sábado, 2 de maio de 2015

É preciso “mudar paisagem da floresta em Portugal”, diz especialista



Joaquim Sande Silva considera que melhorar as questões relacionadas com o combate é o mais fácil. Mais difícil é tornar a floresta menos susceptível aos incêndios. 

01-05-2015 1:14

Estamos a 15 dias do início da "fase Bravo" de combate aos incêndios florestais, a fase que precede o dispositivo em máxima força dos bombeiros e de outras forças de protecção civil. Por isso, a Renascença falou com Joaquim Sande Silva, especialista em floresta.
Este professor na Escola Superior Agrária de Coimbra diz que a parte do combate está garantida, o mais difícil é mudar a nossa floresta para que não arda tanto.
"Tudo indica que alguma melhoria que se tem sentido a nível dos incêndios - e isto já descontando a questão meteorológica - tem sido precisamente devido a alguma aposta que se tem feito no combate. Agora, é importante dizer que essa é a via mais fácil: apostar em melhorar as questões relacionadas com o combate é sempre o mais fácil e resolver. O que é difícil de fazer é aquilo que não tem sido feito: mudar a paisagem da floresta em Portugal de maneira a torná-la menos susceptível aos incêndios e isso é, de facto, o mais difícil de fazer ".

Este especialista lembra que Portugal é um dos países do mundo com menos propriedade florestal pública e das mais fragmentadas em termos europeus, com pouca floresta natural, mais resistente aos incêndios.
Joaquim Sande Silva diz que muito foi anunciado, mas quase nada evoluiu na nossa floresta. "Evolução em termos administrativos na criação de legislação, na criação das zonas de intervenção florestal (ZIF). Tudo isso foi anunciado como grandes realizações dos sucessivos governos dos últimos anos mas, enquanto não virmos que há de facto alterações consideráveis a nível da paisagem florestal portuguesa - o que não tem acontecido- não podemos dizer que estamos num bom caminho em termos de gestão florestal e em termos de mudar o estado das coisas da floresta portuguesa", disse.
Como exemplo, este especialista fala nas zonas de intervenção florestal. "Entretanto já passaram praticamente 10 anos e apesar de nós termos perto de 1 milhão de zonas de intervenção florestal (ZIF) em Portugal não vemos nada a mexer no terreno. A paisagem continua igual ao que estava e em muitos casos pior. Aquilo que arde em áreas de ZIF é basicamente o que arde nas outras. Foi uma evolução basicamente administrativa mas muito pouco em termos de gestão do território", referiu.
Mais dez anos são necessários, diz este especialista que é trabalho para vários governos. "Eu acho que vamos demorar muito. Mesmo que haja um governo que tome decisões que, até agora, não tem havido coragem de tomar no sentido de levar essa gestão ao terreno… Mesmo que isso fosse feito agora. Eram precisos no mínimo dez anos para vermos qualquer coisa mudar no terreno".

Ministra da Agricultura fã do "Ketchup à Portuguesa" produzido na Golegã

     
30/04/2015 20:12:11 951 Visitas   
Assunção Cristas foi convidada para uma visita destinada a assinalar o lançamento do mais recente produto da marca Paladin. 
PAULO CUNHA/LUSA

Ministra da Agricultura fã do "Ketchup à Portuguesa" produzido na Golegã
O sabor do "Ketchup à Portuguesa" produzido pela Mendes Gonçalves, na Golegã, conquistou hoje a ministra da Agricultura, numa visita a uma fábrica que considerou exemplo de como se pode acrescentar valor aos produtos "de grande qualidade" produzidos em Portugal.

"Procuramos ir buscar a excelência do que se faz em Portugal, na agricultura, e transformar no que produzimos, vinagres, ketchup, maionese, molhos para saladas", acrescentou.
Assunção Cristas foi convidada para uma visita destinada a assinalar o lançamento do mais recente produto da marca Paladin, o qual disse - depois de confessar não ser grande adepta de ketchup -- ter apreciado por ter "um sabor muito nosso".

"De facto, podemos sentir o sabor do nosso tomate, desta zona Ribatejo", disse, elogiando a Mendes Gonçalves por ter "agarrado com as duas mãos e de forma muito convicta uma estratégia de internacionalização, de inovação e de diversificação dos seus produtos e de construção de uma marca forte, a Paladin".

A ministra referiu em particular a disseminação da marca "por esse mundo fora", aludindo às embalagens "em muitas línguas" e destinadas a "muitas geografias" (mais de 23 países) que observou durante a visita.

"Temos excelentes produtos, de grande qualidade, que têm que ver com a nossa terra, com o nosso clima, mas precisamos de retirar desses produtos o maior valor possível e isto faz-se com muito trabalho, com investigação, com inovação, com o querer diversificar o que já temos", declarou, realçando o trabalho realizado pela agro-indústria "em forte proximidade com os produtores e também com o sistema científico nacional", como universidades e politécnicos.

Carlos Mendes Gonçalves, administrador da empresa, explicou o novo produto da marca Paladin com a vontade de dar ao ketchup um novo sabor à portuguesa.

"Não temos que estar a importar ketchup com outros sabores de outras culturas, temos o nosso gosto, o nosso sabor, e foi isso que pretendemos fazer com a Paladin", disse, sublinhando que todos os produtos da marca são previamente testados no mercado e aprovados pelos consumidores.

Como exemplos desta estratégia, referiu o recentemente lançado vinagre de tomate do Ribatejo, que resultou de uma parceria de investigação com um produtor da região, um molho de cebola caramelizada, um molho para douradinhos, e, para breve, vinagres de pera rocha e de maçã de Alcobaça. 

"Procuramos ir buscar a excelência do que se faz em Portugal, na agricultura, e transformar no que produzimos, vinagres, ketchup, maionese, molhos para saladas", acrescentou.

Para Carlos Gonçalves, a aceitação da marca está patente no crescimento em mais de 250% desde que foi lançada, uma aceitação verificada também na internacionalização (o produto é vendido no estrangeiro com a mesma imagem, introduzindo alguns produtos adaptados ao mercado em concreto), que representa 25% do negócio com meta de crescimento até 30% até ao final do ano.

Este mês a unidade em Angola, um investimento de 3,5 milhões de dólares realizado com um parceiro que é distribuidor naquele país, vai começar a produzir vinagre, disse.

A empresa dedica 5% da sua facturação à investigação e desenvolvimento, sector onde emprega 11 pessoas e que, frisou, "tem suportado todo o desenvolvimento da empresa".

Lusa/SOL

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Figo-da-índia ganha terreno no país e exportação pode chegar em 2016



 17 Março 2015, terça-feira  AnaClara Pequenos Frutos
figo da índia

Em Portugal o figo-da-índia era até há pouco tempo desconhecido da maioria dos cidadãos. Mas, desde 2009, que a planta começou a ganhar terreno, quando alguns produtores descobriram o seu potencial económico. Nesse ano foi instalado em Sesimbra o primeiro pomar ordenado. Dois anos depois nascia uma associação para defender a fileira. Cultivado um pouco por todo o país, é no Algarve que assume maior expressão ao nível de área plantada. Com diversas aplicações (gastronomia, cosmética ou imobiliário), pensa-se agora numa estratégia de exportação que deverá arrancar em 2016.
Fotos: APROFIP
Mário Nunes, presidente da Associação de Profissionais de Figo da Índia Portugueses (APROFIP), em entrevista ao Agronegócios afirma que a «consciencialização por parte dos portugueses, de que o figo-da-índia representava um potencial económico a aproveitar, deu-se em 2011», altura em que a APROFIP começou a ser constituída e a desenvolver iniciativas para a promoção e valorização da planta.
Normalmente, o figo-da-índia integra as memórias de muitos cidadãos no seu estado selvagem, sendo que era comum observá-lo à beira dos caminhos nas zonas rurais. Cenário que há seis anos a esta parte se alterou, com o seu aproveitamento na agricultura e para fins comerciais.
Para se perceber melhor como a planta começou a ser aproveitada em Portugal e integrar um verdadeira fileira, é preciso recuar a 2009, quando foi instalado em Sesimbra o primeiro pomar ordenado, com uma área aproximada de 0,8 hectares (ha) para exploração de frutos.
Um ano mais tarde surge outra iniciativa semelhante em Portalegre, «mas com o objetivo de se obterem cladódios (um tipo de caule que cresce paralelamente ao chão) como forragens, para alimentação de bovinos», recorda Mário Nunes.
Só em 2011, depois da realização do primeiro concurso de "Aromas e Sabores com Figo-da-Índia" em Martim Longo, concelho de Alcoutim (Algarve), foi possível assistir-se a uma maior divulgação da Opuntia Ficus Indica (nome científico da figueira-da-índia).
Estava dado o primeiro passo para a criação da APROFIP (a 4 de abril de 2012), nomeadamente com a manifestação por parte de muitos jovens e agricultores em apostarem na cultura desta planta.
Plantações em todo o país

Segundo Mário Nunes, existem plantações de figueiras-da-índia em todo o território nacional. No entanto, «as condições propícias para a produção de frutos com maior qualidade, são a luz e calor do sol em zonas com índices elevados».
«Todas as regiões do país onde existam essas condições climatéricas, a qualidade do fruto assume maior relevância», adianta o dirigente da APROFIP, acrescentando que os «terrenos propícios» são os pobres a nível agrícola, com boa drenagem e prolongada exposição solar.
«Apesar de se desenvolver sem regadio, o desenvolvimento desta planta é mais lento, tendo em conta que o período do ano em que a planta tem melhores condições para crescer, é a primavera e o verão e se não tiver regadio, começa a desidratar-se, com as elevadas temperaturas, e entra em estivação, ou seja, a planta não tem crescimento enquanto não voltar a recuperar a sua seiva natural, o que só irá acontecer no outono, logo que caia a pluviosidade suficiente para os solos ficarem húmidos», explica Mário Nunes.
Plantação de figo da índia
Actualmente os associados da APROFIP são responsáveis por cerca de 150 ha de pomares ordenados, sendo a variedade de polpa vermelha a que tem maior expressão, seguida da polpa laranja e em menor quantidade a verde.
Em termos geográficos o distrito do Algarve é o que conta com maior área plantada, seguido de Castelo Branco, Évora, Portalegre, Beja, Santarém, Leiria, Bragança, Viseu, Setúbal, Lisboa e Guarda.
«Relativamente a outros produtores (não associados da APROFIP) calcula-se que tenham cerca de 100 ha. de pomares ordenados e as suas áreas de localização, serão idênticas às referidas anteriormente», diz Mário Nunes.
De acordo com a APROFIP, em 2013, a produção de frutos, com origem em pomares, «não teve grande expressão em termos quantitativos, entre 20 a 30 toneladas».
Em 2015 espera-se que este volume seja de aproximadamente 60 a 80 toneladas já que a maioria dos pomares têm um a dois anos de vida.
Perfil do produtor

