sábado, 9 de abril de 2016

Portugal Fresh põe deputados a desfilar pelas frutas portuguesas


ISABEL AVEIRO | ia@negocios.pt | 05 Abril 2016, 15:33
Portugal Fresh põe deputados a desfilar pelas frutas portuguesasBLOOMBERG

A associação para a promoção de hortofrutícolas e flores produzidas em Portugal vai fazer desfile de moda em Junho no Mercado da Ribeira. Os modelos serão os deputados da Nação.
A Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, mais conhecida por Portugal Fresh, vai fazer uma acção no próximo mês de Junho, no Mercado da Ribeira, em Lisboa, associando o seu trabalho ao sector da moda.

O evento, divulgado esta terça-feira por Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh, durante a apresentação do Guia do Empreendedor Agrícola, da responsabilidade da McDonald's Portugal, irá replicar um desfile de moda, já realizado em Berlim recentemente pela mesma associação, no âmbito da feira Fruit Logistica.

Só que desta vez, em vez de modelos profissionais, os participantes no desfile serão "os deputados e as deputadas da Assembleia da República" portuguesa, anunciou. Ao Negócios, Manuel Évora garantiu que alguns dos parlamentares da actual legislatura já aceitaram o convite, recusando contudo, para já, em adiantar os nomes dos parlamentares.

À plateia que esta terça-feira compôs a primeira sessão do evento MBIA Talk – uma acção da Mcdonald's Business Initiative for Agriculture – Manuel Évora explicou que o objectivo do desfile é incentivar o consumo interno de frutas e legumes em Portugal. O país teve um decréscimo de consumo de hortofrutícolas nos últimos anos: recuou, exemplificou, de 130 quilos per capita em 1999 para 105 quilos per capita em 2013.

Exportações crescem
Estando "a produzir o mesmo", lá fora contudo, as vendas de frutas, legumes e flores têm vindo a crescer. Se este segmento agrícola português vendia 780 milhões de euros no exterior em 2010, esse número ascendeu a 1,1 mil milhões de euros em 2014 e, em 2015, previsivelmente, deverá ter fechado com exportações de 1,2 mil milhões de euros, disse o presidente da Portugal Fresh.

Dito em termos de balança comercial: as exportações de frutas, legumes e flores produzidos em Portugal passaram do equivalente a 65% do valor das importações do mesmo tipo de produtos agrícolas em 2010, para 92% em 2014. E deverá ter acabado em 97% em 2015.

A agricultura é "como ter um filho"


Morangos, mirtilos, framboesas, kiwis e limões. Todos eram opções. A forte ligação aos espaços verdes e o desemprego na área da Arquitectura levaram Teresa a começar um projecto agrícola e a dedicar-se a tempo inteiro à sua primeira plantação. Ganharam as groselhas. O P3 foi ao Marco de Canavezes conhecer o quotidiano desta agricultora
Texto de Catarina Corte-Real • 06/04/2016 - 16:14

Quando terminou o curso e o mestrado em arquitectura paisagista o cenário já era assustador. A Troika tinha acabado de aterrar em Portugal e "estava tudo a apertar o cinto, não havia trabalho para ninguém". Teresa Matos ainda desafiou as probabilidades, com um estágio profissional na EDP em recuperação e integração da paisagem e um posterior contrato a termo, mas ao fim de um ano e meio, aquilo que previa aconteceu: a jovem portuense, 27 anos, ficou desempregada. O plano b tinha-o, no entanto, delineado ainda durante o contrato precário — Teresa reciclou a ligação à terra e às plantas da arquitectura paisagista e decidiu investir na quinta da família, no Marco de Canavezes. 
 
Com a ajuda da família e do PRODER, programa que gere os fundos da Política Agrícola Comum, Teresa investiu 136 mil euros, e começou o seu primeiro negócio e sua primeira aventura no mundo da agricultura. Segundo um estudo da Comissão Europeia feito, em 2015, pela sua Direcção Geral de Agricultura, um em cada quatro agricultores portugueses que se candidatam ao PRODER são jovens e têm um média de idades que ronda os 34 anos. E 72,1% têm no seu currículo o ensino superior.
 
Teresa começou por estudar bastantes culturas: limões, kiwis, amoras, mirtilos. Visitou várias explorações, falou com muita gente e elaborou planos de negócio. Foi neste contexto que surgiu a groselha, um fruto cujo preço por quilo era bastante apelativo e que parecia a cultura ideal: com poucos produtores e um mercado pouco saturado.
 
O primeiro ano foi "um parto difícil", pela pressão de começar um projecto próprio e pela incerteza que a agricultura representa. É um problema que todos os jovens agricultores sentem, acredita Teresa, não só por se ter de lidar com fornecedores e empreiteiros mas também por ter de executar todas as tarefas com o "timing" específico que a agricultura requer.
 
Nos primeiros tempos, fazia-lhe confusão não ter a certeza se iria conseguir plantar nos dias que tinha estipulado, ou por estar a chover, ou por não ter rega em dias de calor devido a falhas de fornecedores, ou por no Inverno fazer poucas horas de frio (essencial para estimular a floração da groselha). Tudo factores que não consegue controlar e que podem por em causa todo o trabalho.
  
Neste segundo ano de produção, Teresa espera vender duas toneladas de groselhas. Depois da colheita, feita entre Maio e Junho, a agricultora entrega tudo à associação BFruit, uma empresa formada em 2013 que ajuda produtores de pequenos frutos durante as fases de produção e comercialização, e que exporta para a Holanda, Bélgica, Alemanha, França e Brasil. "Compensa-me pertencer à BFruit: tenho consultoria, vem cá um engenheiro todos os meses dizer o que tenho de fazer, que fertilizantes e fitofármacos tenho de usar, dão-nos formação de poda e de colheita. Desta forma não me sinto sozinha. A BFruit trata de contractos com clientes e do transporte da fruta até ao seu comprador final."
 
Uma "extraterrestre no mundo da agricultura"
Teresa teve de adaptar a sua vida ao novo projecto e assim passou de uma vida cosmopolita para a vida pacata do campo: passa os fins-de-semana no Porto e a semana no Marco de Canaveses. Por lá, a jovem arquitecta conta com a ajuda de pessoas que vivem na zona — e isso vai de encontro a um dos objectivos dela: poder criar trabalho numa região do país onde há muito desemprego e emigração.
 
Actualmente a concluir um mestrado em engenharia agrónoma, Teresa já pensa em evoluir para agricultora biológica. O objectivo dela é mudar o paradigma da agricultura intensiva e industrial: "Acho que na agricultora tem de haver produtividade e rentabilidade mas, como arquitecta paisagista, a agricultura não deve descaracterizar a paisagem." Desta forma, Teresa tenta ter um campo com o máximo de biodiversidade possível, planta prados floridos, sebes, e plantas aromáticas para aumentar o interesse paisagista da sua exploração, tentado equilibrar-se entre a agricultura tradicional e a intensiva.
 
"Ainda sou um bocado extraterrestre no mundo da agricultura, porque vejo as coisas de uma forma romantizada, quero plantar coisas bonitas à volta, mesmo que não produza tanto quanto a agricultura intensiva. Flores não são só para o jardim, também podem existir na agricultura."
 
No futuro, gostava de variar e produzir avelãs, amoras e até fazer geleia e chá de sabugueiros. Mas o seu grande sonho é aliar a arquitectura paisagista à agricultura e fazer um viveiro de plantas autóctones. Uma missão difícil, admite. Alguma vez pensou desistir? "Não, é como ter um filho, depois de o teres não podes desistir dele."

Ministro da Agricultura envia carta a Phil Hogan

Comunicado

O Ministro da Agricultura escreveu ao Comissário Europeu Phil Hogan, responsável pela pasta da agricultura, solicitando a rápida implementação das medidas comunitárias de apoio aos setores do leite e da suinicultura anunciadas na reunião do Conselho de Agricultura, em Bruxelas, a 14 de março.

Em causa estão os mecanismos de intervenção no mercado (compra de leite e de manteiga e apoio à armazenagem privada de carne de porco), bem como a autorização para duplicação do valor das ajudas de Estado aos produtores (de 15000 para 30000€ por triénio), que enfrentam sérias dificuldades, dificilmente compatíveis com a demora da tramitação destes processos.

Importa referir que sem a regulamentação comunitária desta medida anunciada pela UE em 14 de março, alguns suinicultores e produtores de leite portugueses ficarão impossibilitados de aceder às linhas de crédito que o Governo português vai pôr à disposição dos setores do leite e da carne de suíno.
Capoulas Santos voltou a sublinhar a urgência na implementação destes apoios sob pena de "não só não dispormos de apoios da UE, como se justificaria, como também sermos obrigados a atrasar a entrada em vigor de apoios nacionais devida à lentidão da burocracia comunitária".

Lisboa, 07 de abril de 2016

Chuva, vento forte e queda de neve a partir de domingo



Nuno Andre Ferreira/ Lusa

​O estado do tempo vai agravar-se a partir de domingo com precipitação e vento forte, queda de neve acima dos 800/1000 metros e descida da temperatura, adiantou hoje à agência Lusa a meteorologista Madalena Rodrigues.

