sábado, 8 de outubro de 2016

Syngenta apresenta resultados de ensaios com variedades de milho


6 Outubro, 2016

Syngenta - dia de campo milho - Vida Rural

A Syngenta participou no dia de campo SaniMilho, em Coruche, no passado dia 28 de setembro. Durante a iniciativa realizaram-se ensaios com as variedades de milho Hydro e Helium, a três densidades de sementeira, aplicando o programa de proteção fitossanitária em pré-emergência Lumax.

De acordo com a empresa, "cerca de 180 participantes observaram os resultados dos campos de ensaio de milho, na Estação Experimental António Teixeira em Coruche, onde decorre o projeto de investigação aplicada SaniMilho. Este ano estiveram em teste três densidades de sementeira – 85.000, 95.000 e 105.000 plantas/hectare – no pivot de milho instalado."

"Nas parcelas semeadas com as variedades Hydro e Helium verificou-se boa sanidade das plantas e o terreno encontrava-se totalmente livre de infestantes, comprovando a eficácia da estratégia de aplicação do herbicida Lumax em pré-emergência da cultura e das infestantes, em comparação com outras parcelas do pivot, onde outras empresas usaram estratégias de controlo de infestantes em pós-emergência", explica a Syngenta.

"Não existem diferenças significativas no desenvolvimento das plantas e no tamanho das maçarocas nas duas densidades de sementeira mais baixas, já na densidade a 105.000 sementes/hectare como seria de esperar, com uma densidade superior onde temos mais concorrência entre plantas, o tamanho das maçarocas é algo inferior. A expectativa que temos é grande relativamente à produção, uma vez que estamos em presença de híbridos com grande potencial produtivo para os seus ciclos. Só após a colheita poderemos concluir se a densidade mais elevada resulta num maior rendimento (ton/ha). Sendo que os dados de rendimento das nossas parcelas serão publicados oportunamente", revela Gilberto Lopes, especialista da Syngenta para a cultura do milho.

A jornada incluiu ainda uma apresentação sobre a problemática da cefolosporiose, doença conhecida por murchidão tardia do milho, que já é endémica na região da Golegã e está a avançar por todo o Vale do Tejo.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Portugal defende que Bruxelas deve manter limites à importação de milho dos EUA



 29 Setembro 2016, quinta-feira  Grandes CulturasAgricultura

O ministro da Agricultura disse esta quarta-feira, em Coruche, que vai pedir que a Comissão Europeia mantenha limitado o período de importação de milho com direitos zero, impedindo a sua entrada nos meses que coincidem com as colheitas em Portugal.
milho
Capoulas Santos, que assistiu à assinatura do protocolo que cria o Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo, InovMilho, na Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, disse que incluiu esta preocupação dos produtores na agenda da reunião que terá esta sexta-feira, 30 de outubro, em Lisboa, com o comissário europeu para a Agricultura.
Respondendo a uma das questões levantadas pelo presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), José Luís Lopes, o ministro afirmou que «compartilha» a posição dos produtores e que se irá bater para que a entrada de milho sem direitos de importação não aconteça entre os meses de setembro a dezembro, contrariando a pretensão da Comissão, de poder ser aberta todo o ano.
Desde a adesão à União Europeia (UE), Portugal importa anualmente 500 mil toneladas de milho com direitos zero, sem direitos de importação, proveniente dos Estados Unidos.
«Assim tem acontecido desde há 30 anos. A questão importante é a data em que essas importações podem ser efetuadas. Se o período coincidir com as colheitas em Portugal, da primeira comercialização, de setembro a dezembro, a chegada de grandes quantidades de milho a direitos reduzidos tem um impacto negativo nos preços e coloca em baixa os preços junto da produção», disse.
O ministro afirmou ainda ter pedido junto do Ministério das Finanças a supressão da taxa de audiovisual na factura da energia das atividades agrícolas que foi aprovada pelo Parlamento.
Confessando-se «surpreendido» com a decisão tomada pela Assembleia da República, Capoulas Santos afirmou que já pediu a supressão de uma taxa que lhe parece «absurda».
Apontando algumas situações que limitam a competitividade do setor, o presidente da Anpromis pediu ao Governo apoio «político e técnico» num momento em que a quebra mundial dos preços do milho, em três anos consecutivos, coloca «grandes dificuldades» aos produtores.
O ministro lembrou que os preços são definidos pelo mercado à escala mundial, sendo necessário apostar na redução dos custos de produção, apontando o centro hoje criado como um exemplo de união de esforços para «produzir e disseminar conhecimento».
«É uma iniciativa que envolve 33 entidades diferentes, desde o Ministério da Agricultura a associações de produtores, à indústria, ao comércio de produtos agrícolas, institutos politécnicos, universidades, todos irmanados no objetivo de produzir conhecimento, inovação, que possam ajudar os agricultores a serem mais competitivos», declarou, sublinhando o sinal de «grande confiança no futuro» que a iniciativa revela.
O Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo resulta de uma parceria entre a Anpromis, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e a Câmara Municipal de Coruche, envolvendo um total de 33 entidades.
Vai funcionar na Estação Experimental António Teixeira, onde a Anpromis desenvolve, desde 2013, o projeto Sanimilho, que vigora por oito anos, conforme protocolo celebrado com o INIAV.
A formalização do centro aconteceu em mais um «dia de campo», ação que a Anpromis tem vindo a desenvolver anualmente para mostrar a evolução do projeto.
Fonte: Lusa 

