verde.

Em declarações à agência Lusa, o produtor de leite António Valente disse que só não fechou ainda as portas, porque tem compensado os prejuízos na produção de leite com a venda da carne.

"Neste mês, recebemos 25 cêntimos por cada litro de leite e há 30 anos estavam-nos a pagar por esse mesmo litro de leite 30 cêntimos. E há 30 anos um quilo de ração custava 22 cêntimos e hoje estamos a pagar essa ração a 41 cêntimos. É muito complicado a gente sobreviver a isto", disse este detentor de uma exploração, com 115 animais.

António Valente admite que se a situação não melhorar brevemente também irá abandonar a atividade, tal como outros colegas. "Estão a fechar todos os dias explorações e vão continuar a fechar", afirmou.

Maria Oliveira, que tem uma exploração com cerca de 40 animais, também já ponderou fechar as portas, mas ainda não o fez porque tem empréstimos para pagar relacionados com a sua atividade.

"Não se ganha para o que se gasta. É uma miséria e cada vez estamos pior. Com os produtos a aumentar e o leite a baixar, assim não vamos a lado nenhum", disse esta produtora de leite.

Cerca de 40 tratores realizaram esta terça-feira uma marcha lenta entre Ovar e Estarreja, no distrito de Aveiro, exigindo medidas para proteger a produção nacional de leite e de carne.

Em Estarreja, os produtores realizaram um cadeado humano, em frente a um supermercado de uma multinacional alemã de retalho e dirigiram-se depois para a Câmara de Estarreja, onde foram recebidos pelo vice-presidente da autarquia, a quem entregaram um documento com as reclamações do setor.

O protesto surge depois de o Governo ter anunciado um novo conjunto de medidas de apoio para o setor do leite, que inclui o pagamento de um prémio suplementar de 45 euros por vaca a todos os produtores de leite do Continente, num montante global de 7 milhões de euros. A este montante junta-se o prémio anual, cujo valor médio é de 82 euros por vaca.

Depois, há lugar ao pagamento de um prémio extraordinário de mais 45 euros por vaca, acumulável com o anterior, atribuído às primeiras 20 vacas de cada exploração, aplicável a todos os produtores do território nacional, num montante global de cerca de 4 milhões de euros.

Governo qualifica de catástrofe prejuízos dos fogos de Julho e Agosto


02/09/2016 - 12:53
Produtores afectados devem candidatar-se aos fundos no portal do Portugal 2020, quadro comunitário de apoio

 
Área ardida este ano foi três vezes superior ao histórico dos últimos dez anos RUI FARINHA/NFACTOS

O Governo reconheceu como "catástrofe natural" os prejuízos causados pelos incêndios nas regiões norte e centro do país em Julho e agosto passado, anunciando um apoio de quatro milhões de euros para as explorações agrícolas.

Os pedidos de apoio devem ser apresentados através de formulário electrónico disponível no portal do Portugal 2020, devendo ser submetidos entre 15 e 30 de Setembro deste ano, refere o despacho publicado na quinta-feira em Diário da República, assinado pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

"Considerando a catástrofe natural registada e os danos por ela causadas no potencial produtivo das produções agrícolas, a sua reposição é susceptível de ser objecto de apoio", lê-se no despacho.

O documento revela que "é concedido um apoio à reconstituição ou reposição do potencial produtivo das explorações agrícolas danificadas, por efeito da catástrofe natural" para animais, plantações plurianuais, máquinas, equipamentos, armazéns e outras construções de apoio à catividade agrícola.

O montante global dos apoios a serem atribuídos é de quatro milhões de euros, concedido sob a forma de subvenção não reembolsável, com o montante mínimo do investimento elegível a ser de mil euros.

As Direcções Regionais de Agricultura e Pescas do Norte e do Centro serão as responsáveis pela verificação dos prejuízos declarados, devendo estar terminada a 31 de Outubro.

A 19 de agosto, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, avançava que a extensão dos incêndios nas áreas protegidas aumentou 16% na comparação com o ano passado, e ultrapassou 8.500 hectares, a maior parte no Parque Nacional Peneda Gerês.

