sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Governo cria rede nacional de estações experimentais para apoio aos agricultores

LUSA | 29 Setembro 2016, 20:01

Governo cria rede nacional de estações experimentais para apoio aos agricultores

O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, disse esta quinta-feira que o Governo vai criar uma rede nacional de estações experimentais para dar mais sustentabilidade à área da investigação e apoio aos agricultores.
"Os Ministérios da Agricultura e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior estão a trabalhar para a criação de uma rede nacional de estações experimentais, juntando o conhecimento dos politécnicos e o património [do Ministério da Agricultura] que foi abandonado", afirmou Luís Medeiros Vieira.
 
O governante, que falava em Castelo Branco, na sessão de encerramento do seminário "Novas Dinâmicas Empresariais na Agricultura Regional - Oportunidades e Desafios", promovido pela Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), admitiu que o abandono destas estações por parte da tutela da agricultura, foi um erro. "O Ministério da Agricultura abandonou muita da experimentação que se fazia", frisou.
 
O objectivo passa por retomar a investigação através de uma rede nacional de estações experimentais e colocá-las à disposição dos agricultores para resolver os seus problemas. "Queremos reforçar as estações experimentais e trabalhar em colaboração e articulação com as escolas superiores agrárias para as dinamizar, dando mais sustentabilidade à área da investigação e apoio aos agricultores", disse.
 
O governante sublinhou ainda que o ensino e a investigação não servem apenas para "melhorar currículos: "O trabalho académico é importante, mas deve ser posto ao serviço dos agricultores.
 
A ideia passa por transferir conhecimento de uma forma simples e eficaz aos agricultores.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

“Isso não vai acontecer". Ministro da Agricultura não acredita na suspensão de fundos


21 set, 2016 - 14:48

Capoulas Santos conta assegurar no Orçamento do Estado para 2017 as verbas necessárias para executar, de novo, na totalidade o Programa de Desenvolvimento Rural.

Foto: Lusa
O ministro da Agricultura não acredita na suspensão dos fundos europeus. Capoulas Santos reagia, esta quarta-feira, à carta do ministro das Finanças aos eurodeputados a apontar os efeitos da medida sobre a economia portuguesa.

"Não acredito. Fui deputado europeu durante dez anos. Conheço razoavelmente o funcionamento do Parlamento Europeu e não creio que deste possa sair uma decisão lesiva para Portugal. Naturalmente compreendo o apelo do meu colega de Governo aos deputados para as consequências negativas que uma tal decisão poderia acarretar, mas estou muito confiante de que isso não vai acontecer", explicou.

Para 2017, o ministro da Agricultura conta assegurar no Orçamento do Estado as verbas necessárias para executar de novo na totalidade o Programa de Desenvolvimento Rural. Capoulas Santos acrescentou que neste momento Portugal tem "mais de 28 mil projectos" candidatos aos fundos comunitários geridos para a agricultura, estando já decididos 10 mil, o que corresponde um investimento superior a mil milhões de euros, frisou.

"Creio que a agricultura, apesar de problemas pontuais que sempre existem, atravessa um bom momento, e a prova disso é que é um sector que está a crescer a um ritmo que é o dobro do resto da economia", disse ainda Capoulas Santos à margem da conferência do 2.º Roteiro 2020 para a Agricultura Portuguesa, que decorre esta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Sobre o protagonismo que o Bloco de Esquerda tem tido nas notícias que envolvem o próximo Orçamento do Estado, Capoulas Santos lembra que no final todos terão de fazer concessões para um compromisso político.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, dirigiu uma carta aos eurodeputados alertando que uma suspensão de fundos europeus, mesmo que parcial e temporária, teria efeitos mais danosos para a economia portuguesa do que a aplicação de uma multa.

Entre outros argumentos, o Governo português lembrou que, ao tomar uma decisão, a Comissão "deverá também ter em conta a situação económica e social dos países, sendo que Portugal continua com uma taxa de desemprego acima da média europeia, assim como o impacto na economia", que, assinalou o ministro, seria "forte", pois "afectaria a confiança e os planos de investimento, muitos dos quais dependentes dos fundos comunitários".

