quarta-feira, 6 de junho de 2018

"No mesmo barco". Marcelo exige combate a desigualdades territoriais

Carlos Santos Neves - RTP02 Jun, 2018, 16:56 

No mesmo barco. Marcelo exige combate a desigualdades territoriaisDurante a manhã, no Encontro Nacional de Associações Juvenis, a decorrer no Estoril, Marcelo Rebelo de Sousa havia apelado à preservação da meta de "mais igualdade e mais justiça" | José Sena Goulão - Lusa

O Presidente da República traçou este sábado como prioridade para a próxima legislatura o combate às desigualdades territoriais no país. Durante uma visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou a "ilusão" de "pensar que uma parte do país podia avançar e o resto ficava para trás".

"Não pode haver vários portugais a várias velocidades dentro de Portugal. Não é possível. Não é possível porque, se isso continuasse para o futuro, que não vai continuar, atrasava o país todo", afirmou o Chefe de Estado.

"É uma ilusão pensar que havia uma parte do país que podia avançar e o resto ficava para trás. Isso não existe. Estamos no mesmo barco", reforçou Marcelo.

A "aposta" no combate às desigualdades territoriais, continuou o Presidente, recai no próximo quadro comunitário, a vigorar de 2021 a 2021. "Mas começa já".

"Eu até digo mais: a legislatura que começa para o ano e vai até 2023 é essencial para se perceber se conseguimos ou não reduzir as desigualdades que existem em termos territoriais no nosso continente. Temos de reduzir. E já não falo, obviamente, também nas regiões autónomas", frisou.

Durante a manhã, no Encontro Nacional de Associações Juvenis, a decorrer no Estoril, Marcelo Rebelo de Sousa havia apelado à preservação da meta de "mais igualdade e mais justiça", referindo-se já então a "vários portugais que são esquecidos".

"Nós não precisamos de esperar por tragédias para nos lembrarmos desses portugais. Devemos antecipar, prevenir, para não ter de remediar", sustentou.
Corte na PAC "não faz sentido"

Nas declarações que fez aos jornalistas, o Presidente da República condenou ainda o corte aplicado por Bruxelas aos fundos para agricultura portuguesa entre 2021 e 2027.

"Estamos a lutar contra esse corte cego. Não pode ser, não faz sentido. Estamos unidos, vários países europeus. No próprio Parlamento Europeu já passou uma recomendação contra esse corte cego, que, como tudo o que é cego, não é inteligente", vincou Marcelo.
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"Há, digamos assim, uma espécie de compensação: o Governo ter dito - só se pode comprometer até às eleições – que até 2019, enquanto for Governo, compensa com um fundo do Orçamento do Estado. Mas não chega", sublinhou o Presidente. 

"Como se diria noutros tempos e noutras circunstâncias, a luta continua para conseguirmos na União Europeia muito mais do que aquilo que foi dado", rematou.

No próximo Quadro Financeiro Plurianual, Portugal terá menos verbas disponíveis ao abrigo da Política Agrícola Comum (PAC).

A proposta da Comissão Europeia estabelece uma verba de aproximadamente 7,6 mil milhões de euros, a preços correntes. Ou seja, aquém dos 8,1 mil milhões inscritos no anterior orçamento. Verifica-se um ligeiro aumento nos pagamentos diretos, a par de cortes no desenvolvimento rural.

c/ Lusa

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