quarta-feira, 20 de abril de 2016

Portugal produz 55% da carne de porco que consome

Na Bolsa do Porco acerta-se o preço à porta fechada
ANA RUTE SILVA 17/04/2016 - 08:02
Numa altura em que os produtores não conseguem vender os animais a preços que cubram os custos, aumenta a pressão sobre o preço que é decidido todas as semanas pela Bolsa do Porco, no Montijo.

DR

Todas as quintas-feiras às 19 horas há encontro marcado. Repete-se todas as semanas ao lado da praça de touros do Montijo, no Parque Industrial da cidade, num edifício branco e cor-de-rosa. Lá dentro, no rés-do-chão, ainda há vestígios de uma dependência do Banco Espírito Santo decorada com a antiga imagem, de letras douradas sobre um fundo verde-escuro.

Sobe-se a escadaria e entra-se no território da Bolsa do Porco – Associação, legalmente constituída há 22 anos. Não há ecrãs com cotações sempre a passar, apenas secretárias de madeira escura e salas de reuniões onde se juntam os representantes dos produtores de porcos, comerciantes e industriais do sector, desde os matadouros às fábricas que produzem enchidos. Não há compra e venda de acções, não há índices, nem empresas cotadas. Nesta bolsa discute-se o preço de referência do quilo do porco (morto) para a semana seguinte.

O valor que sai todas as semanas é seguido de perto pelos suinicultores que, por estes dias, se debatem com dificuldades em vender os animais a um preço capaz de suportar todos os custos. O embargo russo aos produtos alimentares produzidos na União Europeia, uma retaliação de Moscovo às sanções impostas pela UE na sequência da operação militar na Crimeia, já se arrasta há quase dois anos. E Portugal, que não exportava carne de porco para a Rússia e nem sequer produz o suficiente para se abastecer (cobre apenas 55% das suas necessidades) sofreu indirectamente com o excesso de produtos no mercado europeu. A concorrência dos grandes produtores, como Espanha, está a ser difícil de ultrapassar. E os consumidores tardam em preferir carne portuguesa quando vão às compras.

Nas paredes da Bolsa do Porco há fotografias antigas, de grupos de homens sentados à volta de uma mesa. A placa que assinala a data de inauguração, a 30 de Janeiro de 1992, tem gravado o nome de Arlindo Cunha, ministro da Agricultura de Cavaco Silva (e actual presidente da comissão vitivinícola da Região do Dão) que em 1993 decidiu fechar as importações de suínos da UE, justificada na altura por uma "medida de controlo sanitário", como citava o Expresso. Bruxelas tinha também proibido as exportações de porcos portugueses devido à peste suína. Nessa altura, como agora, os preços eram um problema. Tal como a capacidade dos produtores de concorrer no mercado externo.

Mas a história da Bolsa começou na rua. "As pessoas juntavam-se no Montijo informalmente e faziam uma espécie de bolsa. Na prática eram vendas. Os produtores iam vender os seus porcos a intermediários que definiam ali mesmo o preço e o principal era o José Inácio", conta Nuno Correia, presidente da Associação da Bolsa do Porco. Era o preço de rua, passado de boca em boca, que guiava a decisões de compra e venda.

A entrada de Portugal na União Europeia trouxe novas exigências: era preciso ter um valor de referência mais real, que indicasse a evolução do mercado. "Começou então a falar-se na possibilidade de criar uma bolsa, à semelhança do que se fazia noutros países da Europa, como Espanha. Esta não é uma bolsa de transacções. É uma bolsa de preço indicativo dos animais", sustenta.

As associações que representavam o sector foram chamadas a participar e começaram a trabalhar em conjunto com o Ministério da Agricultura, que destacou um técnico e um administrativo para assegurar o funcionamento do novo organismo (recursos que, mais tarde, deixaram de existir). Na lista de fundadores estão a Associação Livre de Suinicultores (ALIS) e a Associação Portuguesa de Suinicultura (APS) – entretanto fundidas na ALISP, Associação Livre de Suinicultores Portugueses -, a Associação Nacional de Comerciantes de Suínos (ACS), a Associação Portuguesa dos Industriais de Carne (APIC) e a Associação dos Produtores Agrícolas da Região de Rio Maior (APARRM). Todas se mantêm como membros da mesa de cotações.

Cada associação designa um representante. "Normalmente tenta-se que tenham representatividade no mercado pela sua dimensão ou, não tendo, que sejam respeitados pela sua experiência e conhecimento", detalha Nuno Correia, dando como exemplo António Gameiro, que produz carne com a sua própria marca, a Ti António.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Barragens vazias já obrigam a abastecimentos com auto-tanques no Alentejo

CARLOS DIAS 11/04/2016 - 22:05

Alqueva tem reservas que asseguram o abastecimento das culturas regadas. Mesmo assim a Fenareg avisa: "Mais de 40 mil hectares poderão não ter água" na campanha de rega de 2016.

 
ENRIC VIVES-RUBIO

A escassez de água volta a marcar presença na realidade baixo alentejana. Nesta altura do ano, as reservas de água tanto de superfície como nos aquíferos subterrâneos já se revelam escassas, o que faz temer por piores consequências no próximo Verão. A Federação Nacional de Regantes (Fenareg) já alertou para "a falta de água e para as consequências na campanha de rega deste ano", lembrando que "pelo segundo ano consecutivo a precipitação foi inferior ao normal."

Os casos mais preocupantes estão assinalados no Alentejo, salienta a Fenareg, referindo que as barragens da bacia do Sado registam, neste momento, apenas 30% de água na sua capacidade de armazenamento. Os dados das Associações de Regantes e do Sistema Nacional dos Recursos Hídricos destacam as limitações hídricas nas albufeiras de Vale do Gaio (58,9%), Lucefecit (58,6), Alvito (57,7%), Fonte Serne (50%) e Divor (50%). Com situação ainda mais preocupante estão Vigia (40%), Monte da Rocha (33.5%), Odivelas (32.8%), Pego do Altar (38.7%) e Roxo (28.8%). A albufeira do Alqueva apresenta 78% da sua capacidade máxima (3.127 milhões de metros cúbicos)

Pelo segundo ano consecutivo, a precipitação foi inferior ao normal e sete bacias hidrográficas a nível nacional registam volumes armazenados "inferiores à média dos últimos 25 anos", assinala a Fenareg. Esta organização destaca os "casos mais dramáticos", nas albufeiras de Odivelas e do Roxo, onde a situação é descrita como "particularmente grave". A primeira regista um volume útil de acesso à água de apenas 31 milhões de metros cúbicos quando a sua capacidade máxima é de 96 milhões. A segunda tem uma reserva de 27 milhões quando a sua capacidade é de 94 milhões de metros cúbicos. Como têm de manter uma reserva de 10% do volume máximo, o chamado "caudal morto", a água não chega para o regadio das culturas Primavera/Verão, que no caso do Roxo é acrescido de mais 4 milhões para o abastecimento público de Beja e Aljustrel.   

O presidente da Associação de Beneficiários do Roxo (ABRoxo), António Parreira, confirmou ao PÚBLICO que "o panorama é negro" mas espera que de Alqueva possa vir a reserva de água necessária para regar os culturas. O problema, acentua, "está no preço da água que é elevado para a maioria das explorações" de pequena e média dimensão.

"Vamos a ver se água vinda de Alqueva pode ser paga ou se, pelo contrário, vai cavar a sepultura de muitos agricultores" antecipa António Parreira receoso que a "pequena margem de manobra" que as explorações têm, não faça com os ganhos com a produção "sejam levados pelo custo da água."

Acresce ainda o contencioso que a ABRroxo mantém há vários anos com a empresa Águas Públicas do Alentejo (APA). A água que esta entidade capta na albufeira do Roxo para garantir o abastecimento público das populações de Beja e Aljustrel não é paga. Mas, pela primeira vez, a associação de regantes vai ter de requisitar água à Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), para abastecer o seu sistema de rega. Resta saber " se os agricultores vão ter de pagar a água que a APA vai retirar do Roxo para abastecer o consumo público".  

A Fenareg prevê que "mais de 40.000 hectares de culturas regadas poderão não ter água para esta campanha de rega de 2016", destacando que, "mais de um terço das culturas são permanentes (olival, amendoal e outras árvores de fruta, vinha, etc). As áreas de produção de arroz de Alcácer do Sal "estão também em causa", adverte esta organização.

O abastecimento público também está ameaçado com a escassez de água. Em Castro Verde a câmara local já determinou o encerramento de todos os fontanários públicos "devido ao período de seca" e para evitar "o desperdício e consumos exagerados de água", justificou ao PÚBLICO o presidente da Câmara, Francisco Duarte. O autarca garante que a situação "ainda não é preocupante" mas admite que o "período de seca que se avizinha" possa impor restrições.