De acordo com a especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), para hoje, está previsto no continente céu pouco nublado ou limpo, com alguma nebulosidade nas regiões do litoral norte e centro e possibilidade de chuva fraca ou chuvisco no Minho.

"A partir do domingo, prevê-se um agravamento do estado do tempo com precipitação, que pode ser forte, em especial nas regiões do norte e centro, queda de neve acima dos 800/1000 metros e também vento moderado a forte nas terras altas", adiantou.

No que diz respeito às temperaturas, segundo Madalena Rodrigues, durante o dia de hoje já está prevista uma descida da mínima e da máxima.

"Estamos a falar, a partir de hoje, de uma descida da temperatura máxima entre 03 e 05 graus Celsius e da mínima entre 02 e 04, mantendo-se depois nos próximos dias mais ou menos sem grandes alterações", disse.

Segundo a meteorologista, as máximas deverão rondar os 13 graus no Porto, 16 em Lisboa e 22 em Faro.

"Na segunda e na terça-feira vamos continuar com precipitação. Vamos ter tempo húmido, com precipitação e vento forte devido à passagem de uma superfície frontal", concluiu.

Lusa

Campanha de rega 2016 em risco, alerta Fenareg



 08 Abril 2016, sexta-feira  AgroflorestalAgricultura
A Federação Nacional de Regantes (Fenareg) está preocupada com a falta de água e teme que tal possa vir a condicionar a campanha de rega em 2016.
agua
Em comunicado, a entidade refere que, pelo segundo ano consecutivo, a precipitação foi inferior ao normal, com sete bacias hidrográficas a registarem valores armazenados «inferiores à média dos últimos 25 anos».
«Os casos mais dramáticos ocorrem no Alentejo, na bacia do Sado, onde o armazenamento não ultrapassa os 30%. Nas albufeiras de Odivelas e do Roxo a situação é particularmente grave, registando-se um volume útil de apenas 8 e 23%, respetivamente», alerta.
Além disso «as áreas de produção de arroz de Alcácer do Sal estão em causa» e a sua redução pode ter «consequências drásticas a nível nacional».
A Fenareg informa ainda que já pediu uma audiência ao ministro da Agricultura, Capoulas Santos, para que sejam definidas medidas excecionais para resolver a situação.
A tutela ainda não respondeu ao pedido.  

terça-feira, 5 de abril de 2016

Glifosato: eurodeputados contra renovação da autorização



 30 Março 2016, quarta-feira  Política AgrícolaAgronegócio

A polémica à volta da autorização do uso do glifosato continua e o que é certo é que a data de 30 de junho, a qual define o limite para a autorização do uso do glifosato atualmente em vigor, começa a aproximar-se, sem se decidir se a autorização para o uso do herbicida mais utilizado no mundo vai ser renovada ou não.
Em 2015 estalou a polémica com um relatório da OMS, que considerava o glifosato potencialmente cancerígeno, o que foi imediatamente contestado pelos seus fabricantes.
Este relatório levou a Comissão Europeia a pedir um parecer científico à EFSA (European Food Safety Authority), que veio negativo, o que levou a Comissão, numa primeira fase, a prorrogar a autorização até 30 de junho e, muito recentemente, a propor a autorização por mais quinze anos (tempo normal para este tipo de produtos).
Esta posição da Comissão foi, no entanto, muito contestada no último Conselho Especial de Agricultura, com um grupo de países, liderados pela França, a serem contra a renovação da autorização do uso do glifosato.
A polémica tem vindo a crescer e, neste momento, chega uma votação do Comité do Meio Ambiente do Parlamento Europeu, onde, por 38 votos a favor, 6 contra e 18 abstenções, os eurodeputados manifestaram-se contra a renovação da autorização.
Os eurodeputados exigem mais estudos científicos, pois defendem que um produto que já está espalhado por todo o lado e que tem suspeitas de poder ser potencialmente cancerígeno, tem de ser muito bem estudado.
Com esta polémica, uma coisa parece certa, a Comissão não vai renovar a licença por mais quinze anos. No entanto, devido à grande importância que tem em termos de custos para o setor agrícola, é de prever uma renovação da autorização de utilização no dia 30 de junho, com carácter provisório, por mais seis ou doze meses.
Fonte: Agroinfo.

UE: consumo de carne de porco aumenta mais de 1kg nos últimos dois anos



 04 Abril 2016, segunda-feira  Produção AnimalAgronegócio

Em 2015 foi consumida uma média de 40,9 kg/habitante na UE, que é o valor mais elevado desde 2015. Entre 2011 e 2013 diminuiu o consumo, mas nos últimos dois anos registou-se um aumento acumulado de mais de 1kg.
A evolução do consumo não foi homogénea dentro da UE. Na Áustria, cujo consumo por habitante é o mais elevado da UE, manteve-se constante, tal como em França. Na Alemanha e Holanda o consumo decresceu. Pelo contrário, registaram-se aumentos na Polónia, espanha (segundo e terceiro maior consumidor por habitante da UE), Portugal, República Checa, Itália e Reino Unido.
Estes valores de consumo fora calculados pela AHDB como balanço entre os dados de produção, exportação e importação proporcionados pelo Eurostat. Estes valores contrastam com a redução das vendas de carne de porco a retalho nos principais mercados. A AHDB acredita que a explicação está no facto de a maior proporção de carne de porco ser consumida na restauração ou através de produtos processados. Estes canais geralmente proporcionam menor valor aos produtores, contribuindo para a recente queda dos preços de carne de porco.
Fonte: Agrodigital.

Servir leguminosas em prol da alimentação saudável e sustentável


Abr 04, 2016Destaque Home, Notícias0Like

A 7 de Abril, no Dia Mundial da Saúde, e no ano em que se celebra o Ano Internacional das Leguminosas, serão servidas 1.500 refeições de leguminosas no Refeitório I da Universidade Nova de Lisboa. Neste dia, a comunidade universitária que utiliza este serviço poderá optar pelos bifes de peru com feijão preto ou os hambúrgueres de legumes com lentilhas.

A acção tem como objectivo sensibilizar «a comunidade para os benefícios nutricionais das leguminosas para a saúde e incentivar os cidadãos a fazer escolhas alimentares mais conscientes», diz Hélder Muteia, representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Portugal.

A necessidade deste tipo de iniciativas coloca-se numa altura em que «apesar das inúmeras propriedades nutricionais e benefícios para a saúde das leguminosas secas, se tem registado um decréscimo gradual no consumo mundial de leguminosas secas», diz a organização em comunicado.

Numa entrevista publicada na edição 160, Hélder Muteia disse à Frutas, Legumes e Flores, que este decréscimo é motivado por dois factores: a urbanização (já que «as pessoas na cidade consomem aquilo que é fácil de preparar») e a perda de competitividade de algumas variedades.

Em Portugal, consomem-se cerca de quatro quilogramas de leguminosas por pessoa por ano, um valor que fica longe da média mundial (6,1 quilogramas por pessoa por ano).

Nikolai Vavilov: o primeiro guardião da biodiversidade vegetal

ANA GERSCHENFELD 30/03/2016 - 08:36

É pouco conhecido do grande público. Mas foi o primeiro cientista a perceber que, para salvar a humanidade da fome, era imperativo conservar a biodiversidade genética das plantas cultiváveis do mundo inteiro em "bancos de sementes". Ironicamente, morreu de fome na prisão durante o estalinismo.


Cofre-Forte de Sementes Global de Svalbard (Árctico), inaugurado em 2008DAG TERJE FILIP ENDRESEN/NORDGEN

Todos (ou quase) terão ouvido falar, nos media, do grande Cofre-Forte de Sementes Global de Svalbard, uma espécie de congelador gigante, de aspecto futurista, construído numa zona montanhosa do Árctico. Inaugurado em 2008, tem como objectivo proteger o maior número de espécies cultiváveis úteis do mundo – como feijões, arroz ou trigo –, contra as piores calamidades que possam acontecer, de forma a preservar o sustento alimentar da humanidade. Mas o que quase ninguém sabe é que essa ideia de preservação da biodiversidade agrícola nasceu há um século na cabeça de um cientista russo.

Foi precisamente em 1916 que Nikolai Vavilov, biólogo, geneticista, geógrafo, agrónomo e especialista do melhoramento das espécies vegetais partiu para a Pérsia (actual Irão) na sua primeira expedição, para recolher sementes cultivadas em regiões mais e menos "exóticas". Essa sua actividade intensa de exploração dos quatro cantos do globo continuaria ao longo da sua vida e conduziria à criação, já em 1924 em São Petersburgo (então Leningrado), do primeiro banco de sementes do mundo.

"O sonho de Vavilov era acabar com a fome no mundo e o plano que tinha para o conseguir consistia em utilizar a ciência emergente da genética para gerar 'super-plantas', capazes de crescer em todos os locais e em todos climas – dos desertos de areia às gélidas tundras, durante secas ou inundações", lê-se no site da cadeia global de televisão Russia Today. E para o poder fazer, o cientista precisava de trazer para o seu laboratório a diversidade genética global.