Há uma nova baga à espera de autorização da UE para ser reconhecida



 03 Outubro 2016, segunda-feira  Pequenos Frutos

A Haskap promete ser uma nova baga, rica em antioxidantes e muitos ingredientes nutritivos, proveniente do Reino Unido e da Polónia, mas que ainda não é uma espécie reconhecida na União Europeia (UE).

O fruto foi gerado pela Thames AG, uma subsidiária da CPM Retail.
«No Reino Unido está a ser tratado como um novo alimento, como uma baga que não existe», disse Rachel Montague-Ebbs, diretora da divisão de fornecimento da CPM Retail, na Asia Fruit Logistic, em Hong Kong.
Segundo a executiva, a baga Haskap, é nativa do Japão e do Extremo Oriente da Rússia.
Já é vendida no Canadá, mas quer abrir-se a outros mercados. Sem o certificado da UE será difícil que outros países tenham acesso a este fruto que se parece com um arando alongado, com um sabor entre framboesa e flor sabugueiro.

Tem o dobro dos antioxidantes dos arandos selvagens e três vezes mais ferro, por isso é muito popular em países onde existe a consciência da saúde.

O reconhecimento por parte da União Europeia poderá demorar entre 18 a 24 meses. No entanto, o Brexit poderá ser outro tema incerto para tentar obter este reconhecimento.
Uma vez com o certificado em que se aprova a existência da baga Haskap, a empresa vê com bons olhos a possibilidade de entrar em outros mercados.

«Nós sabemos que o volume realmente vai subir nos próximos anos - teremos 500 toneladas em 2020, por isso queremos ser vender para mercados fora da UE».
«Esta baga é vista como o grande novo superalimento. Eu acho que vai ser interessante em pó. As pessoas já têm os seus pós de goji e açaí, que colocam nos cereais e iogurte, e o Haskap seria uma escolha muito boa para esse tipo de coisa», concluiu a executiva, acrescentando também que a estação da fruta fresca é muito curta, por isso, parte da colheita poderia ser vendida como produtos congelados ou secos.

Fonte: Portalfruticola  

SIRCA Retomado


O Ministro da Agricultura confirmou hoje à Comissão Parlamentar de Agricultura que o contrato com o consórcio que assegura o SIRCA – Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais já obteve o visto do Tribunal de Contas, tendo o serviço sido retomado hoje mesmo. O contrato foi assinado a 19 de agosto, na sequência de um concurso internacional. No entanto, o serviço foi suspenso a 26 de agosto por ter sido atingido o limite do valor global do contrato (36 milhões de euros).
Com o SIRCA suspenso, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária determinou a medidas a aplicar pelos produtores para eliminar os cadáveres das explorações pecuárias, medidas que estão integralmente de acordo com os regulamentos e que asseguram o cumprimento das normas sanitárias em vigor.
Capoulas Santos admitiu que o sistema possa vir a ser alvo de uma reavaliação, garantindo no entanto que não é intenção do Governo onerar mais os "produtores pecuários", disponibilizando-se para "estudar uma maneira de tornar mais eficaz este serviço e reduzir o esforço dos contribuintes".

Lisboa, 04 de outubro de 2016


Falta de água para gado desespera agricultores do Baixo Alentejo

1/10/2016, 10:26

A charca do Monte dos Calcinotes, no concelho de Castro Verde, que "matava a sede" a 400 ovelhas, secou completamente, devido à seca que está a desesperar agricultores do Baixo Alentejo sem água para o gado.

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Animais em risco de morrer à sede
NUNO VEIGA/LUSA

A charca do Monte dos Calcinotes, no concelho de Castro Verde, que "matava a sede" a 400 ovelhas, secou completamente, devido à seca que está a desesperar agricultores do Baixo Alentejo sem água para o gado.