Daí as decisões que a autarquia tomou no sentido de "racionalizar" os consumos por recear que o próximo Verão possa ser marcado por cenários de escassez. Com efeito, é a partir da barragem do Monte da Rocha, cuja albufeira apresenta um volume de apenas 34 milhões de metros cúbicos, (capacidade de 104 milhões de metros cúbicos de água) que são abastecidos, para além de Castro Verde, os concelhos de Ourique e Almodôvar.  

Em Mértola já foi necessário recorrer "pontualmente", no final do Inverno, aos auto-tanques para abastecer pequenas povoações mais isoladas da margem direita do Guadiana, confirmou ao PÚBLICO o presidente da Câmara, Jorge Rosa. O problema pode vir a agudizar-se no próximo Verão dado existirem aglomerados populacionais que ainda não estão ligados ao sistema de abastecimento suportado pela barragem do Enxoé que abastece Mértola e Serpa.

Mais "preocupante" é a situação dos criadores de gado, refere o autarca, realçando a falta de água nas pequenas charcas e barragens utilizadas para o abeberamento do gado e que neste momento "ou estão secas ou cobertas de lodo". Jorge Rosa admite que o problema da falta de água se vai colocar "com mais intensidade" nos meses que se seguem.

Entretanto a Fenareg já solicitou uma audiência com o Ministro da Agricultura.

A nível nacional, segundo dados do Sistema Nacional dos Recursos Hídricos, das 60 albufeiras monitorizadas, 28 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e cinco têm disponibilidades inferiores a 40%. Os armazenamentos de Março de 2016 por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias históricas para este mês - com destaque para a do Sado -, com excepção das bacias do Lima, Cávado/Ribeiras Costeiras, Ave, Douro e Tejo, que estão acima da média.

Ovibeja potencia "Terra Fértil" através da inovação e agronegócios

 19-04-2016 
  
As novas culturas, o agro-alimentar e as agro-indústrias, equipamentos e tecnologias de ponta, bem como as mais recentes técnicas de marketing vão estar em destaque na 33ª Ovibeja.
 
O evento, que se realiza de 21 a 25 de Abril, potencia a inovação e o agro-negócio num Pavilhão dedicado à temática "Terra Fértil". Um centro de excelência, da promoção e venda do que de melhor se faz no campo e a partir do campo.

 
Uma mostra com um forte cariz empresarial e tecnológico que reúne empresas nacionais e internacionais, marcas, entidades e organizações de produtores que operam na inovação das culturas tradicionais e nas novas culturas e fileiras agrícolas. Em foco vai estar a sua incontornável importância para a afirmação e desenvolvimento do sector agrícola e para a economia agrícola nacional.
 
O Pavilhão Terra Fértil vai ainda contemplar uma zona de apresentações ao dispor dos expositores para a qual foi delineada uma programação própria. Estas iniciativas, que contam com o envolvimento de entidades oficiais, técnicos e peritos dos mais variados setores agrícolas, têm como meta o fortalecimento de relações de proximidade com o público interessado, para identificar e debater os diferentes desafios e oportunidades de um setor em franca expansão.
 
A CONFAGRI irá estar presente no certame com um stand próprio, à entrada do Pavilhão Institucional. Não hesite em visitar-nos. Para garantir uma dinâmica empresarial e de networking vai estar também ao dispor uma zona destinada a reuniões entre empresas (B2B) e potenciais clientes e parceiros (B2C), num contexto de Unique Selling Point, uma abordagem integrada da produção ao consumidor final.
 
Consulte aqui o Programa http://www.ovibeja.pt/programa
 
Fonte: CONFAGRI

Novas medidas contra Xylella fastidiosa

  19-04-2016 
 

 
Os especialistas dos Estados-membros aprovaram, na sexta-feira passada, medidas adicionais contra Xylella fastidiosa, uma das bactérias conhecidas mais perigosas no mundo das plantas.
 
Com as novas medidas são actualizados alguns elementos das disposições de emergência existentes, aprovados em Maio de 2015. Em particular, tem em conta a evolução da Xylella fastidiosa no território italiano e o facto de novos surtos registados na zona circundante à infectada província de Lecce desde a adopção das últimas medidas de emergência em 2015.
 
As novas medidas aprovadas preveem uma área mais ampliada de demarcação de forma a evitar uma maior propagação da bactéria no resto do território da União Europeia.
 
Fonte: Agrodigital

China confirma-se como o segundo maior vinhedo do mundo

 19-04-2016 
 

 
O director-geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho apresentou a 18 de Abril, em Paris, os elementos informáticos sobre o "potencial de produção de vinho, o balanço da colheita, situação do mercado e os intercâmbios internacionais em 2015".

Principalmente na China a na Nova Zelândia os vinhedos continuam em crescimento. Em troca, o comunitário tem vindo a diminuidor ligeiramente e Espanha permanece, sem dúvida, na cabeça no que respeita a superfícies cultivadas com mais de 1 milhão de hectares (ha), seguida pela China, com 0,81 ha, e da França com 0,78 ha.

A produção mundial de vinho foi relativamente alta em 2015, alcançou os 274,4 milhões de hectolitros, ou seja, mais 5,8 milhões frente à produção de 2014. Itália, com um crescimento de 12 por cento em relação ao ano anterior, é o primeiro produtor mundial, com 49,5 milhões de hectolitros, seguida pela França, com 47,5 e a Espanha, com 37,2 milhões.

Os Estados Unidos registou, pelo terceiro ano consecutivo, um nível de produção elevado, de 22,1 milhões de hectolitros. No hemisfério sul a produção contraiu na Argentina, com 13,4 milhões de hectolitros, mas aumentou no Chile, 12,9 e mantém-se estável na Austrália, com 11,9 milhões. Diminuiu ligeiramente na África do Sul, com um total de 11,2 e na China, com 11 milhões de hectolitros.

O consumo mundial de vinhos em 2015 foi avaliada em 240 milhões de hectolitros, o que implica um pequeno aumento, de mais 0,9 milhões em relação ao ano anterior. Desde a crise económica e financeira de 2008, manteve-se estável. Os Estados Unidos, com 31 milhões de hectolitros, confirma a sua posição como primeiro consumidor mundial. O consumo apresenta-se relativamente estável na Itália, de 20 milhões e em Espanha, de 10 milhões, mas na França continua em queda, 27,2 milhões de hectolitros frente a 2014. O nível mundial de consumo na China foi avaliado em 16 milhões de hectolitros, o que implica um ligeiro aumento de 0,5 milhões em comparação a 2014.

No que diz respeito a intercâmbios internacionais verificou-se um aumento em volume e em valor. Em 205, os intercâmbios mundiais de vinho aumentaram 1,8 por cento em volume, 104,3 milhões de hectolitros, mas em valor ainda mais, de 10,6 por cento, em relação a 2014, quando registou um total de 23.300 milhões euros.

Fonte: Agrodigital

Amendoeiras começam a disputar com as oliveiras a paisagem alentejana

CARLOS DIAS 19/04/2016 - 09:00

Dentro de três anos estarão plantados em Alqueva sete mil hectares de amendoais, cultura que vai contribuir para "rentabilizar" a água da grande albufeira que continua a ter baixo consumo. Seca na Califórnia dá um empurrão à produção portuguesa.


Apesar do olival intensivo e superintensivo continuar a representar a cultura de maior expressão no regadio de Alqueva, ocupando neste momento uma área superior a 53% nos cerca de 90 mil hectares já infra-estruturados, a cultura de amendoeiras está a mobilizar de forma exponencial o interesse dos agricultores.

O presidente da  Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, realçou na sua intervenção de abertura do seminário "Criar Valor na Mudança" com o regadio, realizado no final da semana passada no auditório da EDIA em Beja, o peso cada vez maior que o amendoal pode vir a assumir na "rentabilização a água de Alqueva". E adiantou que dentro de três anos estarão plantados nos novos blocos de rega "cerca sete mil hectares" desta cultura de frutos secos.

Pedro Janeiro, especialista na Consulai - empresa de consultadoria agro-industrial - partilha do optimismo expresso pelo presidente da EDIA, classificando de "paradigmáticos" os dados relativos ao crescimento da plantação de amendoeiras em Alqueva, convicto que esta se vai tornar a médio prazo "uma referência a seguir ao olival."

A produção intensiva de amêndoas dispõe em Alqueva de áreas adequadas que totalizam 23 mil hectares de bons solos argilosos e com abundância de água. Uma vantagem acrescida quando a Califórnia, onde se concentra mais de 80% da produção mundial deste tipo de fruto de casca rija, "está a ser fustigado por uma seca estrutural que coloca em risco a produção", salientou Pedro Janeiro.  

Os efeitos já se estão a fazer sentir no "aumento da procura do produto e nos preços elevados", sublinha este especialista, referindo que as condições climatéricas adversas naquele ponto do globo aceleraram a deslocalização da produção, abrindo novas oportunidades para outros países, entre os quais Portugal.    