O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, já afirmou que a Comissão Europeia pode levantar a suspensão dos fundos estruturais se o Governo português cumprir as metas orçamentais e apresentar "finanças saudáveis".

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Milho e soja podem gerar surpresas no mercado

20-09-2016 
 
 
O milho e a soja dos Estados Unidos da América podem provocar surpresas no mercado. As chuvas abundantes que atingem a região depois das elevadas temperaturas de Verão, podem gerar problemas nestas culturas.

A soja pode passar por um atraso, o que implicaria um adiamento da oferta da nova colheita e ao contar com existências baixas o mercado pode reagir em alta devido a problemas de fornecimento.

Em relação ao milho, os problemas podem surgir no que diz respeito à qualidade, pelo que é necessária muita atenção quanto à evolução destas culturas, recomenda Toño Catón, director das Culturas Arvenses das Cooperativas Agroalimentarias, devido às repercussões sobre o mercado.

Poer sue lado, na Argentina, o sector da soja passa pela incerteza se Macri, presidente da Argentina, cumpre ou não a sua promessa eleitoral de baixar as retenções a este cereal em cinco por cento ao ano. O ano passado, o presidente argentino baixou as retenções de 35 a 30 por cento e este ano tria que aplicar uma nova descida até os 25 por cento. Perante esta dúvida, os produtores têm retido a soja, pelo que as vendas às fábricas caíram em 10 por cento frente a 2015.

Para o trigo, as cotações continuam sem baixar apesar do actual período. O trigo mundial atravessa um momento em relação à qualidade, inclusive a colheita russa. Até à data, a Rússia colheu 71,2 milhões de toneladas de trigo, o que supõe 87,8 por cento da superfície prevista e 18,1 milhões de toneladas de cevada, correspondente a 92,3 por cento do esperado.

A tendência não baixista ajuda que na Austrália, apesar de contar com a sua segunda colheita mais elevada, pode ter problemas de qualidade devido à passagem do fenómeno "El Ninã", destaca Catón.

Fonte: Agrodigital


1,1 M€ para investigação na melhoria genética do porco alentejano


por Ana Rita Costa- 9 Setembro, 2016

Capoulas Santos, ministro da Agricultura, revelou que aprovou um projeto de 1,1 milhões de euros de apoio, no âmbito do PDR 2020, para melhoramento genético do Porco Alentejano, uma candidatura do ACEPA-Agrupamento Complementar de Empresas do Porco Alentejano.

A notícia foi avançada à margem de um evento de comemoração do 'Dia do Porco Alentejano' e de celebração dos 25 anos da ANCPA- Associação Nacional dos Criadores de Porco Alentejano.

Durante a conferência, Pedro Bento, secretário-geral da ANCPA, sublinhou que "a aposta no conhecimento, através de investigação aplicada sobre maneio de reprodutoras, melhoria genética da raça e otimização da alimentação são desafios fundamentais, a par com a assistência técnica focada na eficiência e na sustentabilidade das explorações e na orientação para o mercado".

Já Luís Bulhão Martins, Presidente da ANCPA, aproveitou para lembrar a importância da "cooperação bilateral excecional entre criadores e indústria (portuguesa e espanhola), ao longo destes 25 anos, fundamental para a valorização do Porco Alentejano".

Raquel Lucas, investigadora da Universidade de Évora, referiu, por sua vez, que os produtores devem implementar uma estratégia de promoção do Porco Alentejano a longo prazo assente numa marca que posicione a carne e os produtos derivados do Porco Alentejano num "patamar de excelência, como produto exclusivo, uma jóia da gastronomia".