A área ardida em 2016, até ao dia 15 de agosto, foi três vezes superior ao histórico dos últimos dez anos, correspondendo a 103.137 hectares, refere um relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

A estatística especifica que a base de dados nacional de incêndios florestais regista (no período compreendido entre 01 de Janeiro e 15 de agosto de 2016), um total de 8.624 ocorrências (1.520 incêndios florestais e 7.104 fogachos) que resultaram em 103.137 hectares de área ardida, entre povoamentos e matos.

Portugueses comem mais carne, bebem mais vinho e cada vez menos leite

ANA RUTE SILVA 05/09/2016 - 18:38

Espanha continuou a ser o principal fornecedor de produtos agrícolas em 2015.


Cada português bebe em média 47,6 litros de vinho por ano


Os portugueses consumiram em média 111 quilos de carne no ano passado, mais três quilos do que em 2014. Beberam menos leite (menos oito litros), mas aumentaram o consumo de produtos lácteos e de vinho (mais 15,2%). Mantiveram no prato a mesma quantidade de arroz (cerca de 16 quilos por ano, em média) e reduziram o consumo de fruta, isto apesar de em 2015 se ter atingido um valor recorde na produção destes alimentos.

 
Uma análise do INE aos indicadores agrícolas, divulgada nesta segunda-feira, revela que o país produziu 75,1% da quantidade de carne necessária para satisfazer as necessidades de consumo, uma melhoria face aos 72,2% verificados em 2014. A produção aumentou ao longo do ano (6,9%) e as importações recuaram 2,1%. No prato dos portugueses, a carne de porco continuou a liderar as preferências: cada residente em território nacional consumiu em média 44,9 quilos, um aumento de 1,3 quilos face ao ano anterior.

Num contexto de crise na suinicultura, que se debate com preços baixos e dificuldade em competir com outros países produtores, o instituto de estatística explica esta subida no consumo com as "contínuas promoções" na carne de porco nas grandes superfícies e "alguma recuperação" no poder de compra das famílias. 

A segunda carne mais consumida é a de animais de capoeira, que registaram o maior crescimento médio anual (mais 3,2%), para os 39,2 quilos por habitante.

 
Portugal é auto-suficiente na produção de leite (o grau de auto-aprovisionamento foi de 112,5%), mas este produto alimentar está a afastar-se lentamente da lista de preferências dos consumidores. Pelo quarto ano consecutivo, o consumo de leite caiu e, desta vez, na ordem dos 6%. Em média cada residente consumiu 71 litros, menos oito litros do que em 2014, numa tendência que parece estar a consolidar-se, e à medida que crescem as ofertas no mercado de bebidas vegetais. Os produtores também se confrontam com a descida de preços e dificuldades em escoar a produção, numa União Europeia já sem quotas leiteiras. Pelo contrário, o consumo de produtos derivados aumentou 0,9% em 2015, com o queijo a aumentar a sua importância e a registar uma subida de 6,5%.

 
Continuamos a comer a mesma quantidade de arroz (cerca de 16 quilos em média por residente), mas a produção deste cereal diminuiu de 163 mil toneladas para 160 mil. O país está perto da auto-suficiência (95,2%), mas devido à queda de produção teve de importar mais arroz para garantir as necessidades de consumo.

 
Apesar de cada vez menos dependentes da fruta importada – o grau de aprovisionamento atingiu no ano passado os valor mais elevado dos últimos 23 anos (85,8%) – os portugueses diminuíram o consumo deste alimento em 1,2%. O consumo médio situou-se nos 104,4 quilos por residente, quando no ano passado foi 105,1 quilos.

 
Outro dado que se destaca dos indicadores do INE é o do consumo de vinho. Aumentou 15,2% em comparação com a campanha anterior: cada português bebe em média 47,6 litros, quando no ano passado o valor se situava nos 41,1 litros. Neste período, as importações de vinho aumentaram 12,9%.

 
Espanha: maior cliente e fornecedor
O sector agrícola tem conseguido reduzir a dependência do exterior, embora ainda esteja longe de atingir o equilíbrio da balança comercial. As importações atingiram os 7000 milhões de euros, mais 2,4% face a 2014. Já as exportações cresceram 5,3%, para 3800 milhões de euros. O saldo melhorou 27 milhões de euros.