Coleccionador de plantas
Nikolai Vavilov nasceu em Moscovo a 25 de Novembro de 1887. O seu pai era um "próspero homem de negócios tornado milionário", lê-se numa recensão de 1994, na revista Nature, da primeira da tradução em inglês (publicada em 1992) dos mais importantes trabalhos de Vavilov, coligidos sob o título de Origin and Geography of Cultivated Plants. Depois de acabar o curso no Instituto de Agricultura de Moscovo, Vavilov passou quase um ano, entre 1913 e 1914, no Reino Unido, no laboratório de William Bateson, pioneiro da genética moderna – e que cunhara aliás a palavra "genética" em 1901.

Quando estalou a Primeira Guerra Mundial, Vavilov regressou a Moscovo e, na Universidade de Saratov, (cidade situada a uns 700 quilómetros a sudeste de Moscovo, nas margens do rio Volga) começou a fazer investigações sobre a resistência das plantas às doenças, lê-se ainda na Nature, "virando-se depois para o estudo dos parentes selvagens das plantas cultivadas e formulando a ideia de que todas as plantas domesticadas tinham surgido em áreas de actividade humana na pré-história". E foi para demonstrar esta hipótese que Vavilov organizou expedições "para sítios onde supostamente tinham assentado as povoações humanas mais antigas". Identificou assim, primeiro cinco "centros de origem" das plantas cultiváveis. Mais tarde, esse número aumentou para sete ou oito (segundo as fontes).

A paixão de Vavilov pelas plantas vinha de longe. "Vavilov começou a coleccionar plantas durante a infância: tinha um pequeno herbário em casa", escrevia em 1991 Barry Mendel Cohen (que fizera a sua tese de doutoramento sobre o cientista) num texto publicado na revista Economic Botany.

"Contudo", prossegue Cohen, "a primeira verdadeira expedição destinada à recolha de plantas foi a sua viagem à Pérsia em 1916" – em plena Primeira Guerra Mundial. Vavilov não fora recrutado pelo exército por razões de saúde e o Ministério da Agricultura decidira então enviá-lo em missão à Pérsia.

Aquela expedição, que durou de Maio a Agosto, foi certamente uma aventura, salienta Cohen. "Primeiro, Vavilov ficou detido na fronteira durante três dias pelas autoridades russas, porque transportava com ele alguns manuais em alemão e mantinha um diário escrito em inglês" – um hábito que tinha adquirido durante a sua estadia no Reino Unido. Vavilov "foi acusado de ser um espião alemão e só foi libertado quando chegou a confirmação oficial da autenticidade dos seus documentos", acrescenta Cohen.

Cerca de 60% dos produtores dos Açores falidos um ano após o fim das quotas leiteiras

LUSA 30/03/2016 - 08:36

Estimativa é feita pela federação do sector da produção de leite nos Açores, que diz que se está a atravessar a "maior crise de sempre".

 
Produtores de leite dos Açores estão com dificuldades em enfrentar liberalização

Um ano após o fim das quotas leiteiras na União Europeia (UE), cerca de 60% dos 2132 produtores de leite dos Açores, que representam 30% da produção nacional, encontram-se em situação de falência técnica, segundo a federação do sector.

Na sequência da liberalização do mercado europeu a 1 de abril de 2015, o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, considerou que o sector leiteiro está a atravessar a sua "maior crise de sempre" e defendeu a adopção de medidas regionais, nacionais e europeias para inverter a situação.

O presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, numa reivindicação em que é acompanhado por Jorge Rita, tem vindo a preconizar um envelope financeiro extraordinário no âmbito do programa específico para as regiões ultraperiféricas da UE, o POSEI, para fazer face aos impactos negativos do fim do regime de quotas, situação que se agravou com o embargo russo aos produtos europeus.

No âmbito da crise do leite, a Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu visitou os Açores, em Novembro de 2015, para constatar 'in loco' as dificuldades com que o sector se confronta, tendo acompanhando Vasco Cordeiro e a lavoura nas suas reivindicações, ao salvaguardar a necessidade de o POSEI contemplar mecanismos para o arquipélago, visando lidar com as quedas do preço, dada a dependência económica e social desta fileira por parte da região.

Antes, em Setembro, a Comissão Europeia anunciou um pacote de ajudas de 500 milhões de euros para todos os Estados-membros, o que Vasco Cordeiro considerou "insuficiente" e "mal direccionado". Este mês, o secretário regional da Agricultura dos Açores manifestou-se desapontado com a ausência de medidas por parte da UE na sequência de uma reunião do Conselho de Ministros da Agricultura, em Bruxelas. "Vinha com mais expectativas relativamete às possíveis ajudas. Estamos perante um problema europeu e vínhamos todos, de uma forma geral, em busca de soluções europeias para as questões de financiamento", declarou Luís Neto Viveiros, numa conferência de imprensa, em Bruxelas.

Na mesma conferência de imprensa, o ministro português da Agricultura saudou o acordo entre os Estados-membros da UE sobre o princípio da necessidade de reduzir a produção de leite, mas lamentou que a decisão sobre a fonte de financiamento tenha ficado adiada. Capoulas Santos afirmou que os ministros europeus admitiram a necessidade de reduzir a produção, porque o mercado só se reequilibra "se houver uma redução do excesso de oferta enquanto novos mercados não forem abertos ou enquanto mercados tradicionais, como é o caso do mercado russo, não for reaberto".

Na semana passada, o Governo dos Açores anunciou, entre outras medidas, um programa de reestruturação do sector que se estima que venha a retirar da actividade 200 produtores, prevendo-se uma compensação financeira aos produtores de leite de vaca da região que se comprometam a abandonar a produção. Foi ainda aprovado um Sistema de Apoio Financeiro à Agricultura da Região Autónoma dos Açores (SAFIAGRI III) que terá um volume de empréstimos de cerca de 80 milhões de euros.

“Cinema com Terra” leva a agricultura e a ruralidade ao Porto

CARLOS PIRES 31/03/2016 - 19:14

Ciclo de cimena traz para as telas do cinema Passos Manuel, no Porto, documentários sobre ecologia.

 
Os organismo geneticamente modificados são um dos temas deste ciclo de cinema sobre ecologia JOÃO HENRIQUES
 
Há espaço no cinema para filmes que tratem sobre a agricultura, a ruralidade, a saúde e alimentação? Sim há, e estes estão à mostra a partir desta quinta-feira no cinema Passos Manuel, no Porto.

A 2ª mostra "Cinema com Terra" traz até à cidade Invicta em seis sessões, ao longo de três dias - desde quinta-feira, 31 de Março, até sábado, 2 de Abril – um conjunto de filmes que mostram uma renovação cinematográfica ao nível do documentário contemporâneo, que demonstra que os cineastas cada vez mais revelam interesse artístico e cívico pela ecologia.

Este ano, a cabeça de cartaz desta mostra é a jornalista de investigação e realizadora francesa Marie-Monique Robin, vencedora de diversos prémios e condecorada com a Legião de Honra pelo Governo francês, que estará presente neste ciclo durante os dois dias em que serão exibidos filmes da sua autoria. 

Durante o dia de abertura do programa, que decorre esta quinta-feira, pelas 18h, os filmes em cartaz são todos produzidos em Portugal e por portugueses, com documentários de Carlos Eduardo Viana, Gonçalo Mota, Sara Baga e José Vieira, que tratam a realidade rural e agrícola no nosso país a partir de aldeias de diferentes pontos do país. Uma verdadeira lição de como manter terrenos agrícolas, fazer cultivos à moda antiga e até mesmo de como preservar sementes naturais.

Os dias de sexta-feira e de sábado são dedicados à exibição de filmes de Marie-Monique Robin, que, "embora com imagens por vezes cruas, apresenta a ecologia pelo seu lado positivo e não catastrofista, já que visa sempre lançar os debates públicos e promover as lutas cívicas", explica a organização, a cargo das associações Colher Para Semear e Campo Aberto.

Entre os filmes que serão exibidos está o conhecido documentário O Mundo Segundo a Monsanto, sobre a multinacional norte-americana que é hoje líder mundial do comércio de Organismos Geneticamente Modificados e que é considerada, pelo movimento ecologista mundial, como um dos grandes poluidores da era industrial. Graças a este documentário e ao livro homónimo, que está traduzido em 15 línguas, o debate sobre os transgénicos e a agroquímica mantém-se vivo: a Greenpeace enviou-o a todos os deputados franceses e, frequentemente, a autora apresenta-os em muitos dos países mais afectados pela introdução dos transgénicos. o programa completo pode ser consultado aqui. 

O abandono dos territórios agrícolas e o desaparecimento das tradições rurais, assim como a preocupação crescente com a degradação do meio ambiente têm despertado o interesse de muitos realizadores e produtores que, através do documentário, têm chamado a atemção para a situação actual da agricultura e da ecologia.

Em Portugal, há 20 anos que se realizam filmes sobre estas temáticas. A ideia surgiu no seio da associação Colher Para Semear – Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais, que está directamente ligada às práticas agrícolas e à produção de alimentos, ideia a que aderiu a Campo Aberto – Associação de Defesa do Ambiente, com sede no Porto.

Culturas de milho nos EUA superam todas as expectativas

 04-04-2016 
 

 
Os últimos resultados publicados pelo Departamento de Agricultura os Estados Unidos sobre as culturas de milho para esta campanha superaram todas as expectativas.

O Departamento de Agricultura os Estados Unidos (USDA) estima 93,601 milhões de acres, valor que é o terceiro mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial. Ultrapassa em 3,6 milhões de acres o resultados que o USDA estimou no mês anterior e em 5,6 milhões a superfície cultivada no ano anterior.

O anúncio destes valores do USDA provocou a queda imediata das cotações dos contratos de futuro na Bolsa de Chicago. O aumento da superfície cultivada de milho deve-se a uma redução da superfície de soja e, sobretudo, de trigo. O USDA prevê uma área cultivada de soja de 82,23 milhões de acres frente aos 83,07 milhões previstos o mês passado e os 82,65 milhões cultivados no ano anterior.

No caso do trigo, o Departamento espera 11,35 milhões de acres cultivados, menos 1,7 milhões que o previsto à um mês e quase menos dois milhões em relação ao ano passado.

Fonte: Agrodigital

Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola: candidaturas até 1 de julho



 01 Abril 2016, sexta-feira  AgroflorestalAgricultura

Abriram esta sexta-feira, 1 de abril de 2016, a III edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola (CA).
credito agricultura
A iniciativa, lançada em parceria com a Inovisa, pretende promover o empreendedorismo e a inovação nos setores da agricultura, agroindústria, floresta e mar, premiando quem investe nestes setores.
O período de candidaturas decorre até 1 de julho de 2016 sendo que a inscrição deverá ser submetida através do site do CA.
O prémio distingue os projetos mais inovadores nas seguintes áreas: "Produção e Transformação"; "Comercialização e Internacionalização"; "Investigação e Desenvolvimento Tecnológico"; "Desenvolvimento Rural"; "Jovem Empresário Rural" e "Projetos de Elevado Potencial promovidos por Associados do Crédito Agrícola".
Cada um dos vencedores é premiado com 5000 euros.
Haverá igualmente uma menção honrosa no valor de 2.500 euros para cada uma destas quadro categorias: "Produção e Transformação"; "Comercialização e Internacionalização"; "Investigação e Desenvolvimento Tecnológico" e "Desenvolvimento Rural".
Para mais informações, os interessados poderão consultar www.premioinovacao.pt.
No âmbito do Prémio Empreendedorismo e Inovação, o CA organiza um ciclo de seminários dedicado aos setores agrícola, agroindustrial, florestal e do mar.
O primeiro decorreu esta sexta-feira, 1 de abril, em Vila Nova de Gaia.
A 15 de abril é a vez de Bragança, a 29 em Castelo Branco, Portalegre recebe o evento no dia 18 de maio e Tavira no dia 22 de junho.
O encerramento acontece em novembro de 2016, em Lisboa.

Xylella fastidiosa: confirmada causa da bactéria



 05 Abril 2016, terça-feira  Agroflorestal

Os trabalhos de investigação, patrocinados pela EFSA - European Food Safety Authority, vêm confirmar que a bactéria xylella fastidiosa é a responsável pelo desaparecimento de milhares de oliveiras no sul de Itália.

Este estudo, que acaba de ser publicado, vem pôr fim a uma série de especulações que vinham a ser postas sobre a responsabilidade da bactéria na vaga de destruição dos olivais no sul de Itália.
Está, assim, dada a razão a quem defendeu o abate e destruição das oliveiras contaminadas com a bactéria.
Em Itália, a oposição ao abate das árvores tinha vindo a crescer, com o argumento de que não seria a xylella fastidiosa a responsável pela doença dos olivais.
O estudo vem também mostrar que há variedades de oliveiras que são muito mais resistentes que outras. Parece também estar provado que a vinha e o castanheiro resistem e não são atacados pela bactéria.
A EFSA publicou, entretanto, a lista de todas as plantas que são sensíveis à xylella fastidiosa. Pretende-se com esta lista alertar as entidades sanitárias locais para tomarem as devidas medidas de prevenção.
Fonte: Agroinfo

França quer interdição imediata de inseticida



 05 Abril 2016, terça-feira  AgroflorestalAgricultura

O ministro da Agricultura francês, Stéphane Le Foll, anunciou que vai pedir a Bruxelas a proibição imediata do uso do inseticida dimethoate, utilizado na fileira arborícola, em particular, muito utilizado nas cerejeiras, na luta contra a moscadrosophila suzukii.
A França quer a proibição imediata da utilização deste inseticida, no tratamento de frutas e legumes, em todo o território comunitário e também a proibição da entrada de cargas provenientes de países que autorizem este inseticida.
Com este pedido de urgência, a Comissão Europeia tem sete dias para se pronunciar. Passado este prazo e se não houver decisão, a França invocará a clausula de salvaguarda nacional e proibirá a importação de cerejas de todos os países onde o inseticida é autorizado.
Em 2013, a EFSA (European Food Safety Authority) identificou problemas ligados à utilização deste produto, pedindo aos Estados-membros que investigassem as consequências da sua utilização.
As autoridades francesas, depois da investigação que realizaram, decidiram retirar do mercado este insecticida, cuja marca comercial é Dimate BF 400.
Fonte: Agroinfo

Empreendedores agrícolas vão ter guia sobre como lançar negócio

ANA RUTE SILVA 04/04/2016 - 19:48

Documento foi elaborado pela Inovisa, incubadora do Instituto Superior de Agronomia, e é uma iniciativa da McDonald's.

 
Novos negócios na agricultura incluem utilização de tecnologia JOSÉ SARMENTO MATOS

Um guia para empreendedores agrícolas vai ser lançado na terça-feira em Lisboa e é o primeiro dedicado ao sector, com informações sobre modelos de negócio, burocracias necessárias para abrir uma empresa ou financiamento. A iniciativa é da McDonald's e o documento, em formato digital, foi elaborado pela Inovisa, a incubadora de empresas do Instituto Superior de Agronomia (ISA).

Luís Mira, professor e presidente da Inovisa, explica que o ponto de partida foi criar um documento completo, inspirado no existente Guia do Empreendedor do IAPMEI, mas adaptado à realidade agrícola e aos novos conceitos de inovação, como a lean inovation. Neste modelo dá-se importância ao teste do produto no mercado: a ideia inicial vai sendo melhorada à medida dos resultados que se obtém junto dos potenciais clientes, numa metodologia que, diz Luís Mira, "é muito mãos na massa".

Além da componente teórica, o guia inclui vídeos com casos práticos de parceiros da McDonald's, como a Vitacress, produtora de alfaces lavadas e embaladas que fornece a cadeia de restauração, ou a Campotec, que fornece, por exemplo, o tomate fatiado. A MacDonald's lançou a MBIA (McDonald's Business Initiative for Agriculture) para produzir e partilhar conhecimento entre os agricultores e aproximá-los do "universo de empreendedorismo nacional". Na terça-feira haverá uma espécie de TED Talk onde estarão empresas já instaladas, como a Terrius, um agrupamento de agricultores da Serra de S. Mamede que promove os produtos locais, e empreendedores que vão divulgar as suas ideias de negócio.

"Tenho dado apoio a jovens agricultores numa formação – são pessoas que já estão preparadas – e o normal é não terem pensado de forma estruturada nos modelos de negócio e nas opções técnicas que têm. Não há um pensamento de um modelo de negócio", ilustra Luís Mira, para se referir à necessidade de um guia orientador.

O professor do ISA diz que, a par das empresas já instaladas e com dimensão, há outras novas a surgir, "muito ligadas ao regadio e ao Alqueva, onde há disponibilidade de água e boas condições para produção". Os novos negócios incluem a produção intensiva não só de frutos secos (amêndoa), como de olival. Há ainda um "empreendedorismo ligado à prestação de serviços à agricultura", relacionados com automatismo ou digitalização de processos. "A IBM e a Google estão a olhar para o sector, que tem imensas oportunidades por explorar na área da robótica e automatismo", detalha.

Nova praga pode pôr em causa a produção de pinhão

Março 31
11:11
2016

Segundo um estudo apresentado pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), uma das razões que está a levar à redução da produção de pinhão em Portugal, prende-se com o aparecimento de um insecto originário da América do Norte e recentemente chegado à Europa.

O seu nome científico é Leptoglossus occidentalis e é um percevejo que consome o pinhão, mesmo antes de este se desenvolver, sendo por isso também conhecido pelo nome de sugador de pinhas.

Esta praga causa, assim, a deformação das pinhas e o ressequimento do pinhão, provocando elevadas perdas na produção.

O insecto suga o interior do pinhão e, mesmo que não o faça na totalidade, danifica-o, sendo que depois deixa de ter valor comercial.

Neste momento, ainda não é possível quantificar o montante dos prejuízos que atingem os nossos pinhais, mas continua o estudo começado em 2014 pelo Centro de Estudos Florestais do ISA, na zona de Coruche.

O pinhão é um produto florestal de alto valor e tem sido uma mais-valia para certas regiões do nosso país.

Na Península Ibérica concentram-se cerca de 75% dos pinheiros mansos e Portugal é, a seguir a Espanha, o país com maior área plantada. Nos últimos dez anos, esta área aumentou cerca de 54%.

Vítor Menino reeleito Presidente da FPAS

Março 31
11:09
2016

A eleição dos órgãos sociais da FPAS para o mandato 2016-2018 teve lugar no dia 30 de Março, na Assembleia Geral eleitoral, tendo havido apenas uma lista concorrente, encabeçada pela ALISP, na pessoa de Vítor Menino e com a vice-presidência da APAC, na pessoa de David Neves, à semelhança do que acontecia no mandato 2014-2016.

De resto, os órgãos sociais mantêm-se integralmente inalterados. As Associações presentes em Assembleia Geral consideraram que qualquer alteração na estrutura directiva da FPAS, no contexto actual do sector, seria factor desestabilizador de todos os processos em curso.

Na hora de tomar posse para o seu terceiro mandato consecutivo, Vítor Menino enalteceu o trabalho realizado por toda a direcção cessante, realçando o facto que, em 2015, a FPAS promoveu e participou em mais de 200 reuniões, maioritariamente relacionadas com a crise do sector, relevando que as motivações para continuar a presidir à FPAS se prendem com a manutenção da equipa directiva que o acompanhou nos últimos dois anos.

Na mesma Assembleia Geral foram apresentados e unanimemente aprovados os relatórios de gestão e contas de 2015.

 Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores

Campanha de azeite 2015-2016 cresceu 63%


por Ana Rita Costa- 1 Abril, 2016Enviar este artigo 

A produção nacional de azeite atingiu as 99,3 mil toneladas na campanha de 2015-2016, um crescimento de 63% face à campanha anterior e de 41% em relação à média das últimas cinco campanhas (70,2 mil toneladas).

Os dados são do Sistema de Informação sobre o Azeite e a Azeitona de Mesa (SIAZ) e dizem respeito a uma amostra de 160 lagares, que representam cerca de 90% da produção total nacional de azeite.

De acordo com o SIAZ, o crescimento na última campanha produtiva é fruto "da entrada em produção de cruzeiro de novos olivais, em regime intensivo e superintensivo de regadio e com variedades de oliveiras mais produtivas, no Alentejo".

A quantidade de azeitona que deu entrada nos lagares aumentou significativamente e o rendimento da azeitona laborada foi superior, ultrapassando os 15%. Para além disso, na última campanha, o Alentejo passou a representar cerca de 76% da produção nacional de azeite, com outras regiões a demonstrarem também aumentos significativos de produção, com exceção da região Norte, onde o aumento foi reduzido.

No que diz respeito à distribuição da produção pelos quatro meses da campanha de laboração dos lagares (outubro – janeiro), destaque para o mês de novembro com 46% do total produzido, seguidopelo mês de dezembro (36%). A produção em janeiro foi residual (4%).

Vinho. As mulheres já vencem num mundo de homens


 O vinho português está a conquistar crescente notoriedade no mundo. Não só pelo aumento das exportações – pelo sexto ano consecutivo, as vendas de vinho ao exterior estão a crescer e valem já quase 740 milhões de euros -, mas pela atenção que a crítica e as revistas da especialidade concedem a Portugal. 

Não é, por acaso, que a 'bíblia dos vinhos', a revista norte-americana Wine Spectator, dedicou a sua edição de agosto de 2015 a Portugal, destacando que "o confronto entre a tradição e a modernidade, no meio de uma incrível variedade de castas, de terroirs e de culturas de vinificação, torna Portugal um dos produtores de vinho mais dinâmicos no mundo de hoje". 

Grande parte do sucesso internacional dos vinhos portugueses é feito no feminino. Se é verdade que o mundo dos vinhos é ainda predominantemente um universo masculino, não é menos certo que há um número crescente de mulheres a fazer a diferença. E a arrecadar prémios e distinções dentro de portas e além-fronteiras.

 Veja-se o caso de Susana Esteban, a galega radical em Portugal e que ainda hoje é a única mulher no vinho em Portugal distinguida com o título de 'Enólogo do ano' pela Revista de Vinhos, em 2012. Já este ano, a revista Wine considerou-a 'Produtor Revelação do Ano', pelo seu projeto no Alentejo. 

Vinho Verde Mas não é caso único. O Pintas 2011, vinho da duriense Wine & Soul, um projeto de Sandra Tavares e do marido Jorge Borges, continua a ser o vinho de mesa português mais bem pontuado de sempre, com 98 pontos pela Wine Spectator. 

Filipa Pato pertence a uma longa linhagem de produtores de vinho na Bairrada, que remonta ao século XVIII, pelo menos. Filha de Luís Pato, foi a primeira, e até agora única, mulher portuguesa a ganhar o Óscar do Vinho, distinção atribuída pela prestigiada revista gourmet alemã Feinschmeker em 2011.

 Já Leonor Freitas, a responsável da Casa Ermelinda Freitas, foi distinguida pelo ex-presidente da República, Cavaco Silva, com o grau de comendador da Ordem de Mérito Agrícola. E desde que assumiu a gestão da Casa Ermelinda Freitas, os seus vinhos já arrecadaram mais de 600 prémios e distinções em todo o mundo. 

"Houve um trabalho extraordinário, em termos de enologia, nos vinhos em Portugal nas últimas duas décadas e, finalmente, isso está a ser reconhecido", diz Susana Esteban.

 Joana Santiago é outra das mulheres do vinho com quem falamos. E se ainda não contabiliza distinções como as anteriores, para lá caminha. Até porque só recentemente se dedicou, de facto, em pleno ao sector vitivinícola, que vai dividindo com a advocacia. Também é a mais nova de todas as que entrevistamos. E embora os seus vinhos só tenham chegado ao mercado em 2013, têm vindo a suscitar grande entusiasmo da crítica especializada, com pontuações que variam entre os 88 pontos da Advocate, os 89 da Wine Spectator e os 90 pontos da Wine Enthusiast. 

Os vinhos portugueses estão na moda? E a que se deve o seu crescente sucesso internacional? Para Leonor Freitas, a explicação reside na qualidade. "Os vinhos portugueses evoluíram muito. Houve um enorme desenvolvimento nos conhecimentos da viticultura e da enologia e hoje temos vinhos modernos e competitivos" num mundo globalizado, diz.

 Filipa Pato é, provavelmente, a quinta geração na linhagem da família a dedicar-se aos vinhos. Mas considera que é preciso manter a mente aberta e estar em constante contacto com o que se faz noutras paragens. Por isso, todos os anos aproveita as férias para, com o marido e os filhos, conhecer uma região vitivinícola diferente e visitar os vários produtores. 

No Natal, foi a vez da África do Sul, mas já esteve em várias regiões vitivinícolas em França, em Itália, no Canadá e nos Estados Unidos, entre outros. "Não podemos pensar que fazemos o melhor vinho do mundo nem nos devemos fechar no nosso casulo. O mundo é grande e para que possamos, também, valorizar o que fazemos temos de conhecer o que os outros fazem", diz. 

Susana Esteban acredita que a diferença está na capacidade de promoção de Portugal no mundo. "Houve um trabalho extraordinário, em termos de enologia, nos vinhos em Portugal nas últimas duas décadas e, finalmente, isso está a ser reconhecido", diz. A jovem enóloga que trocou a Galiza por terras nacionais não têm dúvidas sobre a qualidade ímpar dos vinhos nacionais. "Portugal tem um portfólio vitivinícola dos melhores do mundo. 

Tem uma diversidade de microclimas de norte a sul e uma variedade imensa de castas autóctones. Tem tudo para ter excelentes vinhos e completamente diferentes de tudo o que se faz no mundo. O que tem falhado? Talvez a comunicação, porque a verdade é que, quando provam os nossos vinhos, gostam. E, finalmente, o mundo está a descobrir os vinhos portugueses", defende. 

Joana Santiago concorda. "Os vinhos portugueses evoluíram muito e têm hoje um padrão de qualidade que se iguala a qualquer umas das grandes regiões vitivinícolas mundiais", diz. E porque o mundo "está direcionado para os vinhos portugueses", há que aproveitar todas as oportunidades para o promover. "Ou apanhamos este comboio ou nunca mais. Temos todas as ferramentas à nossa disposição", garante. 

A responsável da Quinta de Santiago dá o exemplo da Prowein, a maior feira de vinhos do mundo, que recentemente decorreu na Alemanha, em Dusseldorf, e na qual o pavilhão de Portugal teve "muito mais interessados do que é habitual". E porque a promoção também é feita de esforços conjuntos, Joana associou-se a três produtores da região e criaram o Vinho Verde Young Projects: Fazem promoção conjunta e dividem esforços e custos.

 Portugal obteve, em 2014, a sua melhor performance de sempre, com seis vinhos no top 100 dos melhores do mundo da Wine Spectator. Mais importante ainda, o melhor vinho do mundo no top desse ano foi o Dow's Vintage Port 2011, com 99 pontos em 100 possíveis. O Chryseia 2011, da Prats & Symington, e o Quinta do Vale Meão 2011 ficaram em terceiro e quarto lugar, respetivamente, ambos com 97 pontos. No top 100 de 2015, Portugal voltou a contar com cinco vinhos distinguidos, embora nenhum constasse entre os 10 melhores.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Indústria papeleira considera discriminação do eucalipto inaceitável

A revogação do regime de arborização e rearborização, mais conhecido como lei dos eucaliptos, está a preocupar a indústria papeleira que considera inaceitável a discriminação negativa de uma espécie florestal eficiente.

