sábado, 12 de março de 2016

Governo escolhe Gabriela Freitas para gerir fundos comunitários da agricultura


ANA RUTE SILVA 12/03/2016 - 12:59

Nova responsável foi chefe de gabinete de Jaime Silva e António Serrano, ministros da Agricultura de José Sócrates. Patrícia Cotrim, que cessa funções como gestora do PDR2020, garante que taxa de execução foi superior à que tem sido divulgada pelo Governo.

 
Ministro da Agricultura justificou afastamento da anterior equipa com baixa execução do programa MIGUEL MANSO

 Fundos comunitários tiveram uma execução de 4,5% em 2015
Gabriela Freitas será a nova gestora do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR2020), o quadro comunitário de apoio do sector para o período de 2014 a 2020. Ao que o PÚBLICO apurou, Rui Martinho e Maria Manuela Azevedo serão os sub-gestores, depois de o Governo ter afastado a equipa liderada por Patrícia Cotrim.

Os nomes passaram pelo crivo da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração, que avalia a adequação dos gestores públicos aos cargos. O parecer, que ainda não foi divulgado publicamente, é positivo e, ao que o PÚBLICO apurou, não foi apontada qualquer limitação ao currículo dos novos administradores.

A nova gestora do PDR2020 era, actualmente, assessora da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e foi chefe de gabinete de Jaime Silva, ministro da Agricultura no Governo de José Sócrates entre 1999 e 2002. Continuou a exercer as mesmas funções com o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades e, entre 2009 e 2011, foi chefe de gabinete de António Serrano, com a pasta da Agricultura nesse período e ainda com Sócrates a liderar o executivo. Rui Martinho foi gestor adjunto do PRODER (o anterior quadro comunitário) entre 2009 e 2014 e Maria Manuela Azevedo deixa a Direcção de Serviços de Informação Gestão e Administração, que integra a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Os novos responsáveis substituem Patrícia Cotrim, Alexandra Lopes e Maria Amélia Aragão.

O Ministério da Agricultura justificou o afastamento da equipa de gestão nomeada pelo anterior Governo PSD/CDS com a necessidade de "dar uma nova orientação política ao PDR" e "imprimir uma nova dinâmica, nomeadamente no que diz respeito à contratação e execução das medidas de apoio à agricultura". A taxa de execução dos fundos em 2014 e 2015 tem sido criticada por Capoulas Santos, que a situa nos 0% em 2014 e nos 12% em 2015. Contudo, numa nota divulgada no site do PDR2020, Patrícia Cotrim contrapõe os números do ministro e, citando o parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2014, garante que a execução dos fundos nesse ano foi de 2% (109 milhões de euros). Em 2015, a taxa situou-se nos 14% (498 milhões de euros). Até à data (11 de Março) o PDR 2020 foi executado em 17%, assegura.

Na sequência da exoneração da equipa, o CDS/PP decidiu chamar Patrícia Cotrim à comissão parlamentar de Agricultura, defendendo que as taxas de execução do programa comunitário não são baixas quando se compara o "histórico dos programas todos". Em declarações à Lusa, a deputada Patrícia Fonseca sublinhou que Portugal "foi dos primeiros países" a entregar o PDR2020, e este "foi dos primeiros a ser aprovado na Comissão Europeia".

"Os regulamentos comunitários só foram aprovados em Dezembro de 2014, por atrasos quer da Comissão, quer do próprio Parlamento Europeu, e o actual ministro da Agricultura, Capoulas Santos, era anteriormente eurodeputado e sabe isso muito bem", referiu. A taxa de execução de 12% em 2015 referida pelo ministro foi "muito superior à que o PRODER tinha com o mesmo tempo de execução", argumenta. O CDS diz que o Governo "tem a legitimidade para nomear quem entender para cargos públicos, mas não pode mentir aos portugueses".

No comunicado publicado no site do PDR 2020, Patrícia Cotrim escreve que, quando iniciou funções em Julho de 2014, substituindo Gabriela Ventura, encontrou "o PRODER com uma taxa de execução de 84%". Contudo ainda "não tinham sido iniciados quaisquer trabalhos que garantissem o arranque do PDR2020". "Era urgente pôr o PDR2020 a funcionar e garantir a execução do PRODER a 100% dentro dos prazos, sem criar novas estruturas: a equipa que até então apenas executava o PRODER tinha mesmo de acumular o desafio de operacionalizar também o novo programa. Tudo ao mesmo tempo com a mesma estrutura, diziam, é impossível!", continua. A equipa "de excelência" assegurou a execução a 100% do programa comunitário e deu início ao PDR2020 em Novembro de 2014, "simplificando procedimentos e aumentando a qualidade das decisões evitando assim sanções e devoluções de apoios no futuro".

Fazendo um balanço do trabalho feito, Patrícia Cotrim diz que o PRODER conseguiu 100% de execução seis meses antes do prazo estipulado pela Comissão Europeia. Enumera os 14.400 "projectos encerrados" e as 24.045 candidaturas submetidas ao PDR2020. Há ainda "4800 projectos contratados e mais 5000 candidaturas com parecer final favorável, prontas para poderem ser contratadas em função da dotação disponível". com Raquel Almeida Correia

Japão procura acabar com embargos a alimentos de Fukushima em 37 países


Cinco anos após o desastre nuclear de Fukushima, o Japão pretende que os 37 países que ainda proíbem ou limitam a importação de alimentos daquela região levantem as restrições, afirmou hoje o Governo.
«Gostaríamos de erradicar estes rumores danosos [sobre os produtos de Fukushima] mostrando os progressos na reconstrução através das nossas embaixadas», disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida, no dia em que se cumprem cinco anos do terramoto seguido de tsunami que desencadeou o acidente nuclear, o pior desde o Chernobil, na Ucrânia, em 1986.
O chefe da diplomacia nipónica comprometeu-se a «continuar a trabalhar» para que sejam levantadas estas barreiras, impostas devido às emissões da central que contaminaram as zonas próximas e que afetaram os produtos da agricultura, pecuária e pesca.
Diário Digital / Lusa

Portugal vai propor quotas de produção para o leite e carne de porco



A criação de quotas de produção com apoios a essa restrição para os setores do leite e da carne de porco são algumas das propostas que Portugal vai defender na segunda-feira em Bruxelas, antecipou hoje o ministro Capoulas Santos.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que se reúne na segunda-feira com os seus homólogos dos países da União Europeia, disse à agência Lusa que vai propor o "estabelecimento de um regime de quotas de produção" que, no caso do setor leiteiro, ao limitar a produção, permitiu nas últimas décadas manter os preços equilibrados".
O governante adiantou que vai defender apoios acrescidos à armazenagem, limiares de preços para produtos como o leite em pó e a manteiga e outras medidas temporariamente limitadoras da produção, como a redução do número de fêmeas reprodutoras no setor da carne de porco, e apoios à produção por cabeça de gado.
Entre os sete dos 27 estados-membros que apresentaram propostas, Portugal defende que a União Europeia negoceie, no plano político, para que seja levantado o embargo russo aos produtos europeus.
"As exportações para a Rússia estão há vários meses bloqueadas e os russos são grandes clientes de carne de porco e produtos lácteos da União Europeia e essa tem sido uma das razões que têm provocado a inundação do mercado interno e a consequente pressão negativa sobre os preços", recordou o ministro.
Capoulas Santos defendeu ainda que quaisquer ajudas a ambos os setores terão de passar por "medidas comunitárias", mas "admitiu adotar outras medidas" no plano nacional e anunciou já quais uma redução em 50% dos pagamentos à Segurança Social desses trabalhadores a partir de abril e até dezembro.
Dinheiro Digital com Lusa

Ministro da Agricultura surpreendido com 'manif' de suinicultores em Lisboa



O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, mostrou-se hoje surpreendido com a manifestação de suinicultores, em Lisboa, sobre a qual não foi informado, e disse não ter recebido qualquer pedido de audiência.

«Fui surpreendido hoje com um manifestação, para a qual não fui avisado, com um pedido de audiência que ninguém me solicitou e que ganhou grande proporção na comunicação social», afirmou Capoulas Santos aos jornalistas, em Évora.
Capoulas Santos reiterou que se trata de um problema de mercado, que impede o Governo de intervir.
Dinheiro Digital / Lusa

Esclarecimento sobre a posição pública de um grupo de suinicultores

COMUNICADO

MAFDR

Relativamente a uma nota tornada pública por um grupo de suinicultores, foram detetadas incorreções, sobre as quais o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural esclarece:
1 – A exclusão do setor da carne de suíno dos apoios comunitários atribuídos em setembro de 2015 foi uma decisão do Governo da altura, tendo o atual Governo tomado posse, como se sabe, no dia 26 de novembro de 2015;
2 – Desde que tomou posse, este Governo tem reunido diversas vezes e em diversas circunstâncias com os representantes do setor (10.12.2015; 13.12.2015; 22.12.2015; 23.02.2016);
3 – O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural constituiu um Gabinete de Crise para os Setores de Produção de Leite e de Carne de Suíno, que junta todas as entidades representativas das respetivas fileiras e que permitiu alcançar resultados positivos no que respeita à evolução do preço da carne de porco, tendo igualmente contribuído para algum escoamento do excesso de oferta;
4 – O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural desenvolveu um conjunto de iniciativas, tanto na frente interna como na frente externa, designadamente em Bruxelas e Moscovo, com o objetivo de contribuir para a elaboração de soluções comunitárias para a crise que se estende a todo o setor, a nível europeu;
5 – O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural apresentará na próxima segunda-feira, na reunião do Conselho de Ministros da Agricultura que decorrerá em Bruxelas, um conjunto de propostas com vista à resolução do problema, algumas das quais baseadas em sugestões apresentadas pelas organizações representativas do próprio setor;
6 – No plano nacional, e no âmbito do debate sobre o Orçamento do Estado para 2016, o Governo tem vindo a trabalhar com a Assembleia da República no sentido de inscrever no Orçamento do Estado a possibilidade de isentar os suinicultores do pagamento de 50% do valor da TSU.
7 – O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural tem estado, e continuará a estar, solidário com os produtores portugueses de carne de porco e empenhado na busca de soluções, tanto no plano nacional como no plano comunitário, que possam contribuir para atenuar os efeitos da crise, que infelizmente atinge o setor a nível europeu.

11.03.2016
GABINETE DE IMPRENSA

“Não fiquem na torre de marfim”, diz aos cientistas o pai dos transgénicos

NICOLAU FERREIRA 10/03/2016 - 08:30

Um dos pioneiros da engenharia genética de plantas esteve em Oeiras a falar sobre os desafios da engenharia de plantas no combate à fome. Defensor dos transgénicos e crítico da Greenpeace, Marc Van Montagu pediu aos cientistas para saírem à rua e irem conhecer a sociedade

 
A equipa de Marc Van Montagu descobriu na década de 1980 como introduzir um gene numa planta usando a estratégia de uma bactéria ENRIC VIVES-RUBIO

É pouco frequente ouvir-se alguém das ciências naturais defender as ciências sociais. Mas foi exactamente assim que o bioquímico Marc Van Montagu iniciou a conferência que deu esta semana no Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa, em Oeiras. "As pessoas dizem que os cientistas não respeitam a sociedade, que não ouvem a sociedade. E isso é um facto", disse aos cientistas o belga, nascido em 1933 e que em 2013 recebeu o Prémio Mundial da Alimentação pelo desenvolvimento das plantas transgénicas. "Nos programas das disciplinas [dos estudantes] não há contacto com as ciências sociais, com as ciências económicas. Vocês não compreendem o que é a sociedade, como é que as pessoas vivem, como é que vocês vivem."