O maior excedente, ou seja, a área que mais exportou e menos importou, foi a das preparações de produtos hortícolas e de frutas. No lado oposto está a carne, sector em que o país tarda em conseguir produzir para o consumo interno. O défice foi de 715,7 milhões de euros.

Espanha continua a ser o principal fornecedor de produtos agrícolas e agro-alimentares, assegurando 48,1% das compras portuguesas ao estrangeiro. Ainda assim, diminuiu o seu peso em 0,4 pontos percentuais. A maior parte dos produtos de "carnes e miudezas, comestíveis" importados foram provenientes do país vizinho, que fornece a Portugal 67,9% destes bens em 2015.

É também a Espanha que Portugal mais vende os seus produtos (representa 36,6% das exportações). No ano passado, Angola perdeu importância como cliente e as exportações para aquele mercado, a braços com uma crise de divisas, recuaram 16,2% em valor. O mesmo se passou com o Brasil, para onde Portugal vendeu menos 20,2 milhões de euros. 

Agrária de Coimbra recebe encontro lusófono para debater desafios da agricultura


01-09-2016 12:51 | País
Porto Canal com Lusa 

Coimbra, 01 set (Lusa) - A Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) vai receber, de dia 07 a 09, um encontro lusófono que procura debater os futuros caminhos da agricultura e das zonas rurais e os principais desafios que o setor enfrenta.

O Encontro Lusófono em Economia, Sociologia, Ambiente e Desenvolvimento Rural (ESADR) vai contar com a apresentação de 180 'papers' científicos, 22 painéis temáticos e quatro sessões plenárias que se vão centrar nas implicações do contexto macroeconómico na agricultura, o património imaterial, a preservação da biodiversidade e a informação como suporte das políticas públicas para o setor.

A expectativa para a segunda edição do encontro, que engloba também o 8.º congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária, é a de que o evento possa ser um espaço de "aprendizagem mútua" e de reflexão de políticas "futuras", podendo dar "algumas indicações" políticas, explanou a coordenadora do encontro, Fátima de Oliveira.

Para a responsável, o encontro é também "uma resposta à falta de diálogo no mundo lusófono" em torno da agricultura, sendo importante perceber-se "o que é que os outros países esperam" de Portugal e o que é que o país "pode dar", para se poder criar um trabalho conjunto.

Segundo Fátima de Oliveira, um dos pontos a analisar será "o efeito da crise macroeconómica na agricultura", que se assume como um setor com um papel importante no desenvolvimento rural, "na diversidade do sistema e tecido empresarial" e "na criação de oportunidades de emprego".

Numa altura em que o setor "sofreu um decréscimo", será fundamental perceber "que caminhos poderão ser seguidos", sublinhou Fátima de Oliveira.

O evento conta com 22 painéis temáticos distribuídos por cinco sessões paralelas, contando já com 140 inscritos de oito nacionalidades diferentes (Brasil, Colômbia, Espanha, Portugal, Moçambique, França, Grécia e México).

Durante o evento, serão ainda debatidos temas como a sustentabilidade da floresta e do território, o agronegócio, o associativismo agrícola, a agricultura familiar e biológica e as alterações climáticas.

No encontro estarão presentes o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, a coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas, o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) junto da Comunidade dos Países de Língua Português, Helder Muteia, o representante do departamento de agricultura da Comissão Europeia, Tassos Haniotis, e o docente e ex-ministro da Agricultura em 1975, Fernando Oliveira Baptista.

JYGA // SSS

Lusa/Fim

Recorde mundial de colheita de cereais

01-09-2016 
 

 
O Conselho Internacional de Cereais estimou, na sua informação de Agosto, uma produção mundial de 2.069 milhões de toneladas de cereais, o que é um valor recorde, superior em 23 milhões ao previsto em Julho e 69 milhões de toneladas em relação a 2015.

Também em recorde é o consumo mundial de cereais, com 2.046 milhões de toneladas, mais 17 milhões frente ao mês anterior e mais 69 milhões que na campanha passada. As existências mundiais de cereais também alcançam um valor histórico, 462 milhões de toneladas, o que representa mais 23 milhões que as existências finais da campanha de 2015/2016.