Para o diretor-geral da Associação da Indústria Papeleira (CELPA), o regime jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização (RJAAR) trouxe "disciplina, pleno cumprimento da lei e facilidade de fiscalização", pelo que a sua revogação "com o propósito exclusivo de penalizar uma fileira eficiente e discriminar negativamente uma espécie florestal não é aceitável".
Carlos Amaral Vieira, que foi na semana passada à comissão parlamentar de Agricultura e Mar dar conta das preocupações da CELPA, sublinhou que o RJAAR é um "documento de disciplina processual" que se destina a ser aplicado por todas as fileiras florestais, no momento de proporem uma nova arborização ou rearborização, que "não favorece a plantação de eucaliptos".
A revogação desta legislação estava inscrita no programa de Governo do PS e o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, anunciou, em meados de janeiro, que tinha "praticamente concluído" com vista a "parar a legislação que permitia a plantação indiscriminada".
O responsável da CELPA considera, no entanto, que "a principal ameaça à sustentabilidade das indústrias da fileira florestal", incluindo cortiça, pinho e eucalipto, é a falta de matéria-prima florestal e contesta a intenção de colocar dificuldades à plantação de eucalipto, argumentando que devia ser seguido o "bom exemplo" e estender as práticas destas plantações às restantes fileiras.

Lembra ainda que Portugal perdeu 150 mil hectares de floresta entre 1995 e 2010 e que, na área do eucalipto, a escassez de matéria-prima "tem vindo a implicar a importação de cerca de dois milhões de metros cúbicos/ano de madeira certificada, proveniente da América do Sul, no valor de 200 milhões de euros por ano".
A fileira industrial papeleira representa 5% das exportações nacionais e engloba mais de 400.000 produtores florestais privados que gerem cerca de 200 mil hectares de floresta certificada.

Carlos Amaral Vieira defende que a certificação da gestão florestal deve ser assumida como "desígnio nacional" e considera "urgente" aproveitar as áreas incultas com aptidão florestal e melhorar a produtividade das áreas existentes para "suprir o enorme défice" de matérias-primas das indústrias de base florestal.

Por outro lado, deve manter-se um sistema de licenciamento de arborizações e rearborizações com regras claras, prazos de decisão curtos e registos centralizados, mantendo o deferimento tácito, um regime simplificado de comunicação prévia nalgumas situações justificadas e ainda a igualdade entre espécies.
Dinheiro Digital com Lusa

Joana Santiago. Uma advogada nos Vinhos Verdes

 Ilídia Pinto 02.04.2016 / 15:15 

Joana Santiago é o rosto da Quinta de Santiago 

Dinheiro Vivo Advogada, Joana Santiago divide a vida entre Ovar, onde reside, e Monção, onde se situa a Quinta de Santiago, propriedade da família desde 1899.

 Temendo pelo legado, a avó Mariazinha desafiou o filho e a neta, Joana, a dedicarem-se à produção de vinho. Até então as uvas da propriedade eram vendidas a produtores na região. 

O primeiro vinho chegou ao mercado em 2013 com apenas seis mil garrafas. Em 2015, e já com três gamas de produtos diferentes (ao Quinta de Santiago Colheita juntaram-se o Reserva e o Rosé, que chega neste ano às prateleiras), já foram cerca de 20 mil as garrafas produzidas. Em estudo está o lançamento de um espumante. 

Desde o arranque do projeto, e incluindo os gastos na renovação da vinha, mas também na construção da nova adega e em equipamentos, a família já investiu mais de 750 mil euros. No ano passado faturaram 170 mil euros. Neste ano vão investir mais 50 mil na plantação de um hectare de vinha. Têm 6,5 hectares, para já. Alemanha, Suíça, Inglaterra e Canadá são os principais mercados externos. - 

Mais de 7,5 toneladas de leitão apreendidas pela ASAE


O valor total da carne ascendia a 38 mil euros
Foto ASAE/DR

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu cerca de 840 carcaças de leitão, num total de mais de 7,5 toneladas, num entreposto frigorífico localizado no concelho de Ílhavo.

A apreensão deveu-se ao facto de os produtos, todos eles congelados, não terem documentos de acompanhamento e, por isso, não se saber a sua proveniência. Além disso, algumas das carnes já não se encontravam em condições de ser consumidas.

A ação de fiscalização da ASAE, na quinta-feira à tarde, teve como objetivo verificar as condições de armazenamento e de distribuição de produtos alimentares, de forma a garantir o cumprimento dos requisitos legais e específicos em termos de segurança alimentar.

Segundo o JN apurou, junto de fonte oficial daquela entidade, será feita, agora, uma avaliação dos produtos apreendidos. Os que estiverem em condições de consumo poderão ser utilizados para alimentação animal, caso haja concordância do proprietário dos mesmos. Os restantes serão destruídos.

O valor total da carne ascendia a 38 mil euros, tendo sido instaurado à empresa em questão um processo de contraordenação, por falta de rastreabilidade dos produtos bem como falta de requisitos obrigatórios.

domingo, 3 de abril de 2016

Exportações de vinhos nacionais valeram 740 M€ em 2015


por Ana Rita Costa- 31 Março, 2016Enviar este artigo  Imprimir Este Artigo
vinhos - Vida Rural

A conclusão é do mais recente estudo sobre o setor vinícola publicado pela Informa D&B: as exportações de vinho nacionais cresceram 2% em 2015, alcançando um valor de 740 milhões de euros. As importações, por sua vez, mantiveram-se nos 126 milhões de euros, "o que resulta num superavit comercial do setor superior a 600 milhões."

Os dados agora revelados mostram que, no período em análise, cerca de 65% das exportações totais em valor corresponderam a vinhos com denominação de origem, destacando-se o vinho do Porto, com uma participação sobre o total superior a 40%.

Os países da União Europeia são o destino de cerca de 55% das exportações, com a França e o Reino Unido à frente da lista de países europeus a consumirem vinho português. Em relação ao volume de produção, a campanha 2014-2015 situou-se nos 6,2 milhões de hectolitros, 0,6% menos do que na campanha anterior.

De acordo com o estudo da Informa D&B, "o número de empresas com atividade no setor manteve nos últimos anos uma tendência de alta", alcançando as 1070 no final de 2014. O volume de emprego setorial também aumentou ligeiramente entre 2012 e 2014, passando de 8 573 para 8 827 trabalhadores.

Os operadores de pequena dimensão predominam no setor, com o número médio de colaboradores por empresa a situar-se abaixo das 10 pessoas. Só 25 empresas empregam mais de 50 trabalhadores.

Guiné Bissau: agricultores passam a comparticipar aquisição de alfaias agrícolas

 03 Abril 2016, domingo  AgroflorestalAgricultura

Os pequenos agricultores da Guiné Bissau vão passar a comparticipar em 40% as alfaias agrícolas oferecidas pelo Governo, indicou recentemente o ministro da Agricultura, Aníbal Pereira.
O responsável pela agricultura guineense fez o anúncio no ato da assinatura de um protocolo com o Ministério da Economia e Finanças, que gere a Agência Nacional do Crédito, instituição que detêm as alfaias agrícolas do Governo. 
Até aqui o equipamento era doado aos agricultores ou alugado às comunidades através de preços simbólicos, mas, regra geral, o material acabava por ter pouco tempo de vida devido à falta de manutenção ou de cuidados essenciais. 
A partir de agora o agricultor que quiser adquirir uma motobomba, uma descascadora, um moinho ou uma motocultivadora, terá que desembolsar 40% do valor do equipamento num prazo máximo de quatro anos. 
«O objetivo é levar os camponeses, as organizações camponesas, a contribuírem para as suas atividades. É uma forma de responsabilização do camponês perante o valor do material que vai receber», defendeu o ministro guineense, citado pela Lusa. 
A ideia, adiantou ainda Aníbal Pereira, é repor os equipamentos e ainda levar a banca comercial a interessar-se pelo processo de captação de fundos que serão reutilizados na agricultura, sobretudo, ao nível da atividade familiar. 
A agricultura é tida como a base da economia da Guiné Bissau, mas o uso das máquinas é ainda diminuto, embora, nos últimos anos, o Governo tenha vindo a introduzir algumas alfaias, oferecidas pela Índia.

Doenças do sobreiro é tema de formação em Coruche



 03 Abril 2016, domingo  Agroflorestal

A 8 de abril de 2016, o edifício INOV Floresta, em Coruche, recebe uma ação de formação dedicada às doenças do sobreiro.
sobreiro
O objetivo geral desta formação passa por facultar noções gerais sobre fitossanidade florestal, dando especial ênfase às doenças do sobreiro em Portugal causadas por fungos e outros organismos do solo (oomicetas).
«Espera-se que os formandos fiquem familiarizados com os principais sinais e sintomas de doenças do sobreiro e consigam utilizar a melhor metodologia para a recolha de amostras para análise», informa a organizadão.
Serão ainda abordadas algumas medidas de gestão para minimizar a expressão dessas doenças.
De forma mais técnica, a ação visa promover:
- o conhecimento das principais características do montado de sobro, a sua vitalidade e fatores de degradação mais importantes;
- o reconhecimento das condições que favorecem o desenvolvimento dos principais agentes causadores de doença em sobreiro;
- identificação das principais doenças do sobreiro em Portugal, e conhecimento dos aspetos mais importantes da sua bioecologia;
- conhecimento do ciclo biológico dos organismos nocivos mais comuns;
- conhecimento dos diferentes métodos de recolha e acondicionamento de material vegetal e de solo para análise laboratorial;
- familiarização com as estratégias de prevenção adequadas e disponíveis para mitigar o efeito dos principais agentes causadores de doença em sobreiro.
Helena Bragança e Ana Cristina Moreira são as formadoras desta iniciativa.
A acção é organizada pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), APFC, União da Floresta Mediterrânica (UNAC) e pelo município de Coruche.