Mário Nunes refere que a faixa etária da maioria dos produtores de figo-da-índia situa-se de 25 a 40 anos, sendo que «a maioria têm formação académica em várias áreas, engenheiros, arquitetos, professores, advogados, geógrafos, etc.».
«Também muitos produtores, com mais de 40 anos de idade, se têm dedicado à exploração de figo-da-índia», esclarece.
Quanto à comercialização, o dirigente refere que a APROFIP tem sido contactada para o fornecimento de frutos para consumo em fresco e transformação, sementes de figo para extracção de óleo, nopal (cato) em pó.
No entanto, «não se tem concretizado o negócio, por défice de volume, com capacidade de resposta a essas solicitações», esclarece.
figo da índia 
Quanto a aplicações do figo-da-índia são muitas e variadas. A planta e o seu fruto são utilizados para diversos fins, como sumos, compotas, geleias, pastelaria, doçaria, licores, aguardentes, iogurtes, gelados, óleo cosmético, dietas de emagrecimento, forragens para pecuárias, fabrico de biodiesel, construção civil e decoração de mobiliário.
E, com o crescimento da fileira em Portugal, Mário Nunes realça que «os portugueses, principalmente os jovens, estão a aderir ao cultivo desta planta com muita determinação e até mesmo os picos não são um entrave».
«A maioria deles referem que o país ou outros familiares têm terrenos "abandonados" e gostariam de os rentabilizar, já que se trata de uma planta que não é exigente em termos de investimento, aplicação de fitossanitários ou em manutenção», frisa.
Exportar sim, mas com qualidade

Para Mário Nunes, o figo-da-índia português, devido às condições edafo climáticas existentes em Portugal, «poderá ser um dos melhores do mundo e se houver uma imagem de marca cuidada e o necessário marketing, acrescido da respetiva certificação biológica, essas qualidades assumem maior valor».
«Quando existirem produções de frutos, em escala industrial, a exportação deve ser a grande aposta da APROFIP e, nesse sentido, está já a trabalhar para que, a partir de 2016, possa actuar com sucesso, nessa sua missão», afiança o responsável.
Entre outros eventos de promoção da planta, a APROFIP organizou o I Festival Nacional do Figo da Índia (em outubro de 2012), na Escola de Hotelaria em Portimão, participou na Feira Salone Internazionale del Gusto e Terra Madre, em Turim, em outubro 2012, na Biofach, Nuremberg (2013 e 2014), apoiou a organização do I Encontro Nacional do Figo da Índia em Évora (em abril de 2014) e participou em diversas feiras e certames dedicados à planta por todo o território nacional.
No início de Fevereiro deste ano marcou ainda presença recentemente na Fruit Logística, em Berlim, com o objetivo de conhecer a realidade dos mercados internacionais do figo-da-índia e ajudar os seus associados no escoamento das próximas produções de figo-da-índia.
Recorde-se que a figueira-da-india (Opuntia ficus-indica) é uma espécie da familia Cactaceae, com origem e na região central do Mexico, sendo que pode ser encontrada em vários sistemas agrícolas de várias regiões do mundo.
A planta adapta-se particularmente bem em zonas semi-áridas, caraterizadas pela seca, chuvas erráticas e solos pobres sujeitos a erosão.
Na família Cactaceae a espécie Opuntia ficus-indica é considerada a mais importante do ponto de vista económico, sendo cultivada em mais de 20 países, com destaque para o México, Sicília, Argélia, Chile, Brasil e Norte de África.
Na Europa, a Itália e o principal produtor de fruto com uma área plantada dedicada de 3500 ha e uma produção total de 70 mil toneladas de fruto.  

Ministra satisfeita com conclusão do Alqueva sem aumento de endividamento



A ministra da Agricultura afirmou-se hoje satisfeita por o Governo estar a cumprir «realisticamente» o objetivo que traçou de concluir o Alqueva até final deste ano e sem aumentar o endividamento da empresa gestora do projeto.

«Fico tão satisfeita por ver que o Governo, realisticamente, de forma ambiciosa, mas com os pés assentes na terra, traçou um plano e está efetivamente a cumpri-lo com melhores condições de financiamento», disse Assunção Cristas.
A ministra, que acompanhou o chefe do Governo, Pedro Passos Coelho, na inauguração de um novo perímetro de rega do Alqueva, no concelho de Beja, frisou que a conclusão do projeto está a ser feita «sem aumento de endividamento» da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
Dinheiro Digital / Lusa

Agricultores devem entregar faturas em julho para serem reembolsados do IVA



A ministra da Agricultura e do Mar alertou hoje os agricultores que faturam até 10.000 euros por ano que devem entregar já em julho as faturas das despesas que tiveram com a produção para serem reembolsados do IVA.


Assunção Cristas fez este apelo no final de uma visita a uma exploração agrícola de legumes na Feiteira de Cima, em Santana, na Região Autónoma da Madeira, propriedade de João Hilário Gouveia.
"Trago uma mensagem para os pequenos agricultores, aqueles que estão fora do regime do IVA para que, vendendo a organizações de produtores, ou a cooperativas, ou a supermercados, possam guardar as suas faturas e fazer o pedido para reembolso do novo regime do IVA forfetário que permite, a quem, por ano, fatura até 10 mil euros, apresentar faturas daquilo que compram para fazer as suas produções, seja as sementes, seja os adubos, seja os fertilizantes", disse.
A ministra da Agricultura e do Mar referiu ainda que os pequenos agricultores podem pedir" o reembolso duas vezes por ano e a primeira vez vai ser já, agora, em julho" para poderem beneficiar do reembolso em seis por cento sobre o volume de vendas que fazem.
"São seis por cento do volume das vendas que lhes compensa um bocado aquilo que pagaram no imposto quando adquiriram os seus produtos", afirmou.
A ministra considerou esta possibilidade como "muito importante" porque "quer dizer que um agricultor que tenha de faturação por ano até 10 mil euros pode estar a receber 600 euros de reembolso do IVA duas vezes por ano, podem ser 300 euros num semestre e mais 300 euros no outro semestre".
Para isso, lembrou ser importante que "os agricultores adiram a este modelo e também, para isso, podem organizar-se melhor".
A ministra sustentou que a agricultura "é uma aposta deste Governo, e uma aposta para continuar", disse.
"A agricultura tem um papel importante na economia do país, tem tido excelentes resultados mas o Governo acredita que é possível continuar a trabalhar e ter ainda melhores resultados no país e, também, aqui, na Madeira, que é uma região deficitária no setor agroalimentar", concluiu.
Assunção Cristas visitou hoje a Madeira onde presidiu à apresentação pública da "Estratégia do Mar para a Região" numa iniciativa da Associação Comercial e Industrial do Funchal e, na Câmara Municipal de Santana, participou numa sessão de esclarecimento dirigida a agricultores.
Dinheiro Digital com Lusa

Há um novo método para reduzir o consumo de água na agricultura


Uma jovem estudante de 23 anos ganhou uma bolsa numa universidade americana após desenvolver um sistema que reduz o consumo de água por agricultores.
A brasileira Mariana Vasconcelos é a responsável pelo sistema. Inspirada pela crise hídrica no Estado de São Paulo, desenvolveu um método de reduzir entre 30% e 60% o gasto de água na agricultura. O sistema usa sensores em plantações que enviam informações sobre a quantidade de água necessária e o momento em que é preciso regar as plantas.
Eis como ela explicou o sistema ao El País:
«Com os dados fornecidos pelos sensores, geramos recomendações e dizemos ao agricultor quanto e quando tem que regar, a humidade do ambiente, as probabilidades de pragas do cultivo, o gasto de água e energia da plantação…»
Em resumo, Vasconcelos encontrou uma forma de juntar a medição de diversos elementos na agricultura de uma só vez e enviá-los para um smartphone. O sistema ainda pode ser adaptado para cada tipo de plantação, funcionando de maneira diferente de acordo com a necessidade de cada lugar.
A jovem - que faz parte da start-up AgroSmart com três colegas - venceu um concurso promovido pela FIAP e como prémio será levada para Silicon Valley nos EUA e estudará num centro de pesquisas da Singularity University, que fica num campus da NASA e é patrocinado pela Google e a Nokia.
Enquanto estiver a estudar fora do Brasil, Mariana também pretende levar o sistema para o sector público e privado - ela quer que até dez explorações usem o seu método até Junho, e 35 até ao fim do ano. Ambicioso, sim, mas, se der certo, pode ter uma grande contribuição no combate à crise hídrica.
Dados da Agência Nacional de Água indicam que 72% do consumo hídrico no Brasil vem da agricultura. Reduzir drasticamente esse consumo, assim, pode ajudar a minimizar os efeitos da falta de água.

Quais as críticas da indústria agroalimentar à grande distribuição?


Abril 28
13:27
2015

Esta notícia vem de França, mas pode perfeitamente ser adaptada às condições portuguesas. As principais críticas são a baixa de preços desproporcionada, bem como as compensações retroactivas e a ausência de respeito pela evolução dos custos de produção, sem atender à lei, mesmo com todos os controlos que são efectuados.

O agroalimentar sofre, sobretudo, com a violenta guerra de preços no seio da grande distribuição e que em Portugal se traduz por uma guerra Pingo Doce-Continente. Esta guerra de preços tem, efectivamente, permitido aos consumidores poupar alguns euros por semana, mas não se apercebem da destruição que está a causar ao nível do sector agroalimentar.

Em França, a indústria pede acções imediatas, como a que surgiu face ao quartel dos iogurtes, em que as empresas que combinaram os preços vão pagar uma multa total de 192,7 milhões de euros.

Esta situação está a levar à impossibilidade de novos investimentos no ramo agroalimentar, bem como à redução dos orçamentos na investigação e segurança alimentar, assim como ao nível do meio-ambiente, com prejuízos evidentes a curto prazo.

Portugal sente, sobretudo, este problema ao nível da carne de porco, cujos preços praticados pelos dois principais grupos portugueses são impossíveis para uma produção minimamente organizada.

 Imagem - savingdinner.com

UE reforça luta contra a Xyllela fastidiosa apesar da oposição de Roma

Abril 29
11:58
2015

A União Europeia reforçou, em 28 de Abril, o seu programa de luta contra a propagação da bactéria que está a destruir vastas áreas de olivais no sul de Itália, apesar da oposição de Roma, que, segundo a Comissão, não tem respondido satisfatoriamente aos apelos lançados.

Estas medidas reforçadas passam pela criação de uma zona tampão de 20 km à volta da área afectada, na província italiana de Lecce.

As árvores doentes serão abatidas e destruídas e será posto em prática um sistema de vigilância num raio de 10 m de cada árvore.

Os estados-membros devem notificar a Comissão do aparecimento eventual de qualquer surto da bactéria e limitar imediatamente a zona atacada.

No caso de existir um novo foco, todas as árvores das espécies susceptíveis de serem contaminadas, num raio de 100 m, devem ser destruídas.