O comércio mundial mantém-se em segundo plano, com 330 milhões de toneladas, inferior em 13 milhões de toneladas à campanha passada.

Dos valores por espécies, destaque par ao forte aumento da produção de milho, com 1.030 milhões de toneladas, o que supõe mais 13 milhões de toneladas que as estimadas em Julho e 61 milhões que as de 2015. Para este crescimento contribuiu, fundamentalmente, a maior colheita nos Estados Unidos da América (EUA).  

No caso do trigo, o Conselho Internacional de Cereais (CIC) prevê em Agosto mais oito milhões de toneladas em comparação a Julho e mais sete milhões que em 2015, como consequência das melhores produções estimadas no Mar Negro e nos EUA, que compensaram a queda da produção na União Europeia.

Fonte: Agrodigital

"Os portugueses consomem o dobro da quantidade de açúcar recomendada"


Entrevista a Pedro Graça, diretor do Programa para a Promoção da Alimentação Saudável

O DN sabe que há escolas que continuam a disponibilizar produtos proibidos nas máquinas de venda automática. Tem conhecimento destas irregularidades?

Pontualmente, recebemos observações de pais que nos dizem que se aperceberam de que determinada escola não está a cumprir as normas. As mesmas são encaminhadas para os estabelecimentos de ensino e para o Ministério da Educação. Não consigo dizer o número de escolas que não cumprem. Mas temos noção clara de que há escolas mais amigas da alimentação saudável do que outras. Depende muito do esforço dos diretores e do envolvimento dos pais.

O que fazer para acabar com o problema?

A Direção-Geral da Educação tem um regulamento sobre o que deve ser oferecido, restringido e evitado nas escolas. Temos feito sistematicamente alertas para a necessidade de os diretores das escolas estarem sensibilizados e para as famílias, que devem ir às escolas e ver o que se passa. Infelizmente, há muitos pais que delegam completamente na escola a responsabilidade pela educação alimentar dos filhos. A primeira coisa que as crianças fazem é imitar os pais. A educação começa em casa.

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS publicou, recentemente, um documento sobre a redução do consumo de açúcar em Portugal. Taxar as bebidas açucaradas é uma das soluções?

O relatório é uma espécie de cardápio baseado em evidências científicas, que identifica boas práticas. Em Portugal, consome-se o dobro da quantidade de açúcar recomendada e uma grande parte vai em produtos alimentares, como bolos e sumos. Da literatura científica internacional identificámos duas estratégias. A primeira passa pela educação e sensibilização das pessoas para que tenham consciência de que o açúcar é nefasto para a saúde. Há crianças de 2 e 4 anos que consomem regularmente refrigerantes. É por isso que queremos insistir neste dado. Por outro lado, os ambientes onde são oferecidos açúcares devem ser restritos. Não podemos facilitar acesso ao açúcar.

E de que forma é que isso pode ser feito?

A indústria alimentar tem de ser incentivada a ter produtos com menos açúcar, o que pode ser feito desde a autorregulação até à taxação. Pode, por exemplo, aumentar-se os preços através das taxas e reformular produtos. A indústria portuguesa é cada vez mais exportadora. Ao termos produtos alimentares com menos açúcar, uma tendência que já é seguida em muitos países, tornamos a nossa indústria mais competitiva. Todos podem ganhar. Nós demos um leque de soluções. Os países que quiserem podem usá-las.

A taxação de bebidas açucaradas com reduzido valor nutricional revelou-se eficaz nos países onde foi implementada?

Aparentemente, tem funcionado em alguns países. Mas é uma medida que exige muita reflexão antes de ser posta em prática. É preciso analisar se temos capacidade de fiscalizar, quais os produtos que vale a pena taxar. Iniciámos este processo para que se reflita, porque Portugal consome o dobro do açúcar recomendado, o que tem um impacto gritante nas cáries dentárias e na obesidade.

O dinheiro proveniente das taxas serviria para combater a obesidade?

Os autores que discutem a taxação sugerem a sua aplicação em programas de educação alimentar, de promoção da saúde.

