sábado, 2 de julho de 2016

Entidades públicas e privadas criam Aliança Contra a Fome e a Má Nutrição em Portugal

LUSA 01/07/2016 - 19:44

A associação não se destina a intervir directamente na ajuda às populações, mas a identificar e divulgar boas práticas na área da alimentação e combate à pobreza.

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Entidades públicas, privadas e do sector social criaram esta sexta-feira a Aliança Contra a Fome e a Má Nutrição em Portugal, que visa encontrar soluções para combater a insegurança alimentar e a malnutrição no país.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da organização, Alda Fernandes, explicou que a aliança é "uma plataforma de diálogo, de troca de informações, de diligência para encontrar soluções" no sentido de "reduzir as questões da insegurança alimentar e da má nutrição em Portugal".

"Não é uma iniciativa para intervir directamente na ajuda às populações para distribuição de ajuda, como é o caso do Banco Alimentar", mas sim identificar o que funciona bem e divulgar boas práticas, explicou Alda Fernandes.

A responsável explicou que a iniciativa de criar a aliança partiu da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), que tem como objectivos principais a erradicação da pobreza e da fome e a promoção de uma parceria mundial para o desenvolvimento.

"A presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares, Isabel Jonet, foi bastante instada pelas autoridades da FAO para promover a criação destas alianças nos países membros da federação, a partir de 2008, porque as circunstâncias alteraram-se no panorama económico e social na Europa e no mundo desenvolvido", adiantou.

A organização refere que os problemas de insegurança alimentar e malnutrição começaram a agravar-se nos países desenvolvidos, designadamente em Portugal, sobretudo a partir da crise de 2008.

Alda Fernandes explicou que o combate a estes problemas será assente em três princípios: Fome Zero, produção de alimentos saudáveis e seguros e sustentabilidade do sistema alimentar.

"A partir destas três premissas considerou-se que se podia trabalhar através de quatro linhas de orientação", nomeadamente o direito à alimentação, a nutrição infantil e juvenil, o combate ao desperdício alimentar e produção local de bens alimentares", adiantou

Enquanto plataforma de diálogo, a Aliança vai pôr em contacto organizações e entidades da sociedade civil, do sector privado e da administração pública para a definição, em parceria, de estratégias, políticas e programas susceptíveis de "potenciar os dispositivos já existentes, favorecer o diálogo sobre as medidas mais eficazes e estimular novas iniciativas para combater a insegurança alimentar e a má nutrição".

A aliança irá colaborar e cooperar com países terceiros, através da troca de informações sobre boas práticas.

Entre os membros da aliança estão entidades como a Confederação Nacional da Instituições de Solidariedade, a União Misericórdias Portuguesas, a Direcção-Geral de Saúde, a Direcção-Geral de Educação, o Gabinete de Planeamento do Ministério da Agricultura, a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, a Associação Portuguesa de Nutricionistas, o Instituto Superior de Agronomia e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

“É impensável suspender ações promocionais”, diz Paul Symington


01.07.2016

"É impensável suspender uma ação promocional que seja dos nossos vinhos no Reino Unido", diz ao Expresso Paul Symington, presidente da Symongton Family Estates. O mercado britânico pesa em valor 30% da receita no exterior do grupo e é o principal destino das categorias especiais das suas marcas de Porto.

EVITAR REAÇÃO IMPULSIVAS
Nesta fase "é essencial evitar reações impulsivas e apressadas e manter a calma", acreditando que turbulência seja passageira. Paul Symington confia que o "bom senso vai imperar em Londres e Bruxelas e as duas partes encontrem um ponto de equilíbrio satisfatório".

Um negócio de base familiar como o dos Symington que sobreviveu a guerras mundiais, à revolução portuguesa de 1974, calejado em momentos de turbulência e ancorado na tradição britânica "encontrará sempre soluções para contrariar as adversidades que se manifestem" neste mercado. Paul acredita que as vendas este ano e em 2017 não serão afetadas.

O EFEITO CAMBIAL
Mas, "claro que estamos preocupados, foi uma surpresas muito desagráveis". Paul diz-se desapontado com um processo "mal conduzido" e conta até que os seus quatro filhos, residentes em Londres, um dos quais na distribuidora do grupo, se confessaram "chocados" com o resultado.

Um efeito imediato do Brexit "decorre da desvalorização da libra que torna os nossos vinhos mais caros". É verdade que os concorrentes estão na mesma situação, mas é sempre um fator que pode levar a um menor consumo.

O vinho do Porto "tem a vantagem de beneficiar de um grande prestígio no mercado britânico e ser um dos símbolos da aliança luso-britânica, a mais antiga do mundo", acrescenta Paul.

terça-feira, 28 de junho de 2016

China quer cortar no consumo de carne para poluir menos, muito menos


PÚBLICO 21/06/2016 - 14:55

O novo plano alimentar sugerido pelo Governo chinês, que visa uma redução de mil milhões de toneladas de emissões poluentes, merece elogios dos ambientalistas.