Foi, também, decidido submeter a controlo estrito todas as importações e movimentos de plantas provenientes dessas zonas.

A França, que tinha decidido unilateralmente fechar a fronteira às importações de material vegetativo vindo de Itália, vai levantar esta interdição quando estas medidas forem postas em prática.

As importações de plantas de café das Honduras e da Costa Rica vão ser proibidas, pois suspeita-se que tenham sido as causadoras da entrada da doença em Itália, em 2013.

A Itália continua a não querer, sequer, ouvir falar da possibilidade de vir a arrancar as oliveiras, como medida para suster a doença.

Posto em causa o plano de apoio ao investimento de Phil Hogan


Abril 30
13:20
2015

O plano de apoio ao investimento lançado por Phil Hogan, que conta com o apoio do Banco Europeu de Investimentos (BEI), pode vir a ser posto em causa depois da publicação de um relatório recente do Tribunal de Contas Europeu, que levanta muitas questões sobre a legalidade daquele plano.

Este plano pretendia encorajar os estados-membros a usar instrumentos financeiros, tais como garantias sobre o capital investido, para os investimentos no sector agrícola. Assim, seria dada maior segurança aos bancos, de modo a encorajá-los a emprestar em condições mais favoráveis, ou seja, com taxas de juro mais baixas e com prazos de pagamento mais dilatados.

Até ao momento, só alguns países mostraram interesse em usar este tipo de instrumentos para o Plano de Desenvolvimento Rural 14-20.

Kersti Kaljulaid, do Tribunal de Contas europeu (ECA), afirmou que os instrumentos financeiros têm um potencial para melhorar a utilização de recursos públicos escassos ao providenciar financiamento para mais investimentos, utilizando o mesmo budget, mas o resultado da auditoria sugere que isto vai constituir um desafio considerável para conseguir obter o impacto pretendido.

A Grécia e a Roménia são responsáveis por mais de 2/3 dos 700 milhões de euros investidos pelos estados-membros em garantias e fundos de empréstimo, até ao final de 2013. Isto representou um excesso de 370 milhões de euros, que não se transformaram em empréstimos para os agricultores, segundo o ECA. De acordo com esta instituição, torna-se necessário melhorar o controlo destas medidas, para o financiamento chegar, de facto, aos agricultores.

Perigo para a carne de porco! Alemães começam a usar soja nas salsichas!


Abril 30
13:21
2015

Os alemães são conhecidos pelo seu elevado consumo de carne de porco, sobretudo ao nível de produtos transformados, dos quais se destacam as salsichas.

Nos últimos anos, o consumo de carne de porco tem vindo a diminuir, preocupando os produtores.

Aparece, agora, uma nova tendência, de utilizar cada vez mais soja nas salsichas, em detrimento da carne de porco. São apontados alguns motivos para este facto, sendo o principal, o número de vegetarianos na Alemanha, que duplicou nos últimos anos.

O partido dos verdes, na Alemanha, tem encetado uma certa campanha contra a carne de porco e a favor das salsichas com soja, invocando motivos de saúde pública. Outro argumento dos verdes é que os consumidores começam a ficar fartos dos escândalos com as carnes e querem saber exactamente aquilo que comem.

Outro problema põe-se com a discussão, a nível mundial, de resistência aos antibióticos e do seu uso crescente na produção animal.

Uma sondagem recente, realizada na Alemanha, mostra que 3,7% da população é vegetariana e que 60% encara a possibilidade de reduzir o consumo de carne.

Neste momento, a indústria das salsichas está a ter que se adaptar às novas realidades, como é o caso de uma indústria que trabalha desde 1930 e que, recentemente, começou a introduzir soja nas salsichas.

Desflorestação: mais de 200 milhões de hectares em risco de desaparecer nos próximos 20 anos


 30 Abril 2015, quinta-feira  Agroflorestal

O alerta foi dado esta semana pelo World Wide Fund for Nature (WWF), que não tem dúvidas: mais de 200 milhões de hectares de floresta vão desaparecer nas próximas duas décadas.
A desflorestação vai atingir uma área equivalente à Alemanha, França, Espanha e Portugal em 2030.
Um cenário que vai incidir sobretudo na Amazónia, Austrália e em Sumatra (Indonésia) sendo que 80% está concentrada em 11 regiões: a Amazónia, a floresta atlântica e o Gran Chaco, o Cerrado, o Choco Darien, a bacia do Congo, África oriental, Austrália ocidental, o grande Mekong, Bornéu, Nova Guiné e Sumatra.
Estas desflorestações servem para aumentar a área agrícola, incluindo pastagens para animais, plantações para óleo de palma e para produção de soja.
O corte de madeiras exóticas e madeiras para combustível é, também, um motivo para desflorestação.
A WWF quer, portanto, implementar um programa a nível mundial, que venha a proteger, não só o meio ambiente, como também, as populações que vivem dessas florestas.
A situação só não é mais grave porque tem havido florestação na China e na Rússia, em terrenos que foram abandonados para a agricultura, revela o WWF. 
Saiba mais aqui.

Estudo: projeções estimam que agricultura mundial cresça 3,5% nos próximos dez anos



 30 Abril 2015, quinta-feira  CerealiculturaAgricultura
agricultura

O Departamento Agrícola dos Estados Unidos (USDA) emitiu nos últimos dias o seu estudo anual referente às previsões para a agricultura a nível mundial para os próximos dez anos.
Este ano as projeções são feitas para o período de 2015 a 2024.
Entre as principais previsões deste estudo, o USDA estima um crescimento mundial de 3,5% em média, ou seja, um aumento em relação aos anos anteriores. Algo que se deve ao crescimento nas economias emergentes, China e Índia.
Por outro lado, a USDA só prevê um crescimento de 1,9% para a União Europeia.
Já as tensões geográficas devem ter uma grande influência nos mercados, com a Rússia a tentar caminhar para a autosuficiência.
Já a baixa dos produtos agrícolas, que se tem vindo a verificar nos últimos anos, deve ainda manter-se durante alguns anos, mesmo com o aumento da procura, devido ao aumento da população mundial.
Este aumento da procura será compensado pelo aumento das exportações de países como a Argentina, a Austrália, o Brasil, o Canadá, os Estados Unidos e a União Europeia.
Estas previsões devem, contudo, ser analisadas com algum cuidado, vinca o USDA, uma vez que os mercados agrícolas são expostos a muitos riscos, cujos efeitos tornam-se muito nefastos à evolução dos preços.
Existe uma concentração crescente dos factores de produção em zonas com vantagens comparativas e competitivas.
Isto confirma um novo reagrupamento geopolítico à volta das potências emergentes e dos países em vias de desenvolvimento, que devem vir a ter cada vez mais peso a nível mundial.

Tecnologia da Universidade de Aveiro põe drone a vigiar as florestas

PÚBLICO 30/04/2015 - 12:32

Equipamento tem a capacidade de monitorizar 50 mil metros quadrados de área florestal a cada dez minutos.

 
O drone está equipa com um equipado com um sensor multiespectral UNIVERSIDADE DE AVEIRO

Uma equipa da Universidade de Aveiro desenvolveu uma tecnologia que, quando integrada num drone (avião não tripulado), permite avaliar as consequências que a falta de água ou de nutrientes, doenças ou ataques de insectos e fungos têm sobre as florestas. Na fase seguinte, a equipa pretende que o projecto chegue também às explorações agrícolas.

O objectivo inicial do projecto é simples. "Mudar o paradigma da monotorização das florestas, que quando realizada é morosa e feita por técnicos no terreno", indica a Universidade de Aveiro (UA) em comunicado.

Jan Jacob Keizer, investigador do Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA, explica que foi desenvolvido "um sistema para a monitorização de plantações de eucalipto, tendo em conta a relevância económica destas plantações, não só em Portugal mas também em muitas outras regiões do mundo como, por exemplo, o Brasil". E porquê o eucalipto? Trata-se da espécie florestal dominante no país e que, segundo o investigador, representa actualmente mais de 6% do total da superfície florestal, num total de 812 mil hectares.

Devido à dimensão da área em causa, a utilização de um drone poderá facilitar a tarefa de monitorização. Segundo a UA, o equipamento com a nova tecnologia "consegue monitorizar 50 mil metros quadrados a cada dez minutos".

Numa parceria com os departamentos de Biologia e Química da UA e com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, a equipa criou uma tecnologia que faz uma monitorização por imagens multiespectrais, "imagens adquiridas em diferentes comprimentos de onda que resultam na captura separada de cores", que são captadas através do drone, de asa rotativa com propulsão eléctrica, equipado com um sensor multiespectral.

Jan Jacob Keizer indica que as imagens são depois utilizadas "para quantificar, de forma espacialmente explícita, o grau de impacto de vários factores de stress no crescimento tanto de uma plantação como um todo como de árvores individuais". Num voo é possível, por exemplo, "avaliar a eficácia de um tratamento contra uma praga ou determinar a mortalidade de plantas recentemente plantadas após dias de geada ou de seca".

Os drones da UA podem ser enviados em missão sob solicitação dos produtores florestais.

“Portugal Sou Eu”: a marca que potencia os produtos nacionais

 30 Abril 2015, quinta-feira  Ana Clara Hortofruticultura & FloriculturaIndústria alimentar

Lançado em dezembro de 2012, o "Portugal Sou Eu" é uma iniciativa do Governo português criada com o objetivo de promover os produtos nacionais e melhorar a competitividade das empresas. Mais de dois anos depois, Luís Mira, secretário geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), entidade que integra o órgão que gere a iniciativa, fala ao Agronegócios sobre o programa que conta com três mil produtos portadores do selo "Portugal Sou Eu". Destes, «52% respeitam ao setor agroalimentar». Já o volume de negócios agregado ao programa é superior a 3,1 mil milhões de euros.
portugal sou eu
Começamos pela questão de produtos agrícolas. Que mais-valia traz o "Portugal Sou Eu" a produtores e agricultores?
Luís Mira não tem dúvidas de que a grande mais-valia para os produtores agrícolas «é a rápida identificação e o reconhecimento por parte dos consumidores», bem como «a notoriedade que uma associação à marca Portugal pode conferir aos seus produtos».
Atualmente, afirma o responsável, cerca de três mil produtos são portadores da certificação "Portugal Sou Eu", o que corresponde a um total de 350 empresas.
«O setor alimentar é particularmente relevante para a economia nacional, pelo que é natural que em termos de produtos seja também o mais representativo», afiança Luís Mira, acrescentando que o programa «desenvolveu um esforço intenso neste setor de atividade, tendo em atenção a sua importância e visibilidade para os consumidores finais».
«Cerca de 52% dos produtos respeitam ao setor agroalimentar e 16% ao setor das bebidas», informa.
O agroalimentar tem uma grande importância no programa, como já foi referido, resta saber qual a real importância para o crescimento económico do país, outro intento da iniciativa.
Para Luís Mira, a relevância do setor agroalimentar para a economia nacional «é uma realidade reconhecida pela generalidade dos observadores e confirmada pelos dados estatísticos, que confirmam um aumento exponencial das exportações e uma tendência de equilíbrio da balança comercial do setor».
«O programa "Portugal Sou Eu" começou há relativamente pouco tempo e, portanto, carece ainda de evolução e de um maior grau de reconhecimento por parte dos consumidores, para que os produtores possam tirar dele o máximo partido. No entanto, o setor agroalimentar é muito mais do que apenas os produtos com marca e com enquadramento no "Portugal Sou Eu". É também composto de commodities cotadas nos mercados internacionais e que não são adquiridas aos produtores por via da sua marca», sublinha.
«Balanço muito positivo»

Mais de dois anos depois de o programa estar no terreno, o balanço feito pelo secretário geral da CAP «é muito positivo».
luis mira
Luís Mira, secretário geral da CAP
«Os produtos qualificados com o selo "Portugal Sou Eu" representam um volume de negócios agregado superior a 3,1 mil milhões de euros», esclarece Luís Mira, adiantando que no portal estão registadas mais de 1300 empresas, cujos produtos estão em processo de qualificação.
Atualmente, o programa abrange todos os setores da economia. «A produção agrícola e primária, os produtos de transformação industrial, o artesanato e os serviços, através da adesão ao selo "Portugal Sou Eu"», diz, lembrando que «abrange também, mais recentemente, o comércio a retalho e a restauração e através da adesão ao estatuto 'Estabelecimento Aderente'».
Também desde dezembro de 2012, «foram dinamizados mais de uma centena de eventos dirigidos a empresas ou ao público em geral, significando, em média, mais de uma ação de promoção, divulgação ou sensibilização por semana».
O "Portugal Sou Eu" conta ainda com 17 embaixadores (personalidades dos mais diversos quadrantes da nossa sociedade) e que dão a cara pela iniciativa.
Por outro lado, «a marca Portugal (versão exportação do "Portugal Sou Eu") está a ser promovida «através da sua aplicação como marca chapéu na esmagadora maioria das presenças coletivas no âmbito internacional, promovidas diretamente ou através de terceiras entidades associativas, coordenadas pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP)».
Massificação da marca em 2015

Em 2015, antecipa Luís Mira, «espera-se que se verifique uma massificação da marca "Portugal Sou Eu" e que os meios do novo quadro comunitário de apoio permitam promover um reconhecimento mais abrangente do programa e da sua marca, por parte dos consumidores em geral».
O responsável explica, contudo, que o reconhecimento de uma marca «tem o seu tempo de sedimentação, baseado na relação de confiança que se estabelece». «Encontramo-nos na rota da construção dessa confiança, dando passos sólidos e rigorosos, e estamos convencidos que ganhará maior notoriedade com uma crescente adesão das empresas e afixação do selo nos rótulos dos produtos», assegura.
E recorda que o esforço está bem patente no estudo de "Portugalidade", realizado pelo Instituto Superior Economia e Gestão (ISEG), que indica que o reconhecimento da marca "Portugal Sou Eu" alcança os 27,7%, «quando somados os dois símbolos associados à marca, incluindo a versão exportação e a versão nacional».
«Trata-se de uma percentagem que consideramos interessante na perspetiva de promoção junto do consumidor em fevereiro de 2014, tendo o estudo de notoriedade decorrido em setembro 2014 e sido divulgados os seus resultados em Novembro», acrescenta.
portugal sou eu
A medição da notoriedade será novamente realizada após novas campanhas de promoção e de informação, no período 2015-2017.
Para Luís Mira não há dúvida de que «temos produtos nacionais de grande qualidade» no "Portugal Sou Eu". «Vinho, azeite, fumeiro e queijo, são setores específicos com marcas de excelência reconhecida», exemplifica, dando outros exemplos como a Gumelo ou compotas em bisnaga, no âmbito dos produtos inovadores, ou o Cantinho das Aromáticas, com o Prémio Londres, ou ainda o BeeIellow, mel em embalagem inovadora.
Sucesso do agroalimentar

Sobre o desempenho do setor agroalimentar, o responsável da CAP salienta que «os produtos agroalimentares portugueses têm margem de evolução na linha do que tem vindo a acontecer nos últimos anos».
«Os produtos hortofrutícolas têm sido um exemplo recente de como implementar, com capacidade técnica e logística, uma estratégia exportadora de sucesso nos exigentes mercados europeus, nomeadamente tirando vantagem de condições climáticas específicas, com mais horas de sol, e conseguido colocar os produtos nos mercados do centro da Europa antecipadamente em relação ao produtores de outras zonas do continente e do mundo», sustenta.
Um sucesso que, na opinião de Luís Mira, se deve «à capacidade organizativa do setor, que tem sido determinante para o sucesso acompanhada, obviamente, pelo espírito empreendedor e pelo investimento dos produtores nacionais, assim como pela sua capacidade de modernização, na sequência de uma boa aplicação dos fundos comunitários».
Por outro lado, conclui, «a qualidade dos produtos agroalimentares nacionais é um fator distintivo determinante para as nossas marcas e os nossos produtores se afirmarem nos mercados internacionais».
Recorde-se que o "Portugal Sou Eu" nasceu de uma iniciativa do Ministério da Economia, numa parceria com a sociedade civil, com o objetivo de valorizar a produção nacional.
É gerido no terreno por um conjunto de parceiros, públicos e privados, como o IAPMEI, a AIP, a AEP e a CAP. 


Portugal 2020: CAL e Banco BIC promovem programa de internacionalização do agronegócio no espaço lusófono



 30 Abril 2015, quinta-feira  diversosNegócios

A CAL - Câmara Agrícola Lusófona, no âmbito do seu protocolo com o Banco BIC, informa que tem disponíveis diversos produtos financeiros e crédito em condições especiais para os seus associados no âmbito do Portugal 2020.
«As prioridades estratégicas, enquanto plataforma de referência do agronegócio no espaço da CPLP, estão orientadas em dois vetores, a exportação e internacionalização do agronegócio sob o lema "together we go far"», explica em comunicado a CAL. 
Face à redução dos apoios neste novo quadro comunitário, no âmbito do Portugal2020, a comparticipação de 75% a fundo perdido reduziu-se agora para 50%.
Com este protocolo do Banco BIC, esclarece a CAL, o objetivo «passa por alavancar as empresas no âmbito da sua presença em missões empresariais, missões de prospeção e feiras no âmbito do nosso programa da CAL "Internacionalização Agronegócio PME Lusofonia"».
Esta linha pretende apoiar os associados e participantes neste programa financiando-se em condições especiais no Banco BIC por forma a suportar o investimento inicial.
Há ainda outras linhas e instrumentos que Banco BIC colocou á disposição dos sócios da CAL.
Entre as feiras em destaque no âmbito desta iniciativa está a Feira Internacional de Agronegócios, está a Expointer, que tem lugar no Brasil entre 29 de agosto e 6 de setembro de 2015; a Feira Internacional de Agronegócios, que decorre em Cabo Verde de 9 a 15 maio de 2016; e a Expointer que se realiza no Brasil entre 29 de agosto a 6 de setembro de 2016.
Já no campo das missões empresariais e ações de prospeção de clientes e promoção de produtos estão previstas as seguintes em 2015: Huambo (Angola), Guiné-Bissau, Cabo Verde, Nampula (Moçambique), Guiné-Equatorial, São Tomé e Príncipe.
Em 2016 a ação irá passar pelos mesmos países.

Manual da CAP ajuda pequenos agricultores com obrigações fiscais



 30 Abril 2015, quinta-feira  AgroflorestalAgricultura
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) em parceria com a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), lançou recentemente um manual de boas práticas fiscais dedicado aos pequenos agricultores.
O documento visa ajudar os pequenos agricultores, de natureza singular (IRS), com rendimentos provenientes da venda de produtos agrícolas inferiores a dez mil euros, a conhecerem as suas obrigações fiscais.
Na introdução do manual, pode ler-se que o mesmo se justificou, atendendo «ao grande número de alterações em matéria fiscal que abrangem não só os agricultores de média e grande dimensão mas também os pequenos agricultores, nomeadamente as recentes alterações em termos de IVA que abrangem a actividade agrícola é importante enumerar as obrigações necessários para o exercício de uma actividade agrícola».
A CAP recorda que a maioria das explorações agrícolas são de natureza singular e de pequena dimensão.
Os promotores deste guia recordam que os pequenos agricultores, em regra, «não dispõem de contabilidade organizada e inserem-se em termos de tributação na categoria B do IRS».
No entanto, referem, «a sua organização e cumprimento das obrigações fiscais para além dos salvaguardar do incumprimento, interfere em toda a cadeia das atividades agrícolas nomeadamente nas médias e grandes empresas, cooperativas, organizações de produtores etc., já por si organizadas».

Castelo Branco debate em junho temática do solo



 23 Março 2015, segunda-feira  AgroflorestalAgricultura
solos 

A Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) irá ser palco entre 24 e 26 de junho de um Encontro dedicado aos solos.
Intitulado "Proteger as funções do solo – assegurar a vida na Terra", o evento irá debater a importância do recurso solo na produção e qualidade dos alimentos, como reserva de biodiversidade, como regulador do ciclo hidrológico, do carbono e de outos ciclos biogeoquímicos bem como no desenvolvimento socioeconómico.
Os organizadores realçam a importância do Encontro com a relevância do solo como parte «essencial para um planeta saudável e para o bem-estar da Humanidade», tal como vinca a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A iniciativa decorre no âmbito do Ano Internacional dos Solos (declarado pela Organização das Nações Unidas) que decorre em 2015 e realiza-se no âmbito do Encontro Anual das Ciências do Solo (EACS 2015), promovido pela Sociedade Portuguesa da Ciência do Solo.
A ESAC, do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), apoia a iniciativa.  

Crédito Agrícola: candidaturas ao Prémio Empreendedorismo e Inovação até 1 de julho de 2015



 18 Abril 2015, sábado  AgroflorestalAgricultura
premio CA

Até 1 de julho de 2015 estão abertas as candidaturas à 2.º edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação – Agricultura, Agro-Indústria, Floresta e Mar promovido pelo Crédito Agrícola (CA).
Com cinco mil euros serão premiados os projetos, ideias ou empresas que se destaquem em cinco categorias: "Produção e Transformação", "Comercialização", "Inovação em Parceria". "Jovem Empresário Rural" e "Projetos de elevado potencial promovidos pelos associados do Crédito Agrícola".
O Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola tem por objetivo «reconhecer o mérito e a excelência na agricultura, contribuindo de forma efetiva, para a disseminação de uma cultura de empreendedorismo e inovação nos setores agrícola, agro-industrial, florestal e do mar em Portugal», sustenta o CA.
O concurso contempla ainda uma Menção Honrosa, no valor de 2500 euros para cada uma das três categorias seguintes: "Produção e Transformação", "Comercialização" e "Inovação em Parceria".
A comunicação dos resultados do concurso será realizada numa cerimónia de entrega de prémios, a realizar no último trimestre de 2015 em Lisboa.
Os interessados podem inscrever-se aqui: http://www.premioinovacao.pt/
Consulte informações sobre o júri (http://www.premioinovacao.pt/juri/) e o regulamento do prémio (http://www.premioinovacao.pt/regulamento/).

quinta-feira, 30 de abril de 2015

PRODER terá execução de 100% «até ao verão»



 29 Abril 2015, quarta-feira  Política Agrícola

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assegurou esta quarta-feira, que o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) será aplicado a 100% «até ao verão», altura em que será substituído pelo novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), que se prolonga até 2020.
«Estamos convencidos de que até ao verão conseguimos fechar o PRODER com uma execução de 100%», garantiu o primeiro-ministro em Estremoz, no Alentejo, durante o discurso de inauguração da feira de agropecuária Ovibeja.
«Aqueles que receavam uma fraca resposta do nosso tecido empresarial precipitaram-se na análise», disse Passos Coelho destacando o número de candidaturas bem-sucedidas ao quadro comunitário de apoio.
«Governar com responsabilidade é não desperdiçar as boas oportunidades nos anos bons para nos precavermos nos anos de maior incerteza», acrescentou, referindo que, apesar os últimos anos terem sido de «grandes restrições», o Governo sempre apostou na execução do PRODER. 
Fonte: Lusa

Pingo Doce volta a fazer uma campanha especial para o 1 de Maio


     
29/04/2015 23:08:43 15678 Visitas   

José Sérgio/SOL
Pingo Doce volta a fazer uma campanha especial para o 1 de Maio

O Sindicato do Comércio e Serviços acusou hoje as cadeias de supermercados e hipermercados de não aumentarem os trabalhadores por falta de vontade, embora tenham capacidade financeira, pois fazem campanhas de descontos em dia de greve no sector. 

"As cadeias de supermercados e hipermercados não aumentam os trabalhadores por falta de dinheiro, mas sim porque os querem empobrecer, como se comprova com a campanha de oferta generalizada de produtos na véspera e dia 1.º de Maio", refere um comunicado do sindicato, envido à agência Lusa.  

Manuel Guerreiro, presidente do Sindicato do Comércio e Serviços (CESP) disse à Lusa que o Pingo Doce publicita num cartaz afixado nas lojas que no dia 1.º de Maio vai "voltar a fazer história".

No cartaz dirigido aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, é referido que todas as lojas vão abrir às 08:00.

"O dia 01 de Maio vai ser especial porque vamos garantir mais poupança aos nosso clientes", destaca o mesmo anúncio, assinado por um director, que diz contar com os trabalhadores para transformar a data "em mais um dia memorável para todos". 

Fonte oficial do Pingo Doce confirmou à Lusa que vai ser feita uma acção especial no dia 01 de Maio, mas não com descontos generalizados de 50%, como em 2012. 

"Tal como já várias vezes afirmámos, a campanha que o Pingo Doce fez no dia 01 de Maio de 2012 foi única, excepcional e irrepetível nos termos em que ocorreu. Confirmamos que no próximo dia 01 de Maio haverá uma acção especial nas lojas Pingo Doce. Por razões de estratégia comercial, não iremos adiantar mais informação sobre a oferta promocional prevista", disse a mesma fonte.  

Segundo Manuel Guerreiro, alguns responsáveis de loja do Pingo Doce avisaram o pessoal de que, nesse dia, "há hora de entrada, mas não há de saída". 

O sindicalista referiu ainda que a Sonae/Continente anunciou aos clientes, através de SMS, oferta de bacalhau e carne de porco a  a preços bastante inferiores aos habituais 

"Ora, isto comprova que não aumentaram pessoal e não negoceiam a revisão do CCT por falta de dinheiro, antes por uma obstinada politica de empobrecimento dos trabalhadores, senão não se proporiam oferecer dezenas ou centenas de milhões de euros num ou dois dias aos clientes", disse.

O presidente do CESP considerou que estas campanhas têm como objectivo "boicotar a greve e o significado do 1.º de Maio, cometendo resmas de ilegalidades". 

Os trabalhadores dos hipermercados e supermercados fazem greve na sexta-feira em defesa de aumentos salariais e da melhoria das condições de trabalho, convocada por sindicatos da CGTP e da UGT.

O Sindicato do Comércio e Serviços (CESP), filiado na CGTP, marcou esta greve em defesa de aumentos salariais, após cinco anos de congelamento salarial, e pelo respeito das categorias e funções dos trabalhadores e respectivos horários de trabalho.

O Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços (SITESE) anunciou hoje uma greve dos funcionários das empresas de distribuição para 01 de Maio contra a redução dos salários e dos direitos e pelo respeito ao Dia do Trabalhador. 

Nos últimos anos, o CESP tem emitido pré-aviso de greve para o 1.º de Maio, para dar a possibilidade aos trabalhadores dos super e hipermercado de comemorarem o Dia do Trabalhador, mas, este ano, o objectivo da greve não será apenas esse "porque tem a ver com a situação laboral especifica destes" funcionários.

Lusa/SOL

CE aprova medidas mais restritivas contra bactéria que atinge oliveiras, vinhas e citrinos

29-04-2015 
 

 
Os especialistas no Comité Permanente de Plantas, Animais, Alimentos e Rações aprovaram novas medidas, propostas pela Comissão, para evitar a introdução e propagação na União Europeia da bactéria Xylella fastidiosa, um organismo prejudicial para as oliveiras, vinhas e citrinos.

As novas medidas da União Europeia (UE) exigem que os Estados-membros notifiquem novos surtos, que levem a cabo notificações oficiais e delimitem rapidamente as áreas infectadas. São estabelecidas medidas restritas de erradicação nestas áreas, incluindo a retirada e destruição das plantas infectadas e de todas as hospedeiras num raio de 100 metros, independentemente do seu estado sanitário.

As medidas também oferecem a possibilidade de que a Itália aplique acções de contenção em toda a província de Lecce, onde a erradicação já não é possível. Neste caso, mantém-se o requisito de eliminar sistematicamente todas as plantas infectadas e analisar todas dentro de 100 metros, numa zona de 20 quilómetros junto às províncias de Brindisi e Taranto.

As importações e o movimento dentro da União Europeia (UE) de plantas susceptíveis à Xylella fastidiosa de todo o mundo estarão sujeitas a condições rigorosas. Foi ainda determinada a proibição específica à importação de plantas de café provenientes das Honduras e Costa Rica, por considerar que tem um alto risco de estarem infectadas pela bactéria.

A presença de Xylella fastidiosa na UE foi notificada pelas autoridades italianas a 21 de Outubro de 2013. A área afectada por este organismo é toda a província de Lecce, no sul da Itália, sendo confirmado um novo surto recentemente na província vizinha de Brindisi. A União Europeia tomou medidas de urgência em Fevereiro de 2014 e em Julho do mesmo ano.

A falta de tratamento eficazes para curar as plantas infectadas, a ampla variedade de espécies conhecidas por serem susceptíveis, assim como a alta probabilidade de propagação e o estabelecimento na UE, fazem desta bactéria uma ameaça muito grave para o sector agrícola da UE.  

Fonte: Agrodigital

China substitui França como segundo vinhedo do mundo

29-04-2015 
 

 
A China conta com aproximadamente 800 milhões de hectares de vinhedo, o que a situa como o segundo país do mundo com maior superfície de vinhas, depois da Espanha que se mantém em primeiro lugar e movimentando a França para o terceiro lugar.

A nível mundial, registou-se um ligeiro crescimento da superfície de vinhas em oito milhões de hectares (ha) até 7.554 milhões. A redução de vinhedo comunitário e australiano foi compensado com maiores plantações na Ásia e América do Sul, de acordo com os últimos dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIT), que o seu director-geral, Jean-Marie Aurand, apresentou esta semana em Paris.

Em relação à produção mundial de vinho, após do ano recorde em 2013, no ano passado registou-se um bom nível. Quanto a 2015, as primeiras estimativas da produção de vinho no hemisfério sul permitem prever uma ligeira redução de cerca de três por cento frente a 2014.

Voltando a 2014, na produção europeia observa-se duas tendências: França e Alemanha alcançam aumentos significativos de 11 por cento, enquanto a Roménia, Itália e a Espanha passam por contratempos, de 20, 17 e nove por cento, respectivamente, depois das boas colheitas em 2013.

Os Estados Unidos e a África do Sul mantêm bons níveis de produção. Por sua vez, a produção estabilizou na Argentina mas desceu na Austrália, com destaque para o recorde assinalado na Nova Zelândia e as reduções mais significativas que correspondem ao Chila e na China.

Em relação ao consumo mundial de vinho, em 2014 verificou-se uma ligeira diminuição. Os países tradicionalmente consumidores prosseguem com a sua estagnação, em benefício de novos países consumidores na Europa e outras regiões.

Fonte: Agrodigital

Resultado líquido da Companhia das Lezírias cresce 54 por cento em 2014

29-04-2015 
 

 
A Companhia das Lezírias teve, em 2014, um resultado líquido de 1,026 milhões de euros, um crescimento de 54 por cento em relação ao ano anterior, segundo as contas aprovadas na terça-feira pela Assembleia Geral da empresa.

Totalmente detida por capitais públicos, a Companhia das Lezírias (CL) é a maior exploração agro-florestal do país, com uma área aproximada de 18 mil hectares. Possui uma área florestal certificada, produz arroz, vinho, azeite e milho, entre outras culturas, e dedica-se à criação de bovinos e de cavalos Puro-Sangue Lusitano, tendo ainda uma vertente de turismo de natureza.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a CL afirma que, em 2014, as vendas e serviços prestados cresceram 11 por cento em relação a 2013, atingindo os 5,4 milhões de euros, 5,2 por cento acima do orçamentado.

«Os maiores crescimentos deveram-se à venda de produtos florestais, de cavalos, de vinhos e azeite, e de produtos agrícolas como o milho», afirma a nota, adiantando que os vinhos e azeites lideraram as vendas, com 1,3 milhões de euros, no segundo ano consecutivo de crescimento.

A actividade florestal e a pecuária foram as que registaram maiores subidas na melhoria de resultados que ocorreu na generalidade dos sectores de actividade da CL, adianta.

O EBITDA, lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, cresceu 552 mil euros, uma subida de 29 por cento, que «teria sido de 35 pontos percentuais (p.p.) em base comparável, sem considerar a Coudelaria de Alter».

A nota lembra que 2014 foi o primeiro ano de plena integração da Coudelaria de Alter na Companhia das Lezírias, processo realizado em Agosto de 2013, tendo sido «executados investimentos para uma melhor operacionalidade».

Para António Saraiva, presidente do Conselho de Administração da CL, as contas de 2014 demonstram «um percurso de consolidação dos resultados iniciado em 2012», sublinhando que, ao aumento das quantidades vendidas, se associou «um crescimento das receitas por via de uma cuidada gestão dos preços de venda».