Empresa portuguesa vai receber 160 mil euros da UE para monitorização de vinhas

11/8/2016, 17:12

A empresa portuguesa Symington SV vai receber um apoio financeiro europeu de 160 mil euros para desenvolver um sistema robotizado de monitorização de vinhas, anunciou a Comissão Europeia em comunicado.


A empresa portuguesa Symington SV vai receber um apoio financeiro europeu de 160 mil euros para desenvolver um sistema robotizado de monitorização de vinhas, anunciou hoje a Comissão Europeia em comunicado.

O apoio à empresa vinícola de Vila Nova de Gaia é atribuído ao abrigo do mecanismo Processo Acelerado para a Inovação, que, no quinto concurso, vai subsidiar 15 ideias inovadoras, num total de 32 milhões de euros.

Os 15 projetos envolvem, na globalidade, 70 parceiros de 19 países. A empresa nortenha, juntamente com mais quatro companhias vinícolas, vai desenvolver o sistema robotizado de monitorização de vinhas, "de dimensão reduzida e eficaz em termos de custos".

O Processo Acelerado para a Inovação, que decorre enquanto experiência-piloto, é suportado por verbas do Horizonte 2020, programa comunitário de apoio à investigação e inovação.

Os projetos financiados no quinto concurso do Processo Acelerado para a Inovação estão focados, ainda, no desenvolvimento de tecnologia de materiais compósitos para aeronaves, em tecnologia de terminais de elétrodos para doenças cardíacas, em fachadas de vidro prefabricadas e sustentáveis e num novo tratamento para a doença arterial periférica.

Lançado em janeiro do ano passado, o Processo Acelerado para a Inovação apoia projetos inovadores, já testados e direcionados para o mercado.

Até à data, foram selecionados 77 projetos, de um total de 1.446 candidaturas, que foram contemplados com 116,5 milhões de euros.

Governo prepara estratégia para a agricultura biológica

05-09-2016 
 

 
O Governo abriu uma consulta pública à Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica e Plano de Acção para a Produção e Promoção de Produtos Biológicos, cujo prazo termina a 30 de Setembro.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o objectivo é delinear e consolidar a estratégia global que está a ser criada pelo Grupo de Trabalho criado em Junho passado e que que deverá ser apresentada até 31 de Outubro.

Segundo Amândio Torres, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, «estamos a progredir e a promover a qualidade alimentar através do aumento da produção em modo biológico, ao mesmo tempo que concretizamos um objectivo do XXI Governo Constitucional e que vamos ao encontro dos objectivos da estratégia Europa 2020 e da Política Agrícola Comum (PAC)».

Amândio Torres acrescenta que «é importante dinamizar este sector, capaz de dar um enorme contributo para o Desenvolvimento Rural, sobretudo em articulação com a reprogramação do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) que está em marcha». Segundo o Secretário de Estado, «em causa estão novos postos de trabalho, altamente qualificados, envolvendo jovens, e uma aproximação à terra e a um modo de produção mais ecológico, que se traduz em melhor qualidade alimentar». Amândio Torres remata: «não podemos deixar de fazer crescer este projecto, implementando esta estratégia o mais rapidamente possível, para que todo o território possa avaliar novas possibilidades».

Numa nota enviada às redações, o Ministério da Agricultura refere que a superfície cultivada em agricultura biológica em Portugal tem vindo a crescer de forma sustentada, representando actualmente 239 864 hectares e sete por cento da Superfície Agrícola Utilizada (SAL) do continente, sendo na Beira Interior e no Alentejo que se localiza cerca de 82 por cento dessa superfície, destinada maioritariamente a pastagens e forragens para alimentar o efectivo pecuário.

«No ano de 2015 o número de produtores biológicos atingiu um total de 3837, os processadores e transformadores eram 304 operadores e registaram um crescimento apreciável. Existem 14 organizações de agricultores representando 1480 agricultores em agricultura biológica. A larga maioria das associações dispõe de técnicos», acrescenta o Ministério da Agricultura.

A consulta pública a esta estratégia pretende, assim, ampliar a discussão sobre o assunto e permitir que as partes interessadas «participem na formulação e definição da estratégia, através de um instrumento de apoio e recolha de opiniões sobre a importância de um conjunto de questões».