 
A manter-se o ritmo de consumo, a China poderá chegar a uma média de 93 quilos de carne por pessoa em 2030 DANIEL MIHAILESCU/AFP
 
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O Governo chinês lançou um novo plano alimentar para reduzir o consumo de carne para metade. A medida está a ser amplamente elogiada pelos ambientalistas, que esperam ver resultados na redução do efeito de estufa. Desenhado pelo Ministério de Saúde chinês (que o revê a cada dez anos), o novo guia de alimentação recomenda o consumo diário de 40 gramas a 75 gramas de carne. Caso estas recomendações sejam seguidas, as emissões podem ser reduzidas em mil milhões de toneladas até 2030, uma vez que grande parte das emissões poluentes é causada pelo gado bovino e suíno.

Globalmente, a produção de gado é responsável por 14,5% do total de emissões de gases poluentes, mais do que todo o sector dos transportes. O principal responsável nesta equação é o metano, um dos gases responsáveis pelo efeito de estufa. Ora, em média, cada vaca produz até 500 litros de gás metano por dia. A estas emissões acrescem as de dióxido de carbono causadas pelo recurso a fertilizantes. Num país com 1,4 mil milhões de habitantes, e onde a sugestão para o consumo de carne rondava até agora uma média de 115 gramas por dia, a mudança de hábitos alimentares pode representar um grande impacto no ambiente.

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Os hábitos alimentares dos chineses nem sempre foram tão "carnívoros". Em 1982, cada chinês comia em média apenas 13 quilos de carne por ano e um bife era associado a "comida de milionário". No entanto, o crescimento económico da China alterou substancialmente o consumo de carne no país. Nos últimos 34 anos, esse consumo aumentou quase cinco vezes, para os 63 quilos anuais por pessoa, e representa cerca de um terço do consumo global de carne.

 
Nova pirâmide alimentar corta o consumo de carne em 50% DR
Se os números já parecem alarmantes, caso não este plano alimentar não produza os efeitos desejados nos hábitos alimentares dos chineses, calcula-se que cada chinês possa ultrapassar o consumo de 90 quilos de carne por ano em 2030.

Ainda assim, a China não é o país onde o consumo de carne per capita é o mais elevado. Na lista de países com maior consumo surge a Austrália, onde a barreira dos 90 quilos de carne por ano foi ultrapassada em 2013. Antes da potência asiática surgem ainda os EUA e Israel, onde o consumo é duas vezes maior do que o chinês.

Li Junfeng, director do Centro Nacional para Estratégia e Cooperação Internacional da Mudança Climática chinês acredita que "através desta mudança de estilo de vida a indústria de produção animal se irá transformar e as emissões de carbono serão reduzidas", cita o jornal britânico The Guardian.

"Combater as alterações climáticas envolve um julgamento científico, decisões políticas e apoio empresarial, mas, por último, continua a assentar no envolvimento da população em geral para mudar os hábitos de consumo na China", sublinha Junfeng. "Cada um de nós tem de perceber a importância da diminuição de carbono e lentamente adaptar-se a ela", conclui.

De acordo com um relatório da WildAid, uma organização que trabalha com figurais na área dos negócios e entretenimento para sensibilizar para os problemas ambientais, a continuação dos níveis de consumo pode adicionar à atmosfera 233 milhões de toneladas por ano. As consequências far-se-iam sentir também no abastecimento de água do país, bem como agravar os problemas de saúde da população com obesidade e diabetes, alerta a organização ambiental.

domingo, 26 de junho de 2016

Governo avisa ICNF que vai substituir direcção

Instituto da Conservação da Natureza e Florestas é presidido por Paula Sarmento. Mandato durava até 2019

24 Junho 2016 • Lusa

O Governo informou os elementos do conselho directivo do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), presidido por Paula Sarmento, que pretende avançar com a sua substituição, disse hoje fonte do Ministério da Agricultura.

A direcção do ICNF, em funções desde Julho de 2014, tem oportunidade de se pronunciar sobre esta intenção do Governo até segunda-feira.

"Os elementos do conselho directivo do ICNF foram notificados sobre a intenção do Governo de proceder à sua substituição", referiu à agência Lusa fonte do Ministério liderado por Luís Capoulas Santos.

"Neste momento decorre o prazo de audiência prévia que termina dia 27" de Junho, acrescentou.

O ICNF, tutelado pelos ministérios da Agricultura e do Ambiente, é presidido por Paula Sarmento, tendo como vice-presidente João Pinho e como vogais do conselho directivo Paulo Salsa e Sofia Castel-Branco da Silveira.

O despacho da designação de Paula Sarmento para presidente do ICNF foi publicado em Julho de 2014 e assinado pelo então ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, para um mandato de cinco anos.