ADP Fertilizantes lança app para agricultores


8 Setembro, 2016

A ADP Fertilizantes lançou uma nova aplicação destinada a agricultores, técnicos e distribuidores. O objetivo, segundo a empresa, é "proporcionar um acesso rápido e fácil à gama de produtos comercializados, bem como a toda a informação técnica sobre tecnologias, culturas e solos, permitindo simultaneamente um contacto célere com os serviços de apoio técnico".

Para além de informação detalhada sobre a gama de produtos Exceed, a aplicação conta ainda com informações sobre culturas, conselhos de adubação de acordo com a localização da parcela e a produção esperada, assim como outros elementos inerentes à cultura em questão, como os nutrientes mais importantes, carências e toxicidades nutricionais, extração de nutrientes e fertilidade dos solos por região do país.

Para Santana Fernandes, Diretor Comercial da ADP Fertilizantes, "esta aplicação privilegia a partilha de conhecimento e informação. O objetivo é que todo o trabalho que desenvolvemos nomeadamente ao nível da investigação possa chegar de forma simples e rápida ao agricultor, servindo como facilitador de todo o trabalho agrícola por ele desenvolvido".

A aplicação é gratuita e já está disponível para dispositivos iOS, Android e Windows.

ONU quer avisar agricultores de secas e chuvas com três meses de antecedência


Duas agências da ONU estão a preparar um sistema de alerta que permitirá avisar governos e agricultores, com três meses de antecedência, de eventuais fenómenos extremos como secas ou chuvas, noticia hoje a Rádio da organização.
"A FAO [Organização para a Alimentação e a Agricultura] está a criar, junto com a Organização Meteorológica Mundial, um sistema de alerta que estamos a fazer chegar a todos os governos e queremos em breve fazer chegar aos próprios fazendeiros através dos seus telemóveis. Isso vai-nos permitir, três meses antes, saber se vai chover, se vai ter seca e colocar medidas preventivas", disse o secretário-geral da FAO, José Graziano da Silva, citado pela Rádio ONU.
Na entrevista, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, o dirigente brasileiro disse que a ideia é evitar a repetição da crise alimentar que o fenómeno El Niño provocou este ano em África, onde dezenas de milhões de pessoas estão em risco de fome devido à pior seca dos últimos 35 anos.
Para o secretário-geral da FAO, os agricultores precisam de antecipar os fenómenos naturais, para poderem preparar-se para eles, especialmente em tempos de alterações climáticas.
O planeamento prévio, explicou, ajuda a reduzir o impacto dos fenómenos extremos e a proteger colheitas, evitando assim a insegurança alimentar.
Dois anos consecutivos de seca, incluindo a pior dos últimos 35 anos, que se verificou este ano, deixaram quase 40 milhões de pessoas na África austral em risco de insegurança alimentar até ao início do próximo ano.
Todos os países estão afetados, mas pelo menos seis Estados - Botsuana, Lesoto, Malaui, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué - declararam emergências nacionais devido à seca, enquanto a África do Sul declarou o estado de emergência em oito das suas nove províncias e Moçambique declarou um alerta vermelho de 90 dias em algumas zonas do sul e do centro do país.
A seca atual deve-se ao impacto do fenómeno El Niño e os seus efeitos deverão atingir o nível máximo entre janeiro e março de 2017, estima a FAO.
Além dos danos na agricultura, que exacerbaram a malnutrição crónica na região, a seca matou mais de 640 mil cabeças de gado no Botsuana, Suazilândia, África do Sul, Namíbia e Zimbabué, devido a falta de pasto, falta de água ou surtos de doenças.
Teme-se que no final deste ano ocorra o contra fenómeno do El Niño, o La Niña, que deverá trazer chuvas abundantes, o que poderá ser positivo para a agricultura, mas também comporta o risco de de cheias, que poderiam destruir a produção e ameaçar o gado.
Diário Digital com Lusa

domingo, 25 de setembro de 2016

Governo pode estar a preparar incentivos fiscais para proprietários florestais com boa gestão


por Ana Rita Costa- 20 Setembro, 2016

O Governo está a ponderar a atribuição de incentivos fiscais aos proprietários florestais com uma boa gestão. A medida poderá surgir integrada na reforma do setor florestal e foi admitida como uma possibilidade pelo secretário de Estado das Florestas, Amândio Torres, em entrevista ao Vida Económica.