Fonte: Vida Rural

INE: Produção agrícola bateu recordes na campanha 2014/2015

05-09-2016 
 
A produção agrícola bateu recordes na campanha de 2014/2015, nomeadamente de tomate para a indústria, girassol e azeite, com o rendimento da actividade a aumentar 3,5 por cento em termos homólogos, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística.

Nas "Estatísticas Agrícolas 2015", o Instituto Nacional de Estatística (INE) informa que o ano 2014/2015 foi «globalmente positivo para as produções agrícolas», com a produção de tomate para a indústria a bater recordes em 2015, com 1,8 milhões de toneladas, a maior produção dos últimos trinta anos.

Em destaque esteve também o girassol, com uma produção de 24,7 mil toneladas, o maior registo desde 2000. Para as culturas mediterrânicas o ano agrícola foi «igualmente favorável», com o aumento de 13,9 por cento da produção de vinho, face a 2014 e de azeite que registou um máximo histórico, atingindo 1,19 milhões de hectolitros, o terceiro maior registo dos últimos cem anos.

Com excepção da redução das produções de cereais de Outono/Inverno, pêra e batata, todas as restantes produções agrícolas vegetais aumentaram na campanha agrícola 2014/2015, destacando-se as subidas da produção nos frutos de caroço, frutos secos e maçã.

Na pecuária, a produção total de carne em 2015 aumentou 5 por cento, (mais 1,7 por cento em 2014, «tendência generalizada à produção de carne de todas as espécies pecuárias», sublinha o INE.

A produção de carne de bovino aumentou 11 pontos percentuais (p.p.) depois de três anos em queda, e atingiu as 89 mil toneladas, 80 mil toneladas em 2014, enquanto a produção de carne de suíno subiu 4,9 p.p., para o qual contribuiu o aumento do efectivo suíno verificado no final de 2014.

A produção das carnes de ovinos e caprinos aumentou 2,1 pontos, diz o INE, salientando que em 2015 foi atribuído um maior montante para o prémio aos ovinos e caprinos, tendo sido simplificadas as respectivas condições de candidatura.

Quanto à carne de animais de capoeira, esta atingiu as 352 mil toneladas, o que corresponde a um aumento de 4,3 por cento, face a 2014, valor para o qual «contribuiu decisivamente o acréscimo da produção de frango em 5,1 por cento», resultado de uma maior produção dos aviários de multiplicação.

A produção bruta de ovos de galinha atingiu um aumento global de 9,8 pontos, na sequência dos aumentos de produção de 10,2 p.p. nos ovos para consumo e 7,9 pontos nos ovos para incubação.

A produção total de leite apresentou uma variação positiva de 0,6 por cento face a 2014, atingindo os 1.953 milhões de litros, 1.940 milhões de litros em 2014.

O INE explica que a descida em 2 por cento do índice de preços dos alimentos compostos para animais e o escoamento pela indústria, cooperativa e privada, de todo o leite produzido explicam em grande parte este acréscimo.

Em 2015, verificou-se uma descida de 2,1 por cento no índice de preços de produção dos bens agrícolas (preços no produtor), -5,2 p.p. em 2014, tendo sido o leite em natureza, -15 por cento; os suínos, -13,3 e os outros animais, -9,6 por cento os que mais contribuíram para essa variação.

Além disso, afirma que o ano agrícola 2014/2015 ocorreu entre um ano de 2014 climatologicamente classificado como húmido e quente e um ano de 2015 extremamente seco, o sexto mais seco desde 1931 e o quarto desde 2000, e adianta que as condições climatéricas favoreceram as produções das culturas de Primavera/Verão, pomares, vinho e azeite.

O instituto de estatística refere também que a segunda estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2015, elaborada com dados disponíveis até 29 Janeiro 2016, apontou para uma subida do rendimento da actividade agrícola, por unidade de trabalho ano (UTA), de 3,1 por cento em termos reais, face a 2014.

A evolução estimada reflete o efeito conjugado do aumento nominal do valor acrescentado bruto (VAB) a preços de base, 4,5 por cento, da diminuição dos subsídios, -7,4 pontos e do decréscimo do volume de mão-de-obra agrícola, -3,7 por cento.