Esta ideia vinha na sequência dos desenvolvimentos potenciais que a biotecnologia aplicada pode trazer à agricultura e ao combate à fome num mundo cada vez mais populoso. "A sociedade quer aplicações", frisou. Mas os cientistas só poderão dar as respostas certas "se não ficarem na sua torre de marfim nos laboratórios", acrescentou, pedindo à plateia para fazer contactos e desenvolver colaborações, para aprender como é feita tradicionalmente a agricultura, e para identificar o conhecimento que já existe e aquele que a ciência pode oferecer.

As palavras de Marc Van Montagu têm a carga emocional da sua experiência nas últimas décadas com o debate dos organismos transgénicos. O prémio que recebeu em 2013 foi devido ao trabalho em engenharia genética de plantas da sua equipa, na Universidade de Gante, na Bélgica, no início da década de 1980.

Em traços largos, os cientistas aprenderam com a bactéria Agrobacterium tumefaciens como introduzir um gene novo nas plantas. A Agrobacterium tumefaciens infecta plantas e põe as células vegetais a multiplicarem-se anormalmente, causando tumores. Ao mesmo tempo, as células das plantas passam a produzir nutrientes importantes para a bactéria. A equipa de Marc Van Montagu descobriu que a bactéria usa um pedaço de ADN — chamado plasmídeo — para introduzir material genético no ADN das células das plantas. Em Janeiro de 1983, os cientistas conseguiram usar o plasmídeo para colocar um gene na planta do tabaco.

Não foram os únicos: pela mesma altura, Mary-Dell Chilton, da Universidade de Washington, e Robert Fraley, da empresa produtora de sementes Monsanto, fizeram o mesmo mas com a planta Arabidopsis thaliana — o modelo de estudo de eleição da biologia vegetal. Estes dois investigadores dividiram o prémio de 2013 com Marc Van Montagu.

De qualquer modo, o avanço abriu as portas para os organismos geneticamente modificados (OGM) e para toda a discussão trazida pelo movimento ambientalista que está contra os transgénicos, alegando que há outras formas na agricultura de se lutar contra a fome. Hoje, os países da União Europeia têm muita dificuldade em plantar variedades transgénicas na agricultura.

Marc Van Montagu é um fervoroso defensor dos transgénicos, alegando que ainda não foram encontradas provas de que os transgénicos tenham efeitos negativos na saúde e no ambiente. "Setenta por cento do algodão do mundo é transgénico", explicou o investigador à plateia do auditório do ITQB, referindo-se à variedade que tem um gene que produz um insecticida contra pragas de insectos que atacam o algodoeiro. "Não tenham medo, ele [este algodão] não é assim tão perigoso", acrescentou, em tom de piada.

Ao PÚBLICO, o cientista explicou a dificuldade de alterar as opiniões acerca dos transgénicos. "Aprendemos que não é possível provar que alguma coisa não é perigosa. Não se pode provar que o monstro do Loch Ness não existe", disse Marc Van Montagu, que é também presidente da Federação Europeia de Biotecnologia. Para o investigador, tanto a organização ambientalista Greenpeace como outros activistas usam as emoções e o medo para colocar a sociedade contra os transgénicos na alimentação.

"A necessidade está lá", sustentou o investigador, referindo-se aos agricultores pobres em África que poderiam ter maiores produções agrícolas usando sementes transgénicas. Segundo o cientista, pode-se evitar o controlo das grandes empresas sobre estes agricultores. "A produção de arroz dourado na Índia [rico em beta-caroteno, precursor da vitamina A] foi negociada", exemplificou. "É apenas preciso escrever nos contratos que o preço das sementes fica naquele valor e não sobe." 

Eurodeputados aprovam regras para prevenir resistência aos antibióticos

10-03-2016 

 
O Parlamento Europeu aprovou alterações a uma proposta de regulamento sobre os medicamentos veterinários, que visa melhorar a disponibilidade destes medicamentos, reduzir os encargos administrativos, estimular a inovação no sector e lutar contra a resistência aos antibióticos.

Os medicamentos veterinários antimicrobianos não devem, em circunstância alguma, ser utilizados para melhorar os níveis de produção ou para compensar a inobservância de boas práticas de criação de animais, diz o Parlamento Europeu.

A resistência aos medicamentos antimicrobianos para uso humano e animal é um problema de saúde crescente na União Europeia (UE) e a nível mundial. Muitos dos agentes antimicrobianos utilizados em animais são igualmente utilizados em seres humanos. Alguns desses agentes são essenciais para a prevenção ou o tratamento de infeções potencialmente fatais nos humanos.

«A luta contra a resistência aos antibióticos deve começar nos locais de criação de animais. Pretendemos, em especial, proibir a utilização puramente preventiva dos antibióticos, restringir os tratamentos em massa a casos bem específicos, proibir a utilização veterinária de antibióticos de importância crítica para a medicina humana e pôr fim à venda através da Internet de medicamentos antimicrobianos. Graças a estas medidas, esperamos reduzir a quantidade de antibióticos que se encontram no prato dos consumidores», disse a relatora do Parlamento Europeu sobre esta proposta de regulamento, Françoise Grossetête (PPE, FR).

«Não devemos, no entanto, reduzir o arsenal terapêutico dos veterinários. Este regulamento deve ser feito de modo a facilitar o seu trabalho. É essencial encorajar a investigação e a inovação neste sector», acrescentou.

A utilização profilática de rotina de agentes antimicrobianos será proibida, de acordo com as alterações aprovadas pelo Parlamento Europeu. A sua utilização só deve ser permitida, «individualmente, em animais e, desde que devidamente justificada por um veterinário, com indicações excepcionais». O Parlamento Europeu realça também a importância de garantir a produção de medicamentos veterinários seguros, eficazes e acessíveis.

Os eurodeputados aprovaram ainda alterações a uma proposta que dissocia as disposições que regulam os medicamentos veterinários das que regem os medicamentos humanos.

Fonte: Parlamento Europeu

Franceses assustados com problemas na vinha

11 Março, 2016 03:17 | Revista de Vinhos


Cerca de 10% da área total de vinha da França – uns bons 80.000 hectares – está a definhar. Esta área é equivalente a cerca de um terço da área de vinha portuguesa. O problema não é de agora mas tem-se vindo a agravar nas últimas décadas e, a continuar assim, poderá colocar a França numa posição subalterna no que toca à produção de vinho. E isto para já nem falar na potencial perda de qualidade.

Na origem do problema está um conjunto de doenças, onde entra o Oídio e o Míldio, a Flavescência Dourada e as doenças do lenho, como a Esca. O alerta foi dado recentemente por Jérôme Despey, presidente do conselho vitícola de FranceAgriMer, o organismo público qui faz a gestão da agricultura francesa. Em marcha está já um plano de acção, baseado em investigação, e que prevê um orçamento de 1,5 milhões de euros. Este volume, da responsabilidade dos viticultores franceses, poderá ser duplicado se o estado francês colocar no plano de acção o mesmo investimento que a fileira do vinho. Aliás, algumas associações francesas já vieram dizer que a luta contra os inimigos da videira deveria ser considerada "uma prioridade nacional". 

O plano de acção quer usar os recursos de organismos de investigação franceses (e exteriores), como o INRA (Institut national de la recherche agronomique) e a Universidade de Bordéus. O intuito é ganhar conhecimento e ajustar as linhas de acção imediatas. A este propósito, disse Jérôme Agostini, o presidente do CNIV, o Conseil national des vins à appellation (AOC, IGP): "o nível de conhecimentos sobre o definhar da videira revelou as lacunas no conhecimento dos fenómenos em jogo". Este dirigente associativo reclama a autorização de recorrer a videiras resistentes, já utilizadas e comprovadas nos vizinhos da França, nomeadamente a Suíça, Alemanha e Itália. Ao que parece, já foram identificadas 25 castas e os agricultores franceses querem que se comece desde já a fazer testes em várias regiões, para determinar quais as que podem ser usadas com maior eficácia.
Enquanto se discute o problema, o relógio continua a andar. E existe mesmo urgência em resolver o problema. Segundo um estudo encomendado o ano passado pela CNIV e uma empresa de estudos estratégicos, vão desaparecer, no espaço de uma década, 23% das videiras-mães e 34% dos viveiristas. Este estudo revelou ainda que em 40 anos, a vinha francesa recuou 37% em área e continua ao ritmo de 0,9% por ano. No mesmo espaço temporal, a produção baixou um terço. Pior ainda: a decadência na vinha francesa provocou, em zonas demarcadas, um abaixamento das produções por hectare autorizadas que chegam aos 4,6 hectolitros. O resultado é que a vinha francesa perde 2,1 a 3,4 milhões de hectolitros em 2014, o equivalente em dinheiro que oscila entre os 900 milhões e 1.000 milhões de euros. Se o fenómeno não for erradicado, em 2020, os prejuízos podem elevar-se para 2.000 milhões!

CONCENTRAÇÕES DE AGRICULTORES / TRATORADA

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL


SEGUNDA-FEIRA - 14 DE MARÇO – 201611H30 – FRENTE À DRAP NORTE – SRª DA HORA - MATOSINHOS E A SEGUIR FRENTE A DUAS GRANDES SUPERFÍCIES COMERCIAIS NA ZONA

As Organizações APROLEP, CNA/APPLC e FENALAC vão promover três concentrações de Agricultores na próxima segunda-feira, dia 14 de Março 2016, de acordo com o seguinte programa:
 A partir das 10.00 horas, concentração de tratores junto à Cruz Vermelha de Vilar- Vila do Conde e marcha pela EN13/via norte/ circunvalação.
 Entre as 11.30h e as 12:30h concentração frente à delegação da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (Sr.ª da Hora – Matosinhos) – nas imediações da EPT (Escola Prática de Transmissões).
 Concentração entre as 12:30h e as 13:30h junto ao Supermercado Pingo Doce, localizado no Centro de Negócios Rivitex.
 Concentração entre as 13:30 h e as 14:30 h nas imediações do NorteShopping e Continente (Av. Calouste Gulbenkian-Matosinhos).
A PRODUÇÃO DE LEITE EXIGE MEDIDAS URGENTES PARA SALVAR O SECTOR
- O atual nível do preço do leite à produção não permite a continuação da atividade em Portugal.
- A Produção exige medidas concretas no âmbito europeu e nacional que restaurem um nível mínimo de sustentabilidade económica da produção de leite.
- Os Operadores da Distribuição contribuem para a ruína da Produção. Preços de venda ao público não refletem os custos de produção.
- Compete aos Órgãos de Soberania, nomeadamente ao Governo, resolver a crise!
Porto, 11 de Março de 2016

FONTE: CNA

Comissão Europeia prevê menos colheita de trigo esta campanha

10-03-2016 
 

 
As previsões, embora muito preliminares, realizadas pela Comissão Europeia em relação à colheita de cereais na campanha 2016/2017, apontam para valores ligeiramente acima dos de 2015/2016.