"Temos o problema da falta de água. Não chove. Temos o exemplo da minha charca, que todos os anos dava água para o gado" e, atualmente, está seca, conta à agência Lusa o agricultor Jacinto Mestre, de 56 anos.

Sem a charca e porque a comida nos pastos do monte era "pouca", Jacinto mudou o rebanho para outra exploração onde há mais pasto.

Para matar a sede às 400 ovelhas, que bebem cerca de dois mil litros por dia, Jacinto só tem um poço no Monte dos Calcinotes, que "ainda dá água, mas com dificuldade".

Através de um gerador, Jacinto tira água do poço para levar às ovelhas numa cisterna móvel da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB) e que transporta atrelada a um trator, o que o obriga a percorrer 10 quilómetros, dia sim, dia não.

"No verão, o gado pode andar um bocadinho mais mal de barriga", ou seja, comer pouco, "mas a água é fundamental", frisa Jacinto.

Os agricultores estão com problemas em conseguir água para gado porque "há dois invernos e duas primaveras que praticamente não chove" no Baixo Alentejo, sobretudo na zona do Campo Branco, que abrange os concelhos de Castro Verde, Almodôvar, Mértola, Ourique e Aljustrel, e a maioria das reservas hídricas esgotaram, explica à Lusa o presidente da AACB, José da Luz.

A situação é "bastante grave", alerta José da Luz, referindo que "já houve grandes secas" na região, "mas como esta não" porque "não há memória de ter deixado de correr um ribeiro".

"Estou muito preocupado", desabafa José da Luz, referindo que se previa o agravamento da situação se não chovesse até meados de setembro e "aí está, é o caos e as previsões para os próximos tempos não apontam para alteração".

Também António Guerreiro, agricultor de 74 anos, que, devido à falta de água, teve de dividir o rebanho de 1.100 ovelhas por três montes, também em Castro Verde, diz à Lusa que não se lembra de "uma seca tão grande" e de um ano "tão complicado" para matar a sede ao gado.

"Há anos em que chove mais e outros menos, mas se não houver água neste poço, há noutro e a gente vai-se governando, mas uma coisa assim não me lembro", conta.

Para dar de beber às ovelhas que pastam no Monte do Almarginho, onde duas barragens e um poço já secaram, António Guerreiro teve de "pedir ajuda" aos Bombeiros de Castro Verde, que lhe depositaram 20 mil litros de água no poço, o que custou 200 euros.

Em breve, o resto do rebanho terá de vir para o Almarginho, porque está a ficar sem água nos outros montes, e "depois vamos ver" como será para conseguir água para 1.100 ovelhas, diz António Guerreiro, referindo que está "aflito" com "tanto trabalho e tanta despesa" e sem ter para onde "empurrar" o gado para beber.

No Monte da Amendoeira, ainda em Castro Verde, Diamantino Rafael, de 64 anos, já vendeu as vacas que tinha, porque "o bicho vaca bebe mais água".

Agora, "tenho 300 ovelhas, que bebem menos água, mas mesmo assim à rasca estou, porque tenho três poços, que não têm água", diz Diamantino, que para dar de beber ao gado tem que percorrer 14 quilómetros, dia sim, dia não, para ir a uma ribeira buscar água numa cisterna móvel.

"Já há quatro meses que ando neste fadário, a carregar água para aguentar esta barra", desabafa Diamantino.

No Monte das Sorraias, também na zona do Campo Branco, a nascente que matava a sede às 100 vacas de António Lúcio, de 55 anos, está quase seca e só já tem algumas poças de água, que já não serve para gado.

Para dar de beber às vacas, António Lúcio tem que percorrer, dia sim, dia não, seis quilómetros para ir buscar água numa cisterna móvel a um furo.

"Tenho esperança de que o furo vá aguentando, pelo menos nesta fase de mais calor", diz António Lúcio, referindo que os agricultores estão "desesperados" com a falta de água para o gado.

José da Luz lembra que a AACB, no âmbito de um programa de apoio ao abeberamento de gado dos sócios, abriu furos, construiu açudes em ribeiras para reter água e comprou 30 cisternas móveis para os agricultores transportarem água em tempos de seca.

"Temos combatido um pouco o problema com estas medidas" e recorrendo a bombeiros para transportar água, mas, atualmente, "a situação é grave", frisa José da Luz, indicando que alguns açudes, como o de Entradas, secaram, e as cisternas não chegam para as necessidades.

A AACB já fez um acordo com os Bombeiros de Castro Verde para abastecerem as explorações com "necessidade muito urgente de água" a preços "mais em conta, atendendo à situação tão grave", e vai falar com outras corporações do Campo Branco para que também "possam acudir aos agricultores em caso de urgência".

