segunda-feira, 14 de julho de 2014

Arquitecto transforma campo de ténis em estufa e produz cogumelos em troncos

A crise aguçou o engenho de um jovem arquitecto de Famalicão, que decidiu transformar o campo de ténis da casa dos pais em estufa e aventurar-se na produção de cogumelos "shiitake" em troncos de madeira.

Miguel Mesquita, 32 anos de idade, garante que o negócio está a correr bem e já espreita a possibilidade de exportar.

Como o ramo da arquitectura "não está a viver os seus melhores dias", Miguel encontrou na produção de cogumelos em troncos de madeira uma saída para compor o seu rendimento mensal.

Instalou duas estufas, uma das quais no campo de ténis que a família havia instalado no jardim da sua habitação, "numa altura em que havia essa possibilidade".

"A crise obrigou a procurar outras soluções e esta foi uma boa forma de rentabilizar esse espaço, que já não estava a ser utilizado", confessou.

Candidatou-se ao Programa de Desenvolvimento Regional (ProDeR) e agora tem pela frente 100 toneladas de madeira, que em três anos lhe deverão render 100 quilos de cogumelos.

O processo é simples: faz-se uns furos nos troncos e nesses orifícios injeta-se a semente.

Ao fim de 6 a 7 meses, os troncos são sujeitos a um choque térmico, após o que os cogumelos começam a nascer.

O trabalho envolve toda a família, nomeadamente a mãe de Miguel, que de noite tem um papel relevante na "caça às lesmas", para evitar que estas comam o cogumelo.

Para já, a produção é toda vendida directamente ao consumidor, até porque a quantidade ainda não é significativa, mas Miguel confia que o volume vai aumentar e espreita já a oportunidade de exportação.

"Sozinho, certamente que não terei capacidade de exportação, mas sei que já há outros produtores, nomeadamente em Famalicão, e se nos juntarmos este é um projecto com asas para voar", referiu.

Garantindo que não está a querer puxar "a brasa à sua sardinha", afiança que os cogumelos que produz, 100 por cento biológicos, são ricos em vitaminas e têm efeitos terapêuticos, nomeadamente para prevenção de cancro.

A candidatura ao ProDeR ascendeu a 57 mil euros, que aquele programa financia em 50 por cento, mediante a apresentação das facturas.

Miguel recebeu ainda um prémio de 20 mil euros por ser um jovem agricultor.

Fonte:  Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário