terça-feira, 22 de julho de 2014

Há cinquenta anos que Portugal não produzia tanto azeite


O último ano agrícola trouxe também recordes na produção de milho, batata e maçã. Os preços no produtor aumentaram, mas também subiu o défice da balança comercial dos produtos agrícolas e agroalimentares.

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Raquel Albuquerque |
14:21 Terça feira, 22 de julho de 2014
Foram produzidos um milhão de hectolitros de azeite, um recorde em relação às últimas décadas
Foram produzidos um milhão de hectolitros de azeite, um recorde em relação às últimas décadas / Getty Images

A atividade agrícola em 2013 fica marcada por um aumento da produção das principais culturas agrícolas, como a batata, a maçã, o milho ou o azeite. A cultura de olival permitiu produzir o nível mais elevado de azeite dos últimos cinquenta anos, segundo as Estatísticas Agrícolas, publicadas esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Foram produzidos cerca de um milhão de hectrolitros de azeite, mas também se alcançaram outros recordes. A produção de milho foi uma das maiores das últimas décadas (930 mil toneladas), a de batata atingiu os níveis mais altos das últimas quatro campanhas (488 mil toneladas) e a de maçã foi a maior dos últimos dez anos (287 mil toneladas).

O inverno com valores de temperatura e precipitação "próximos do normal", associado aos níveis de precipitação de março de 2013 (os mais elevados das últimas cinco décadas), permitiram repor as reservas de água, explica o INE. "O verão quente e seco que se seguiu promoveu o desenvolvimento normal das culturas". O último ano agrícola - de novembro de 2012 a outubro de 2013 - conseguiu assim resultados melhores do que o ano anterior. 

Apesar das melhorias na produção agrícola, registaram-se quebras na pecuária. A carne bovina produzida passou de 93 mil toneladas em 2012 para 84 mil em 2013, explicada em parte pelo anterior ano de seca que provocou um menor número de nascimentos de animais. O mesmo aconteceu, pelo segundo ano consecutivo, com a quantidade de carne de porco produzida (desceu 4,6% em 2013).

Também desceu o número de litros de leite produzidos: foram 1,9 mil milhões (menos 4,4% que em 2012). As condições de "tempo quente no verão, particularmente nos Açores" e os preços elevados ligados à produção são os dois fatores que explicam a diminuição da produção do leite de vaca, segundo o INE.

Sobem os custos de produção

As estatísticas mostram ainda que o índice de preços da produção de bens agrícolas aumentou 5,7%, contribuindo para isso, sobretudo, o aumento dos custos de produção da batata, azeite e hortícolas frescos. Pelo contrário, o índice de preços da produção de cereais desceu.

Apesar do aumento da produção em alguns setores, o défice da balança comercial dos produtos agrícolas e agro-alimentares foi mais alto que no anterior (€3,7 mil milhões em 2013). O que significa é que importámos produtos no valor de €7,2 mil milhões (mais 5,6% do que no ano anterior) e exportámos €3,5 mil milhões (mais 11%). 

Espanha continua a ser o principal mercado de onde Portugal importa produtos agrícolas e agro-alimentares (47% do total) e o primeiro para onde exporta (38,1%). Angola (12,1%), França (9,6%) e Brasil (6,3%) são os outros três principais mercados para onde exportamos.


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