O presidente da CL destacou os investimentos realizados na Coudelaria de Alter «para tornar mais eficiente a sua gestão» e em actividades que visam a «promoção e preservação do importante património genético ali existente».

Estes investimentos, da ordem dos 93 mil euros e melhorias, 38 mil euros, inserem-se no esforço de ir respondendo às necessidades de uma estrutura que estava muito degradada e que a CL quer ir recuperando faseadamente, com prudência quanto ao impacto nas contas, disse fonte da CL à Lusa.

Os terrenos da CL situam-se na lezíria de Vila Franca de Xira, com 6.300 hectares, no distrito de Lisboa, e na charneca do Infantado, com 11.700 hectares, no distrito de Santarém, sendo uma parte arrendada a outros agricultores num total de aproximadamente 5.600 hectares.

A Coudelaria de Alter, fundada em 1748 por D. João V, situa-se na vila de Alter do Chão, no distrito de Portalegre, e é «um dos berços do cavalo Puro-Sangue Lusitano, através da criação da linhagem Alter Real», sendo aí criados os cavalos montados pela Escola Portuguesa de Arte Equestre. A Coudelaria cria também cavalos Puro-Sangue Lusitano e Sorraia, de ferro Coudelaria Nacional (CN), adianta a nota.

Fonte: Lusa

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Anpromis marca presença na Ovibeja


 
Com vista a evidenciar o potencial da região e das áreas de regadio que têm vindo a surgir, a Anpromis – Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo, marca este ano presença na 32º edição da Ovibeja que se realiza de 29 de Abril a 4 de Maio.
 
Numa altura em que são evidentes os resultados dos investimentos agrícolas criados em torno do Alqueva, a Anpromis – Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo, volta a marca presença na 32º edição da Ovibeja, onde estarão em destaque os melhores exemplos do que se faz em agricultura.
 
Para a Anpromis, a Ovibeja constitui um espaço privilegiado para apoiar as novas áreas de regadio e dar a conhecer o elevado grau de profissionalismo de alguns dos agricultores da região que, suportados pelas novas tecnologias e por uma notória aposta na formação e no aprofundando dos seus conhecimentos, têm atingido elevados níveis de competitividade por hectare.
 
Luis Vasconcellos e Souza que desde sempre encarou o regadio como a base de uma agricultura competitiva não deixa de evidenciar o papel do Alqueva para o crescimento de culturas como a do milho. "Com uma ocupação da área de regadio na ordem dos 18%, o milho apresenta-se como a segunda maior cultura na região do Alqueva. Trata-se de uma cultura que tem vindo a conquistar o reconhecimento dos mais variados decisores da política agrícola nacional", refere.
 
Com a cultura do milho a ganhar espaço na região, os produtores de milho acreditam que o novo quadro comunitário de apoio trará para a região o incentivo que esta necessita para continuar a crescer e a acompanhar os investimentos que vão surgindo com as novas áreas de regadio. Esta é uma visão otimista partilhada pela Anpromis que sublinha que "os nossos produtores são competentes e eficientes e possuem conhecimento e tecnologia avançada para explorar o elevado potencial produtivo da região. Só assim se explica o facto de o Milho ser uma das culturas que tem resistido ao abandono que em tantas outras culturas se tem vindo a verificar."

fonte: ANPROMIS

CIC revê em alta previsões de colheita mundial de cereais

 27-04-2015 
 
O Conselho Internacional de Cereais reviu em alta a sua previsão da colheita para 1.947 milhões de toneladas, frente aos 1.937 milhões estimados em Março para a campanha de comercialização 2015/2016.

Apesar do aumento, a colheita este ano será três por cento inferior à do ano anterior. No entanto, a menor produção será compensada com maiores existências e início, pelo que a oferta mundial de cereais apenas será inferior um por cento à da campanha anterior.

Fonte: Agrodigital

1º Ministro inaugura Infraestrutura de Rega Cinco Reis/Trindade de Alqueva


por Ana Rita Costa
28 de Abril - 2015
 
O 1º Ministro, Pedro Passos Coelho, vai inaugurar no próximo dia 29 de abril a Infraestrutura de Rega Cinco Reis/Trindade, do Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva, numa cerimónia em que estará também presente a Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas.

Trata-se de uma área composta por três Blocos de Rega (Cinco Reis, Chancuda e Trindade), beneficiando uma área total acima dos 5 300 hectares, servidos por 85 bocas de rega e cerca de 43 quilómetros de condutas.

Este novo perímetro de rega, que já se encontra em exploração, junta-se aos 68 mil hectares da campanha anterior, elevando para 73 mil hectares a área concluída e à qual se juntarão em breve mais de 14 mil hectares, correspondendo aos blocos de S. Pedro / Baleizão / Quintos, perfazendo um total de cerca de 88 mil hectares na campanha de 2015.

Entretanto estão em curso as empreitadas que completam todo o Sistema Global de Rega de Alqueva, cerca de 120 mil hectares e as quais estarão disponíveis na campanha de rega de 2016.

CE adota 10 OGM para géneros alimentícios e alimentos para animais


por Ana Rita Costa
28 de Abril - 2015
 
A Comissão Europeia adotou na passada semana dez novas autorizações de organismos geneticamente modificados (OGM) destinados a alimentos para animais e a géneros alimentícios, sete renovações das autorizações já existentes e uma autorização para a importação de dois OGM de flores cortadas.

Estes OGM foram objeto de um procedimento de autorização completo, incluindo uma avaliação científica favorável pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), tendo sido considerados "seguros" antes da sua colocação no mercado da União Europeia.

Estas autorizações serão acrescentadas à lista existente de 58 OGM autorizados na União Europeia para utilização na alimentação humana e animal (que abrange o milho, soja, colza, beterraba sacarina).

As autorizações serão válidas por um período de dez anos, mas todos os produtos produzidos a partir destes OGM estão, no entanto, sujeitos às regras rigorosas de rotulagem e de rastreabilidade da União Europeia.

Jorge Tomás Henriques reeleito presidente da FIPA


por Ana Rita Costa
28 de Abril - 2015
 
Jorge Tomás Henriques foi reeleito para a presidência da FIPA. Em comunicado, a federação revela que quer promover "um compromisso nacional em torno da indústria alimentar e das bebidas", para o qual irá desafiar todos os partidos políticos no partido pré-eleitoral.

A Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) elegeu Jorge Tomás Henriques como presidente até 2017, naquele que será o seu quinto mandato ao comando da federação que representa cerca de 85% do sector da indústria alimentar e das bebidas.

Para Jorge Tomás Henriques, as prioridades da FIPA para os próximos anos passam por "promover um compromisso nacional, envolvendo todos os partidos políticos, para a indústria alimentar e das bebidas que permita reforçar a competitividade, alavancar o crescimento externo, fomentar o emprego e assegurar a confiança dos consumidores."

A direção agora eleita pretende concentrar os seus esforços em temas como "o equilíbrio na relação entre fornecedores e distribuidores", "o suporte à exportação e internacionalização", "a adequação da política fiscal à competitividade" "a estratégia pública de incentivos à inovação" e "a promoção de estilos de vida saudáveis".

Gumelo lança cogumelos cor-de-rosa


por Ana Rita Costa
27 de Abril - 2015
 
A Gumelo vai lançar esta semana o Gumelo Djamor, um cogumelo cor-de-rosa pronto a crescer.

A nova aposta da empresa "pretende surpreender o mercado, desde os mais jovens aos mais velhos, com um produto diferente, exótico, ecológico, divertido e fácil de cultivar em casa."

Para Tiago Marques, um dos fundadores da Gumelo, "estes cogumelos, para além de serem as novas "flores" (úteis para oferecer em todas as ocasiões), apresentam um visual único e muito decorativo (cor-de-rosa) e ainda têm uma finalidade prática pois podem ser degustados frescos."

Os cogumelos da espécie Pleurotus djamor "têm um aroma suave, discreto e uma coloração natural única, que lhes confere um grande impacto visual e decorativo", como explica a Gumelo em comunicado.

Para se iniciar o processo de produção do Gumelo Djamor basta abrir a caixa e vaporizar o conteúdo com água para que os cogumelos iniciem o seu desenvolvimento. Alguns dias depois surgem os primeiros cogumelos, que crescem da noite para o dia. Depois de colhidos, podem ser cozinhados frescos ou guardados no frio durante alguns dias.

O Gumelo Djamor será comercializado em www.gumelo.com, em lojas gourmet, lojas de presentes e em concept stores.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Produção de azeite teve uma quebra de 32%


A produção nacional de azeite atingiu as 61,2 mil toneladas na campanha 2014/2015. Este valor traduz uma quebra de cerca de 32% em relação à produção da campanha anterior, segundo dados oficiais qua acabam de ser divulgados.
     
Vítor Andrade |
15:58 Sexta feira, 24 de abril de 2015
Produção de azeite teve uma quebra de 32%

Portugal produziu 61,2 mil toneladas de azeite na campanha 2014/2015, uma quebra de 32% face á campanha anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Sistema de Informação sobre o Azeite e a Azeitona de Mesa (SIAZ), que é gerido pelo Ministério da Agricultura.

Recorde-se que na campanha 2013/14 se atingiram as 90 mil toneladas, o valor mais elevado dos últimos 50 anos.

"Note-se, contudo, que, relativamente à produção média das últimas cino campanhas (70,5 mil toneladas), a quebra de produção será apenas de 13%", sublinha a análise feita pelos técnicos do SIAZ.

Os mesmos responsáveis referem ainda que a quebra de 32% na produção "resultou de um ano de contra-safra e de condições meteorológicas e fitossanitárias desfavoráveis para a produção de azeitona, principalmente nos olivais tradicionais de sequeiro, que representarão cerca de 80% da área total nacional de olival para azeite".

A quantidade de azeitona entrada nos lagares diminuiu "significativamente"  e a percentagem de azeite virgem extra obtido também foi menor. Registaram-se quebras de produção em todas as regiões, mas elas terão sido mais acentuadas nas regiões Algarve, Centro e Lisboa e Vale do Tejo.

Ainda de acordo com o SIAZ, a região Norte, a segunda região produtora com cerca de 19% do total nacional, foi a que registou menor quebra na produção.

Em Espanha, o maior produtor mundial de azeite, a quebra de produção em relação à campanha anterior está estimada em 56%.



Centro para Agricultura e Agroindústria



JusJornal, N.º 2132, 23 de Abril de 2015
JusNet 462/2015

O protocolo para a constituição do Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria vai ser hoje assinado em Santarém.
António Torres, administrador executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), disse à agência Lusa que o protocolo vem concretizar o memorando de entendimento assinado em dezembro último entre as entidades fundadoras - a CIMLT, a Câmara de Santarém, o INIAV, O Instituto Politécnico de Santarém (através da Escola Superior Agrária, ESAS/IPS), as Universidades de Lisboa e de Évora, o Agrocluster do Ribatejo e a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant).