Este aumento resulta de uma maior superfície cultivada em grande parte das culturas. Os maiores crescimentos registou-se nos cereais, que alcançaram melhore preços, como é o caso do milho, cevada e trigo duro. A superfície de trigo branco parece manter-se em alterações.

A Comissão estima uma produção total de cereais para a próxima colheita de 313,43 milhões de toneladas, o que supõe um aumento de 0,4 por cento frente às 312,197 milhões de toneladas da campanha passada e de mais 3,1 por cento em comparação com a média das últimas cinco campanhas.

Para o trigo branco espera-se uma produção de 143,566 milhões de toneladas, o que supõe uma descida de 5,5 por cento em comparação com a colheita recorde da campanha anterior. Pelo contrário, a produção de milho cresce 16 por cento até 67,326 milhões de toneladas.

Fonte: Agrodigital

CE: Em 2016 aumenta produção de carne de bovino, porco, ave, ovino e caprino.

10-03-2016 
 

 
Em 2016 espera-se que a produção e carne de bovino aumente na União Europeia cerca de dois por cento. O principal motivo é os preços baixos do leite puderem levar a um aumento dos abates de vacas leiteiras criando oferta de carne no mercado, segundo as estimativas da Comissão Europeia.

Para 2016, prevê-se que uma estabilização da produção Em 2015 registou-se um aumento da produção de carne de bovino em 2,2 por cento frente ao ano anterior. Os maiores aumentos deram-se na Polónia, mais 60 mil toneladas, o que supo mais 14 por cento., procedentes de vacas leiteiras e em Espanha, mais 58 mil toneladas, com um crescimento de 10 por cento.

Em relação à produção de porcos, registou-se na União Europeia (UE) um aumento de 3,6 por cento em 2015 frente ao ano anterior, apesar dos preços baixos assinalados durante o ano. Os pecuários reduziram a sua produção apenas no segundo semestre de 2015. O número de reprodutoras baixou em dois por cento no ano passado em comparação a 2014, com 200 menos 200 mil animais. A Comissão espera que em 2016 se estabilize a produção e que em 2017 aumente, mas menos de um por cento.

A produção der carne de ave também aumentou 3,7 por cento em 2015 em relação a 2014, até um total de 13,8 milhões de toneladas. A Polónia, o maior produtor da União Europeia, é também o que mais aumentou a sua produção Para 2016 e 2017, a Comissão Europeia espera que a produção continue em crescimento mas a menor ritmo.

Em 2015, a produção de carne de ovino cresceu quatro por cento e a de carpino 2,5 por cento depois de anos em queda. A Espanha e o Reino Unido são os países que mais aumentaram os seus cenos. Para 2016, a Comissão espera um crescimento da produção em torno de 0,5 por cento.

Fonte: Agrodigital

CONFAGRI Solidários com os Suinicultores

NOTA DE IMPRENSA



A CONFAGRI manifesta a sua solidariedade à luta dos Suinicultores face à grave crise do Setor que se arrasta sem solução visível depois de múltiplas reuniões e propostas.

A CONFAGRI, tanto em Lisboa como em Bruxelas, tem vindo e continua a apoiar a justa luta dos Suinicultores e que sem soluções económicas e financeiras não haverá futuro viável para o Setor.


CONFAGRI, 11 de Março de 2016

Recomendações da CE para reduzir o corte de rabo nos porcos

 10-03-2016 
 
A normativa comunitária sobre o bem-estar dos porcos, Directiva 2008/120/UE, apenas permite o corte de rabos para prevenir um comportamento anormal que se manifesta com mordidas entre os animais e que tem diferentes origens.

A Comissão publicou recomendações (Recomendação 2016/336/UE). De medidas para diminuir a necessidade de praticar o corte de rabo. Recomenda aos Estados-membros que se assegurem que as explorações pecuárias fazem uma avaliação do risco de incidência das mordidas mediante indicadores, tais como materiais de enriquecimento fornecido, higiene, conforto térmico, qualidade do ar, estado sanitário e dieta.

Em relação aos materiais de enriquecimento, a Comissão aconselha que sejam comestíveis, mastigáveis, exploráveis e manipuláveis e que se forneçam em quantidades suficientes, de forma acessível via oral, de interesse sustentável e sejam limpos e higiénicos.

Segundo os materiais de enriquecimento que cumpram estas recomendações, podem ser classificados em materiais óptimos, os que cumprem todas as características; subóptimos, os que cumprem a maior parte das características e os de interesse reduzido, os que fornecem distração aos porcos, mas não cobrem as suas necessidades essenciais.

A Comissão recomenda ainda aos Estados-membros que estabeleçam critérios de cumprimento dos requisitos estabelecidos na legislação e os ponham à disposição do público na internet.

Fonte: Agrodigital

Consumo mundial de azeite quase duplica nos últimos 25 anos

09-03-2016 
 

O consumo mundial durante o período compreendido entre 1990/2000 e 2015/2016 multiplicou por 1.8. Este crescimento é deve-se, sobretudo, ao aumento do consumo nos países não membros do Conselho Oleícola Internacional.

Nos países não membros do Conselho Oleícola Internacional (COI), o consumo tem vindo a aumentar regularmente nas últimas décadas, passando de representar 11 por cento do consumo mundial em 1990/1991 para 24 por cento em 2015/2016. Prevê-se que o consumo global aumente na campanha de 2015/2016 cerca de 4,6 por cento frente à campanha anterior, segundo dados do COI.

O consumo dos países da União Europeia (UE) aumentou até a campanha 2004/2005, superando dois milhões de toneladas e posteriormente baixou progressivamente até níveis semelhantes ao da campanha 1996/1997 com cerca de 1,6 milhões de toneladas. Itália tem tido sempre o consumo mais alto em volume, com registo de uma forte quebra a partir da campanha 2006/2007 até atingir os níveis mais baixos do período analisado em 2014/2015 coim 520 mil toneladas.

Espanha, por seu lado, apresentou uma curva mais errática da evolução do seu consumo, mas é a partir da campanha 2005/2006 quando começa a diminuir o consumo e ainda, a actualmente, não recuperou os valores anteriores. A Grécia, à semelhança de Itália, passa por uma forte redução do consumo nos anos de crise económica do país até valores de 160 mil toneladas, -22 por cento em relação às duas décadas anteriores.

A Grécia, apesar da descida do consumo total, segue na primeira posição, mas com uma quebra em comparação à campanha anterior e situa-se em 12,8 quilos de azeite per capita por ano, seguida pela Espanha, com 11,3 quilos; Portugal com 7,2 quilos e Chipre com 5,5 quilos. Os países do norte da Europa têm consumos abaixo de 1,7 quilos.

Entre os demais países membros do COI, o maior aumento ao longo das últimas campanhas registou-se na Turquia e Marrocos, onde as produções também cresceram, e actualmente consomem 1,7 e 3,6 quilos por habitante, respectivamente.

Entre os países não membros do COI, a evolução mais espectacular de consumo teve lugar nos Estados Unidos durante os últimos 25 anos, mas ainda reduzido, de 0,9 quilos por habitante, que é um valor semelhante ao do Reino Unidos e Alemanha.

Fonte: Agrodigital

Área de milho geneticamente modificado subiu para 8,5 mil hectares em 2014

09-03-2016 
 

 
Portugal tinha 8.542 hectares cultivados com milho geneticamente modificado em 2014, 6,8 por cento do total da área com esta espécie, o que representa uma subida de 6,8 por cento relativamente ao ano anterior, refere um estudo da Agência Portuguesa do Ambiente

O Relatório Estado do Ambiente elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e disponível no seu site refere que «Portugal viu a sua área de produção de milho geneticamente modificado (OGM) aumentar, em 2014, cerca de quatro por cento relativamente a 2013, ficando, no entanto, aquém dos valores registados em 2012», o ano com a maior presença desta cultura no país.

O Alentejo continua a ser a região com a maior área com milho geneticamente modificado, atingindo 5.456 hectares, seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo, com 2.074,2 hectares, enquanto o Algarve é a única zona portuguesa sem esta cultura.

Na União Europeia, a área ocupada por milho geneticamente modificado diminuiu 3,8 por cento em 2014 na comparação com 2013, e abrangia 143.015 hectares, sendo cinco os países que tinham este tipo de cultura: Portugal, Espanha, República Checa, Roménia e Eslováquia.

A nível mundial, a cultura geneticamente modificada com maior área é a soja, seguida do milho, algodão e colza, totalizando 181,5 milhões de hectares distribuídos por 18 países.

Fonte: Lusa

Eurodeputados aprovam regras para prevenir resistência aos antibióticos

10-03-2016 
  
O Parlamento Europeu aprovou alterações a uma proposta de regulamento sobre os medicamentos veterinários, que visa melhorar a disponibilidade destes medicamentos, reduzir os encargos administrativos, estimular a inovação no sector e lutar contra a resistência aos antibióticos.

Os medicamentos veterinários antimicrobianos não devem, em circunstância alguma, ser utilizados para melhorar os níveis de produção ou para compensar a inobservância de boas práticas de criação de animais, diz o Parlamento Europeu.

A resistência aos medicamentos antimicrobianos para uso humano e animal é um problema de saúde crescente na União Europeia (UE) e a nível mundial. Muitos dos agentes antimicrobianos utilizados em animais são igualmente utilizados em seres humanos. Alguns desses agentes são essenciais para a prevenção ou o tratamento de infeções potencialmente fatais nos humanos.

«A luta contra a resistência aos antibióticos deve começar nos locais de criação de animais. Pretendemos, em especial, proibir a utilização puramente preventiva dos antibióticos, restringir os tratamentos em massa a casos bem específicos, proibir a utilização veterinária de antibióticos de importância crítica para a medicina humana e pôr fim à venda através da Internet de medicamentos antimicrobianos. Graças a estas medidas, esperamos reduzir a quantidade de antibióticos que se encontram no prato dos consumidores», disse a relatora do Parlamento Europeu sobre esta proposta de regulamento, Françoise Grossetête (PPE, FR).

«Não devemos, no entanto, reduzir o arsenal terapêutico dos veterinários. Este regulamento deve ser feito de modo a facilitar o seu trabalho. É essencial encorajar a investigação e a inovação neste sector», acrescentou.

A utilização profilática de rotina de agentes antimicrobianos será proibida, de acordo com as alterações aprovadas pelo Parlamento Europeu. A sua utilização só deve ser permitida, «individualmente, em animais e, desde que devidamente justificada por um veterinário, com indicações excepcionais». O Parlamento Europeu realça também a importância de garantir a produção de medicamentos veterinários seguros, eficazes e acessíveis.