Fonte: Lusa; INE

Sertã aposta na investigação e certificação do património florestal

01-09-2016 

 
A riqueza do município da Sertã assenta na natureza, principalmente, na floresta e na madeira, sector que é o maior polo empregador e mais importante fonte de receitas de uma economia que apostou, também, na ciência para se desenvolver.

Com uma área de cerca de 450 quilómetros quadrados e uma mancha florestal a cobrir mais de 70 por cento do seu território, a Sertã assistiu à inauguração, no verão de 2015, do Centro de Inovação e Competências da Floresta (SerQ) da Sertã, um investimento de mais de dois milhões de euros, que «veio permitir trabalhar a certificação das madeiras e o desenvolvimento de produtos e soluções para o sector», segundo o presidente daquela autarquia do distrito de Castelo Branco.

Farinha Nunes, 66 anos, presidente da Câmara da Sertã desde 2009, realça a importância da instalação de um equipamento que «vem promover o desenvolvimento económico e a criação de riqueza», destacando a parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e a Universidade de Coimbra (UC) na atribuição das competências, nomeadamente, em áreas como as ciências da terra e da vida, engenharia civil, florestal e mecânica e que se traduzem na optimização de produtos, qualificação e controlo da sua qualidade e criação e divulgação de produtos e soluções.

«Para que os produtos da floresta tenham um valor acrescentado é necessário alavancar a investigação científica e investir no conhecimento da área da floresta», defende o autarca, notando que a aposta neste investimento vai «contribuir para a gestão sustentável das florestas e para a fixação de população altamente qualificada».

Na Sertã, onde habitam cerca de 16 mil pessoas, «mais de metade da economia regional depende desse sector, que envolve transacções anuais de largos milhões de euros e é responsável por centenas de postos de trabalho directos. É possível evoluir e crescer tecnologicamente para gerar mais riqueza neste sector que nos diferencia», defende.

«Sendo a floresta um produto endógeno por excelência, procurámos investir em fatores distintivos e que nos permitam alcançar ainda mais valor no futuro. Não tanto na floresta do eucalipto, que essa tem a sua própria velocidade, mas, essencialmente, no pinho e na indústria da madeira. O SerQ é uma aposta natural. Vai no sentido da nossa visão para o sector da madeira, pinho e eucalipto, que é o nosso principal polo empregador e a mais importante fonte de receitas da nossa economia», vinca Farinha Nunes. Na Sertã, segundo o autarca, «muito mudou» nos últimos 30 anos.

«Se, há 30 anos, a aposta pura e dura era nas infra-estruturas, como estradas, edifícios, saneamento e electricidade, hoje, as incumbências de uma Câmara Municipal são mais alargadas e as questões económicas e sociais são, além de uma competência, um imperativo. E é aqui que temos de actuar», aponta, destacando a aposta no Turismo e na renovação da capacidade hoteleira, onde «mais fácil e rapidamente» se conseguem resultados.

A Sertã é um concelho com cerca de 450 quilómetros quadrados, «tem paisagens lindíssimas e muita água, sendo banhada por três albufeiras e muitas ribeiras e riachos. Tem montes e vales, três vilas e muitos lugares interessantes. E é em todo este território que coabita o nosso ouro verde, a floresta», não se cansa de afirmar Farinha Nunes.