A plantação de amendoeiras "está adequada a Alqueva" se forem usadas as novas variedades de árvores que resistem às geadas recorrentes no Baixo Alentejo por força da humidade criada pelo espelho de água no Alqueva e a massa de ar vinda do litoral atlântico.  

Pedro Janeiro explicou às cerca de duas centenas de agricultores presentes no auditório da EDIA que a área mínima de plantio é de 15 hectares para assegurar um valor líquido "interessante e resiliente". A subida do preço dos frutos de casca rija foi exponencial desde o ano 2000, assim como a produção a nível mundial. Dados da organização espanhola Mesa Nacional de Frutos Secos (MNFS) referem que foram produzidas em 2014 cerca de 1.077.000 toneladas de amêndoa, mais 96% que em 2004 quando a produção se situou nas 550.000 toneladas.

Em 2006, a produção de amêndoa rendeu 3 mil milhões de euros mas em 2014 chegou aos 8,4 mil milhões. Há dois anos, o quilo de miolo de amêndoa ultrapassava os 10 euros.

Brígido Chambra, agricultor da região da Andaluzia, depois de plantar mais de 20 mil hectares de olival está a dedicar-se ao amendoal, tal como outros produtores olivícolas, replicando os modelos intensivo e superintensivo. "Felizmente, no Alentejo, temos a terra que quisermos e água com abundância", assinala o agricultor espanhol que diz estar a experimentar novas variedades de amendoeiras para as adequar "às mais de duas dezenas de microclimas que existem na região", realça. Numa primeira fase, o produtor andaluz vai plantar entre 400/500 por hectare mas pretende chegar às cerca de mil árvores para produzir amêndoa a um euro o quilo no superintensivo. "Plantar o máximo volume de árvores por hectare no melhor tempo possível e recorrendo à apanha mecanizada" é o seu conceito de negócio, diz.

Pretende plantar 1000 hectares de amendoal no Alentejo, frisando que as variedades ibéricas deste fruto de casca rija "tem mais valor pela sua qualidade superior". Esta afirmação foi corroborada por um produtor de amendoal em superintensivo que revelou aos presentes a confidência que ouviu de um californiano: "Nós (californianos) produzimos muita amêndoa, mas só consumimos a que é produzida na Península Ibérica que é muito melhor que a nossa."

Daniel Montes, um jovem agricultor, tem uma plantação de 30 hectares de amendoal em Alqueva mas só vai mais além quando fizer a experimentação das variedades adequadas às características "edafoclimáticas do regadio". E antecipa o cenário que considera inevitável: "As pragas e as doenças vão ser um dos principais problemas", fenómeno que lhe suscitou uma advertência: "Vamos ter dificuldades na indicação química para estancar as pragas no Alentejo e adaptar os produtos aos nossos microclimas", alerta o agricultor, defendendo o recurso a um meio natural: as abelhas. "São necessárias até cinco colmeias por hectare" defende, referindo que a presença destes insectos numa plantação de amendoeiras "têm um peso até 30% na produtividade" alcançada.

A MNFS refere que os Estados Unidos da América são os maiores produtores mundiais, com 834.000 toneladas de produção de amêndoa por ano, seguindo-se a Austrália, com 65.000 , e Espanha, com 48.000. A produção em Portugal foi, em 2015, de 14 mil toneladas. Contudo, a Espanha detém a maior área cultivada a nível mundial, com 540 mil hectares para os pouco mais de 400 mil na Califórnia.

Tanto nos Estados Unidos como na Austrália as plantações estão localizadas em solos férteis de regadio com produções que oscilam entre os 2000 e 3000 quilos por hectare. Em Espanha a média é de 150 quilos. Nos amendoais de sequeiro, que é o caso do Algarve e de outros locais no país, a produção média ronda os 15 quilos por hectare.

Azeite: Alentejo produz 76% da produção nacional



 18 Abril 2016, segunda-feira  AgroflorestalIndústria alimentar

A produção de azeite em Portugal, em 2015, subiu 75% e situa-se já como a maior desde 1961 e o terceiro maior volume dos últimos 100 anos, tendo sido produzidos cerca de 106 mil toneladas de azeite.
azeite
Segundo as previsões da Casa do Azeite – a associação que representa produtores e embaladores de azeite - pode mesmo continuar a acrescer nos próximos quatro anos, algo que o Instituto Nacional de Estatística (INE), já havia previsto também.
Com novos olivais a serem plantados, nos próximos quatro anos Portugal pode chegar às 120, 130 mil toneladas, quando há pouco tempo se esperava atingir só em 2020 a barreira das 100 mil.
Os olivais superintensivos do sul, que usufruem da barragem do Alqueva, têm tido um papel determinante nesta subida.
Neste panorama, o Alentejo produz 76% do azeite nacional que, quando há cerca de dez anos a produção era somente de 11 mil toneladas.
O Alentejo foi mesmo a região que mais cresceu em área de olival, cerca de 170 mil hectares; a nível nacional o crescimento tem sido insignificante.
As exportações valem já a Portugal 436,5 milhões de euros, sendo os mercados principais Brasil e Angola com cerca de 50% do volume total de produção, no entanto, as exportações diminuíram 4% em volume em 2015.
Portugal continua a ser quarto na lista dos maiores produtores europeus, num ranking liderado pela Espanha, seguida da Itália e da Grécia.
Fonte: Tribuna do Alentejo 

Jovem agricultor mais inovador da Europa é de Ferreira do Alentejo



 15 Abril 2016, sexta-feira  ViticulturaAgricultura

Henrique Silvestre Ferreira é o jovem agricultor mais inovador da Europa.
henrique silvestre
Segue a tradição agrícola da família e dedica-se à produção de uvas sem grainha em Ferreira do Alentejo.
A distinção foi entregue no Parlamento Europeu depois de um concurso que envolveu agricultores de toda a Europa.
O projeto foi distinguido pela conciliação entre a inovação e a tradição e, também pela preocupação com o desenvolvimento sustentável.
Fonte: SIC 

USDA prevê maior produção e existências de trigo e milho a nível mundial

 13-04-2016 
  
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos aumentou a sua estimativa de produção mundial de trigo na sua última informação

As previsões apontam para mais 820 mil toneladas em relação ao ano anterior, até um valor recorde de 733, 14 milhões de toneladas. Este crescimento procede de melhores resultados na União Europeia, de mais 1,5 milhões de toneladas até o recorde de 160 milhões de toneladas, e na Argentina, mais 300 mil toneladas até 11,2 milhões, no entanto com descida na Etiópia e no Paquistão. Este crescimento da produção em conjunto com a quebra de consumo previsto pode levar a existência recorde no final da campanha de 329,3 milhões de toneladas, mais 1,7 milhões.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou as suas previsões e produção mundial de milho em 2,5 milhões de toneladas em comparação com o mês anterior, até 972,13 milhões de toneladas. Esta subida deve-se à revisão em alta na Argentina, de mais um milhão de toneladas e no México e Sérvia, ambos com mais 500 mil toneladas. As previsões de existências finais da apanha também aumentaram mais dois milhões, até 208,91 milhões de toneladas.

Em relação à produção mundial de soja, mantém-se invariável em 310,2 milhões e toneladas. Os maiores resultados da Argentina compensam as descidas na Índia e os stocks finais da campanha são revistos em alta, com mais 200 mil toneladas, até um total de 79 milhões de toneladas.

Fonte: Agrodigital

Situação da colheita de trigo no mundo

18-04-2016 
  
O mercado cereais sente a pressão das boas condições de colheitas de trigo no mundo, me especial nos Estados Unidos, com uma melhor situação do que o esperado

Apenas, uma queda de rendimento em conjunto com um forte aumento da procura poderá alterar nas cotações, segundo a avaliação de Toño Catón, Director de Culturas Arvenses das Cooperativas Agroalimentarias.

Os Estados Unidos esta campanha cultivaram menos dois milhões de hectares de trigo em relação à passada, porém, dadas as elevadas existências de início da campanha e considerando um rendimento médio, em 2016/2017 conta-se com uma oferta superior a 2015/2016.

Em relação à situação dos trigos na Europa, incluindo o Mar Negro, a situação continua favorável, assinalou Toño Catón. Em França, 92 por cento do trigo está em excelente estado. Na Rússia e na Ucrânia a colheita será menor devido à redução da superfície, já que as culturas avançaram com condições meteorológicas muito desfavoráveis devido à falta de água. Na Ucrânia espera-se uma colheita de trigo de cerca de 18 milhões de toneladas, frente aos 27,27 milhões de 2015. Na Rússia prevê-se uma colheita de 23 milhões de toneladas. O mercado russo de exportação está muito activo já que a desvalorização já que os preços russos resultam muito competitivos, destaca Catón. As exportações russas de trigo chegara a 20,58 milhões de toneladas em Março frente aos 19,5 milhões na mesma data da campanha anterior.

No norte de África, Marrocos atravessa uma situação difícil. A seca pode levar à perda de cerca de metade da colheita de trigo, que poderá ser a pior colheita dos últimos oito anos, ponderando cerca de 3,7 milhões de toneladas frente aos oito milhões da campanha anterior. Marrocos terá que aumentar as suas importações em mais de quatro milhões de toneladas. Perante esta situação, França reviu em alta as suas previsões de exportação em 500 mil toneladas.

O Egipto proibiu as importações desde Abril até Julho, coincidindo com a sua colheita, de forma a promover o consumo de trigo nacional. A última compra foi a seis de Abril, de 60 mil toneladas de trigo francês a um preço de 192,34 dólares a tonelada, o valor mais alto em sete semanas, recorda Catón.

Fonte: Agrodigital

Novo programa de leite e frutas e hortícolas nas escolas começa em Agosto de 2017

 12-04-2016 
 

 
Os Ministros da Agricultora da União Europeia aprovaram o novo programa de leite e frutas e hortícolas nas escolas. As novidades do novo programa, que começa a funcionar a partir de 01 de Agosto de 2017, são mais orçamento, menos carga administrativa e mais formação das crianças em relação aos hábitos alimentares saudáveis, sustentabilidade e resíduos.

A participação dos Estados-membros continua a ser voluntaria, dando prioridade à distribuição entre as escolas de frutas e hortícolas frescas e leite de consumo, apesar dos países terem a possibilidade de complementar a mesma com frutas e hortícolas transformadas e outros lacticínios.

O orçamento total da União Europeia aumentou 250 milhões de euros por ano, dos quais 150 milhões são para frutas e hortícolas, como actualmente, e 100 milhões para o leite e os lacticínios, frente à proposta de 80 milhões de euros.

Fonte: Agrodigital

Ministro da Agricultura defende apoios para o sector do vinho até 2020

13-04-2016 
    
O ministro da Agricultura vai propor, esta quarta-feira, aos seus homólogos europeus do sul que os apoios comunitários para o sector vitivinícola se prolonguem até 2020, segundo uma nota do Governo.

Capoulas Santos vai reunir-se com os ministros da Agricultura dos países do sul da Europa em Verona, Itália, para concertar posições políticas comuns para defender na União Europeia os sectores do vinho e dos hortofrutícolas.

O objectivo de prolongar o programa Vitis, segundo Capoulas Santos, é dar continuidade ao investimento no sector vitivinícola, orientado para a qualidade e para a internacionalização, mantendo os apoios dirigidos para a reestruturação e reconversão das vinhas, bem como promoção de produtos de qualidade em países terceiros.

O encontro decorre à margem da Vinitaly, um certame de vinhos exclusivamente dedicado a profissionais, que reúne nesta 50ª edição quase quatro mil expositores, oriundos de 29 países, entre os quais duas empresas portuguesas exportadoras.

Em 2015, as exportações de vinho português atingiram um valor de 737 milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,6 por cento face ao ano de 2014.

Fonte: Lusa

Evolução desigual do preço do trigo e milho no mercado internacional

12-04-2016 
  
A evolução de preço dos futuros dos cereais da passada semana teve um resultado interessante, devido ao contraste entre o trigo e milho. Enquanto o trigo registou uma evolução semanal no negativo, o milho foi positivo, tanto no Mercado de Futuros de Paris como de Chicago. A evolução de trigo esteve condicionada por uma situação de cultivo, o dólar e dados incorrectos de exportação comunitária, que foram menos da metade que a semana precedente, enquanto a do milho parece depender da perda de credibilidade às elevadas intenções de culturas nos Estados Unidos, que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicou, de acordo com a avaliação de Toño Catón, Director de Culturas Arvenses das Cooperativas Agroalimentarias.
 
A semana também recolhe a primeira estimativa do Conselho Internacional e Cereais (CIC) para a campanha 2016/2017, que prevê uma produção mundial de trigo de 713 milhões de toneladas, ou seja, menos 21 milhões de toneladas, mas tendo em conta o menor consumo, as existências finais apenas reduziram em três milhões de toneladas.
 
A oferta de milho também continua elevada, já que o CIC estima uma produção de993 milhões de toneladas, aumentando em 21 milhões o valor da campana anterior. Também com o consumo elevado, as existências finais apenas crescem dois milhões de toneladas.
 
Outra incerteza da semana, destaca Toño Catón, surge com os dados russos sobre o nível recorde que atingirá a oferta de farina de oleaginosas, o que vai impulsionar as exportações de óleos vegetais. Este aumento é consequência do crescimento nas culturas de girassol e soja e da maior capacidade de moagem na Rússia. Segundo a indústria russa, o potencial de moagem na campana de 2015/2016 é de 20,6 milhões de toneladas. A Rússia vai produzir cerca de 13,25 milhões de toneladas de girassol, soja e colza, das quis 9,2 milhões seriam de girassol, 2,8 de soja e 1,25 de colza.  
 
Fonte: Agrodigital

Nas negociações com Mercosul UE apresenta quota de importação de carne de porco com taxa reduzida

 15-04-2016 
  
Em Maio, vão reabrir as negociações entre a União Europeia e Mercosul e cada bloco apresenta as suas ofertas.

No caso da União Europeia (UE), tudo indica que vão propor quotas de importação com taxas reduzidas para alguns produtos agrícolas, um dos quais a carne de proco. Segundo a AHDB, a UE vai oferecer uma quota de três mil toneladas de grandes cortes de carne de porco e uma quota de 9.250 toneladas de qualidade inferior. Nos dois casos, a carne tem que estar livre de ractopamina. A taxa a aplicar seria de 83 euros a tonelada, muito inferior às praticadas fora da quota, que oscilam entre 467 e 869 euros a tonelada.

Caso estas quotas sejam aceites e os países do Mercosul as usarem a 100 por cento, supõe um aumento na importação de carne de porco em 50 por cento, já que em 2015 as importações foram de oito mil toneladas. De acordo com a AHDB, estas quantidades continuam pequenas e não afectam em demasiado o sector da carne de proco, apesar de nestes momentos de crise, qualquer carne adicional pode afectar. No entanto, o mais preocupante será a possibilidade de criar um precedente nas negociações de acordos com outros países como os Estados Unidos no TTIP.

Fonte: Agrodigital

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Projeto "Fruta Feia" chega ao Porto em maio



 16 Abril 2016, sábado  Hortofruticultura & FloriculturaIndústria alimentar

A Fruta Feia está a preparar a sua chegada à cidade do Porto, o que deverá acontecer já em maio, de acordo com os promotores.
fruta feia
A iniciativa procura consumidores que possam estar interessados em «consumir e evitar o desperdício de fruta e legumes» mas também agricultores da região que não conseguem escoar, devido à aparência, as suas frutas e hortaliças.
O projeto Fruta Feia arrancou em novembro de 2013 e tem como objetivo canalizar uma parte da produção fruto-hortícola desperdiçada até aos consumidores – a chamada fruta feia, que apesar de ser saborosa e de qualidade tem aspeto imperfeito em termos de cor, formato e calibre.
Segundo os autores da iniciativa, o Fruta Feia já evitou o desperdício de 239.785 quilos ds frutas e hortaliças.
Hoje, a Fruta Feia conta com dois pontos de entrega em Lisboa e um na Parede, 51 agricultores, 800 consumidores associados. Todas as semanas, o projeto evita que cerca de 4 toneladas de fruto-hortícolas vão parar ao lixo. Em breve vai chegar também ao Porto.

Leite: governo vai pagar 30 a 40 euros por animal



 18 Abril 2016, segunda-feira  Produção Animal

O Governo prevê pagar, a partir de outubro de 2016, 30 a 40 euros por animal aos produtores de leite como ajuda pelos prejuízos causados pelo fim do sistema de quotas na União Europeia (UE), adiantou o secretário de Estado da Agricultura.
À margem de uma conferência sobre que desafios o setor leiteiro enfrenta com a liberalização do mercado, em Vila do Conde, Luís Medeiros Vieira, apontou ainda o mês de maio como data para a abertura de uma linha de crédito de 20 milhões de euros para ajudar explorações agrícolas.
«O Governo, numa posição de solidariedade, deferiu um conjunto de medidas entre as quais a isenção do pagamento de Segurança Social em 50% de abril a dezembro (nove meses), uma linha de crédito de 20 milhões dividida numa parte para fundo de maneio, com um ano de carência, e outra para restruturação da dívida, a seis anos com um ano de carência e uma ajuda modelada por animal», lembrou o governante.
Questionado sobre aquela ajuda modelar, Luís Medeiros Vieira explicou que o montante ainda terá que ser calculado mas que começará a ser pago em outubro.
«Será uma ajuda calculada com base nos excedentes do 1º pilar da Política Agrícola Comum (PAC), cujo apuramento final é no final do mês de maio, mas será de oito milhões de euros», disse, apontando um montante «entre 30 e 40 euros» a pagar por animal.
O secretário de Estado com a pasta da agricultura apontou ainda o dedo à UE, reafirmando a necessidade de se rever o fim do sistema de quotas de produção no espaço europeu e a liberalização do mercado.
«Consideramos que este é um problema sobre o qual a UE tem que ter um ponto de vista e postura mais solidária com os produtores de leite e perante uma situação em que se começa a verificar que se devia analisar com mais cuidado o sistema que existia, que controlava o mercado e não exigia muito o dispêndio de verbas por parte da UE», disse.
Fonte: Lusa (via Agronegocios.eu).