Os eurodeputados aprovaram ainda alterações a uma proposta que dissocia as disposições que regulam os medicamentos veterinários das que regem os medicamentos humanos.

Fonte: Parlamento Europeu

sexta-feira, 11 de março de 2016

A horta no telhado

Publicado  no "Linhas  de Elvas" de 10 de Março de 2016



Miguel Mota

Recebi informação de que, em França, legislação recente determina que todos os prédios a construir em zonas comerciais tenham os seus telhados ocupados com painéis solares ou com agricultura. A notícia trazia uma figura, que aqui reproduzo, com a devida vénia.
A notícia parece-me interessante, pois trata de mais um aproveitamento de um espaço que, na maioria dos casos, com os telhados de telhas, nada rende.
Para a agricultura, é mais um bom aproveitamento para aumentar significamente a produção de frutos e legumes, no seguimento de casos sobre os quais já tenho escrito, do que se obtém nos pequenos quintais e nas varandas.
Sobre a obtenção de energia, recordo algo que sugeri, num concurso que não ganhei. A proposta era que, em vez de painéis solares, colocados sobre o telhado, nas suas vertentes viradas a Sul, o próprio telhado fosse construído com módulos que, na sua construção, integrassem os painéis. Módulos semelhantes poderiam revestir pelo menos uma parte das fachadas viradas a Sul, para aproveitamento da imensa energia que o sol ali faz incidir. Isto aplica-se a painéis para aquecimento de água, ou para a produção de energia elétrica, com células fotovoltaicas.
Algum tempo depois vi notícias de algo desse género estar em marcha na Suécia e que, em Portugal, alguém tinha construído telhas com células fotovoltaicas. Nada mais sei destes temas, mas acredito que são boas formas de captar uma parte da energia que o sol derrama sobre a terra durante várias horas do dia.

Nestas vinhas são elas que mandam

10/3/2016, 19:04216 PARTILHAS

São enólogas, produtoras e CEO. Cinco mulheres de cinco regiões diferentes contam-nos como é trabalhar e prosperar na indústria do vinho, um mundo ainda muito dominado pelo sexo masculino.

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Susana Esteban é, até ao momento, a única mulher a ganhar o título de "Enólogo do Ano". Sim, no masculino.

Foi a curiosidade pelo vinho do Porto que a fez atravessar a fronteira: descer de Tui, na Galiza, até ao Douro. E foi entre inúmeros socalcos de vinhas que a galega Susana Esteban forjou o início de uma carreira já conceituada. Depois de um estágio na Sandeman, Susana dedicou uma série de anos (de 2002 a 2007) à Quinta do Crastro, onde teve a oportunidade de brilhar ao arrecadar distinções nacionais e internacionais: "Fomos os primeiros a conseguir 95 e 96 pontos pela Wine Spectator. Hoje em dia já há vinhos com 98 pontos, mas na altura não havia", lembra a enóloga ao Observador.

A esse prémio junta-se o que foi atribuído pela Revista de Vinhos em 2012. Susana é, até ao momento, a única mulher a ganhar o título de "Enólogo do Ano", que ironicamente está predefinido para surgir no masculino. "Para mim não foi estranho. Nas Rias Baixas, de onde sou, há muitas enólogas a trabalhar. Já em Rioja, onde tirei o mestrado, é o contrário", conta Susana Esteban. Sobre o facto de ser uma mulher bem-sucedida no universo vínico, a galega admite que em tempos teve alguns problemas na vinha:

Tive mais problemas com os trabalhadores na vinha porque, para eles, era estranho ter uma mulher a dar ordens. Os trabalhos da vinha costumam ser feitos pelas mulheres, mas normalmente quem manda são os homens. Era uma coisa muito exótica ter uma mulher espanhola na vinha a dar ordens. Hoje em dia já não há qualquer diferença."

Susana Esteban
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Desde a vindima de 2007 que Susana Esteban trocou o Douro vinhateiro pela região do Alentejo, onde trabalha como enóloga consultora — espalha a sua arte em diferentes projetos, tais como Tiago Cabaço, Monte da Raposinha e Monte dos Cabaços –, além de apostar nos projetos próprios, como os vinhos Procura e Aventura, sem esquecer o Sidecar, um vinho que vai para a segunda colheita e que, de ano para ano, é feito com o contributo de diferentes produtores (Filipa Pato foi a mais recente enóloga a participar).

E se, ao fim de todos estes anos, lhe perguntarmos de que região gosta mais, se do Douro se do Alentejo, Susana responde assim: "Isso é como perguntar-me se gosto mais do pai ou da mãe. O Douro foi o início e o Alentejo foi uma surpresa."

Filipa Pato, 40 anos, Bairrada
Filipa Pato ainda se lembra de brincar às escondidas numa das vinhas do pai, o famoso produtor bairradino de nome Luís Pato. Era na vinha Barrosa em particular, cuja plantação é dispersa, que costumava esconder-se das irmãs mais novas por entre inúmeros vinhedos — devia ter uns 10 anos e ainda o vinho estava longe de ser uma paixão para a vida. Crescer ao colo e entre abraços de um produtor foi um convite a conhecer de perto (e desde cedo) o mundo da enologia. Apesar disso, Filipa — cujo avô foi o primeiro a engarrafar vinho na Bairrada — não se recorda com exatidão da primeira vez que levou à boca um trago dos néctares bairradinos. Ao invés, confessa que fazia provas de vinho às escondidas, durante os almoços de família.

"O vinho nunca me foi indiferente, mas nunca pensei ir logo por esse caminho porque também gostava da vida citadina", conta Filipa ao Observador. Foi a ânsia de querer conhecer e viver mais que a levou a cruzar as fronteiras portuguesas já a universidade estava concluída: Bordéus foi o primeiro ponto de paragem, onde deu de caras (e nariz) com um perfil de vinho completamente diferente do português, e depois Austrália, cujos quatro meses foram passados lado a lado com um único produtor que lhe estimulou a sede de conhecimento, literalmente.


Filipa Pato
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Regressada a Portugal, Filipa decidiu-se a produzir vinhos próprios na região das Beiras e sem a ajuda do pai. "Na altura tratei de tudo. Foi muito difícil. Uma coisa é pegar numa vinha da família, outra é procurar por ela. Demoram-se anos a descobrir", desabafa. Estávamos em 2001 quando a então jovem de 25 anos arrancou com uma produção em seu nome — ter uma mulher tão nova num setor habitualmente dominado por homens era coisa rara, mas a produtora garante que nunca sentiu qualquer diferenciação e assegura que o que interessa é "a qualidade e a consistência" do trabalho.

E que trabalho. Formada em química, diz usar o conhecimento adquirido na faculdade para a evitar. É que o seu método de produção dito tradicional assenta em três pilares (se assim o pudermos afirmar): formas de vinificação antigas, vinhas velhas e a menor intervenção possível na adega. E o que acha o pai dos vinhos que a filha faz, Nossa Calcário tinto e branco incluídos? "Só perguntando-lhe", atira divertida.

Filipa Tomaz da Costa, 57 anos, Península de Setúbal
Os avós tinham uma adega em Gouveia, no Dão, onde era trabalhado o vinho destinado à família. A produção caseira era motivo mais do que suficiente para que os netos passassem o mês de setembro, ainda em férias escolares, de rabo para o ar a roubar uvas às videiras. "Andávamos no campo a apanhar as uvas. O avô chegava a pagar 50 escudos por um ou dois dias. Era uma fortuna para uma miúda de oito ou nove anos", recorda Filipa Tomaz da Costa. O mês de agosto estava para a praia como o de setembro para as vinhas e serra adjacente.

Talvez o gosto pelas uvas se tenha colado ao corpo (e à alma) desde tenra idade, talvez não. O certo é que Filipa Tomaz ainda hoje admite que apenas tirou o curso de agronomia porque, à época, o de enologia não existia. Não é por acaso que a enóloga tem uma carreira de mais de 30 anos dedicados aos vinhos da Península de Setúbal, produzidos sob a chancela da Bacalhôa Vinhos — mas já lá vamos.


Filipa Tomaz da Costa
Ricardo Palma Veiga
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Ainda o curso ia a meio e a respetiva empresa se chamava João Pires — mais tarde passou para J.P. Vinhos e ainda antes da viragem do milénio Joe Berardo torna-se no seu principal acionista –, quando Filipa é convidada para fazer a primeira vindima. Foi a porta para uma entrada triunfal: pisadas as uvas e feito o estágio, Filipa acabaria por ser convidada a ficar na empresa, isto em 1981. A enóloga conta com orgulho que assistiu ao primeiro engarrafamento do vinho Quinta da Bacalhôa. Hoje, é ela que o faz. Mais: desde 1993 desempenha as funções de diretora de enologia e, atualmente, é responsável pela produção de cerca de oito milhões de litros anuais, o que equivale a 12 milhões de garrafas de vinho. Falamos de brancos, tintos, rosés, Moscatéis de Setúbal e Roxo.

Apesar do sucesso evidente, o caminho para o alcançar fez-se solitário, pelo menos a julgar pela falta de representação do seu género no setor em cargos de topo. "Hoje em dia existem imensas enólogas, mas há 30 anos isso era raríssimo, estavam sobretudo na parte de laboratório e na parte comercial", conta. Filipa Tomaz da Costa garante que nunca teve problemas em arranjar trabalho, mas ainda hoje se recorda com gosto dos faxes que recebia endereçados a um "Filipe" em vez de "Filipa". Não obstante, diz que as dificuldades que as mulheres enfrentam no universo vínico são as mesmas que atingem o sexo feminino nas diferentes áreas laborais: "A única desvantagem é sempre monetariamente." Isto é: ganham menos.

Olga Martins, 40 anos, Douro
Olga Martins não teve o lado romântico de uma infância de quem cresce com os sentidos virados para o vinho, tal qual girassol. A paixão, essa, é tardia, mas nem por isso menos significativa (caso contrário, o que dizer dos colheita tardia?). Se, por um lado, a família não tinha especial ligação ao néctar de Baco, por outro, Olga ingressou na faculdade para estudar engenharia química. Com o tempo, a futura CEO e diretora comercial da Lavradores de Feitoria lá percebeu que o curso a tirar era o de enologia, pelo que, assim que pode, arregaçou as mangas (da camisa e das calças) e inaugurou-se na experiência das vindimas.

"Quis fazer uma vindima no primeiro ano do curso para ver se gostava daquilo. Se não gostasse, voltava para engenharia química", diz Olga Martins. Isso nunca aconteceu. O sítio escolhido para colher os cachos — e consequentemente as uvas — foi a duriense Quinta do Noval: "Foi um momento de paixão total. Tive um contacto com o vinho através de pessoas extremamente conhecedoras e muito apaixonadas. Gostei da sensação de estar na vinha, de pegar nas uvas e de as esmagar no lagar. Acabei a vindima e fiquei rendida, decidida a trabalhar no vinho e no Douro."


