quarta-feira, 11 de julho de 2012

Conclusões do II Encontro Biotecnologia e Agricultura: O futuro é agora

COMUNICADO



Foram hoje publicadas as principais conclusões do segundo encontro
BIOTECNOLOGIA E AGRICULTURA: O FUTURO É AGORA realizado em Coimbra
(Portugal), no dia 5 de Julho de 2012.

O evento teve a presença de mais de 180 pessoas, entre as quais cerca
de 70 agricultores/técnicos agrícolas, 80 estudantes de escolas
agrárias e 30 outros (estudantes e investigadores de universidades e
institutos de investigação, professores universitários e professores
de escolas agrárias).

10 Julho 2012

CONCLUSÕES

Os processos de melhoramento que recorrem à engenharia genética
conferem às variedades obtidas características únicas e desejáveis aos
agricultores. Torna-se claro, por todos os dados presentes, que a
utilização da biotecnologia permite vantagens indiscutíveis na prática
agrícola desde a sua economia, à protecção das culturas e à redução
dos impactos ambientais, tornando-a mais sustentável.


A natureza da engenharia genética não implica uma rotura com as
restantes técnicas que utilizamos e utilizámos para alterar as plantas
de forma a estas se tornarem úteis para a produção de alimentos. De
facto, as alterações introduzidas ao longo dos milénios no milho, no
trigo ou na batata, são muito mais vastas do que as resultantes da
engenharia genética.

Esta tecnologia tem vindo a ser adoptada em todo o mundo a um ritmo de
cerca de 10% ao ano com manifestas vantagens para a produção e para o
ambiente. Em 2011, 160 milhões de hectares foram cultivados com
variedades transgénicas, o que corresponde a quase 10% da área arável
mundial disponível, tendo sido utilizadas por 16,7 milhões de
agricultores, dos quais 90% pequenos agricultores e em grande parte em
países em desenvolvimento.

A integração da utilização das variedades transgénicas com as melhores
práticas agrícolas é fundamental. A sua utilização nos modos de
cultivo integrado e biológico contribuiria para uma melhoria da
quantidade e da qualidade da produção. Só as restrições ideológicas
impedem que estas variedades sejam utilizadas nestes modos de cultivo.

A cooperação entre agricultores tem sido um dos trunfos na utilização
destas variedades e uma forma de permitir o seu cultivo de forma mais
eficiente.

É muito negativo que a Europa continue a impedir os seus agricultores
de utilizarem estas variedades, sendo claro que os entraves à adopção
desta tecnologia se devem a questões políticas e económicas e não a
questões de segurança ou científicas.

A impossibilidade de os agricultores portugueses utilizarem estas
variedades coloca-os numa situação desfavorável, quer do ponto de
vista da melhoria da sua produtividade, quer do ponto de vista da
competição no mercado global. Numa altura em que é necessário produzir
mais para suprir as necessidades do país e se possível exportar, não
utilizar as melhores opções é um risco inaceitável e coloca os
agricultores portugueses numa situação insustentável.

É ainda inaceitável a discrepância entre a aprovação de novas
variedades transgénicas para comercialização e a não correspondente
aprovação do seu cultivo.

Os decisores europeus e portugueses têm que alterar a sua posição e
aprovar a utilização das variedades transgénicas na Europa, de forma a
melhorar a produtividade e competitividade dos agricultores e reduzir
os défices de produção, em particular em Portugal.

A Agricultura portuguesa só poderá sobreviver com a constante
incorporação de novos conhecimentos e técnicas, de forma a reduzir a
nossa taxa de dependência que é de cerca de 40% e de melhorar o valor
acrescentado da nossa produção agrícola, negativo nos últimos 15 anos.

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/07/11b.htm

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