Parlamento renova licença do glifosato por mais 7 anos



 14 Abril 2016, quinta-feira  Política AgrícolaAgricultura

O Parlamento Europeu adotou esta quarta-feira uma resolução, não vinculativa, que apela a que a licença da União Europeia para o uso de glifosato se limite a um período de sete anos em vez dos 15 inicialmente propostos pelo executivo comunitário.
A substância é empregue em herbicidas usados nos meios rurais e urbanos para destruir ervas daninhas e tem propriedades cancerígenas.
Os eurodeputados do Grupo dos Verdes fizeram colheitas de urina entre os pares para analisar os efeitos do glifosato.
"De acordo com as regras da União Europeia em matéria de pesticidas, o glifosato não poderia ser aprovado porque a Organização Mundial de Saúde refere que é potencialmente cancerígeno", disse, em entrevista à Euronews, a eurodeputada alemã do Grupo dos Verdes, Rebecca Harms.
O comissário europeu com a pasta da Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, recusou contribuir para a colheita de urina e explicou porquê: "Considero que tal teste só pode realizar-se no contexto de um estudo clínico com dimensão estatística. Gostaria de evitar jogos políticos, porque os testes pertencem às clínicas não à política."
Entre 18 e 19 de maio espera-se uma decisão sobre a aprovação, ou não, da renovação da licença para o uso da substância.
Em Portugal, o glifosato é o pesticida mais usado e nos últimos anos a tendência tem sido de crescimento.
Fonte: Euronews.

Vida Rural premeia agricultura ‘eficiente’


por Ana Rita Costa- 13 Abril, 2016

Foram entregues ontem (12 de abril), durante uma cerimónia que se realizou no Centro de Congressos do Estoril, no âmbito do AgroIN, os Prémios da Vida Rural, iniciativa que distingue as personalidades, empresas e projetos que mais se destacam na agricultura nacional e que esta edição premiou a gestão eficiente.

O 'Prémio Agricultor Eficiente' foi entregue ao agricultor João Coimbra e a Dardico, agroindústria alentejana especializada na congelação de hortícolas, arrecadou o 'Prémio Agroindústria Eficiente'.

A Torriba, por sua vez, venceu o 'Prémio Organização de Produtores Eficiente' e o Projeto Sanimilho, na vertente rega gota a gota enterrada a 35 cm, foi premiado com o 'Prémio I&D Projeto Eficiência'.

Gonçalo Escudeiro, da Torriba, a receber o 'Prémio Organização de Produtores Eficiente' 
Gonçalo Escudeiro, da Torriba, a receber o 'Prémio Organização de Produtores Eficiente'
Francisco Avillez conquista Prémio Personalidade Armando Sevinate Pinto

O 'Prémio Personalidade Armando Sevinate Pinto', entregue pela primeira vez esta edição, e que representa uma homenagem a Armando Sevinate Pinto, que faleceu o ano passado, foi entregue a Francisco Avillez, que se mostrou honrado por ser o primeiro a receber o prémio com o nome de uma pessoa que "foi alguém muito importante na minha vida".

António Sevinate Pinto, irmão de Armando Sevinate Pinto, entregou este Prémio em nome da família e fez questão de agradecer "a iniciativa de dar ao Prémio Personalidade o nome de Armando Sevinate Pinto. É uma honra, e falo em nome da família, e uma excelente forma de preservar o seu nome e a sua obra. É um prazer imenso entregar o primeiro Prémio Personalidade Armando Sevinate Pinto ao Prof. Francisco Avillez, cuja carreira esteve durante décadas ligada à do meu irmão, ligando-os principalmente uma profunda amizade. Não há nenhum agricultor que não conheça, pelo menos o nome, de Francisco Avillez. Foi um verdadeiro Professor de todos os agricultores e técnicos."

Já Francisco Avillez sublinhou: "Agradeço muitíssimo este prémio com o nome do Armando Sevinate Pinto, mas gostaria que não houvesse prémio com o seu nome porque significaria que ele ainda estaria connosco. O Armando foi alguém muito importante na minha vida e sei que ele também ficaria muito satisfeito por ser eu a receber este primeiro prémio com o seu nome".

Da Madeira chega um novo vinho feito exclusivamente por mulheres



 11 Abril 2016, segunda-feira  Viticultura

Duas engenheiras agrónomas e uma enóloga são responsáveis pela mais jovem marca de vinho Madeira no mercado, o Madeira Vintners, o único da região produzido exclusivamente por mulheres e já premiado a nível internacional.
vinhos
A somar três anos, este vinho da Cooperativa Agrícola do Funchal (CAF) foi distinguido do Concurso Internacional 'Vino y Mujer 2016', que se realizou a 30 de março em Madrid, Espanha: na categoria de vinhos generosos ganhou o Prémio Diamante e na classe de meio doce recebeu uma menção honrosa.
As engenheiras agrónomas Micaela Martins e Cristina Nóbrega e a enóloga Lisandra Gonçalves, com idades entre 25 e 27 anos, são as 'obreiras' da marca, que assinala os 65 anos da CAF e teve já 10 mil garrafas a entrar no mercado, repartidas, em igual número, por vinho meio seco e meio doce.
«O Madeira Vintners tinha que apostar pela diferença e pela qualidade e uma das hipóteses que nós pensámos foi precisamente criar um vinho feito apenas por mulheres. Não há interferência de homens», diz o presidente da cooperativa, Coito Pita.
Essa exclusividade, explica o responsável, reflete-se no processo de produção: são as três mulheres que fazem a ligação entre a marca e os agricultores, dando-lhes sugestões quanto ao tratamento das uvas, quando devem ser apanhadas e que grau devem ter, entre outras questões.
São também elas que coordenam a apanha e o transporte da uva; a escolha da uva, que é feita manualmente, cacho a cacho; o envio para as cubas e barricas e o tratamento para vinho Madeira.
«É manifestamente uma equipa exclusivamente feminina que faz todo esse trabalho», acentua Coito Pita.
«Este vinho estagiou três anos e é de castas tinta negra e complexa, maioritariamente tinta negra e 20% de complexa», comenta a engenheira Micaela Martins, formada no Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
A enóloga Lisandra Gonçalves, com experiência na Nova Zelândia e em França, acrescenta que o vinho «esteve a fermentar em cubas e em barricas e depois, a estufar, foi então feita a junção e obteve-se este vinho».
O objetivo, porém, é fazer vinhos de 5 e 10 anos e, um dia, um 'vintage'.
«Espero que, nessa altura, quando estiver velhinho, a Lisandra, a Micaela e a Cristina se lembrem de mim e me convidem para prová-lo», comenta Coito Pita.
Aos homens só cabe, neste processo, o consumo do produto final.
«E termos o privilégio de saborear uma coisa que é feito por elas», sublinha o responsável.
A CAF compra diretamente a uva aos agricultores, garantindo a absorção, a 40 viticultores, de 100 das cerca de quatro mil toneladas de uva produzidas anualmente na região.
A cooperativa foi fundada por agricultores em 1951 e, com várias delegações no arquipélago da Madeira, comercializa todo o tipo de alfaias, adubos e sementes.
Aproveitando apoios comunitários, ingressou, em 2012, na produção de vinho, tendo investido nesta atividade 1,6 milhões de euros, 937 mil dos quais vieram da União Europeia.
Fonte: Lusa 

Feira Nacional da Floresta em Pombal



 07 Abril 2016, quinta-feira  Agroflorestal

Pombal recebe, entre 22 e 25 de abril de 2016, a Feira Nacional da Floresta, um evento organizado pela Câmara local.

O evento é apoiado pela Cooperativa Agrícola do Concelho de Pombal, Associação de Produtores Florestais de Pombal (APF) e Associação de Desenvolvimento e Iniciativas Locais de Pombal (ADILPOM).
Segundo os promotores da iniciativa, os objetivos da Feira visam «evidenciar o papel da floresta na propulsão da economia, do emprego e do desenvolvimento sustentável, sensibilizar públicos alargados para a sua defesa e proteção, promover debate e informação em diferentes aspetos ligados à fileira da floresta e promover Pombal como centro de exposições do setor florestal».