O centro tem por objetivo desenvolver e aprofundar o conhecimento sobre os setores agrícola e agroindustrial, de forte implantação na região, para apoiar produtores e empresas a incorporarem inovação e valor acrescentado e a aumentarem a sua competitividade, disse.

No protocolo que vai ser hoje assinado na presença do secretário de Estado da Alimentação e da Investigação, Nuno Vieira e Brito, as entidades que constituem o Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria (CEAAI) propõem-se a, num prazo de cinco anos, produzir e transferir conhecimento para o setor em cinco áreas.

A primeira área elencada é a dos recursos genéticos animais, visando o melhoramento e conservação das raças autóctones nacionais, que ficará sob coordenação do INIAV e da Universidade de Évora, aproveitando as competências e a experiência da investigação desenvolvida há décadas no polo da Fonte Boa do INIAV (antiga Estação Zootécnica Nacional), adiantou.

A equipa que irá trabalhar a área da produção de alimentos, com o objetivo de valorizar os processos de produção vegetal e animal (nomeadamente desenvolvendo novos alimentos, promovendo o consumo de alimentos saudáveis e a proteção ambiental e contribuindo para a redução da dependência externa), será coordenada pelo INIAV e pela ESAS/IPS.

A área da tecnologia, qualidade e segurança alimentar será coordenada pelo INIAV e pela Universidade de Lisboa (que tem várias unidades orgânicas envolvidas no CEAAI, como o Instituto Superior de Agronomia, as Faculdades de Ciências e de Farmácia, o Instituto Superior Técnico).

A Universidade de Lisboa ficará ainda responsável pela coordenação, com o Agrocluster do Ribatejo, da equipa que irá trabalhar as questões da eficiência industrial (incluindo a energética) e, com a Universidade de Évora, da área da valorização de efluentes, subprodutos e resíduos agroindustriais (procurando a integração na cadeia de produção).

O CEAAI centrará a sua atuação na valorização da investigação na área agrícola, pecuária e agroindustrial, recuperando para o polo da Fonte Boa o papel de instituição de referência a nível nacional e internacional e procurando aumentar e diversificar as fontes de financiamento à atividade científica.

Por outro lado, procurará responder às necessidades específicas do tecido empresarial, com foco nas pequenas e médias empresas e às necessidades de formação profissional do setor, promovendo a difusão do conhecimento científico e técnico.

O funcionamento do centro, que vai funcionar no polo da Fonte Boa do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), implicará a realização de investimentos para melhoria das instalações e dos equipamentos existentes, estando prevista a formação de consórcios para candidaturas a programas de financiamento, afirmou o responsável da CIMLT.

O protocolo institui como órgãos de gestão uma equipa de coordenação composta por quatro membros do CEAAI - um do INIAV em permanência e três (Nersant, CIMLT e Sistema Científico Tecnológico Nacional) em mandatos de três anos - e um conselho geral, que integra todos os parceiros e será presidido pelo presidente do INIAV.

(Fonte: Lusa/WKP)

"Julgo que o PS não quer voltar à era de estar contra os agricultores"

O presidente da CAP, João Machado, elogia o governo e pede continuidade nas políticas para a próxima legislatura

