sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Nova bactéria ameaça oliveiras e amendoeiras em Portugal

Em Itália, a 'xylella fastidiosa' levou à destruição de mais de um milhão de árvores. 

Por Beatriz Ferreira e Raquel Oliveira|14.09.17

Doença, que está a preocupar os produtores nacionais, manifesta-se pela secagem de ramos e folhas das árvores 

O impacto económico no setor agrícola pode ser "muito elevado", alerta ao CM Luís Mira, da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). A 'xylella fastidiosa', uma bactéria que ataca oliveiras e amendoeiras obrigando à destruição, arranque ou queima, ameaça o olival português. A praga ainda não chegou a Portugal mas já levou ao reforço da monitorização das plantações, confirma ao CM o Ministério da Agricultura. 

O aperto no controlo surge depois da deteção da bactéria em Alicante e nas Ilhas Baleares, Espanha. Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite, admite haver preocupação dos produtores, mas confia no plano de contingência aplicado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária. Considera apenas insuficiente não estarem previstas medidas compensatórias em caso de doença. A bactéria chegou à UE em 2013, ao Sul de Itália, tendo obrigado à destruição de um milhão de oliveiras. Por isso já foi apelidada de "ébola das oliveiras". 

Não tem cura, pode demorar meses a matar uma árvore e, quando detetada, a solução passa pelo arranque e queima das árvores afetadas ou em risco de o ser. É resistente, pelo que os terrenos podem ficar interditos a novos cultivos durante anos. Além disso, depois de plantada uma nova oliveira, pode demorar décadas a dar retorno ao produtor. Medidas compensatórias "imprescindíveis" Não estão ainda previstas medidas para compensar os agricultores europeus afetados pela praga, apesar de a possibilidade estar a ser analisada em Bruxelas. 

Para a CAP, "tais medidas são imprescindíveis". No Plano de Contingência criado pelo DGAV, em 2016, está prevista a monitorização de árvores, controlo de plantas importadas. Em caso de suspeita de contaminação, os produtores deverão comunicar imediatamente a ocorrência aos serviços fitossanitários das direções regionais de Agricultura.

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