Olga Martins
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Dito e feito. À semelhança de outras pessoas na área, Olga Martins ainda partiu à descoberta do que era o vinho noutras paragens (como quem diz países), mas o rumo profissional levá-la-ia à Lavradores de Feitoria, empresa que nasceu em 2000 e que resultou da união de 15 produtores, proprietários de 18 quintas distribuídas pela região. "Fui muito acarinhada, mas confesso que senti (já não sinto) a necessidade de provar sempre o meu valor. Tenho em meu favor o facto de ter entrado na empresa logo no início e de ter crescido à medida que a empresa cresceu, mas há sempre um olhar, uma certa condescendência quando se vê uma mulher nova", admite Olga Martins.

Apesar disso, as mudanças de estratégia que Olga trouxe à empresa acabaram por dar resultado e tudo o resto serenou. Ainda são muitos os acionistas que a tratam por "menina", por uma questão de carinho, e o vinho, esse, continua a ser uma paixão arrebatadora. O mesmo diz da região: "A primeira coisa que faço depois de viajar muito é ir para a quinta que tenho no Douro. Aquele silêncio… é o meu sítio."

Marta Soares, 43 anos, Lisboa
Esta é uma história de amor, pelo vinho e pelo homem. A protagonista é Marta Soares, o nome e rosto à frente dos vinhos da propriedade Casal Figueira, na região vitivinícola de Lisboa. Marta sempre esteve ligada às artes plásticas, um ramo que quase a levou para os Estados Unidos onde tinha intenção de completar os estudos. Mas quis o destino (se este existir) que a portuguesa conhecesse António Carvalho, a sua quinta e os seus vinhos, e se apaixonasse pelo projeto "obstinado" mas também pelo homem.

António, o viticultor, estava determinado a trabalhar a muito temperamental Vital — casta praticamente desconhecida que beneficia de um clima atlântico e do solo calcário — na região de Lisboa. O trabalho e a pessoa por trás dele cativaram Marta Soares que depressa se decidiu a trocar o solo norte-americano pelas vinhas da quinta Casal Figueira. Os dois partilharam dez anos de uma vida em comum, tiveram dois filhos e viram muitos vinhos nascer. Até que a vida pregou-lhes uma partida.


Marta Soares
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Estávamos em 2009, em plena vindima. António Carvalho pisava as uvas quando teve um ataque cardíaco fulminante aos 41 anos. António não sobreviveu, mas o mesmo não se pode dizer das uvas que estavam no lagar a ser trabalhadas. Coube a Marta Soares continuar a demanda. "O António vindimou e prensou as uvas, fez toda esta parte do processo e eu, depois, vinifiquei. O vinho uniu-nos em vida e na morte", diz Marta, que ainda hoje está à frente do processo de produção dos vinhos que não são corrigidos e que recebem a quantidade mínima de sulfuroso.

Atrás de um grande vinho tem sempre de haver uma grande pessoa. Não faço distinção entre homem e mulher. O vinho tem que ver com paixão e com a humanidade que passa para os vinhos. Espero que venha alguém depois de mim, seja homem ou mulher. O que interessa é que venha alguém com paixão."

Campanha informa sobre agricultura biológica e quer generalizar consumo sustentável


Lusa 10 Mar, 2016, 15:53 | Economia

A associação da agricultura biológica juntou 14 municípios e 40 parceiros e lança quarta-feira uma campanha nacional de informação sobre consumo saudável e sustentável, para generalizar esta alternativa, aumentar a produção e conseguir preços mais baixos.

Andrea Pereira, da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), disse hoje à agência Lusa que "esta é a maior ação de comunicação na área do consumo sustentável e da alimentação biológica alguma vez feita em Portugal".

A iniciativa, referiu a organizadora, "surge da necessidade de divulgar o consumo de alimentos biológicos, ligado ao consumo justo e sustentável, de uma forma geral, e não apenas para grupos específicos".

A campanha Grow Green Semana "Pergunte pelo Bio", será apresentada na sexta-feira, em Canha, no concelho do Montijo, e vai decorrer de 11 a 16 de abril.

A ideia é, "através da consciencialização, aumentar a produção e o consumo" já que, "se as pessoas consumirem mais, haverá mais produção, e se há mais produção, os preços baixam", resumiu Andrea Pereira.

Para a Agrobio, a redução da distância entre o consumidor e o produtor também permite reduzir os preços do transporte e "uma das razões pelas quais o produto biológico é tão caro é que na sua grande parte é importado".

"Nós temos grande carência de produção, é um mercado em crescimento e precisamos de produtores", alertou a organizadora da Semana "Pergunte pelo Bio".

Ao contrário do que acontece em alguns países, principalmente do norte da Europa, em que a agricultura biológica "é a regra", em Portugal "ainda é a exceção" e, em 2014, abrangia 220 mil hectares, enquanto no ano passado este mercado representava cerca de 20 milhões de euros, valores que terão, segundo Andrea Pereira, subido este ano, atendendo ao aumento de 15% do número de candidaturas às medidas agro-ambientais.

"Pretende-se, pouco a pouco, mostrar às pessoas que o consumo sustentável é a única forma de vivermos neste planeta", realçou, recordando as decisões da conferência sobre alterações climáticas de Paris, decorrida em dezembro de 2015, acerca da necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Para a técnica da Agrobio, "é necessário haver, de facto, uma mudança de mentalidades e de consumo" para defender o planeta, mas também para optar por alternativas mais saudáveis.

Questionada acerca das razões para o afastamento dos consumidores da agricultura biológica, respondeu que "a principal tem a ver com os hábitos de vida das pessoas", destacando o nível de informação: "há muita falta de conhecimento relativamente a este assunto, as pessoas ainda não sabem bem o que é a agricultura biológica e também não sabem bem o que consomem".

Se o consumidor tiver noção do que está a consumir, "nomeadamente em relação às tecnologias usadas e àquilo que é usado para a produção daquele alimento, muitas vezes pesticidas, herbicidas, fungicidas que são prejudiciais à saúde humana, tem mais poder de escolha", salientou Andrea Pereira.

Em articulação com os 14 municípios envolvidos e os 40 parceiros, entre produtores, distribuidores e organizações não governamentais, como a ambientalista Quercus, será seguido em vários pontos do país um programa com atividades, `workshops` e palestras para esclarecer os portugueses acerca deste modo de produção mais amigo do ambiente e da saúde.

Capoulas Santos “em diligências” para encontrar novos gestores para os fundos comunitários



10.03.2016 às 12h073

A atual gestão do PDR2020 foi afastada pelo Governo socialista, depois da execução dos fundos comunitários, em 2015, não ter ultrapassado os 12%

Joana Madeira Pereira
JOANA MADEIRA PEREIRA

O ministro Capoulas Santos está a fazer "as diligências necessárias" para nomear os próximos gestores do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, indicou ao Expresso fonte oficial do Ministério da Agricultura, depois de na última terça-feira a tutela ter avançado com o pedido de exoneração das atuais gestoras dos fundos comunitários de apoio ao investimento à agricultura – e que será efetivo a partir de 22 de março.

A saída de Patrícia Cotrim, gestora do PDR 2020, e das adjuntas Alexandra Lopes e Maria Amélia Aragão, foi confirmada agora pelo Ministério da Agricultura, mas já era esperada há algum tempo, depois de o ministro da Agricultura Capoulas Santos ter, por diversas vezes, mostrado descontentamento perante os resultados da execução dos fundos desde que o PDR entrou em vigor. Segundo o ministério, a taxa de execução do programa comunitário foi de 0% em 2014 e 12% no ano passado, abaixo das expectativas do Governo socialista.

A 16 de janeiro deste ano, em entrevista ao caderno de Economia do Expresso, Capoulas Santos falou de um "buraco" de €350 milhões nas contas públicas portuguesas devido a "má gestão" do PDR 2020 pelo anterior ministério, liderado por Assunção Cristas, que terá assumido, por exemplo, mais compromissos financeiros nas medidas agroambientais (que incluem, por exemplo, as ajudas ao modo de produção biológico ou às culturas tradicionais de sequeiro) e que superaravam quase €300 milhões do que aquilo que estava previsto: "Em vez dos €576 milhões iniciais, estão comprometidos €872 milhões. Estas medidas já foram contratadas e terão de ser pagas todos os anos, até 2020. Vão ser pagas. Mas não só o OE tem de acomodar mais €300 milhões, como este cenário também impede que haja qualquer outra nova candidatura nos próximos anos. Aliás, faz com que no último ano do programa, em 2020, não haja dinheiro para qualquer medida agroambiental", especificou o governante, nessa altura.

Capoulas Santos apontou ainda outro problema: "Ao contrário do que é habitual, com as candidaturas às diferentes medidas dos programas de desenvolvimento rural a decorrerem em períodos específicos a cada ano, em 2015, algumas delas, nomeadamente as de apoio ao investimento, estiveram sempre abertas. Isso tem como consequência o facto de o número de candidaturas praticamente esgotar os fundos para todo o período, até 2020". No caso da medida de apoio ao investimento nas explorações agrícolas, as candidaturas recebidas já esgotaram 95% da dotação de €847 milhões prevista até ao final do programa. "Terei de abrir novas candidaturas na margem estrita do que tiver disponível. O que significa que, pelo menos nos próximos dois anos, não terei condições para abrir novas candidaturas."

Segundo o ministério, existem atualmente 14 mil candidaturas à espera de serem analisadas.

Quando questionado pelo Expresso sobre se a gestora responsável pelo PDR seria substituída, Capoulas Santos nada adiantou: "Eu não trato das nomeações dos dirigentes do ministério na comunicação social", referiu.

A POLÉMICA NOMEAÇÃO DE PATRÍCIA COTRIM
A escolha da ainda atual gestora do PDR, Patrícia Cotrim, aconteceu em julho de 2014, pelas mãos do Governo PSD/CDS e esteve envolvida em polémica, já que implicou a exoneração da anterior gestora dos fundos, Gabriela Ventura, nomeada ainda nos tempos do último Governo de José Sócrates.

Patrícia Cotrim, licenciada em Engenharia Agronómica, era antes gestora de projeto na Maltibérica, detida pela Intermalta e pela Unicer, empresa esta que tinha sido presidida pelo então ministro da Economia e centrista, António Pires de Lima – uma ligação que não passou despercebida aos olhos dos agricultores.

João Dinis, diretor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) referiu, na altura, ao Expresso Diário, que se estava perante "a partidarização completa do Ministério da Agricultura", com "um partido político a hegemonizar tudo o que tem a ver com a Agricultura".

AGRICULTURA CONTRATA MAIS €63 MILHÕES PARA INVESTIMENTO
Segundo o ministério, desde 20 de janeiro deste ano foram aprovados 434 projetos, que representam um volume de investimento de 166 milhões de euros, com a grande fatia a recair nas explorações agrícolas e na transformação e comercialização de produtos.

Esta quinta-feira, serão contratados mais 63 milhões de euros de investimento direto na agroindústria, para transformação e comercialização. Segundo comunicado do Ministério, "Capoulas Santos pretende com esta ação prosseguir o desbloqueamento das ações do Plano de Desenvolvimento Rural, cuja execução se situou em 0% em 2014 e não excedeu os 12% em 2015".

