quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A agricultura biológica é pior para o planeta


Por ZAP - 20 Dezembro, 2018
Yen Strandqvist / Chalmers University of Technology


Os alimentos cultivados organicamente têm um impacto climático maior do que os alimentos cultivados convencionalmente, devido à necessidade de maiores áreas de terra para cultivar.

A agricultura biológica, ou agricultura orgânica, tem como principal objetivo maximizar o "natural" e minimizar a interferência química quando os alimentos são produzidos, mas será mesmo a melhor opção para o meio ambiente?

Uma equipa internacional de cientistas defende agora que, como as culturas orgânicas produzem muito menos, porque não são usados fertilizantes para impulsionar as colheitas, é necessária muita mais terra para produzir a mesma quantidade de alimentos biológicos que as culturas convencionais.

A equipa de especialistas concluiu ainda que os alimentos biológicos têm um impacto maior no clima do que os alimentos convencionais devido às emissões extras de dióxido de carbono produzidas pelo desmatamento exigido como resultado de uma produção orgânica menos eficiente.

Stefan Wirsenius, um dos autores do estudo publicado recentemente na Nature, afirmou que "o maior uso da terra na agricultura biológica leva indiretamente a maiores emissões de dióxido de carbono, graças ao desmatamento".

Para o estudo, os cientistas concentraram-se na produção de ervilhas e trigo orgânicos na Suécia. A equipa descobriu que as ervilhas cultivadas de forma biológica têm um impacto 50% maior no clima do que as cultivadas através de métodos convencionais. Para outros alimentos, depararam-se com uma diferença ainda maior, com o trigo a ter um impacto de 70%.

"Este é um grande descuido", afirma o cientista, adiantando que, "como mostra o nosso estudo, este efeito pode ser muito maior do que os efeitos dos gases com efeito de estufa".

Os cientistas salvaguardam que é também provável que haja um efeito indireto para a carne orgânica e produtos lácteos, dado que esses animais são alimentados com alimentos orgânicos, cultivados em fazendas que ocupam mais espaço. Mas, como não foi estudado, ainda não passa de uma hipótese.

Com este estudo, os cientistas não estão a sugerir que a agricultura biológica deva ser posta de lado. Em vez disso, acreditam que o seu uso deve ser cuidadosamente considerado.

"Alimentos orgânicos tem várias vantagens em comparação com os alimentos produzidos por métodos convencionais. Mas quando se trata do impacto climático, o nosso estudo mostra que a comida orgânica é uma alternativa muito pior", adianta Wirsenius.

ZAP // ScienceAlert

3 comentários:

Anónimo disse...

Constato que o humor negro já chegou às ciências agronómicas!

Unknown disse...

O estudo"Assessing the efficiency of changes in land use for mitigating climate change" centra-se na tentativa de encontrar uma forma de medir o impacto dos diferentes usos do solo no aumento de emissões de carbono, como o próprio título o indica. Este estudo analisa várias situações sendo que a agricultural biologica é apenas uma delas,tendo maior relevância o uso do solo para a produção de bio-combustíveis e de carne.
Este artigo menciona apenas a opinião de um dos autores do estudo, com base numa infima parte do mesmo e extrapolando para resultados globais. Não basta apresentar uma teoria para tê-la como provada é preciso testá-la, mais ainda quando o propósito do estudo em que se baseia é outro e portanto as premissas do mesmo poderão ser inapropriadas.

Unknown disse...

O estudo"Assessing the efficiency of changes in land use for mitigating climate change" centra-se na tentativa de encontrar uma forma de medir o impacto dos diferentes usos do solo no aumento de emissões de carbono, como o próprio título o indica. Este estudo analisa várias situações sendo que a agricultural biologica é apenas uma delas,tendo maior relevância o uso do solo para a produção de bio-combustíveis e de carne.
Este artigo menciona apenas a opinião de um dos autores do estudo, com base numa infima parte do mesmo e extrapolando para resultados globais. Não basta apresentar uma teoria para tê-la como provada é preciso testá-la, mais ainda quando o propósito do estudo em que se baseia é outro e portanto as premissas do mesmo poderão ser inapropriadas.

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