segunda-feira, 23 de maio de 2016

«É preciso dignificar» o trabalho agrícola


Mai 23, 2016

No dia 19 de Maio, em Odemira, decorreu a conferência "Agro RH e o seu contexto em Portugal". A dignificação do trabalho no sector agrícola e terminar com situações profissionais irregulares foram alguns dos temas abordados.

«É preciso que as pessoas percebam que a agricultura é um trabalho de futuro. É preciso dignificar», comentou Antonina Rodrigues, do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Andreia Roques, da Maravilha Farms, empresa de São Teotónio, Odemira, que produz e comercializa frutos, salientou que «na região, a agricultura, é das actividades que melhor paga». A responsável confirmou que «é um trabalho duro e que se exige muito dos trabalhadores, mas dão as condições necessárias». «Pagamos o salário, que no mês de Abril rondou uma média de 800 euros, mais horas extra e prémios de produtividade.»

A produtora alentejana lamentou apenas a existência de empresas que não cumprem todas as obrigações legais com os trabalhadores o que leva muitas vezes a que os funcionários optem por trabalhar em empresas incumpridoras mas que, aparentemente, pagam melhor. Esta foi preocupação partilhada pela audiência da Conferência, composta por empresários agrícolas locais.

Sobre esta temática, Guilhermina Coelho diz estar a par das situações ilegais e que tentam visitar todas as empresas para puderem corrigir todas as situações irregulares. A responsável da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) comentou ainda «ser importante que quando trabalham com empresas de trabalho temporário peçam o alvará das mesmas» para também aqui evitar situações fraudulentas.

No decorrer da evento lembrou-se também que existe para a região um contrato colectivo de trabalho, fruto de uma trabalho da Associação de Horticultores do Sudoeste Alentejano (AHSA). «É muito importante. Tínhamos outros contratos, mas que nada tinham a ver com a realidade de Odemira», afirmou Paul Dolleman, presidente da AHSA.

A terminar, João Lourenço, da Eurofirms – Empresa de Trabalho Temporário, comentou ser «prioridade trabalhar o sector agrícola». Além de quererem conhecer as necessidades das empresas para prestarem apoio em questões de contratação, alojamento, transporte, João Lourenço lembrou ainda que a Eurofirms tem uma componente de formação.

As formações para agricultura são variadas e passam por técnicas de compostagem, produção de cogumelos, agricultura sustentável e outras.

A conferência "Agro RH e o seu contexto em Portugal" foi organizada pela Eurofirms, AHSA e a revista Frutas, Legumes e Flores.

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