sábado, 11 de maio de 2013

Floricultura e plantas ornamentais: uma actividade em expansão

Em Portugal existiam 1.010 explorações em 2012 a produzir culturas
florícolas (flores e folhagens de corte e plantas ornamentais) numa
área base 1.365 ha, 1/3 dos quais em estufa.
As flores e folhagens de corte são maioritariamente produzidas nas
regiões do Alentejo e de Lisboa. Por municípios, Odemira concentra 30%
da superfície instalada com estas culturas, seguindo-se Montijo e
Alcochete que, em conjunto, detêm 20% desta área.
As plantas ornamentais têm maior expressão nas regiões do Centro (30%)
e do Algarve (20%), embora, também neste caso, seja Odemira o
município que concentra mais área (12%).
A produção florícola recorre maioritariamente à mão-de-obra
assalariada (78% da mão-de-obra total), o que contrasta com o sector
agrícola em geral, onde 80% do volume de trabalho é familiar.
Cerca de 28% da produção de 2012 foi exportada.

A informação que se apresenta, é baseada no Inquérito à Floricultura e
Plantas Ornamentais 2012, realizado pelo INE na sequência do último
recenseamento agrícola

A necessidade de informação estatística no domínio da floricultura
levou a que o INE, na sequência do último Recenseamento Agrícola 2009
(RA 09), realizasse o Inquérito à Floricultura e Plantas Ornamentais
2012 (IFPO 2012), disponibilizando em suporte digital a publicação de
análise dos resultados obtidos.
Esta publicação está organizada em três capítulos, analisando-se no
primeiro os principais resultados de 2012 por NUTS II, recorrendo à
comparação, sempre que pertinente, com a informação apurada no
inquérito à floricultura realizado em 2002. No segundo capítulo é
apresentado um conjunto de quadros estatísticos com informação
desagregada por NUTS II ou município, seleccionados de modo a
apresentar uma panorâmica geral do sector. Para uma melhor compreensão
dos resultados, são apresentados no terceiro capítulo a nota
metodológica e os conceitos subjacentes ao inquérito.

As explorações florícolas em Portugal

Em 2012 existiam em Portugal 1 010 explorações com culturas
florícolas, que ocupavam uma área base de 1 365 ha, dos quais 564 ha
com flores de corte, 185 ha com folhagens de corte e complementos de
flor e 617 ha com plantas ornamentais. Embora entre 2002 e 2012 todos
os tipos de produção florícola tenham registado um incremento das
superfícies, destacam-se as plantas ornamentais, cuja área aumentou
240 ha.

Dimensão média das explorações de floricultura aumentou

A área base média de floricultura por exploração foi de 1,4 ha em
2012, o que representa um aumento de 85% face a 2002. Também a
dimensão média da área de estufas por exploração aumentou
significativamente passando de 0,4 ha para 0,7 ha.

Estufas ocupam cerca de 1/3 da área base de floricultura

A superfície de estufas com floricultura ocupou 456 ha em 2012, dos
quais 157 ha localizados na NUTS II de Lisboa. As superfícies
exploradas ao ar livre registaram um incremento de 294 ha face a 2002.

Principais produções de flores, folhagens e plantas ornamentais

A prótea é a flor de corte mais representativa, ocupando 20% da
superfície produtiva. O feto é a principal folhagem de corte, enquanto
a fúchsia (brincos de princesa) é a planta ornamental mais
comercializada.

Indicadores laborais na floricultura

Entre 2002 e 2012 registou-se um aumento do volume de trabalho por
unidade produtiva (+27%), justificado pelo redimensionamento das
explorações. Por outro lado verificou-se uma melhoria da eficiência de
trabalho, expressa em unidades de trabalho ano (1 UTA = 225 dias de
trabalho a 8 horas por dia) necessárias para explorar 1 ha de
floricultura, que passaram de 4,0 UTA/ha para 2,7 UTA/ha.

Principais formas de escoamento da produção

A exportação apresenta uma importância estratégica para o sector,
sendo a principal forma de escoamento das folhagens de corte e
complementos de flor e a segunda mais importante para as flores de
corte e para as plantas ornamentais. No mercado interno, a
comercialização das flores de corte é dominada pelos grossistas e a de
plantas ornamentais pelos garden centres.

Evolução da produção comercializada face a 2010

Praticamente 1/3 dos floricultores (31%) afirmaram ter mantido a
produção comercializada face a 2010, ano em que ainda não tinha sido
alterada a taxa do IVA das flores e plantas ornamentais para 23%. No
entanto, a maioria dos produtores (57%) indicaram decréscimos de
vendas face a 2010, sendo que 12% afirmaram mesmo que as reduções
foram superiores a 50%. Os produtores de plantas ornamentais foram os
mais afectados, com 2/3 a declararem decréscimos nas vendas. Em
contrapartida, 12% dos floricultores afirmaram ter expandido o
negócio, sendo que para 3% destes, as vendas comparativamente a 2010
aumentaram mais de 50%.

Os resultados do IFPO 2012 foram complementados com uma análise
efectuada às estatísticas do comércio internacional, para os anos de
2002 e 2011.

Em 2011 a Holanda foi o principal destino das flores de corte nacionais

Entre 2002 e 2011, verificou-se uma redução do défice da balança
comercial das flores de corte (que ainda assim se situou nos -11,8
milhões de euros), em resultado do aumento das exportações (+55%) e do
decréscimo das importações (-15%). De referir que, apesar da Holanda
ter mantido a posição de principal país de destino das exportações de
flores de corte nacionais (43% em valor, em 2011), as exportações para
Espanha registaram um aumento significativo neste período, passando de
5% em 2002 para 35% em 2011.

Exportações de folhagens de corte triplicaram entre 2002 e 2011

O contributo muito positivo das exportações de folhagens de corte, que
entre 2002 e 2011 triplicaram de valor, não foi suficiente para
inverter o saldo da balança comercial que continuou negativo, rondando
os -1,2 milhões de euros. Os principais destinos das exportações
nacionais de folhagem de corte em 2011 foram Holanda (60%), Alemanha
(18%), Espanha (9%) e Bélgica (9%).

Aumento das exportações para Holanda, Espanha e Itália diminui défice
comercial das plantas ornamentais

O saldo da balança comercial das plantas ornamentais registou uma
acentuada diminuição, passando dos -24,8 milhões de euros em 2002 para
os -6,8 milhões de euros em 2011, em consequência do aumento das
exportações (+146%). A taxa de cobertura das importações pelas
exportações relativamente à Holanda, principal parceiro comercial de
Portugal neste tipo de produtos, passou dos 19% em 2002 para os 68% em
2011. De assinalar ainda a conquista de mercados para a produção
nacional, com as exportações para Espanha e Itália a aumentarem,
respectivamente, 29% e 26% ao ano (no período 2002-2011)
representando, no seu conjunto, 22% do valor total das exportações de
plantas ornamentais em 2011.

Importação de produtos florícolas

A produção de flores, folhagens e plantas ornamentais nacionais
continua a ser insuficiente para satisfazer a procura interna. A
Holanda é claramente o principal fornecedor destes produtos, tendo
sido responsável em 2011 por 77% do valor das importações portuguesas
de flores de corte (14,1 milhões de euros) e por 91% do valor das
importações de folhagens (3 milhões de euros). Nas importações de
plantas ornamentais, também dominadas pela Holanda (54% em 2011),
merece destaque a Espanha que apresenta uma quota de mercado de 30%.

Fonte: INE

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/05/10g.htm

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