Em causa estão 65 projetos integrados na medida de investimento na transformação e comercialização de produtos agrícolas. Em termos de distribuição geográfica, 21 projetos situam-se na Região Norte e representam um investimento de 19,5 milhões; 12 situam-se na Região Centro e valem 7,3 milhões de euros de investimento; 17 estão na Região do Alentejo e representam cerca de 13 milhões de investimento. A Região que concentra maior capacidade de investimento é Lisboa e Vale do Tejo, onde serão aplicados 23 milhões de euros, distribuídos por 15 projetos.

Vinhos Portugueses em destaque na Prowein


 
QUINTA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2016
 
Mais de 150 produtores participam no mais relevante certame internacional, que decorre de 13 a 15 Março em Dusseldorf, na Alemanha
 
A Prowein volta a ser o palco de promoção dos vinhos de Portugal, de 13 a 15 de Março, em Dusseldorf, na Alemanha. 153 produtores marcam presença neste certame de referência internacional, reforçando o conhecimento dos vinhos portugueses junto de relevantes importadores e consumidores internacionais. 
 
No stand dos Vinhos de Portugal serão realizados mais de 20 seminários com oradores internacionais de prestígio, assim como promovida uma zona livre de provas onde ao longo dos três dias do evento serão colocados em degustação mais de 70 vinhos medalhados.
 
Dos três dias de programa de ações de promoção dos Vinhos de Portugal merecem destaque os dois seminários "Blends portugueses originais e dinâmicos" conduzidos por Julia Harding, Master of Wine, jornalista e autora, especialista em vinhos portugueses e variedade de castas, nos dias 13 e 14 de Março. Assim como os seminários que abordam a sustentabilidade inovadora dos Vinhos de Portugal associada à diversidade da vinha, promovidos por António R. Graça da PORVID - Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira, instituição com papel relevante na preservação das vinhas nacionais.
 
 
Programa
 
Domingo, dia 13 de Março
11h – "A experiência do Turismo do Vinho" por António Roquette, Wine Tourism Manager do Esporão  
12h – "Soul Wine Portugal" seleção pessoal de Hendrik Thoma, Master Sommelier e jornalista, especialista em vinhos portugueses
13h – "Variedade da Casta Encruzado e Blend de Vinhos Brancos, com preponderância da casta Encruzado", por David Schwarzwâlder, jornalista e especialista em vinhos portugueses  
14h – "Os vinhos brancos leves de Lisboa", por David Schwarzwâlder
15h – "Espumantes da Bairrada" por Christina Fisher, Sommelier, jornalista e especialista em harmonizações  
16h – "Blends de Portugal originais e dinâmicos", por Julia Harding, Master of Wine, jornalista e autora, especialista em vinhos portuguesas e variedade de castas
17h00 – "Madeira, Diversidade e Individualidade" ministrada por Rubina Vieira, chefe do painel de provas dos Vinhos da Madeira 
18h – "Award Ceremony for Media Award" que será conduzida por Caro Maurer, Master of Wine do Reino Unido retirar da agenda
 
 
Segunda-feira, dia 14 de Março
 
11h – "Atlântico encontra a montanha", por Hendrik Thoma, Master Sommelier e jornalista, especialista em vinhos portugueses 
12h – "Blends portugueses originais e dinâmicos" por Julia Harding, Master of Wine, jornalista e autora, especialista em vinhos portugueses e variedade de castas
13h – "Vinhos Brancos de Portugal em encontro com delícias gastronómicas" por Christina Fisher, Sommelier, jornalista, acompanhada pelo chef Patrick Jabs, especialista em harmonizações e crítico de gastronomia   
14h – "Sustentabilidade inovadora dos Vinhos de Portugal – Interrupção da erosão genética e promoção da criação de diversidade" por António R. Graça, enólogo, fundador e diretor da PORVID – Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira.    
15h – "Tesouros portugueses escondidos", Sebastian Bordthâuser, Sommelier e crítico de vinhos  
16h – "Vinhos de Famílias - Famílias do Vinho" -  por David Schwarzwâlder, jornalista e especialista de vinhos portugueses
17h – "Moscatel de Setúbal: a joia da coroa da Península de Setúbal", por Joel B Payne, jornalista e membro fundador do Grande Júri Europeu, autor do guia de vinhos alemães.  
18h "Um mundo de diversidade – as nuances dos vinhos portugueses", por Sofia Salvador, Educadora da ViniPortugal. 
 
Terça-feira, dia 15 de Março
 
11h - "Sustentabilidade inovadora dos Vinhos de Portugal – Produção de vinho sustentável baseada na conservação ancestral da diversidade da vinha" por António R. Graça, enólogo, fundador e diretor da PORVID – Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira.
12h – " Xisto versus granito – Vinhos portugueses tintos produzidos em magníficos terroirs" por David Schwarzwâlder, jornalista e especialista em vinhos portugueses
13h – "Os vinhos Tintos Elegantes de Lisboa", por David Schwarzwâlder
14h – "Programa de sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo – balanço do trabalho desenvolvido", por João L Barroso, Diretor de Sustentabilidade da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
15h – "Harmonização de vinhos portugueses com Sushi", por YumiTanable – consultor em vinhos, Wine Educator e escritor    

quinta-feira, 10 de março de 2016

Ministro da agricultura dinamiza a operacionalização do pdr 2020


NOTA DE IMPRENSA

O Ministro da Agricultura vai amanhã proceder à contratação de mais cerca de 63 milhões de euros de investimento direto na agroindústria. Capoulas Santos pretende com esta ação prosseguir o desbloqueamento das ações do Plano de Desenvolvimento Rural, cuja execução se situou em 0% em 2014 e não excedeu os 12% em 2015.
Em causa estão 65 projetos integrados na medida 3.3.1. – Investimento na transformação e comercialização de produtos agrícolas. Em termos de distribuição geográfica, 21 projetos situam-se na Região Norte e representam um investimento de 19,5 milhões; 12 situam-se na Região Centro e valem 7,3 milhões de euros de investimento; 17 estão na Região do Alentejo e representam cerca de 13 milhões de investimento. A Região que concentra maior capacidade de investimento é Lisboa e Vale do Tejo, onde serão aplicados 23 milhões de euros, distribuídos por 15 projetos.
Para o Ministro da Agricultura, "é muito relevante que a execução deste importantíssimo instrumento de apoio adquira ritmo". O objetivo do Ministro "é restaurar a confiança dos empresários agrícolas nas instituições e prosseguir a dinamização do setor agrícola nas suas diversas vertentes de atividade".
Luís Vieira, Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação também participa nesta ação de contratação no âmbito do PDR 2020, que terá lugar às 16:30H nas instalações da empresa J.D. Laticínios (proprietária da marca de queijos Santiago), que se situam em Montemuro, concelho de Mafra.
09.03.2016
GABINETE DE IMPRENSA

Governo afasta equipa que gere fundos comunitários da Agricultura


ANA RUTE SILVA 09/03/2016 - 12:20

Baixa taxa de execução do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 está na origem da decisão. Há 14 mil projectos candidatos à espera de serem analisados.

 
Capoulas Santos tem em mãos 14 mil candidaturas à espera de serem analisadas

O Governo decidiu exonerar a equipa que gere os fundos comunitários da Agricultura, na sequência das baixas taxas de execução do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, o quadro comunitário de apoio do sector para o período de 2014 a 2020. O PÚBLICO apurou que o pedido de exoneração foi feito terça-feira e terá efeitos a partir de 22 de Março.

A saída de Patrícia Cotrim, gestora do PDR2020, e de Alexandra Lopes e Maria Amélia Aragão, ambas gestoras adjuntas, foi confirmada pelo gabinete do ministro da Agricultura, Capoulas Santos. Fonte oficial justificou a decisão com a necessidade de "dar uma nova orientação política ao PDR" e "imprimir uma nova dinâmica, nomeadamente no que diz respeito à contratação e execução das medidas de apoio à agricultura". O gabinete do ministro não adiantou quem vai substituir as três gestoras.

Patrícia Cotrim, licenciada em Engenharia Agronómica, foi coordenadora da comissão operacional de instalação do PDR2020 e antes era gestora de projecto na Maltibérica, detida pela Intermalta e pela Unicer. Foi nomeada pelo ministério liderado por Assunção Cristas em Outubro de 2014, tal como Alexandra Lopes, gestora adjunta que tem feito carreira no Estado. Foi chefe da Divisão de Apoio às Explorações Agrícolas da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Abril de 2007 a Maio de 2012. E técnica especialista no gabinete de Cristas. Já Maria Amélia Aragão era directora de Serviços Jurídicos no Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura antes de, no início de 2015, ter sido nomeada gestora adjunta do PDR 2020.

De acordo com a informação do ministério, a taxa de execução do programa comunitário foi de 0% em 2014 e de 12% em 2015. A intenção do actual executivo é chegar aos 100% de execução em 2016, ano em que estão em causa 600 milhões de euros. Há actualmente 14 mil candidaturas à espera de serem analisadas e desde 20 de Janeiro o Ministério da Agricultura aprovou 434 projectos, que correspondem a um volume de investimento de 166 milhões de euros. Entre 2014 e 2015 as medidas executadas dirigiam-se apenas aos apoios agro-ambientais e para as zonas desfavorecidas que, no seu conjunto, representam um encargo anual de 45 milhões de euros.

Mais 63 milhões contratados
Esta quinta-feira serão contratados mais 63 milhões de euros de investimento directo na agro-indústria, para transformação e comercialização. A maioria dos projectos está no Norte (21 com um investimento de 19,5 milhões de euros), mas é na região de Lisboa e Vale do Tejo que se concentra o maior volume de investimento: 23 milhões distribuídos por 15 iniciativas.

O PDR 2020 é financiado pela Comissão Europeia e Portugal terá no período de vigência 4000 milhões para gastar, se conseguir complementar o pacote com verbas nacionais. Este ano, o Ministério da Agricultura vai ter 1182 milhões de euros do Orçamento do Estado (OE) para gastar, mais 115 milhões face a 2015. Capoulas Santos levou ao Parlamento novos mapas do OE e justificou a rectificação nos números iniciais com o facto de terem sido calculados com base numa taxa de co-financiamento nacional de 20%, que é cinco pontos percentuais superior à que foi aprovada por Bruxelas na sequência de um pedido de reprogramação feito pela anterior tutela. O ministro pediu à Comissão Europeia para repor a taxa de co-financiamento de fundos públicos nos 15% e afectou outras verbas públicas ao PDR2020.

Estes fundos adicionais do Estado totalizam 18,5 milhões de euros e vêm, nomeadamente, das receitas obtidas com o aumento de dois cêntimos do imposto sobre o gasóleo agrícola. Esta medida gerará uma receita de nove milhões de euros. Do Fundo Português de Carbono vêm 4,5 milhões de euros, do Fundo Florestal Permanente são três milhões euros e do Instituto da Vinha e do Vinho dois milhões.

