quarta-feira, 30 de março de 2011

Redução de 20 por cento da verba para combate deverá afectar os meios aéreos, diz Liga dos Bombeiros

Incêndios
29.03.2011 - 13:53 Por Lusa
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O presidente da Liga dos Bombeiros afirmou hoje, após uma audição no
Parlamento, que a redução em 20 por cento da verba para combater os
incêndios deverá afectar os meios aéreos, os mais dispendiosos,
manifestando preocupação com o atraso na contratação destes
equipamentos.
A contratação de meios aéreos para combater os incêndios florestais
"está atrasada" este ano, disse Duarte Caldeira (Adriano Miranda)
Duarte Caldeira falava à agência Lusa à saída de uma audição na
comissão parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas,
onde disse aos deputados ter "a convicção" da manutenção das verbas
para os meios terrestres de combate aos fogos florestais.

Tendo em consideração os valores em causa, "seguramente que este
impacto dos 20 por cento será sobretudo no âmbito dos meios aéreos",
realçou.
Em 2010, Portugal contou com 56 meios aéreos para combater os
incêndios nos meses de verão e, "se tivermos em consideração esta
redução, certamente iremos contar este ano com 40 e poucos meios
aéreos", referiu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
"Não é admissível que haja qualquer diminuição nas equipas terrestres
dos bombeiros", salientou Duarte Caldeira.
O corte de verba "implicará que haja um envolvimento muito forte dos
elementos de comando de modo a que seja possível compensar as mudanças
decorrentes da alteração do dispositivo aéreo com reforço dos meios
terrestres dos bombeiros".
Por outro lado, a contratação de meios aéreos para combater os
incêndios florestais "está atrasada" este ano, afirmou. Em 2010, em
janeiro "já estava em processo de selecção", este ano, "ainda nem
foram lançados os concursos", o que é um atraso "muito significativo",
salientou.
O representante dos bombeiros explicou que as consequências desta
situação são várias, nomeadamente ao nível do custo do aluguer dos
meios necessários.
O mercado internacional nesta área é restrito e os países, de uma
forma geral, têm optado por, em vez de adquirir meios aéreos próprios,
recorrer ao aluguer porque "é mais rentável". E "quanto mais tarde os
concursos forem lançados, em piores condições serão negociados", disse
Duarte Caldeira.
Os meios aéreos de combate a incêndios representam 46 milhões de euros
no orçamento da Autoridade Nacional Protecção Civil, num total de 60
milhões de euros, referiu o presidente da Liga. A redução de 20 por
cento é "muito significativa" e "vai exigir uma reflexão muito apurada
sobre a redefinição do tipo de meios e a sua localização", apontou
ainda.
Na segunda-feira, o secretário de Estado das Florestas, Rui Barreiro,
desvalorizou os cortes orçamentais nos meios de combate a incêndios e
sublinhou que no caso do Ministério da Agricultura, que conta com 30
milhões de euros para prevenção, estas verbas foram reforçadas.
"No caso da Agricultura, houve um reforço de verbas. Os incêndios são
uma preocupação de todos. É possível, apesar dos problemas
orçamentais, juntar os meios disponíveis dos vários ministérios",
disse.
http://www.publico.pt/Sociedade/reducao-de-20-por-cento-da-verba-para-combate-devera-afectar-os-meios-aereos-diz-liga-dos-bombeiros_1487321

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