A situação já levou a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) a pedir ajuda ao ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, que se mostrou disponível para lançar uma medida de apoio a pequenos investimentos nas explorações agrícolas, como a abertura de furos de água.

"O que está em causa agora é poder abrir furos, arranjar alguma água onde quer que esteja", explica à Lusa o presidente da FAABA, Rui Garrido, salientando que se trata de "ajudas relativamente pequenas".

No entanto, observa, "parece que há dificuldade em colocar a medida no terreno", e, se não for possível aplicá-la, aponta-se para "ser decretado o estado de calamidade na zona e por aí haver uma ajuda".

Aos agricultores resta aguentarem-se como podem e esperarem pela tão desejada chuva e por alguma ajuda do Governo.

"Para repor o que falta de água, é preciso vir uma invernada daquelas que tudo tem de transbordar. Esperamos que ela venha, venha a água que vier, mas que venha rapidamente, porque só assim se pode ter alguma esperança", remata José da Luz.

Corticeira Amorim avança com 500 hectares de montado de regadio este ano

LUSA 03/10/2016 - 16:07

O presidente da empresa, António Rios Amorim, admite que regadio é uma prioridade da empresa que quer melhorar o retorno de quem investe no montado de sobro

 
António Rios Amorim ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

A Corticeira Amorim vai plantar 500 hectares de montado de regadio este ano, em parceria com dez produtores florestais alentejanos, um projecto que o presidente executivo do grupo espera replicar a curto prazo para responder à falta de matéria-prima.

Durante uma visita à Herdade do Conqueiro, em Avis, onde o proprietário, Francisco de Almeida Garrett, plantou uma área experimental de sobreiros irrigados há 15 anos, António Rios Amorim afirmou que o regadio é uma prioridade para a empresa, que está a trabalhar com investigadores da Universidade de Évora para aprofundar o tema.

O responsável da Corticeira Amorim estima que sejam necessários mais 50 mil hectares de montado para conseguir exportar os mil milhões de euros de cortiça que prevê atingir no próximo ano, mas admite que "a forma tradicional não é suficientemente motivadora" atendendo ao longo período de retorno. "É fácil de dizer, difícil de fazer", sublinhou, destacando que a instalação desta área supõe um investimento de 125 milhões de euros.

Para manter a fasquia das exportações nos mil milhões de euros são necessárias 200 mil toneladas de matéria-prima, mas a produção de cortiça tem vindo a reduzir-se nos últimos 20 anos: actualmente, a indústria da cortiça já importa cerca de 66 mil toneladas de cortiça, sendo extraídas em Portugal aproximadamente 85 mil toneladas.

O problema é que o montado tradicional demora cerca de 25 anos até ser possível fazer a primeira extracção de cortiça, implicando um período de retorno do investimento demasiado longo para muitos produtores.

A irrigação vai ajudar a encurtar o prazo, como comprova a exploração-piloto de sobreiros na Herdade da Conqueira, que foi plantada em 2002 e já vai na segunda extracção de cortiça.

António Amorim adianta que o principal objectivo não é encurtar o ciclo produtivo do sobreiro, considerando que um período de nove anos "é competitivo", e sim reduzir o ciclo inicial, dos atuais 25 anos para oito a dez anos, na primeira extracção cuja cortiça é considerada de pior qualidade.

A plantação dos 500 hectares de montado de regadio, a partir de novembro, é o primeiro passo e o presidente executivo da corticeira espera despertar assim o interesse em mais produtores.

"Não estamos a fazer um exercício teórico, tem evidência prática", afirmou, apontando os dois hectares experimentais da Herdade do Conqueiro.

O responsável da Corticeira Amorim defende também mais apoios para a instalação de montado de regadio. Plantar um hectare de montado de regadio custa cerca de 2.500 euros: mil euros destinados à instalação florestal - que são subsidiados - aos quais acrescem mais 1.500 euros para a irrigação.

O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Florestas, Capoulas Santos, que acompanhou a visita, assinalou que o financiamento "não é um problema", mas "implica disponibilidade de água".

"Vejo mais dificuldade na disponibilidade de água para estes fins do que no apoio ao financiamento", salientou o governante, lembrando que "normalmente, os perímetros de rega usam-se em culturas mais competitivas",

António Amorim considera, no entanto, que o montado "não compete com a agricultura, e sim com a floresta", pelo que não põe em causa culturas de regadio mais competitivas, como o olival ou o milho.