«Não há empréstimo mais seguro do que aos agricultores», garante Capoulas Santos

 03 Abril 2016, domingo  Política AgrícolaAgricultura

O ministro da Agricultura pediu aos bancos para adiantarem dinheiro para investimentos que ultrapassem a dotação anual e tenham aprovação garantida. Ainda há 23 mil candidaturas em lista de espera no PDR 2020.
agricultura

Luís Capoulas Santos considerou esta sexta-feira, 1 de abril de 2016, que o Crédito Agrícola (CA) é «a prova de que não há empréstimo mais seguro do que aquele que é feito aos agricultores», que «honram os seus compromissos financeiros mais do que porventura quaisquer outros agentes económicos de outras áreas, sem desprimor para elas».
O elogio à «honra» e ao «cumprimento da palavra dada» pelos agricultores foi deixado pelo ministro como «uma boa garantia» e num apelo aos bancos para que lhes adiantem dinheiro para projetos que tenham a garantia prévia da sua aprovação no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), o instrumento financiado por verbas de Bruxelas para executar a Política Agrícola Comum na vertente de apoio ao investimento.
 É que neste momento há 24 mil projetos candidatados e alguns deles com montantes de investimento que praticamente esgotam a dotação total do PDR até ao final da década – no valor de cerca de quatro mil milhões de euros.

Significa assim que «essa abundância impede de os aprovar a todos num único ano». O ex-eurodeputado falou na tarde de 1 de abril durante um seminário promovido em Vila Nova de Gaia pelo CA, que tem uma quota de mercado de 22,9% no setor primário e, apesar de perder negócio, aumentou os lucros em 2015. 
«Daí o apelo que faço à banca no sentido de podermos encontrar mecanismos de financiamento que permitam aprovar mais projectos do que aqueles que correspondem à dotação anual se do lado da banca, com a aprovação do projeto e a respetiva garantia, seja possível avançar a componente financeira correspondente, sendo depois ressarcida quando o projeto for aprovado no ano seguinte», resumiu o governante, ressalvando que isto só se aplica a projetos que ultrapassem a dotação financeira do ano. 
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural referiu que quer «usar plenamente» este envelope financeiro para «atingir o objetivo político de manter nesta legislatura o sector a crescer ao ritmo da última década, que foi o dobro do verificado no resto da economia. «E pretendemos com esse objetivo alcançar num horizonte de cinco anos algo que, porventura há séculos, a agricultura portuguesa persegue, que é o equilíbrio da nossa balança comercial agrícola em valor», acrescentou, voltando a destacar o setor hortofrutícola.
Investimentos de 263 milhões em marcha

Num encontro em que destacou que agricultura nacional é «cada vez mais uma atividade de sofisticação tecnológica, de aplicação de conhecimento científico e não aquela atividade com pinceladas de medievalidade, como muitos ainda hoje a observam», reconheceu que a transição entre quadros comunitários é «sempre complicada», até desculpou a fraca execução do PDR2020 no primeiro ano (2014), mas considerou-a «preocupante» no ano passado. 
Superados «uma boa parte» dos constrangimentos, incluindo informáticos, Capoulas Santos prometeu que dentro de uma semana será assinado o milésimo contrato para ajudas financeiras a investimentos nas explorações agrícolas, na agroindústria e a jovens e pequenos agricultores. «Até ao final da semana vão ser contratados os primeiros mil projetos, que correspondem a um investimento na ordem de 263 milhões de euros», calculou. 
No entanto, recordou que são mil projetos num universo de 24 mil candidaturas que estão neste momento pendentes de aprovação nos serviços do Ministério e aos quais «será preciso imprimir uma dinâmica de maior velocidade para que este ano possamos ter finalmente uma execução a 100%». Este programa tem uma dotação anual que ronda os 600 milhões de euros, sendo que 90 milhões correspondem ao cofinanciamento nacional, que é de 15%, e os restantes 510 milhões ao financiamento comunitário.

 E foi como uma «batalha» que Capoulas Santos se referiu ao Orçamento do Estado para 2016, já promulgado pelo Presidente da República. Isto porque era preciso garantir a inclusão desta fatia de 90 milhões de euros para alavancar e utilizar em pleno os fundos comunitários durante este ano, quando a orientação dada aos ministérios era a de que as dotações não poderiam ultrapassar os valores de 2015, que na tutela da Agricultura, por várias razões, se tinha ficado por 60 milhões de euros.
Fonte: Negócios

Ministro da Agricultura anuncia €15 milhões para reparar estragos no Douro e Baixo Mondego



 01 Abril 2016, sexta-feira  ViticulturaAgricultura

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou esta sexta-feira, em Braga, que vão ser disponibilizados cerca de 15 milhões de euros para ajudar a reparar os estragos provocados pelas intempéries de fevereiro no Douro e Vale do Mondego.
douro
Segundo Capoulas Santos, nos próximos dias serão publicadas em Diário da República as portarias referentes aos apoios, devendo os interessados apresentar as suas candidaturas entre 15 e 30 de abril.
Os apoios destinam-se, sobretudo, à replantação de vinhas e à reposição de muros, sistemas de rega, estufas e outras estruturas que foram destruídas pelo mau tempo.
«Foram identificados prejuízos em 57 municípios», referiu o ministro, adiantando que as obras de reparação dos estragos poderão arrancar no princípio do verão.
Capoulas Santos destacou o caso dos muros do Douro, elementos considerados fundamentais para a classificação daquela região como Património da Humanidade.
O ministro falava durante um seminário sobre "Produção de Leite no Entre Douro e Minho: Questões da Actualidade", promovido pela CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal).
Fonte: Lusa 

Guia prático do empreendedor agrícola lançado em Lisboa



 30 Março 2016, quarta-feira  Investigacao & DesenvolvimentoAgricultura

Realiza-se na manhã do dia 5 de abril de 2016 (terça-feira) no Altis Belém, em Lisboa, a primeira MBIA Talk dedicada à Inovação e ao Empreendedorismo no setor agrícola e agroindustrial e onde será lançado o Guia Prático do Empreendedor Agrícola.
agricultura
Integrada na MBIA – McDonald's Business Initiative for Agriculture – a iniciativa da McDonald's para o empreendedorismo agrícola da empresa, a 1.ª MBIA Talk «quer afirmar-se como um espaço de discussão de ideias sobre o setor agrícola, apoio à inovação e ao empreendedorismo agrícola e agroalimentar», avançam os promotores, em comunicado.
A MBIA Talk inclui o lançamento do Guia do Empreendedor Agrícola, o "Elevator pitch" direcionado a startups do setor agrícola e agroindustrial, a apresentação de casos de sucesso de empresas de fora do setor agrícola e agroindustrial, «que podem ser inspiradoras e ponto de partida para novos projetos» e um debate com intervenientes oriundos do setor empresarial, associativo e bancário.
Miguel Frasquilho, presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, encerra o evento.
Recorde-se que a MBIA – McDonald's® Business Initiative for Agriculture – é uma iniciativa que visa promover o desenvolvimento do setor agrícola nacional.
Procura fazê-lo através da geração e partilha de conhecimento e da criação de uma relação de colaboração e proximidade entre os agricultores e o universo do empreendedorismo nacional. 

China elimina reserva estatal de milho e liberaliza os preços

 01 Abril 2016, sexta-feira  Cerealicultura

A China, um país que por questões de segurança estratégica detém grandes reservas estatais de cereais, carne e outros alimentos básicos, anunciou esta semana, que acabará com a reserva de milho, liberalizando os preços daquele grão.
china
A medida visa a melhoria da eficiência no setor e redução da diferença dos preços entre o mercado doméstico e internacional, que produziu um aumento das importações e entraves à comercialização da produção nacional.
Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, que cita a Administração Estatal de Cereais, estão ainda previstos a concessão de subsídios aos produtores de milhos chineses e incentivos às empresas que comprem a produtores domésticos.
A reforma, que entrará em vigor em outubro deste ano, é considerada pelos analistas como a maior empreendida no setor de produção de cereais da China, e surge em linha com as medidas promovidas por Pequim visando a transição para um modelo económico assente no consumo.
No entanto, acarreta também riscos, nomeadamente uma queda abrupta dos preços, que resultaria na falta de incentivos para o cultivo e diminuição da oferta, alertam os especialistas.
Poderá também afetar alguns dos principais exportadores de cereais para a China, como os Estados Unidos da América ou a Austrália.
Estima-se que a reserva estatal de milho da China, criada há nove anos, ronde os 250 milhões de toneladas, uma cifra que supera o consumo anual do país (segundo maior consumidor mundial de milho).
A liberalização começará com a venda no mercado de 40 milhões de toneladas ainda este ano, destacou a Xinhua. Uma reforma semelhante afetou já as reservas estratégicas da China de produtos como o algodão, a soja ou a colza. 