 
Tudo é Economia - João Machado
 
25/04/2015 | 00:00 |  Dinheiro Vivo

É empresário agrícola há mais de 30 anos na região da Estremadura, onde produz vinho. João Machado é ainda, desde 1999, o presidente da CAP - Agricultores de Portugal, que apresentou nesta semana o documento de visão estratégica para a agricultura.
A CAP cumpre neste ano 40 anos. Para assinalar a data, apresentou uma visão estratégica para a agricultura. Quais devem ser as prioridades, considerando a nova vaga de fundos europeus?
Estamos a começar a implementar neste momento, com um ano de atraso, por culpa da União Europeia, o novo quadro comunitário de apoio. Apesar disso, este Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) já tem um conjunto de candidaturas que vieram do ano passado, porque se abriu, com a autorização da Comissão Europeia, um período intercalar. O ProDer, o programa anterior, já estava esgotado, teve atrasos assinaláveis no início mas conseguiu recuperar, e temos, neste momento, um grau de execução financeira de 98%, o que nos dá garantias de que será executado totalmente até ao verão, tal como mandam as regras. Quanto ao PDR, com o período de candidaturas intercalar, já vai adiantado. Temos um quadro, mesmo não sendo o que gostaríamos.
O PDR 2020 adequa-se às necessidades dos agricultores?
Sendo realista, e numa resposta rápida, diria que sim. Ambicionamos sempre mais. Também gostaríamos de ter uma Política Agrícola Comum (PAC) mais preparada para os países do Sul da Europa. A PAC foi criada pelo núcleo de países fundadores da União Europeia, tem vindo a adequar-se, mas ainda não é perfeitamente adequada. Mas podemos dizer que a negociação foi boa, porque há mais países, há menos dinheiro e Portugal tem o mesmo dinheiro. Agora, é preciso aplicá-lo bem, termos sucesso como com o final do ProDer e não interrompermos o período de progresso que vem de há cinco anos para cá.
Existem as condições para que o dinheiro deste programa também seja esgotado até 2020?
Se tudo se passar como se tem passado nos últimos quatro anos, sim. Em primeiro lugar, é preciso estabilidade na administração pública e nas políticas. Vamos ter eleições em outubro, temos de ver quem será o próximo governo e o próximo ministro da Agricultura e quais serão os objetivos do próximo governo para a agricultura portuguesa. Diria que, neste momento, tudo se enquadra para que haja uma continuidade. Se estamos a percorrer um caminho que tem sido positivo, deveremos continuar. Há uma questão fundamental, que é a estabilidade nas políticas, mas há outra que é muito mais importante e que não faltou nos últimos quatro anos, que é a comparticipação nacional do Orçamento do Estado (OE). Para termos acesso aos fundos comunitários, temos de ter, em média, uma comparticipação nacional de 25% do OE. Mesmo em momentos difíceis, com a troika, o governo atual nunca deixou de colocar no OE as verbas necessárias para que o Ministério da Agricultura tivesse dinheiro suficiente para complementar as verbas de Bruxelas.
Está confiante de que isso voltará a acontecer na próxima legislatura, independentemente de quem vier a assumir o governo?
Não tenho dúvidas, porque hoje é muito claro que a agricultura prestou um muitíssimo relevante serviço ao país. Nos anos em que não havia investimento, nós investimos sempre mais mil milhões de euros por ano, criámos e qualificámos emprego, continuámos a aumentar as exportações e a diminuir importações, mesmo nos anos da troika.
Em relação ao PDR 2020, qual o papel que a CAP pode ter no controlo dos apoios? Existe um histórico de irregularidades e dinheiro mal aplicado na agricultura em Portugal?
Esse foi um cenário que se criou e não é verdadeiro. Mas existem problemas.
Não há o equivalente a rotundas e piscinas municipais na agricultura?
Não, as devoluções e as multas de que se fala, que a Comissão Europeia aplica a Portugal, não têm que ver com projetos de empresários agrícolas que tenham de devolver o dinheiro porque não executaram o projeto. Aliás, há a condição de que o projeto tem de ser primeiro executado com o dinheiro do empresário e só depois de fiscalizado é que é pago. Portanto, esse risco não existe. Há muitos anos, havia mais riscos e a Comissão Europeia mudou as regras. Sobre as multas - há pouco tempo ouvimos falar de mais uma -, são irregularidades que a Comissão deteta no procedimento administrativo do dinheiro em Portugal por parte da administração pública portuguesa. Essas multas vêm cometidas ao país, muitas vezes quatro ou cinco anos depois. A de que se falou agora ainda é do tempo do governo anterior, é do tempo do ministro Jaime Silva. Se, como estamos a fazer agora, cumprirmos todas as regras, não há nenhum risco de devoluções.
O aumento da produção é uma das orientações do PDR 2020 e da nova PAC. Em Portugal existem condições para isso? Há terras, recursos, mão-de-obra, agricultores disponíveis para investir?
Existe tudo isso. É uma felicidade para nós esta PAC, ao fim de cinco reformas da PAC, que começaram em 1992, ter, pela primeira vez, este artigo sui generis que diz que a política agrícola se destina novamente a apoiar o aumento da produção na Europa. Até agora, o que diziam aos agricultores era: "Você tem de produzir menos, tem cada vez mais regras de segurança ambiental, alimentar e de segurança animal. Esta é uma novidade muito boa, os agricultores ficam muito felizes quando podem produzir mais, é daí que vem o seu ganho. E existem condições, tanto que existem que estão a a acontecer a todo o momento. Todos os indicadores mostram isso. Mas há uma coisa muito importante: Portugal tem hoje, ao contrário do que as pessoas pensam, uma quase total utilização da superfície agrícola utilizável. Aquilo que se diz do abandono não é verdade. As pessoas passam na estrada e pressupõem que é abandono, mas é um tipo diferente de cultura. Por exemplo, se for passear para a serra da Estrela e disser que está tudo abandonado, porque só tem mato, mato é o que comem as ovelhas que dão o leite para fazer o queijo da Serra, e nas pedras da serra da Estrela não dá outra coisa que não seja mato.
Há falta de terras e não excesso?
Em Portugal, as terras boas e produtivas são escassas e são caras.
Como é que se resolve o problema?
Vai-se adequando. A terra não é como uma fábrica, não se cria. Estamos a atacar o problema de outra maneira.
Aumentando a produtividade?
Aumentando a produtividade, diminuindo os custos de produção, eliminando alguns fatores de produção desnecessários, mas sobretudo transformando. O Alqueva atinge o mesmo número de hectares que já lá estavam, só que esses hectares eram muito menos produtivos porque não tinham água. Quando transformamos sequeiro em regadio tornamos as terras mais produtivas, aumentamos a produção, aumentamos o rendimento, podemos dar um salto qualitativo. Há muitos outros perímetros de rega em Portugal, não é só o Alqueva, que precisam de reabilitação. Se formos fazendo isso, estamos a disponibilizar mais terras.
A obra no Alqueva estará concluída em 2016. Quais as previsões de produção agrícola em Portugal?
Passamos a gastar menos água para fazer o mesmo, temos tecnologias de rega muito mais assertivas e, portanto, podemos chegar, depois de 2016, não a 120 mil hectares, mas a 170 mil. O Alqueva é hoje o grande motor de desenvolvimento da agricultura portuguesa.
Uma medida que vai no sentido de aumentar a produção é o fim das quotas leiteiras, que terminaram a 31 de março. As empresas europeias podem produzir o que quiserem, o que pode ser uma oportunidade, mas pode também deixar vulneráveis os produtores mais pequenos. Qual o impacto desta medida?
Há propostas, até da União Europeia, de implementar medidas de recurso, se houver um impacto muito negativo em alguma parte da Europa. Portugal e a CAP foram sempre contra o desaparecimento das quotas no leite, porque defendiam os mais periféricos, os mais fracos e os mais pequenos. Com o fim das quotas, os mais produtivos têm vantagem, por via das condições de produção. No Centro e no Norte da Europa não é preciso fazer milho e regá-lo, porque chove quase todos os dias e as vacas têm sempre erva para pastar, é mais barato produzir.
Deveria haver preços garantidos?
Não me parece que seja esse o caminho. A garantia de preços deu maus resultados, quando há muitos anos tivemos um lago de leite na Europa. Existiu um preço de intervenção que funcionava como uma garantia. Abaixo daquela rede, os agricultores podiam entregar leite à Comissão Europeia e depois foram os excedentes que se viu. Não vamos voltar a esse princípio.
Como é que o sector se pode defender?
Sendo mais eficiente. Dentro das nossas condições específicas, temos de fazer leite nos sítios com mais aptidão, com custos mais baixos e, sobretudo, acrescentando valor. O leite mais nutritivo é o leite do dia, que dura não mais de uma semana, viaja muito mal e é o que tem mais valor acrescentado. Ora, o que os portugueses consomem é o UHT, que dura três meses e pode ser transportado por toda a Europa. Se conseguirmos transmitir esta vantagem nutritiva ao mercado e os portugueses passarem a pagar um pouco mais por este leite, que não pode vir de França ou de Espanha, estamos a ser inteligentes e a proteger o sector.
Nos últimos cinco anos, o sector investiu mais de sete mil milhões de euros, o que fez que, mesmo em tempos de crise, a agricultura portuguesa tenha crescido e chegado a novos mercados. No ano passado, as exportações aumentaram 7,8% e as importações diminuíram 2,9%, mas ainda não há equilíbrio da balança agroalimentar. O que é que falta fazer?
Falta continuar a fazer o que temos feito, que é investir, criar condições de produção, exportar mais e substituir importações. Só no ano passado esse caminho foi percorrido em 600 milhões de euros, e temos de continuar.
Será possível manter ou acelerar este ritmo?
Não tenho dúvidas. Se vai acontecer, depende também das condições políticas e de planeamento. Agora, já demos provas, nos últimos quatro ou cinco anos, de que é possível. Já lá vão menos 1,3 mil milhões de euros de défice, que nós já cobrimos com exportações. Mas temos eleições no final do ano e isso causa um ponto de interrogação.
A abertura de novos mercados aos produtos portugueses tem sido bem--sucedida?
Sim, mas tem sido difícil. Foram abertos por este governo 70 novos mercados, mais de 140 produtos para o agroalimentar, mas é um caminho que nunca tem fim. Estamos todos os dias a tentar exportar, nós e os outros que têm produtos agrícolas para exportar, para os países que têm dinheiro. Há uma fila de gente, empresas e países, a pedir para exportar.
Falta a pera rocha entrar nos EUA?
Isso. Os italianos exportam pera para os Estados Unidos, cumprem as mesmas regras que nós e nós ainda não conseguimos exportar pera rocha. Teremos de continuar nesse sentido.
Passaram oito meses desde o embargo russo aos produtos agrícolas europeus. Qual é o balanço?
O mercado russo tinha sido aberto já por este governo. No entanto, a Rússia é um mercado ainda pequeno, de 40 a 50 milhões de euros por ano. É uma pena perder um trabalho que se começou há quatro anos, mas não é um mercado que nos preocupe tanto quanto Angola.
Consegue quantificar o impacto da crise na economia angolana para as empresas agrícolas portuguesas?
Não, nem ninguém consegue quantificar. Estamos a falar de um mercado que, por exemplo, no vinho, é o nosso maior mercado de exportação, destinatário de 25%. Angola, ainda por cima, não era como a Rússia, um mercado seletivo de produtos, importava quase tudo e, portanto, é um mercado com uma importância capital. Ainda não estamos a ver todo o seu impacto.
Outro dos problemas do sector, aliás, recorrente é a relação desequilibrada entre agricultores - muitos são pequenos - e as grandes cadeias de distribuição. O problema agravou-se com a crise e a guerra de descontos?
O problema agravou-se há muito tempo, desde que os governos permitiram que, em Portugal, houvesse uma concentração tão grande das grandes superfícies. Essa concentração acabou com muito do pequeno comércio. Hoje, não temos cadeias curtas de venda de produto, não temos mercados de proximidade. Temos de voltar a refazer esse caminho. O problema agravou-se com a guerra de descontos. Temos, no entanto, uma legislação que veio regular as relações comerciais e impor algumas regras. É um facto que esta legislação é melhor do que a anterior, o problema é que a crise e a guerra dos descontos não tem ajudado nada nos últimos tempos.
Há condições para chamar os mais jovens para a agricultura?
Tem acontecido todos anos. Estamos a fixar, na agricultura, mais de três mil jovens por ano, com projetos, investimento e, sobretudo, com algo que é fundamental: a capacidade técnica, com formação superior. Pessoas que trazem outras competências são muito importantes para rejuvenescer o sector agrícola.
Isso muda a forma como caracteriza os agricultores em Portugal?
Sem dúvida. Estão a mudar as pessoas, está a mudar a maneira como é encarado o sector e está a mudar a filosofia do sector, que é um sector de futuro, com uma carreira pela frente.
Falta mudar alguma coisa?
Há uma questão fundamental, que é trabalharmos com as universidades e a comunicação social. Temos de cativar cada vez mais jovens para a agricultura, demonstrando que esta é uma carreira de futuro.
Os portugueses continuam longe de querer investir e trabalhar na agricultura? O interesse é, sobretudo, estrangeiro?
Não, a maioria do investimento de sete mil milhões dos últimos cinco anos foi portuguesa. Há cerca de dez anos, houve uma vaga de investimento estrangeiro, sobretudo espanhol e no Sul do país, que agora até está a fazer o caminho inverso. Os estrangeiros estão a vender. É óbvio que continua a existir um conjunto de investidores que olha para Portugal como oportunidade. Há uma coisa que costumo dizer, em termos do investimento estrangeiro em Portugal, é que a terra não se deslocaliza e os euros dentro da União Europeia são todos iguais. Portanto, se um investidor europeu, ou de outra parte do mundo, vier investir em Portugal, criar riqueza em Portugal, é muito bem-vindo.
Os consumidores já valorizam mais os produtos agrícolas nacionais?
Se perguntar aos consumidores, todos lhe vão dizer que preferem produtos nacionais, mas depois escolhem pelo preço. Mas temos programas muito fortes de valorização dos nossos produtos. Respondendo diretamente à pergunta, são reconhecidas, genericamente, a qualidade, a diversidade e a vantagem de consumir português, mas, às vezes, o preço é o principal.
Portugal não consegue combater com o preço.
Muito dificilmente, temos de combater com outras armas. Não somos um grande produtor, mas um país que tem grande qualidade e grande diversidade. É por aí que temos de trabalhar.
O aumento da população mundial e a alteração de hábitos de consumo das economias emergentes, como a China, lançam fortes desafios à agricultura mundial. Como é que a Europa e Portugal, em particular, se devem preparar para o problema?
Portugal tem, ainda antes de pensar na China, um problema próprio, que é chegarmos à autossuficiência em valor. Temos de trabalhar dentro do país, mas dentro desta Europa, que é o maior player mundial de produtos agroalimentares, maior do que os Estados Unidos. O que temos de fazer é aquilo que PAC nos diz para fazer, que é produzir mais, com qualidade, segurança alimentar, bem-estar animal, dando garantias aos consumidores.
Qual a avaliação que faz da política deste governo e da ministra Assunção Cristas para a agricultura?
Não posso dizer que concordei a 100% com todas as medidas que o governo tomou, até discordei, publicamente, de algumas, mas o resultado na agricultura é largamente positivo. Os bons resultados são demonstração disso. Pagar a tempo e horas aos agricultores, promover o investimento, abrir mercados, exportar mais, são boas notícias. Saímos do programa de assistência financeira e temos agora de fazer um outro caminho, o caminho dos mercados, da PAC, de consolidar aquilo que ganhámos num momento muito difícil. É por isso que falo tanto em estabilidade. Gostaria de ver garantida essa estabilidade depois do final deste ano.
Esta semana ficámos a conhecer as propostas de economistas do PS, uma espécie de antecâmara do programa eleitoral do PS. São positivas?
Não conheço em pormenor as medidas. Terei muito gosto em ouvi-las da boca do próprio secretário-geral do PS, que já nos convidou para uma reunião. Mas há uma coisa que posso dizer desde o princípio: não há ninguém que queira mais do que os agricultores, que vendem produtos no mercado nacional, que a austeridade acabe, porque isso quer dizer mais dinheiro disponível para comprar mais produtos e, sobretudo, para não comprar os mais baratos. Agora, o abrandamento da austeridade tem de ser acompanhado de grande prudência. Não queremos voltar ao défice excessivo e, portanto, temos de ver as propostas com muito cuidado.
Qual deverá ser o perfil do próximo ministro da Agricultura?
Tem de ser alguém que entenda o desenvolvimento do sector nos últimos anos e que quer continuar na mesma senda de desenvolvimento. Ter um ministro como o que tivemos no passado recente, que estava contra o sector e que não punha os fundos comunitários à disposição do sector, seria travarmos o que fizemos nos últimos cinco anos, inclusive com um governo socialista e depois com um governo da coligação. Foi feito igualmente bem pelo ministro António Serrano e pela ministra Assunção Cristas, e, portanto, o perfil deve ser de continuidade, de trabalho e, obviamente, de resolver os problemas.
Quais devem ser as prioridades para a próxima legislatura?
Continuar a aumentar as exportações, equilibrar a balança até 2020, valorizar os nossos produtos, sempre numa perspetiva de criar condições para os agricultores investirem, terem custos de produção mais baixos. O Estado deve fazer a sua parte e não querer fazer a parte dos agricultores, mas fazer a sua parte bem feita. Por exemplo, há regadios públicos que precisam de manutenção. Essa é a parte do Estado, os agricultores virão depois.
Há risco de interrupção do trabalho?
Diria que, do CDS, passando pelo PSD, ao PS, espero, não há risco de acontecer uma interrupção deste desenvolvimento. Julgo que o próprio PS não quer voltar à era de Jaime Silva e de estar contra os agricultores - tem demonstrado, aliás, que repudia essa postura. O próprio ministro António Serrano alterou totalmente a política do seu antecessor. Agora, conheço bem o que o CDS e o PSD pensam sobre o sector agrícola, tenho de ver as propostas do PS.
Noto receio em relação ao PS. A CAP preferia outro governo PSD-CDS?
O receio não está na alternância democrática. Aceitamos muito bem o resultado eleitoral que os portugueses quiserem ditar, o que queremos é que as políticas sejam de continuidade. A única coisa que pedimos ao PS é que tenha políticas de apoio ao sector, como já o demonstrou no passado.