"O valor da despesa pública será de 439,1 milhões de euros. A este valor de despesa pública acresce ainda o montante de 123,3 milhões de euros, decorrente da dotação adicional de 18,5 milhões de euros de recursos nacionais", esclareceu o ministério, num documento entregue aos deputados. Capoulas Santos garante que há verba suficiente para executar a dotação anual do PDR em 2016 e atingir os 100% de execução.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Controlo da produção – Discussão no próximo Conselho de Ministros

Março 07
13:36
2016

O próximo Conselho de Ministros promete ser muito "quente", uma vez que existem propostas muito polémicas. A que promete debate mais aceso é a do Conselho de produção de leite.

A França tem uma proposta concreta de instalação de mecanismos de regulação da produção de leite, a qual é apoiada por Portugal e pela Bélgica. A Espanha, a Roménia e a Polónia, apesar de não concordarem integralmente com a proposta, têm alguma simpatia por ela.

Os pequenos países como a Eslovénia, a Eslováquia e Chipre juntam-se à Grécia e à Áustria, numa posição de não oposição a esta proposta, posição essa que pode muito bem vir a ser de apoio.

Por outro lado, a Irlanda, o Reino Unido, a Dinamarca, a Holanda e a Suécia são completamente contra quaisquer mecanismos de regulação da produção. A Alemanha não tem, no momento, uma posição clara, uma vez que em princípio os "Landers" mais produtivos já começam a discutir mecanismos de regulação.

A Irlanda considera que limitar a produção é contraproducente em altura de crise de preços baixos e o Reino Unido considera que essa medida vai penalizar os produtores mais performantes.

Para o sector da carne de porco, a França também avança com o pedido de medidas de redução das porcas reprodutoras para ajustar os efectivos às necessidades de mercado.


Afinal pode estar em causa a renovação da autorização do uso de glifosato


Março 08
13:10
2016

Depois do parecer da EFSA (European Food Safety Authority), a Comissão veio propor a renovação da autorização para o período normal para aqueles produtos, ou seja, quinze anos.

Tudo parecia indicar que esta autorização iria para a frente, só faltava ser formalizada com a aprovação no standard Comité, que se realiza hoje.

Entretanto, sábado, países como a Holanda e a Suécia, juntaram-se à França para se oporem a esta autorização, o que vai seguramente fazer com que o ponto não seja discutido.

Entretanto, o glifosato tem uma licença provisória que acaba em Junho, pelo que, se começarem a existir atrasos, a sua utilização pode vir a ficar em risco.

A França baseia-se no parecer da OMS para sustentar a sua posição e parece muito relutante em aproveitar esta autorização, o que vai certamente provocar mais uma divisão no seio da União Europeia.

Acção sobre inovação em figo-da-índia


Mar 07, 2016Notícias0Like

A 10 e 11 de Março, o Centro de Acolhimento da Amendoeira da Serra, próximo de Mértola (Baixo Alentejo), vai acolher acções de divulgação sobre as culturas de figo-da-índia, de cogumelos silvestres e de plantas aromáticas e medicinais, promovidas pelo Centro de Excelência para a Valorização dos Recursos Mediterrânicos (Cevrm).

Na manhã de 10 de Março será apresentado o projecto "Cooperação para a inovação no figo-da-índia: fruto desidratado" e serão abordados os temas "Transformação do figo da índia com aplicação de métodos de desidratação" e "Caracterização físico-química, nutricional, sensorial e microbiológica de novos produtos alimentares à base de figo-da-índia desidratado". Vão ainda ser apresentados o livro "A cultura da figueira-da-índia e a valorização agro-industrial do fruto" e dados relativos a um pomar experimental de plantas-mãe de figueira-da-índia, além de um debate sobre o PDR2020.

A tarde do dia 10 será dedicada ao projecto "Tecnologias de investigação industrial aplicadas à transformação e comercialização de cogumelos silvestres".

No dia 11, vai estar em foco o projecto "Plantas aromáticas e medicinais – Inovação: novos produtos em sistemas extensivos".

Indicação obrigatória de uso de conservantes pós-colheita em citrinos


Mar 08, 2016Destaque Home, Notícias0Like

Um acórdão recente do Tribunal de Justiça da União Europeia confirma que é obrigatória a marcação dos citrinos com indicação dos conservantes e outras substâncias químicas utilizados no tratamento pós-colheita.

A Espanha tinha pedido a anulação de uma disposição do direito da União, de 2011, sobre a comercialização dos citrinos (limões, mandarinas e laranjas) que determina que as embalagens dessas frutas devem conter uma marcação que indique, se for o caso, os conservantes ou as outras substâncias usados no tratamento pós-colheita. Em comunicado do Tribunal de Justiça da União Europeia, refere-se que, «com a adopção desta disposição, a Comissão quis assegurar a aplicação correcta da legislação da União sobre os aditivos alimentares» e que «para o efeito, afastou-se de uma norma, não vinculativa, adoptada pela Unece [Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa], segundo a qual a indicação de utilização de conservantes ou de outras substâncias químicas apenas é necessária se a legislação se a legislação do país de importação o exigir».

Com o acórdão agora publicado, a 3 de Março, o Tribunal de Justiça da União Europeia «nega provimento ao recurso de Espanha na sua totalidade». Nos motivos desta decisão, figura, entre outros pontos, que «o princípio da igualdade de tratamento e da não discriminação não tinha sido violado, uma vez que, no que respeita ao objectivo de informar os consumidores sobre as substâncias utilizadas no tratamento pós-colheita, os produtores de citrinos estão numa situação diferente da dos produtores de outras frutas e produtos hortícolas» e que «a rotulagem relativa a um eventual tratamento dos citrinos pós-colheita era necessária para assegurar uma protecção adequada dos consumidores, não se podendo, para esse efeito, aceitar uma distinção entre os consumidores no interior e no exterior da União».

O Tribunal de Justiça confirma «que é razoável que o consumidor seja advertido do tratamento dos citrinos após a respectiva colheita, uma vez que, diferentemente das frutas com casca fina, estes citrinos podem ser tratados com doses mais elevadas de substâncias químicas e a sua casca é susceptível de integrar, de uma maneira ou de outra, a alimentação humana». A propósito, a instituição europeia recorda que os limites máximos aplicáveis aos resíduos de fenil-2 fenol (fungicida agrícola utilizado para polir os citrinos) estão fixados num nível 50 vezes mais elevado para os citrinos do que para outras frutas».


Produtores de leite preparam-se para o maior protesto desde que estalou a crise no sector


ANA RUTE SILVA 07/03/2016 - 19:27

Organizado pelas maiores associações do sector, esperam-se "muitas centenas" de produtores e tractores no dia 14 de Março, em Matosinhos.

 
Produtores da Galiza despejaram leite português MIGUEL RIOPA/AFP
 
A cumprirem-se as expectativas da organização, será o maior protesto dos produtores de leite desde que estalou a crise no sector. Na próxima segunda-feira, 14 de Março, as principais organizações do sector juntam-se para protestar com tractores em frente à delegação da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, em Matosinhos, seguindo depois para dois hipermercados da zona. Em comunicado, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) recorda que, no mesmo dia, em Bruxelas, os ministros da Agricultura da União Europeia se reúnem para discutir o problema dos baixos preços, que afecta tanto os produtores de leite como de suínos.

Além da CNA, junta-se ao protesto a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) e a Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Lacticínios (Fenalac). "Seguramente será o maior protesto dos produtores e esperamos muitas centenas de produtores", disse ao PÚBLICO Carlos Neves, da Aprolep, acrescentando os jovens agricultores do Porto e a Associação de Agricultores de Vila do Conde também participarão.

Carlos Neves defende que as ajudas financeiras são bem-vindas, mas não bastam para resolver o problema dos preços, em mínimos históricos desde que terminaram as quotas leiteiras na UE. O embargo russo tem travado o escoamento de leite e as previsões da Comissão Europeia de aumento de consumo não se verificaram.

"O que queremos são medidas estruturais para ultrapassar a crise. Quando damos apoios ao armazenamento de leite em pó, por exemplo, esse leite irá [mais tarde] de novo para o mercado e o preço vai baixar. A nível europeu o que pedimos é a regulação da produção – um mecanismo para ser usado em tempo de crise. Além disso, defendemos que as ajudas devem ser dadas a quem travou a produção e não a todos. Há uma injustiça nisso", defende Carlos Neves. Por toda a Europa têm-se sucedido apelos a Bruxelas para resolver o problema. Espanha barrou, recentemente, a entrada de leite português e criou um selo para certificar o produto nacional, numa tentativa de reduzir as importações.

Em comunicado, a CNA detalha que a manifestação junto aos hipermercados serve para reclamar das "práticas comerciais abusivas que as grandes superfícies comerciais continuam a praticar e que têm contribuído para a grave crise que arrasa a pecuária nacional – leite e carne". Esta organização pede ao Governo um controlo "severo das importações, como está a Espanha a fazer desde há meses", a compra pública dos vitelos e das vacas já fora da produção leiteira, a isenção temporária dos pagamentos à Segurança Social sem perda de direitos e outra ajudas como o reembolso de parte do consumo da electricidade verde, aumentos nas ajudas à vaca leiteira e o consumo "prioritário" da produção nacional nas cantinas.

Fenareg diz-se apreensiva com inviabilização da obra de modernização do bloco de rega de Silves


por Ana Rita Costa- 8 Março, 2016

O Ministério do Ambiente inviabilizou as obras de modernização do bloco de rega de Silves, obra avaliada em 6,5 milhões de euros com financiamento do Proder, segundo a Fenareg. De acordo com uma nota enviada às redações pela Fenareg, a organização diz que encara "o protelar da ligação do novo bloco de rega do aproveitamento hidroagrícola de Silves ao adutor da barragem do Funcho" com "apreensão".

Segundo a Fenareg, estas obras irão "permitir a rega com sistema em pressão em cerca de 600 hectares, abrangendo mais de 700 agricultores. O funcionamento da nova rede de rega terá um efeito duplo: aumentar a eficiência do uso da água em 45%, que significa, por ano, uma poupança de água da ordem dos 2 milhões de m3 – o equivalente a 800 piscinas olímpicas – e com zero consumo de energia, uma das principais preocupações do setor da água -reduzir o uso da água, sem aumento no consumo de energia."

A Fenareg sublinha também que "existem compromissos assumidos pelo Estado e o impasse da ligação da nova infraestrutura de rega tem de ser ultrapassada para evitar o desperdício de água, garantindo o abastecimento conjunto aos vários usos."

Recentemente, o secretário de Estado do Ambiente referiu na Assembleia da República, durante o debate do Orçamento do Estado, que a obra de modernização do regadio da Barragem do Arade é "completamente ilegal", porque "não tem parecer da APA [Agência Portuguesa do Ambiente], nem da ARH/Algarve".

Carlos Martins explicou que o sistema não pode ser utilizado com o recurso à água proveniente da albufeira do Funcho, uma vez que esta é de menor qualidade e pode colocar em causa o abastecimento público do Barlavento algarvio.