Fonte: Lusa

domingo, 4 de setembro de 2016

Agricultura: Portugal e França revelam sinais de deterioração



 01 Setembro 2016, quinta-feira  AgriculturaHorticultura

Portugal e França estão a assistir ao agravamento das suas previsões setorias.
Esta é uma das principais conclusões reveladas pela revisão do Quadro 500, que inclui previsões detalhadas do comportamento de setores e mercados realizadas pelos analistas da Crédito y Caución.
Em França, as previsões de comportamento do setor agrícola alteraram-se significativamente (de Boas a Desfavoráveis).
Os agricultores franceses têm sido afetados negativamente pela queda dos preços dos cereais e do leite, enquanto os produtores de carne sofrem a forte concorrência na União Europeia.
Em Portugal, a queda do investimento e das exportações, especialmente de Angola e do Brasil, afetou a Agricultura (de Boas a Favoráveis) e a Alimentação (de Boas a Favoráveis).
A alteração positiva sucede-se nas perspetivas para o setor da construção dos Países Baixos (de Desfavorável a Favorável).
Espera-se que o crescimento do setor se aproxime dos 4% em 2016, com um crescimento superior a 10% no segmento residencial.
O setor dos materiais de construção deverá beneficiar destas perspetivas positivas. No entanto, o desempenho do subsetor da engenharia civil permanecerá moderado.
Fora da Europa apenas se registam alterações nos Emirados Árabes Unidos, onde as perspetivas de comportamento do setor dos Serviços Financeiros pioram (de Boas a Favoráveis).
As previsões que constam no Quadro 500, onde são incluídas meio milhar de perspetivas detalhadas de comportamento por setores e mercado, foram analisadas por analistas de risco que avaliam diretamente o risco associado às empresas em cada mercado, quando uma empresa assegurada pela Crédito y Caución deseja concluir um transação comercial com mercados exteriores.

Fonte: Oje

Ministro incentiva industriais a apostarem em unidades de transformação de porco preto


2/9/2016, 23:16

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, incentivou os industriais a apostarem em unidades de transformação de porco preto em Portugal, cuja maioria da produção tem como destino Espanha.


O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, incentivou hoje os industriais a apostarem em unidades de transformação de porco preto em Portugal, cuja maioria da produção tem como destino Espanha, considerando que os incentivos "são bastante generosos".

"Cabe à iniciativa privada" a criação de unidades de transformação de porco preto e "ao Governo compete criar os estímulos e incentivos e esses estão criados e são bastante generosos, bem mais do que em Espanha", afirmou.

O governante disse que o seu ministério "está disponível para financiar a instalação de agro-indústria à volta desta fileira", realçando que ajudas vão "até cerca de 45 por cento a fundo perdido em investimentos que podem atingir individualmente quatro milhões de euros".

"Este é o grande desafio que se coloca à indústria, à produção e à fileira", insistiu, destacando que "boa produção existe, as boas condições de produção foram repostas nos últimos anos e existem mercados".

O titular da pasta da agricultura falava à agência Lusa à margem da conferência comemorativa dos 25 anos da Associação Nacional dos Criadores de Porco Alentejano (ANCPA), integrada na Feira da Luz/Expomor, em Montemor-o-Novo, distrito de Évora.

Capoulas Santos assinalou que a fileira teve de "começar do zero" em Portugal, após a peste suína africana ter afetado o país nos anos 60, em que era proibida a criação de animais, tendo a doença sido declarada erradicada em 1996.

"O porco, ao longo deste período, voltou a crescer e a produção atingiu valores elevadíssimos", observou o ministro da Agricultura, estimando que o efetivo atual "possa rondar os 50 mil animais".

O governante considerou que o setor estabeleceu um mercado de exportação para Espanha por aquele país ter "uma poderosa indústria de transformação e uma enorme tradição de consumo de presunto".

"Neste período, apenas duas unidades para produzir presunto ibérico foram instaladas em Portugal e, pela inexistência de indústria em Portugal, a produção passou a ser orientada para exportação", destacou.

Também em declarações à Lusa, o presidente da ANCPA, Luís Bulhão Martins, revelou que "a esmagadora maioria dos animais, cerca de 90 por cento, é vendida para Espanha", indicando que, muitas vezes, "o porco é de origem portuguesa e leva designação espanhola".

"Em termos económicos, a fileira ao nível da produção valerá 25 milhões de euros, mas se a transformássemos multiplicaríamos [o valor] por quatro", previu.

O responsável justificou a situação por "não haver capacidade instalada em Portugal para transformar o número de porcos já produzidos", considerando que os matadouros especializados e indústrias de transformação que existem são "muito poucas".

A venda dos animais para Espanha "não é absolutamente dramático", ressalvou Bulhão Martins, mas alertou que, com a exportação, "o valor fica em Espanha", o que "é pior para a economia portuguesa".

"É evidente que é um problema da iniciativa privada", disse, defendendo que "há mecanismos de política, apoios ao investimento e outro tipo de ajudas que poderão melhorar o desempenho do setor em Portugal".

O presidente da ANCPA indicou que o setor está novamente a crescer, depois da crise de 2008 ter afetado negativamente o número de produtores e de efetivo.