"Um dos instrumentos melhores para a política florestal são os incentivos fiscais mais do que as subvenções", revelou ao jornal. A isenção de IMI, IMT e imposto de selo para as propriedades florestais que cumpram determinados requisitos de gestão já havia sido reivindicada pela diretora executiva da Associação para a Competitividade das Indústrias da Fileira Florestal (AIFF).

Amândio Torres revela agora que o Governo é sensível a esta questão, já que "se não houver [sensibilidade] não é operacional". "(…) tem de haver incentivos para as pessoas acharem que vale a pena aderir. Por exemplo, no modelo das sociedades de gestão florestal no tempo em que o trabalhei não entra a terra. Entram os ativos que existirem ou que venham a existir. E funcionará com unidades de participação de acordo com o valor potencial do solo, mas nunca mexendo na propriedade, porque a propriedade é de quem é. Isto é um modelo diferente que é socialmente amigável. Nós queremos que se faça a gestão. Mas a gestão não é da terra, é dos ativos."

No conjunto do setor, a indústria florestal tem um peso de 81% do número total de empresas e com um peso significativo no conjunto da indústria transformadora, representando 16,1% do total de empresas e 10,2% do emprego, de acordo com dados da Associação para a Competitividade das Indústrias da Fileira Florestal (AIFF) publicados em 2013.

2º concurso da Bolsa de Terras entrega 207 hectares


por Ana Rita Costa- 23 Setembro, 2016

Já foi publicado o balanço do segundo concurso da Bolsa de Terras, edição em que foram cedidas 17 terras, num total de 207 hectares.

Os novos arrendatários, dos quais 75% são jovens, acederam a 98% da área cedida, 99% da qual com aptidão agrícola de regadio. Para além disso, a receita total bruta dos contratos de arrendamento atingiu 1 milhão de euros.

Quanto às atividades a desenvolver no âmbito dos contratos celebrados, destaca-se a produção de cereais, forragens e pastagens e a produção animal. Para além disso, revela o balanço do Estado, destacam-se ainda áreas abrangidas por fruticultura e horticultura, onde se irão produzir espargos verdes e abacate, embora em menor volume.

50% dos arrendatários assumiram o compromisso de produzir em Produção Integrada (PRODI) e 17% vai desenvolver projetos que envolvam a produção em Modo Biológico.

Anpromis cria Centro de Competências para investigar a cultura do milho


por Ana Rita Costa- 23 Setembro, 2016

A Anpromis, o INIAV e a Câmara Municipal de Coruche vão criar o Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo: o InovMilho. O protocolo será assinado no próximo dia 28 de setembro, na Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, no âmbito de um Dia de Campo.

De acordo com a Anpromis, o InovMilho "será um espaço de investigação e partilha de conhecimentos, agregando todos os agentes da fileira do milho e sorgo na persecução de uma estratégia comum de desenvolvimento destas culturas."

Este centro terá ainda como missão elaborar uma agenda de investigação para as culturas do milho e sorgo que sirva, assim, de linha orientadora para as políticas públicas de promoção da competitividade desta fileira.

"O InovMilho contribuirá também para a avaliação dos parâmetros qualitativos e de rendimento industrial do milho nacional e apoiará os agricultores na seleção de variedades mais aptas à alimentação do efetivo leiteiro nacional. O centro dará ainda o seu contributo ao incentivo de novas utilizações do milho e sorgo, nomeadamente na área da alimentação humana e na produção de materiais biodegradáveis", acrescenta a Anpromis.

O centro conta com 35 entidades parceiras que participarão de forma regular em projetos comuns de I&DT nas áreas prioritárias definidas no âmbito do InovMilho e na divulgação e transferência do conhecimento científico e da tecnologia produzidos na fileira do milho e sorgo.