A importância das abelhas no desenvolvimento de culturas



 07 Março 2016, segunda-feira  AgroflorestalAgricultura

Um estudo publicado pela Universidade de Rhode Island, nos EUA, mostra a grande importância que as abelhas têm no desenvolvimento das culturas.
abelhas
A investigação conclui que as abelhas contribuem para a polinização de 150 tipos de culturas, ou seja, 84% do total, sendo que estas culturas têm um valor de produção de 22 mil milhões de dólares por ano.
Sem as abelhas, muitos produtos agrícolas poderão vir a desaparecer das prateleiras dos supermercados. Falamos de frutas e legumes, tais como maçãs, cebolas, cenouras, limões, beringelas, pepinos, brócolos, couve flor, etc.
Durante os últimos dez anos, a mortalidade das abelhas tem sido cada vez maior, sendo que parece estar completamente provado que os pesticidas da família dos neonicotinóides têm uma relação directa com a mortalidade, indica o documento.
Recorde-se que, para minimizar o impacto, a União Europeia já decretou a suspensão por dois anos deste tipo de produtos.
Fonte: Reuters

FAO alerta para sementes geneticamente modificadas não incluídas na classe OGM



 08 Março 2016, terça-feira  Hortofruticultura & FloriculturaAgricultura

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) informa que podem vir a ser registadas novas sementes que tenham sido geneticamente modificadas, mas que não são incluídas na classe dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM's). Isto devido às novas técnicas de reprodução que estão a ser postas em prática.
sementes
A FAO, apoiada por vários governos e empresas de biotecnologia, está a desenvolver a aprovação de um programa NBT (novas técnicas de reprodução), de modo a que as novas sementes obtidas e, apesar de a sua genética ter sido alterada, não sejam englobadas na classificação de OGM's.
A Europa também já está a dar autorizações para o desenvolvimento de plantas sobre a base de novas descobertas genéticas das mesmas e não alteração genética, mas que no fundo pode também vir a abrir a porta a esta nova classificação da FAO.
Os críticos dos OGM's já estão a reagir, afirmando que isto é tudo uma manobra para ocultar os OGM's, numa altura em que o consumidor está cada vez mais contra os OGM's.
Está lançada a polémica e, também, a Comissão está neste momento numa posição muito difícil, pois tem de decidir se considera as plantas produzidas, segundo as NBT como OGM's ou não.
Fonte: Agroinfo 

terça-feira, 8 de março de 2016

Talent Seed cria 30 novas vagas na empresa


Programa de desenvolvimento de talento ajuda a criar raízes na SUMOL+COMPAL

Portela de Carnaxide, 8 de março de 2016 – A SUMOL+COMPAL, líder portuguesa no sector das bebidas não alcoólicas, lança o programa Talent Seed, com 30 vagas, entre 20 estágios de curta duração, 6 estágios profissionais e 4 vagas para um programa de trainees. O objetivo é de atrair jovens talentos de elevado potencial, que marquem a diferença e semeiem talento na empresa, para nela criar raízes.
O Talent Seed foi desenhado para ser um programa transversal, com o objetivo de incorporar diferentes tipologias de estágio: Estágios Curriculares e de Verão, tipicamente de curta duração, destinados a estudantes do ensino superior e que visam proporcionar um primeiro contacto dos alunos com a SUMOL+COMPAL; Estágios Profissionais, desenvolvidos numa área operacional, visando dar resposta a uma necessidade específica da empresa e que ocorrem ao longo de todo o ano; e o Programa de Trainees, de elevada exigência, com a duração de um ano e com início em setembro de 2016.
Através do Talent Seed da SUMOL+COMPAL podem candidatar-se jovens estudantes, finalistas ou recém-diplomados, independentemente da área de estudos, que aspirem uma experiência desafiadora, exigente e marcante na sua evolução profissional.
Os candidatos que vierem a ser selecionados terão a oportunidade, ao longo dos diferentes programas, de aprender em contexto prático de trabalho os vários processos da SUMOL+COMPAL, conhecendo de perto a realidade de uma ou mais áreas de negócio da empresa. Os selecionados terão um acompanhamento permanente ao longo da sua evolução, com aconselhamento e sugestões de melhoria.
De acordo com Catarina Graça, diretora de Pessoas da SUMOL+COMPAL, "o programa foi lançado com o objetivo de atrair talento e para lançar as sementes que serão o futuro da empresa. Queremos atrair para o Talent Seed candidatos que demonstrem paixão, forte capacidade de resiliência, pro-atividade, capacidade de trabalho em equipa e um sentido crítico apurado".
As candidaturas ao Programa de Trainees já abriram, decorrendo até ao final de março, e poderão ser feitas através do endereço eletrónico talentseed@sumolcompal.pt.
Com a SUMOL+COMPAL as tuas ideias dão fruto!

Plano Nacional de Regadios deverá estar pronto daqui a quatro meses, anuncia Governo



O Plano Nacional de Regadios, que vai permitir avançar com a reabilitação e a criação de novas zonas de rega, deve estar concluído dentro de quatro meses, anunciou hoje o secretário de Estado das Florestas, Amândio Torres.

O programa do Governo "prevê a área de regadio, a reabilitação e modernização dos perímetros de rega degradados e a criação de novas áreas com potencial de ligação", afirmou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, estimando que o Plano esteja concluído "dentro de três a quatro meses".
Questionado pela agência Lusa, o governante explicou que o plano pretende "identificar todas as necessidades que existem em termos de obra [ao nível do regadio] e estabelecer um conjunto de prioridades, quer em termos de novos regadios, quer "de obras que estejam construídas e que precisem de renovação e melhorias".
A definição das prioridades será feita, segundo o Governante, "de acordo com um levantamento que está a ser ultimado", com base em dados recolhidos pelas direções regionais de agricultura do país.
O anúncio foi feito em Óbidos, onde Amândio Torres presidiu ao auto de consignação da rede de rega das baixas [terrenos agrícolas] de Óbidos, obra integrada num projeto de aproveitamento hidroagrícola reivindicado há 40 anos e que orçará, no total em 40,1 milhões de euros.
A construção de redes viárias e de uma barragem, concluída em 2005, absorveu já 14 milhões de euros, mas, apesar de concluída, a barragem não teve aproveitamento nos últimos dez anos, por faltar concluir a rede de rega, que irá permitir irrigar 1.200 hectares de terrenos e servir quase mil agricultores dos concelhos de Óbidos e Bombarral.
"Uma obra pública há muito tempo, e justificadamente, almejada pelos agricultores", lembrou o secretário de Estado, considerando que a rede de rega "irá permitir dar um novo fôlego à iniciativa privada e contribuir para a afirmação cada vez maior da agricultura desta região".
Para Amândio Torres é "este tipo de investimentos que faz a diferença e que, bem utilizado pelos empresários agrícolas, irá contribuir para alavancar o setor agrícola como uma das áreas de atividade que pode contribuir positivamente para a balança comercial [do país]" e o "necessário equilíbrio entre as importações e as exportações".
Um aspeto sublinhado também pelo presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, para quem a rede de rega "vai permitir duplicar, ou mesmo triplicar, as culturas, sobretudo hortícolas, na região".
Um acréscimo que permitirá desenvolver economicamente a região, onde, segundo o presidente da Associação de Regantes, "só 60% da área cultivada já é irrigada", representando um contributo de "2% para o Produto Interno Bruto (PIB)".
A cumprirem-se os prazos para a conclusão dos três blocos de rega incluídos no projeto (Óbidos, Amoreira e Bombarral), a expetativa do agricultor é que, dentro de ano e meio "possamos ter a rede de rega a funcionar" e, "duplicar a nossa contribuição para o PIB", disse Filipe Daniel.
A obra hoje consignada é referente à primeira fase da rede de rega e contemplará a construção de uma estação elevatória orçada em 4,6 milhões de euros.
Na segunda fase serão construídas uma rede de rega com 45.800 metros e uma rede de drenagem com 49.500 metros, totalizando a obra, no conjunto cerca de 28 milhões de euros.
Dinheiro Digital com Lusa

Governo desbloqueia investimento de 60 milhões de euros para agro-indústria



O primeiro pacote de candidaturas a fundos comunitários na área da agro-indústria, num total de 60 milhões de euros de investimento, vai começar ser desbloqueado a 08 de março, anunciou hoje o ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

«Vamos começar a contratar os projetos, começando pelos que deram entrada em janeiro de 2015», anunciou o ministro, assegurando que o Orçamento do Estado (OE) terá «as verbas necessárias para assegurar 100% do programa» previsto para a agro-indústria.
Os projetos a contratualizar nesta primeira fase correspondem a «60 milhões de euros» de investimento na agro-indústria, um setor no qual Capoulas Santos disse à Agência Lusa ter encontrado «um grau de execução de zero por cento e candidaturas [no âmbito do Programa de Desenvolvimento Regional 2020,que vigora entre 2014 e 2010] bloqueadas há um ano».
Dinheiro Digital / Lusa

Leite e carne orgânicos possuem 50% mais ômega 3, segundo estudo


O leite e a carne orgânicos diferem dos produzidos convencionalmente na quantidade de certos nutrientes, em particular os níveis de ácidos gordos ômega 3, 50% mais elevados, apontou uma revisão de estudos científicos.
«A composição de ácidos gordos é definitivamente melhor», disse Carlo Leifert, professor de Agricultura Ecológica da Universidade de Newcastle, em Inglaterra, e líder de uma equipa internacional que realizou a revisão.
A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, e a Sheepdrove Trust, uma instituição de caridade britânica que apoia a pesquisa de agricultura e agropecuária orgânicas, pagaram pela análise, que custou cerca de 600 mil dólares.
No entanto, a questão de saber se essas diferenças se traduzem numa saúde melhor para quem consome carne e leite orgânicos ainda é algo discutível.
«Não temos essa resposta agora. Com base na composição, parece que são melhores para nós», disse Richard P. Bazinet, professor de Ciências Nutricionais da Universidade de Toronto, que não estava envolvido na pesquisa.
Os dois novos trabalhos científicos, publicados na revista especializada The British Journal of Nutrition, não são resultado de novas experiências; empregaram uma técnica estatística chamada meta-análise que tenta tirar conclusões mais concretas de muitos estudos díspares.
E certamente vão agitar o debate dos alimentos orgânicos; são ou não mais saudáveis? Alguns cientistas afirmam que orgânicos e convencionais são nutricionalmente indistinguíveis, e outros encontram benefícios significativos nos primeiros.
Os níveis mais elevados de ômega 3, um tipo de gordura polinsaturada benéfica para a redução do risco de doenças cardíacas, não vêm de atributos normalmente associados aos alimentos orgânicos – animais que não recebem antibióticos, hormonas ou alimentação geneticamente modificada –, mas sim da exigência que animais criados organicamente passem tempo ao ar livre.
O leite e a carne orgânicos provêm de gado criado no pasto, enquanto que a maioria dos convencionais vem do animal alimentado por ração.
Não há nada mágico. Tudo está relacionado com a alimentação dos animais