UE: nova legislação sobre sanidade animal entra em vigor a partir de 20 de abril



 01 Abril 2016, sexta-feira  AgropecuáriaAgricultura

O regulamento das doenças animais transmissíveis, popularmente conhecido como Lei de Sanidade Animal, já foi publicado e entra em vigor no próximo dia 20 de abril de 2016.
animal
Este regulamento foi aprovado formalmente pelos ministros da Agricultura da União Europeia em dezembro passado.
Pela primeira vez são enumeradas as doenças específicas que estão sujeitas a medidas de prevenção e controlo em toda a União e propõe medidas concretas sobre forma de abordar estas doenças, com uma abordagem comum para tarefas críticas, tais como a deteção temporária, vigilância, identificação dos animais e o intercâmbio de informação.
Esta nova normativa, resultado de três anos de negociações, tem como objetivo estabelecer um quadro jurídico único global de normas para a saúde animal e pública da União Europeia, em substituição de diversas legislações acumuladas nos últimos anos.
Em comparação com o sistema anterior, a nova Lei de Sanidade Animal proporciona instruções simples e claras às autoridades nacionais para que possam centrar-se nas principais prioridades na luta contra as doenças animais.
A nova legislação também esclarece a divisão de responsabilidades entre os tratadores de animais, os seus proprietários, intermediários comerciantes, veterinários e autoridades.
Os tratadores, proprietários e intermediários estão obrigados a aplicar os princípios de boas práticas de criação e administração prudente de medicamentos, enquanto os veterinários são responsáveis de consciencializar sobre a relação entre a saúde e bem-estar animal e a saúde humana.
O documento coloca em prática melhores ferramentas de notificação e vigilância para lutar contra as doenças animais. Permite à Comissão tomar medidas urgentes para fazer frente a doenças que podem ter um «impacto muito significativo» na sanidade animal e a produção pecuária.
A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) será consultada no momento de atualizar a lista europeia de doenças potencialmente perigosas e as organizações de agricultores, associações veterinárias e os movimentos defensores dos animais serão tidos em conta para a preparação de planos de contingência.
Fonte: Agrodigital

Azambuja debate potencialidades do Figo-da-Índia



 31 Março 2016, quinta-feira  Pequenos Frutos
A 6 de abril de 2016 o auditório municipal Páteo do Valverde, na Azambuja, recebe o colóquio dedicado às "Oportunidades e potencialidades para a produção da figueira-da-índia", no âmbito do programa "Construir o futuro em torno da inovação", dinamizado pela OpuntiaTec Consultoria Agronómica.
figo da india
O evento, que começa às 20h30, irá abordar a cultura, o mercado bem como o escoamento, a comercialização do produto e os apoios comunitários disponíveis para a prática da cultura.
A participação no evento é gratuita mas a inscrição deverá ser efetuada através do seguinte e-mail: pateodoconhecimento@cm-azambuja.pt

Barcelos: câmara isenta produtores de taxas agropecuárias



 03 Abril 2016, domingo  AgropecuáriaAgricultura

A Câmara Municipal de Barcelos aprovou, em reunião extraordinária, no dia 29 de março, a alteração do Regulamento de Taxas pela realização de infraestruturas urbanísticas e obras de edificação do município de Barcelos.
barcelos
A medida, explica o município, prende-se com o facto de «as explorações agropecuárias, em concreto o setor do leite, fruto das conjunturas nacional e internacional, estar a atravessar um momento difícil o que tem gerado o encerramento de explorações agropecuárias em número significativo».
«O concelho de Barcelos é líder nacional na produção de leite há muitos anos e por isso o setor leiteiro é estruturante para o tecido socioeconómico». 
Assim, «o município de Barcelos tem, por essa razão, a obrigação de promover políticas que visem salvaguardar a manutenção do maior número possível de explorações leiteiras, pelo que uma das políticas passa por aliviar a carga fiscal de natureza municipal que incide sobre os exploradores, com especial incidência nas taxas devidas pelo licenciamento e/ou legalizações de infraestruturas agropecuárias» referiu o presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes.

CNA: Crise do Leite e da Carne Suína não se resolve com mezinhas…



Os Produtores Pecuários e o País precisam de Ajudas mas para produzir !

A CNA, Confederação Nacional da Agricultura, a APPLC, Associação Portuguesa de Produtores de Leite e Carne, e os nossos Agricultores  reafirmam que não se resolvem  os  gravíssimos  problemas do Leite e da Carne Suína, com as mezinhas repetidamente  anunciadas  pela UE e  pelo Ministério da Agricultura.

Salienta-se que a Produção de Leite e de Carne é fundamental para o nosso País, quer do ponto de vista económico quer da nossa Alimentação.

Já se disse que, no plano europeu, é INDISPENSÁVEL a retoma de mecanismos públicos - como foram as "Quotas Leiteiras" - para controlar e para repartir a Produção de Leite pelos Estados-Membro e pelos respectivos Produtores de Leite. 

O fim das "Quotas Leiteiras" muito contribui para  a falta de escoamento do Leite e para os Preços muito baixos, à Produção.  

Preços à Produção que, em média, estão a 26 Cêntimos o litro de Leite (mas com muitos Produtores a venderem abaixo disso), enquanto que os Custos de Produção atingem os 33 Cêntimos o Litro, pelo que os  Produtores estão a perder muito dinheiro para continuarem a produzir. 

Em média, cada Vaca Leiteira  a produzir está a dar um prejuízo mensal na ordem dos 60 Euros (e até mais) !

E é necessário – e é possível -  controlar e restringir as Importações que invadem o nosso País e até põem em causa a qualidade alimentar.  Aliás, é isso mesmo que estão a fazer Espanha e França em relação áquilo que importam…



Se houver vontade política, é possível retomar as Quotas Leiteiras…

CNA e APPLC reafirmam que - se houver vontade política por parte do Ministério da Agricultura, do Governo Português e da UE - é possível retomar um sistema público de controlo da Produção, como foram as "Quotas Leiteiras" !

Tenha-se em conta que as "Quotas Leiteiras" acabaram (31 de Março de 2015) porque houve vontade política para que acabassem.  Portanto…


REGULAR  PELA  VIA  LEGISLATIVA  E  FISCALIZAR OS  HIPERMERCADOS

É necessário – URGENTEMENTE – regulamentar  pela via legislativa (Governo e Assembleia da  República) e fiscalizar a actividade especulativa dos Hipermercados que promovem as Importações desnecessárias e esmagam, em baixa, os Preços à Produção Nacional.

COMBATE  À  ESPECULAÇÃO  COM  OS  FACTORES  DE  PRODUÇÃO

Em relação aos Custos de Produção, tem que haver um combate à especulação com os preços das Rações, da Sanidade Animal, da Electricidade, dos Adubos,etc

MEDIDAS  IMEDIATAS 
 



Para o imediato, a  CNA e  a APPLC continuam a reclamar :

– O aumento da Ajuda da PAC – ligada à Produção -  à Vaca Leiteira.

-- A promoção de uma "retirada" – uma compra pública - a preços compensadores, das Vacas já fora da Produção Leiteira e dos Vitelos.

-- A isenção temporária do pagamento das Contribuições Mensais dos Produtores Pecuários para a Segurança Social, e sem perda de direitos, e não apenas a redução desses pagamentos em 50%.

-- A retoma do "desconto-reembolso" no consumo da Electricidade "Verde".

-- Linhas de Crédito bonificado mas a longo prazo (15 ou 20 anos), para desendividamento e para investimento dos Produtores Pecuários (e outros). 

MEDIDAS  JÁ  ANUNCIADAS  APÓS  O  CONSELHO  AGRÍCOLA

Mais uma vez, as medidas anunciadas pelo Conselho de Ministros da Agricultura da UE – os ministros da PAC - (de 14 de Março): -- Gestão voluntária da oferta -- Aumento dos auxílios financeiros estatais para reduzir as produções -- não resolvem a grave crise do Leite e  Carne Suína.   

Estas e outras medidas anunciadas, afinal, são "mais do mesmo" e até vão contra o interesse nacional mais estratégico…pois vão no sentido de se reduzir as nossas produções tão importantes como são o Leite e a Carne.

Em todo o caso, compete agora ao Ministro da Agricultura e ao Governo Português garantirem as verbas para apoiar os Produtores Pecuários nacionais.

Sim, são necessárias outras políticas agrícolas e de mercados que permitam aumentar os Preços à Produção Nacional. 

Sim é necessária outra PAC !

OUTRAS  RECLAMAÇÕES  MAIS  GERAIS

Ministério da Agricultura e Governo devem aprovar e fazer executar, rapidamente -- garantindo-lhes o respectivo financiamento público -- as candidaturas de Agricultores ao Investimento do PDR 2020 e a outras Ajudas da PAC, bem como as Candidaturas de Organizações Agro-Rurais à prestação da serviços aos Agricultores e para  Formação Profissional.


31 de Março de 2016 – Feira  AGRO (Braga)

A Direcção da  CNA

A Direcção da APPLC