"São solos pobres, áreas marginais", reforçou, acrescentando que quer "extrapolar a dinâmica" dos 500 hectares de montado de regadio que vão ser plantados a partir de Novembro no Alentejo e arranjar mais parceiros para o projecto a curto prazo.

Beira Interior prevê quebra de 15 por cento na produção de vinho

04-10-2016 
 

 
A produção de vinho na Beira Interior deve registar este ano um decréscimo face a 2015, mas a qualidade está salvaguardada, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), com sede na Guarda.

«Estamos a prever uma quebra de 15 por cento, mais ou menos, relativamente ao ano anterior, mas em termos de qualidade penso que estará salvaguardada», disse esta terça-feira à agência Lusa o técnico da CVRBI Rodolfo Queirós.

Segundo o responsável, em 2015 a produção de vinho tinto, equivalente a 65 por cento da produção global e branco, que corresponde a 35 por cento, foi de 22,5 milhões de litros e, este ano, as previsões apontam para menos cerca de três milhões.

«Temos uma produção que em termos de necessidades de vinhos certificados satisfaz-nos mais do que suficiente. Em termos de qualidade, portanto, não direi que será um ano excecional, mas é um ano bastante bom», disse.

Rodolfo Queirós referiu que as vindimas estão a decorrer e o estado do tempo «tem ido de feição», o que garante qualidade aos vinhos produzidos na Beira Interior.

O técnico da CVRBI justificou a esperada quebra na produção de vinho «essencialmente porque foi um ano irregular» em termos de chuva, «houve alguma chuva na altura da floração» e também devido ao aparecimento da doença do míldio, que está associada a climas húmidos.

A CVRBI abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde existem 54 produtores de vinho, sendo cinco adegas cooperativas e 49 produtores particulares.

«Tem havido gradualmente o aumento do número de produtores particulares, é normal que assim seja, porque a região começa a ter outra dinâmica, começa a ser mais conhecida, e isso é importante», observou.

O responsável indicou que nos últimos anos a comercialização de vinho produzido na Beira Interior tem aumentado, devido às acções de promoção realizadas no país e no estrangeiro.

Até final do ano estão planeadas acções de divulgação nos Estados Unidos da América (finais de outubro), em Lisboa, ("Encontro com o Vinho", dias 14 e 15 de Novembro), em Pinhel - Guarda (18 a 20 de Novembro, com a realização da 2.ª edição do certame Beira Interior - Vinhos e Sabores) e na Suíça (finais de Novembro).

A CVRBI participa nas iniciativas de promoção, tanto no país como no estrangeiro, para conseguir «novos mercados e aumentar as exportações», disse Rodolfo Queirós.

Fonte: Lusa

Produção de açúcar na UE pode aumentar em mais de dois milhões de toneladas

04-10-2016 
  
A produção de açúcar na União Europeia, na última campanha antes de terminarem as quotas, pode registar um aumento significativo de 2,4 milhões de toneladas.

A razão deste aumento seria a maior superfície cultivada de beterraba nesta campanha, que subiu cerca de 7,5 por cento, de acordo com as últimas estimativas da FranceAgrimer. Assim, as incertezas geradas nos rendimentos devido à seca seguida de inundações, sobretudo em França, poderiam fazer que estas estimativas de produção fossem muito optimistas.

Em relação à disponibilidade, a campanha de 2015/2016 recebeu um alto relatório das campanhas de 2014/2015, de 2,7 milhões de toneladas. Paralelamente, registou-se um menor nível de importações dos países ACP (África, Caraíbas e Pacífico), devido à sua menor produção como consequência da seca no sul de África. No entanto, esta redução foi compensada pelo aumento das importações do Brasil em 2015/2016, que ajudou ao equilíbrio no mercado europeu e a satisfazer as necessidades do mercado interno, segundo a avaliação da France Agrimer.

A nível mundial, o mercado do açúcar permanece deficitário na campanha 2016/2017, à semelhança de 2015/2016, o que se está a apreciar nos preços que seguem em alta. No Verão de 2016, confirmou-se a forte subida dos mercados de açúcar com início na campanha 2015/2016. O preço "spot" do açúcar em bruto na Bolsa de Nova Iorque no passado dia 21 de Setembro era 112 por cento mais alto que 13 meses antes.

Este desenvolvimento está firmemente impulsionado por uma diminuição da produção na China e as más perspectivas na Índia e Tailândia, que também foram reforçadas pela recuperação do real brasileiro e a estabilização política do país.