Portugal vai liderar Rede Europeia de Cidades do Vinho


Abril 05
12:18
2016

A Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) foi eleita para liderar a Rede Europeia de Cidades do Vinho, com o autarca alentejano de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, a assumir a presidência.

O acto eleitoral, que culminou na escolha da candidatura da AMPV, teve lugar na assembleia-geral da Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN), que decorreu na localidade italiana de Valdobbiadene.

Em comunicado, a AMPV revelou que o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, foi eleito como presidente da RECEVIN e que também os autarcas dos municípios de Cartaxo, Lamego e Palmela vão integrar o conselho de administração da rede europeia.

Na assembleia-geral da RECEVIN, ficou também decidido que todas as cidades portuguesas associadas da AMPV vão passar a integrar esta rede europeia de cidades do vinho.

José Calixto, o novo presidente da RECEVIN, sucedendo no cargo ao italiano Pietro Iadanza, assumiu que, entre outras propostas, pretende estabelecer uma estrutura de acesso aos fundos comunitários, assim como constituir as Rotas do Vinho da Europa.

No seu mandato à frente da RECEVIN, o autarca alentejano, citado pela Câmara de Reguengos de Monsaraz, destacou que vai também trabalhar o enoturismo com todos os parceiros europeus e criar uma rede de Museus do Vinho da Europa e uma grande base de dados dos territórios vinhateiros da Europa.


A Rede Europeia das Cidades do Vinho integra cidades da Alemanha, Áustria, Bulgária, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Portugal e Sérvia, conhecidas pela qualidade da sua produção de vinho.

LUSA

Ministro da Agricultura anuncia rotulagem obrigatória da carne de porco

Abril 05
12:54
2016

Capoulas Santos anunciou, em Braga, que o Governo vai obrigar à rotulagem da carne de porco, para que os consumidores portugueses saibam se é importada ou nacional.

Acrescentou que também já apelou à indústria de lacticínios para que, nos pacotes de leite, queijo e manteiga, seja claramente posta a identificação nacional, eventualmente até a bandeira nacional. Na carne de porco, a rotulagem será obrigatória, temos base legal para essa imposição. Nos produtos lácteos, a regulamentação comunitária não nos permite uma determinação com essa clareza, mas nada impede à indústria de o fazer.

Em relação às importações, disse que vai ser apertada a fiscalização, para que os produtos entrem em Portugal em respeito pelas regras da União Europeia.

Capoulas Santos adiantou que o Governo está a trabalhar numa linha de crédito de pelo menos 20 milhões de euros para acudir aos problemas de tesouraria e endividamento dos empresários dos sectores do leite e da suinicultura.

LUSA

Governo garante que o Plano de Desenvolvimento Rural está desbloqueado


Abril 05
12:56
2016

O Ministro da Agricultura garantiu que o Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) está desbloqueado, depois de dois anos parado e que brevemente serão contratados cerca de mil projectos, na ordem de 263 milhões de euros, dos 24 mil candidatos aquele programa.

De visita à Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, em Braga, Capoulas Santos explicou que, depois de em 2014 e 2015, o PDR ter estado bloqueado, foi agora dado o primeiro passo para a sua execução.

Afirmou que temos candidatados cerca de 24 mil projectos ao chamado PDR, que tem estado bloqueado, ou seja, em 2014 e 2015 não houve nenhum projecto de investimento aprovado. Essa situação acaba de ser desbloqueada e até ao final da próxima semana, estarão contratados cerca de 1000 projectos do PDR, que corresponderão a um investimento na ordem de 263 milhões de euros nas explorações agrícolas, na agro-indústria e para jovens agricultares.

Dos cerca de 1000 projectos a aprovar, 600 são para investimentos em explorações agrícolas, correspondendo a 130 milhões de euros, 400 são para jovens agricultores (80 milhões de euros) e 85 para a agro-indústria (82 milhões de euros).

Segundo o titular da pasta da Agricultura, Portugal tem 600 milhões de euros disponíveis para o PDR, sendo que 90 milhões são fundos próprios, disponibilizados pelo Orçamento de Estado e o restante são fundos comunitários.

LUSA

IFAP: PAGAMENTO POR PRÁTICAS AGRÍCOLAS BENÉFICAS PARA O CLIMA E AMBIENTE (Greening)




No mês de março, como previsto, foi efetuado o pagamento da 1ª prestação (95%) do pagamento por práticas agrícolas benéficas para o clima e ambiente – (Greening).

Para mais informações consulte a nota explicativa sobre o cálculo da ajuda e reduções por incumprimento das práticas agrícolas, disponível no portal do IFAP no menu  Pagamentos  Diretos » Greening .

Agricultores moçambicanos defendem proteção da produção nacional



Agricultores do distrito da Moamba, província de Maputo, sul de Moçambique, defendem que as autoridades moçambicanas devem enveredar pela proteção da produção nacional face às importações, como forma de manter viva a agricultura no país.

A ideia de o Governo moçambicano seguir uma política de maior defesa da produção nacional foi vincada pelos agricultores da Moamba, um dos principais centros de abastecimento da capital moçambicana, durante um encontro com o ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela.
"Porque é que não fazemos como no açúcar? Quando os produtores de açúcar ameaçaram fechar, o Governo triplicou o preço de referência para proteger o açúcar nacional", defendeu Francisco Machiana, que explora um campo agrícola na Moamba, a cerca de 70 quilómetros de Maputo.
Machiana considerou que a agricultura nacional é incapaz de satisfazer a procura interna durante grande parte do ano, devido aos elevados custos de produção, principalmente, ao nível dos pesticidas, que são importados da África do Sul.
"Se eu compro a 10 meticais e sou obrigado a vender a cinco meticais, por causa do 'dumping', não consigo reembolsar 15 meticais que devo ao banco", exemplificou Machiana.
Angélica Chissano, que está filiada numa associação de camponeses na Moamba, diz que a agricultura tem vindo a perder interesse para muitas pessoas do distrito, devido ao baixo retorno que gera atualmente.
"O nosso tomate está a apodrecer, porque os intermediários preferem o tomate sul-africano que consideram mais barato e impõem-nos preços vergonhosos. Muitas de nós viram-se agora para os contentores [que servem de banca de venda de roupa usada]", declarou Chissano.
Durante o encontro com o ministro da Indústria e Comércio, ouviram-se críticas muito duras contra o principal mercado grossista de Maputo, alegadamente controlado por um cartel que monopoliza o acesso ao mercado e impõe preços ruinosos aos produtores nacionais para favorecer o tomate sul-africano.
"O Mercado do Zimpeto é uma associação criminosa, o crime impera ali, é preciso investigar seriamente o que está a acontecer. Precisamente quando estamos numa fase de capitalização aparece alguém a nos enfraquecer de propósito", acusou Hortelão Matusse, um dos maiores agricultores da Moamba.
Matusse propôs uma pauta aduaneira mais favorável aos produtores nacionais, assinalando que componentes mecânicos destinados à maquinaria agrícola devem ter taxas de incentivo à aposta na agricultura.
"Quando tenho de importar uma peça para equipamentos agrícolas não posso ser tratado como um industrial, importámos todos os insumos e as alfândegas não distinguem", frisou Matusse.
Respondendo às questões colocadas durante o encontro, o ministro da Indústria e Comércio afirmou que o Governo deve ser cauteloso em relação à práticas protecionistas para não prejudicar os consumidores.
"A proteção é necessária, mas temos que ver onde e como proteger porque não produzimos o suficiente", afirmou Max Tonela.
O ministro advogou "medidas intermédias" para fazer face ao risco de falência dos agricultores moçambicanos, apontando a hipótese de introdução de quotas para garantir a comercialização de produtos produzidos no país
"Podemos implementar algumas medidas intermediárias por via de estabelecimento de quotas do que importar, tendo em conta as quantidades que produzimos", declarou o ministro.
Max Tonela prometeu uma atuação mais incisiva contra a ação desonesta de alguns operadores do mercado grossista do Zimpeto, apontando a coordenação com o Conselho Municipal de Maputo, proprietário do local, como necessária para o estancamento da conduta abusiva por parte dos comerciantes que ali operam.
Dinheiro Digital com Lusa

Indústria papeleira considera discriminação do eucalipto inaceitável



A revogação do regime de arborização e rearborização, mais conhecido como lei dos eucaliptos, está a preocupar a indústria papeleira que considera inaceitável a discriminação negativa de uma espécie florestal eficiente.