Fonte: Agrodigital

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Como se não houvesse amanhã

FERNANDO MANO 30/09/2016 - 08:00

A produção de alimentos de origem animal contribui mais para o aquecimento global do nosso Planeta do que todo o trânsito automóvel


A 5 de setembro p.p., a comunicação social divulgava que, durante o ano de 2015, o consumo per capita de carne em Portugal ascendeu aos 111Kg, ou seja, mais 3kg do que o registado em 2014, e mais do dobro do máximo recomendado por Instituições como a Organização Mundial de Saúde, o World Cancer Research Fund, ou o National Health and Medical Research Council of Australia. Ou seja, Portugal está entre os maiores consumidores per capita de carne do mundo, a ultrapassar países tradicionalmente conhecidos pela excessiva ingestão de proteína animal, como por exemplo, a Argentina, e a passo constante aproxima-se dos recordistas mundiais, os EUA, a Austrália e a Nova Zelândia.

Ocorre-me o título de um artigo científico, divulgado, em 2015, pela prestigiada publicação Appetite, cujo título é justamente "Eating like there's no tomorrow".

De facto, o consumo médio de 111kg de carne é não só um problema de saúde pública, mas fundamentalmente um gravíssimo problema ecológico.

Talvez o maior desafio ambiental com que a Humanidade se confronta neste momento, pese embora – certamente por pudores que nem sempre se compreendem – ser assunto tão pouco debatido publicamente. Tal nível de consumo é absolutamente insustentável por mais eficazes que sejam as inovações tecnológicas que se venham a alcançar num futuro próximo.

É insustentável por várias razões, desde logo pelo limite físico imposto pelo facto do Planeta não ter área emersa suficiente para a expansão da área de pastagens e de culturas arvenses destinadas à alimentação animal, que a atual tendência de consumo de carne exigiria num futuro muito próximo. A expansão da área destinada à alimentação de animais só pode ser feita com sacrifício – leia-se, redução – da área utilizada para a produção de alimentos diretamente destinados à alimentação de seres humanos, ou então, à custa de desflorestação, que é infelizmente o que está a acontecer com grande intensidade em várias áreas da Terra. Na América Latina, a intensa destruição de floresta riquíssima no que que toca a biodiversidade, para em seu lugar se instalarem áreas de pastagem ou campos de milho e de soja, destinados à produção de rações para animais, é uma hecatombe nos dias que vivemos.

 A produção de carne é um processo altamente ineficiente, significando quase sempre um desperdício de recursos naturais, cada vez mais escassos num Planeta cada vez mais povoado. Uma dieta com alta percentagem de carne (como ocorre hoje em Portugal), exige o quádruplo da área de terra fértil do que a necessária para garantir uma dieta com reduzido consumo de carne. Acresce que uma dieta humana tão carnívora, como a que em média se pratica em Portugal, tem associados elevados consumos de água e de energia. E a propósito de energia, num tempo de crescente preocupação com as alterações climáticas como o que vivemos, não é possível deixar de sublinhar o enorme contributo da pecuária para o aquecimento global. A FAO estima que 14,5% do total das emissões com origem antropogénica de gases com efeito de estufa, tem origem na atividade pecuária, o que quer dizer que a produção de alimentos de origem animal contribui mais para o aquecimento global do nosso Planeta do que todo o trânsito automóvel. A libertação de dióxido de carbono é uma constante ao longo de toda a atividade pecuária, e que começa desde logo no derrube de florestas para instalação de culturas destinadas à alimentação animal. A esmagadora maioria da energia consumida em todas as atividades ligadas à pecuária, ou é obtida diretamente de combustíveis fósseis, ou é eletricidade maioritariamente obtida a partir de combustíveis fósseis. A pecuária é também a principal fonte de metano, produzido principalmente na fermentação entérica que ocorre nos ruminantes e que tem um poder de aquecimento global 23 vezes superior ao dióxido de carbono. A pecuária é ainda um importante emissor de óxido nitroso, um gás com potencial de aquecimento 300 vezes superior ao dióxido de carbono.

A voracidade com que os humanos se lançam no consumo desenfreado – e insustentável – de carne, parece absurda, atendendo a que não somos, de facto, carnívoros. Somos sim omnívoros, com uma modesta vocação para o consumo de carne. Isso é claramente testemunhado, quando mais não seja, pela anatomia do nosso sistema digestivo, que nos confere muito mais aptidão para o consumo de vegetais do que de carne. Acontece que, a carne tem estado muito longe de ser uma mera fonte de nutrientes. Desde o Paleolítico inferior que tem sido um nuclear fator de hominização, determinante na forma como as sociedades se organizaram e fulcral na evolução biológica que conduziu ao Homo sapiens de hoje. Assim, não é de estranhar que a carne tenha sido, desde sempre, um alimento carregado de significados, incluindo de poder e de estratificação, ainda hoje tão visíveis quando se lhe atribui – geralmente de forma errada – o estatuto de "especial fonte de vigor", e uma forte componente hedónica. Há portanto justificações (nem sempre fáceis de percecionar) para que a maioria dos habitantes dos países menos desenvolvidos revelem uma propensão para abandonar as suas dietas tradicionais e para consumir cada vez mais carne, à semelhança dos países mais desenvolvidos. Em alguns países da Europa mais setentrional, há já mais de um século que foram atingidos níveis relativamente abastados de consumo de carne. Foi um processo que caminhou de forma intimamente ligada ao aumento dos rendimentos das populações e à crescente urbanização. Este processo ocorreu, na maioria dos países envolvidos, de forma um tanto contida e até com alguma tendência para a estabilização nas últimas décadas. Ao invés, as dietas da Europa Meridional caracterizaram-se por uma penúria mais prolongada no que toca a proteína animal, e só na segunda metade do século XX despertaram de forma serôdia, mas voraz, para uma apetência carnívora, que de forma rápida e inesperada colocaram Portugal, Espanha, Chipre e outros, entre os maiores consumidores per capita de carne do mundo.  

domingo, 2 de outubro de 2016

Já são conhecidos os vencedores do Prémio Intermarché Produção Nacional


por Ana Rita Costa- 29 Setembro, 2016

Foram conhecidos esta quarta-feira (28 de setembro) os seis vencedores da terceira edição do Prémio Intermarché Produção Nacional.

Na edição deste ano, os premiados foram:

VIVID FOODS, na categoria Carnes e Preparados de Carne
Receituarium, na categoria de Produtos de Pesca e Preparados de Pesca;
POM-Portugal, na categoria de Fruta e Preparados de Fruta;
Hubertus J. Lenders, na categoria de Produtos Processados – Vinho;
Adolfo Ângelo Cândido Henriques (Granja dos Moinhos), na categoria de Produtos Processados – Queijo;
Quinta dos Fumeiros, na categoria de Produtos Processados – Enchidos;
Para além destes vencedores, a organização decidiu entregar ainda duas menções honrosas graças à "qualidade" e "potencial" dos candidatos. Assim, a Quinta dos Fumeiros e a Coresa – Conserveiros Reunidos receberam uma distinção nas categorias Processados – Enchidos e Preparados de Pesca, respetivamente.

Os vencedores da edição deste ano terão agora direito a um ano de escoamento dos seus produtos não só na rede nacional de lojas Intermarché, mas também nas lojas da insígnia na Bélgica, França e Polónia.

Vasco Simões, administrador do Intermarché, aproveitou a cerimónia de entrega para referir que "esta terceira edição do Prémio Intermarché Produção Nacional confirma as nossas expetativas e torna os nossos objetivos mais ambiciosos. Queremos continuar a estar com todos os produtores que acreditam no setor primário como um dos motores do desenvolvimento económico nacional. Queremos continuar a contribuir para que eles se tornem mais eficientes, mais rentáveis e mais competitivos. O seu crescimento será o nosso crescimento e com isso garantimos uma maior e melhor satisfação dos nossos clientes".

Estaremos cada vez mais perto de travar a xylella?


por Ana Rita Costa- 28 Setembro, 2016

Um grupo de investigadores da Universidade de Foggia, em Itália, está a colaborar com a Copagri num estudo que pretende analisar os efeitos da xylella fastidiosa no olival, assim como a capacidade desta cultura para combater os sintomas causados pela bactéria com a ajuda de fertilizantes, agroquímicos e indutores de resistência combinados com boas práticas agrícolas.

De acordo com o Olive Oil Times, os primeiros resultados começam agora a surgir, precisando ainda de ser confirmados com testes adicionais, no entanto, sublinham já a capacidade das plantas para reagir ao ataque patogénico.

Francesco Lops, um dos investigadores da Universidade de Foggia envolvido no estudo, refere que "neste momento temos que aprender a viver com a doença. Especialmente nas regiões infetadas, mas a principal necessidade desta investigação prende-se com o facto de ser preciso encontrar uma solução para prevenir o progresso da mesma."

Para já, os investigadores estão a testar a utilização de substâncias orgânicas para tentar perceber se estas têm a capacidade de estimular a planta a desenvolver fitoalexinas, barreiras que a planta usa internamente nesta sua 'guerra' contra a bactéria. "O nosso objetivo é fortalecer este comportamento da oliveira com o uso de substâncias orgânicas", explica o investigador.

Período crítico de incêndios prorrogado até 15 de outubro


por Ana Rita Costa- 28 Setembro, 2016

O secretário de Estado das Florestas assinou esta semana a portaria que prorroga o período crítico de incêndios, no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios, até ao próximo dia 15 de outubro.

Normalmente, este período dura até 30 de setembro, contudo, "por força das circunstâncias meteorológicas excecionais", o secretário de Estado Amândio Torres decidiu prolongar este período, mantendo os dispositivos de vigilância e combate a incêndios em estado de alerta.

Para Amândio Torres, "as condições meteorológicas determinam a adoção desta medida, tendo em conta que se prevê tempo seco e quente e ventos, ou seja, a conjugação de fatores "amigos do fogo", que ajudam à propagação de incêndios e que podem transformar qualquer pequena ocorrência num enorme desastre". Por isso, continua o Secretário de Estado, "penso que se justifica este esforço acrescido das instituições, nomeadamente das corporações de bombeiros, cujos elementos estão nesta altura já exaustos, tendo em conta o nível de esforço que lhes tem sido exigido".

Durante o período crítico de incêndios é proibido, nos espaços florestais ou agrícolas, fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimadas, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfetar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de fagulhas, e fazer circular tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.

Plus Alqueva inaugura novas instalações


28 Setembro, 2016

A Plus Alqueva, empresa participada pela Agromais, inaugurou na passada semana as suas novas instalações de comercialização de fatores de produção para a agricultura, em Ervidel.

O evento reuniu 150 agricultores e parceiros e serviu para apresentar as novas instalações da empresa, que para além de terem representado um "investimento significativo", "serão um importante contributo para o crescimento do universo Agromais".

"Trata-se de uma instalação fulcral para o desenvolvimento do negócio dos fatores de produção no Baixo Alentejo, promovendo uma presença local neste mercado", refere o presidente do Conselho de Administração da Plus Alqueva, Luís Vasconcellos e Souza.

Entre 2013 e 2016, a Agromais e as suas participadas já investiram na região de Alqueva "cerca de 10 milhões de euros".

Criada associação que quer “dar uma voz” à batata nacional


por Ana Rita Costa- 30 Setembro, 2016

Foi constituída esta semana, oficialmente, uma associação nacional que pretende representar a batata nacional e "dar uma voz única e ativa ao setor". Batizada de PORBATATA – Associação da Batata de Portugal, a organização conta já com 23 empresas e pretende "representar os interesses da batata de Portugal, abraçando toda a cadeia de valor, desde a produção à comercialização, sobretudo na promoção do consumo".

Numa nota enviada às redações, a associação refere que os seus objetivos passam por "conquistar peso e relevância (angariando, continuamente, novos sócios); promover a batata como um alimento diferenciado, saudável, elevando as características únicas da batata nacional; representar os seus interesses ao nível nacional e internacional, defendendo as empresas, procurando libertar estrangulamentos que interfiram com a sua competitividade e sustentabilidade; monitorizar, compilar, produzir e difundir informação relevante, nomeadamente, de carácter produtivo, comercial e de mercado; e promover o consumo interno e a exportação potenciando sinergias com outras organizações do setor agroalimentar."

De acordo com a PORBATATA, atualmente o grau de aprovisionamento de batata em Portugal "ainda é insuficiente para responder às necessidades de consumo", já que o país produz apenas 45% do que consome, segundo a associação.

Agricultura regressa à RTP 2: a 1 de outubro, 13h, "Faça Chuva, Faça Sol"


"Faça Chuva, Faça Sol", um programa de televisão da autoria e com produção da AJAP- Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, marca o regresso da Agricultura à televisão portuguesa! Aos sábados às 13h na RTP 2, a partir de 1 de outubro.A RTP2 inicia dia 1 de outubro a transmissão do programa "Faça Chuva, Faça Sol" criado, realizado e produzido pela AJAP. Trata-se de um magazine semanal de 15 minutos sobre a Agricultura em Portugal, onde se procura evidenciar projetos de referência, novas formas de gestão agrícola, tendências e inovação.
 
«Vamos mostrar casos concretos, de norte a sul do país, nas várias valências da agricultura contemporânea, da tradicional à inovadora, da tecnológica à transformadora. Num setor em mudança, pretende-se revolucionar a forma como se olha para a Agricultura em Portugal,  que hoje representa crescimento, criação de valor, emprego e alternativas sustentáveis capazes de contrariar  a desertificação dos campos e das zonas rurais», afirma Firmino Cordeiro, Diretor-Geral da AJAP.
 
Cada programa terá a intervenção de um reputado especialista na área agrícola e divulgará informações úteis ao nível de apoios e legislação do setor agrícola.
 
"Faça Chuva, Faça Sol" fará parte da grelha de programação da RTP 2 até final de 2016.