Para o diretor-geral da Associação da Indústria Papeleira (CELPA), o regime jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização (RJAAR) trouxe "disciplina, pleno cumprimento da lei e facilidade de fiscalização", pelo que a sua revogação "com o propósito exclusivo de penalizar uma fileira eficiente e discriminar negativamente uma espécie florestal não é aceitável".
Carlos Amaral Vieira, que foi na semana passada à comissão parlamentar de Agricultura e Mar dar conta das preocupações da CELPA, sublinhou que o RJAAR é um "documento de disciplina processual" que se destina a ser aplicado por todas as fileiras florestais, no momento de proporem uma nova arborização ou rearborização, que "não favorece a plantação de eucaliptos".
A revogação desta legislação estava inscrita no programa de Governo do PS e o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, anunciou, em meados de janeiro, que tinha "praticamente concluído" com vista a "parar a legislação que permitia a plantação indiscriminada".
O responsável da CELPA considera, no entanto, que "a principal ameaça à sustentabilidade das indústrias da fileira florestal", incluindo cortiça, pinho e eucalipto, é a falta de matéria-prima florestal e contesta a intenção de colocar dificuldades à plantação de eucalipto, argumentando que devia ser seguido o "bom exemplo" e estender as práticas destas plantações às restantes fileiras.
Lembra ainda que Portugal perdeu 150 mil hectares de floresta entre 1995 e 2010 e que, na área do eucalipto, a escassez de matéria-prima "tem vindo a implicar a importação de cerca de dois milhões de metros cúbicos/ano de madeira certificada, proveniente da América do Sul, no valor de 200 milhões de euros por ano".
A fileira industrial papeleira representa 5% das exportações nacionais e engloba mais de 400.000 produtores florestais privados que gerem cerca de 200 mil hectares de floresta certificada.
Carlos Amaral Vieira defende que a certificação da gestão florestal deve ser assumida como "desígnio nacional" e considera "urgente" aproveitar as áreas incultas com aptidão florestal e melhorar a produtividade das áreas existentes para "suprir o enorme défice" de matérias-primas das indústrias de base florestal.
Por outro lado, deve manter-se um sistema de licenciamento de arborizações e rearborizações com regras claras, prazos de decisão curtos e registos centralizados, mantendo o deferimento tácito, um regime simplificado de comunicação prévia nalgumas situações justificadas e ainda a igualdade entre espécies.
Dinheiro Digital com Lusa

IFAP: PEDIDO ÚNICO 2016 - APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS




O período de apresentação das candidaturas ao Pedido Único (PU), para o ano de 2016, decorrerá entre 15 de fevereiro e 16 de maio.

A candidatura ao PU 2016 poderá ser efetuada diretamente pelo Beneficiário na Área Reservada do Portal do IFAP, em O Meu Processo, ou através das Entidades reconhecidas numa das Salas de Atendimento existentes para o efeito.

Para informação detalhada relativamente ao PU, nomeadamente prazos de entrega de outros formulários, consulte a página Pedido Único 2016.

Para esclarecimentos adicionais poderá contactar o IFAP, através do endereço de correio eletrónico ifap@ifap.pt ou ainda pelos restantes canais de atendimento que tem ao seu dispor: Atendimento Presencial, na Rua Fernando Curado Ribeiro, n.º 4G, em Lisboa, Atendimento Eletrónico ou pelo Call Center 217 513 999.

Furtos em supermercados. Até há grupos a exportar os bens



Em cinco anos, um bando pilhou estabelecimentos em todo o país e enviava os produtos para a Roménia. Em Sintra, o gangue de mulheres As Primas ainda está no ativo

Os grupos que atacam em supermercados e centros comerciais para praticar furtos em grande escala estão a revelar grande organização e eficácia, apesar das detenções que têm sido efetuadas. Os furtos em supermercados aumentaram 38,4% em 2015, passando de 1159 casos denunciados para 1604.
Apesar de muitos lesados preferirem não apresentar queixa quando os bens furtados são inferiores a 102 euros (as superfícies têm de se constituir como assistentes no processo, o que obriga a gastar 200 euros), aumentaram as denúncias no ano passado. Precisamente um ano em que até foram aplicadas penas de 15 anos de prisão a ladrões profissionais a atuar em grupo nestes estabelecimentos, como lembrou fonte judicial.

Há grupos de portugueses, romenos, africanos e de outras origens a viver apenas disto. E até há um bando só de mulheres conhecido na zona de Sintra como As Primas, com um núcleo duro de cinco elementos, que há pelo menos sete anos andam a "limpar" supermercados, lojas e farmácias daquele concelho. O nome do bando deve-se a relações de parentesco que existem entre os membros. Só uma delas chegou a ter 52 ocorrências de furto registadas pela PSP. Algumas já foram presas, outras continuam no ativo.

Com muita atividade no Grande Porto, a vida fácil acabou no início do ano para um bando de 27 elementos de origem romena. A acusação contra o grupo foi divulgada nesta semana pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.

Durante cinco anos o bando viveu deste crime, chegando a enviar para a Roménia vários produtos furtados em Portugal em supermercados e centros comerciais de norte a sul do país, e que eram depois vendidos naquele país. Roupa, cosméticos, eletrodomésticos, computadores, foram alguns dos artigos levados às dezenas pelos 14 homens e 13 mulheres da rede. A maior parte dos produtos eram "exportados" para a Roménia, com uma periodicidade semanal. O grupo usava sacos forrados no interior a folha de alumínio para escapar aos detetores de alarmes.

Um líder, 12 carros e 141 crimes

Aos 14 homens e 13 mulheres do grupo organizado foi imputada a prática de 141 crimes de furto qualificado, dois na forma tentada, e de 28 crimes de furto simples, um na forma tentada. A procuradora Teresa Morais indica no despacho que o grupo tinha um líder, Manuel Iunescu, que escolhia os locais--alvo, os objetos a furtar e o seu escoamento, como também selecionava e arrendava casas para o grupo. Os operacionais dividiam-se por zonas. Segundo o MP, os mandantes iram recrutando novos elementos, fazendo regressar alguns dos antigos à Roménia ou integrando-os noutros grupos espalhados pela Europa. Assim despistavam as autoridades portuguesas.

Quando foram detidos, os elementos do bando indicaram várias moradas falsas às autoridades, mas que os ligam entre si, em sítios tão díspares como Amadora, Oeiras, Póvoa de Santa Iria ou Vila Nova de Gaia. Tinham também 12 automóveis ao serviço. Além de se fixarem apenas de forma sazonal, para melhor enganar as polícias, cometiam "pequenos" furtos em grandes superfícies comerciais, onde passariam mais despercebidos e podiam misturar-se . Por vezes até pagavam alguns produtos baratos, enquanto outros saíam com objetos de maior valor sem pagar. Se um deles fosse detido com um artigo barato, sabia bem que este crime depende da queixa apresentada pelo representante da empresa - e este está muitas vezes ausente.

Pequenos grupos de portugueses

O intendente Hugo Palma, porta-voz da Direção Nacional da PSP, esclarece que "não é possível falar de um perfil-tipo dos detidos por furto em superfícies comerciais", mas nas áreas metropolitanas a polícia continua a sinalizar "pequenos grupos - entre duas a cinco pessoas, jovens, portugueses - que regularmente se deslocam a diferentes superfícies comerciais para furtar peças de valor". No geral, há desde jovens que furtam roupa e pequenos acessórios "a grupos mais ou menos organizados que fazem da prática do furto uma atividade regular".

Um outro gangue de supermercados, com 38 pessoas oriundas do Leste Europeu, registou no Porto condenações a penas que foram até 15 anos de prisão por furto qualificado. O valor elevado do conjunto dos artigos que levaram e o facto de viverem do crime levou a que a justiça tivesse mão pesada.

Avaliação Europeia do Glifosato


Algés, 7 de Abril de 2016
Assunto: Avaliação Europeia do Glifosato

Exmos Senhores,

Nos passados dias 7 e 8 de Março, reuniu em Bruxelas o Comité Permanente de Plantas, Animais,
Alimentos e Rações, no qual foi decido não levar a cabo a votação relativa à renovação da substância
ativa glifosato, tendo a mesma sido adiada.

A proposta da Comissão de renovação desta autorização assenta na avaliação exaustiva realizada
pelo Instituto Federal Alemão para a Avaliação de Risco (BfR), dado que a Alemanha é o Estado
Membro relator para o glifosato; assenta também nas conclusões da EFSA publicadas no seu relatório
com data de 12 de Novembro de 2015. Este relatório confirma que o glifosato não mostra propriedades
cancerígenas ou mutagénicas e não tem nenhum efeito tóxico na fertilidade, na reprodução ou no
desenvolvimento embrionário. Para além disso, vários estudos demonstram que esta substância não
é considerada um disruptor endócrino.

A nível ambiental, o impacto do glifosato é muito reduzido, uma vez que é rapidamente degradado no
solo em substâncias não tóxicas, limitando assim o risco de contaminação das águas e a exposição
de organismos fora dos âmbitos da sua aplicação.

A ausência de maioria qualificada perante uma proposta da Comissão assente na avaliação da EFSA
é uma situação muito pouco comum e levanta dúvidas sobre o que realmente está em discussão, colocando
em causa todo o sistema Europeu de aprovação de substâncias activas, o qual assenta numa
avaliação científica independente, neste caso na EFSA.

Colocar em causa as avaliações, quer a nível europeu quer a nível nacional, apenas por pressões
externas nomeadamente de campanhas dirigidas por grupos com objectivos claramente políticos e
desconhecedores da agricultura, em oposição a uma decisão baseada no conhecimento científico,
não nos parece aceitável e criou uma situação de incerteza relativamente à posição dos diferentes EM
quanto à proposta de renovação da Comissão. Esta situação pode supor um risco de que seja tomada
uma decisão sobre o futuro da substância, não sustentada por dados científicos. O perigo é ainda
maior se considerarmos que pode abrir-se, desta forma, um precedente negativo relativamente ao
valor e à autoridade dos estudos científicos que a EFSA, a Comissão e os EM avaliam, colocando
estes últimos perante situações em que, apesar de terem conhecimento dos relatórios científicos favoráveis
produzidos pelas autoridades reguladoras competentes, podem decidir tomar uma decisão
desfavorável, devido unicamente a pressões recebidas por parte de determinados grupos sociais e/ou
políticos, não fundamentadas nem em evidências, nem em conhecimento, nomeadamente no que diz
respeito aos impactos económicos, sociais e ambientais decorrentes.

O glifosato está autorizado em Portugal para controlo de infestantes num elevado número de culturas,
para permitir a prática de técnicas agrícolas melhoradoras do solo como a sementeira directa, na renovação
de pastagens, em hortas familiares e, ainda, para usos não agrícolas, como limpeza e manutenção
de florestas, aplicação em aceiros e corta fogos, controlo de espécies invasoras em áreas sensíveis,
vias de comunicação, jardins, vias férreas, etc.

No Anexo 1 encontram-se os usos autorizados para o glifosato em Portugal e são indicados aqueles
para os quais não existe alternativa disponível. No caso de usos agrícolas, a maior parte das culturas
em causa ficaria com a sua continuidade ameaçada, porque os meios alternativos (mecânicos, físicos,
humanos) ou não seriam possíveis de executar ou seriam economicamente impraticáveis. Alertamos
ainda para a existência de um número razoável de culturas "menores" que constituem nichos de mercado
importantes para o desenvolvimento e sustentabilidade de algumas zonas do país que ficaram
sem qualquer herbicida autorizado. O mesmo aconteceria em vias de comunicação, jardins, vias
férreas, etc., que ficariam sem alternativa, passando a constituir a eliminação/proliferação de vegetação
indesejável nestes locais sérios problemas do ponto de vista ambiental, económico e social tanto
a nível local e como a nível nacional.

Mesmo nos casos em que existem outras substâncias autorizadas, o seu número é limitado e, para
além disso, nenhuma se pode considerar como verdadeira alternativa.

Mais nenhuma outra substância possui um comportamento biológico, um modo de acção e uma
polivalência que permita ser considerada como um substituto do glifosato.

Trata-se fundamentalmente de uma ferramenta fulcral para a produtividade e competitividade da
agricultura portuguesa e adicionalmente de um meio seguro, fácil, eficaz e, sobretudo, económico de
solucionar o desenvolvimento, multiplicação e dispersão de um vasto número de espécies vegetais
indesejáveis, para cujo controlo eficiente é absolutamente indispensável a disponibilidade do glifosato.
Os inúmeros herbicidas que contêm esta substância são fundamentalmente produtos que, quando
aplicados de acordo com as recomendações, não apresentam riscos quer para o utilizador, quer para
o ambiente, quer para o consumidor. Relativamente ao ambiente apresentam diversas vantagens,
pela redução das emissões de carbono devido à menor utilização de meios mecânicos, por proteger
os solos do sério problema da erosão em Portugal, por permitir evitar os incêndios nas florestas, nas
vias férreas e outras vias de comunicação e por defender os parques naturais de espécies invasoras,
entre outras. Além disso, contribui para a conservação do solo e melhoria da sua qualidade, ao reduzir
ou mesmo eliminar a necessidade de mobilizações, facilitando a realização de técnicas agrícolas
melhoradoras do ambiente como sejam a sementeira directa e/ou de mobilização mínima, actualmente
apoiados pela PAC. Sem o glifosato este apoio da PAC deixa de poder ser utilizado pelos agricultores.
Temos conhecimento de que a posição das autoridades portuguesas competentes relativamente à
renovação da aprovação do glifosato é positiva, baseando-se em critérios científicos, apesar da pressão
em sentido contrário de vários grupos de interesse, como tem sido óbvio nos meios de comunicação
social, sendo o exemplo mais recente, o artigo publicado por um conhecido semanário.

As entidades subscritoras desta missiva apoiam esse posicionamento, que outorga na autoridade
competente da UE (EFSA) o papel regulador que lhe corresponde, quando confrontada com classificações
originadas por entidades que nada têm a ver com o processo regulatório estabelecido, como
é o caso da IARC (Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro) e que tem sido o principal
argumento utilizado por quem se opõe à renovação do glifosato.

Nesse sentido queremos solicitar a V. Exa. a devida atenção e intervenção relativamente a este
processo, no sentido de contribuir para a renovação desta substância activa, continuando Portugal a
manter a sua posição, sempre baseada nos pareceres favoráveis quer do BfR alemão quer da EFSA.
Esse será um passo importante para defender o valor que a utilização deste herbicida tem em Portugal,
tanto para usos agrícolas como para usos não agrícolas.



Regularizada situação dos Inspetores Sanitários

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Está regularizada a situação dos inspetores sanitários e igualmente normalizada a situação nos matadouros nacionais. Foi já obtido o parecer prévio favorável do Ministério das Finanças à celebração de um contrato de avença com 20 médicos veterinários que desempenharão as funções de inspetores sanitários, garantindo dessa forma o normal funcionamento dos matadouros e centros de abate.
Mais uma vez, o Ministério da Agricultura garante que toda a carne colocada no mercado nacional está devidamente inspecionada pelos inspetores sanitários oficiais. A situação em causa apenas determinou, em casos pontuais, uma ligeira redução do número de abates que, como se sabe, são realizados na presença dos inspetores sanitários. Está igualmente assegurado o escoamento da produção nacional por via da programação de abates, que desta forma não sofre alterações.
Estes inspetores sanitários vêm preencher vagas que serão submetidas a concurso público de admissão, num processo que está já em andamento. Num universo de cerca de 300 médicos veterinários, estiveram temporariamente em falta 20, uma vez que os contratos de avença através dos quais estavam ligados ao Ministério da Agricultura expiraram a 31 de março, tendo sido o processo de renovação dos mesmos sido desencadeado no início do mesmo mês e encaminhado para Ministério das Finanças para obtenção de parecer prévio.

Lisboa, 12 de abril de 2016

Secretário de Estado da Agricultura inaugura "Ciclo de Conferências - Jovem Agricultor" | Caminha | 21 de Abril | Teatro Valadares


A AJAP- Associação dos Jovens Agricultores de Portugal promove, no próximo dia 21 de Abril, no Teatro Valadares, em Caminha, a 1ª conferência do "Ciclo de Conferências - Jovem Agricultor". O Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Dr. Luís Vieira, irá presidir à sessão de abertura da Conferência.



domingo, 17 de abril de 2016

Ministro da Agricultura defende prolongamento do Programa VITIS

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Capoulas Santos participa amanhã numa reunião de Ministros da Agricultura dos Países do Sul da Europa, um encontro que decorre na cidade de Verona, em Itália, e que tem como objetivo a concertação de posições sobre os setores do vinho e dos hortofrutícolas. Trata-se de um Forum Europeu do mais alto nível, que pretende defender posições políticas comuns a nível regional na União Europeia, abrangendo essencialmente os países produtores de vinho.
O objetivo de prolongar os apoios comunitários para o setor vitivinícola até 2020 prende-se com a necessidade de "dar continuidade ao investimento consistente do setor, orientado para a qualidade e para a internacionalização, sendo da maior relevância a manutenção de apoios comunitários dirigidos, quer na área da reestruturação e reconversão das vinhas, quer na área da promoção de produtos de qualidade em países terceiros", considera o Ministro da Agricultura.
A reunião decorre à margem da Vinitaly, um certame de vinhos exclusivamente dedicado a profissionais, que reúne nesta 50ª edição quase 4 mil expositores, oriundos de 29 países. Portugal participa com duas grandes empresas, vocacionadas para a exportação. Em 2015, as exportações do setor atingiram um valor de 737 milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,6% face ao ano de 2014.

Lisboa, 12 de abril de 2016