terça-feira, 30 de abril de 2019

Agricultores e olivicultores de Beja refutam críticas sobre setores na região


Beja, 23 abr 2019 (Lusa) -- Duas estruturas de agricultores e olivicultores de Beja acusaram hoje organizações ambientalistas e partidos políticos de estarem a "promover a desinformação" e a "colocar em causa" os setores, o desenvolvimento da região e o combate às alterações climáticas.

Em causa, segundo um comunicado conjunto da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) e a Olivum, Associação de Olivicultores do Sul, estão "declarações veiculadas junto da opinião pública por parte de organizações ambientalistas, partidos políticos e jornalistas".

"Por falta de conhecimento ou por razões ocultas, estão a promover a desinformação e a colocar em causa o trabalho e o contributo positivo dos agricultores para a dinamização da agricultura, para o desenvolvimento da região e para o combate às alterações climáticas", advertiram.

No comunicado, as duas estruturas representativas dos agricultores e dos olivicultores refutam como "incompreensíveis, injustas e falsas certas declarações recentes sobre a agricultura" atualmente desenvolvida no Baixo Alentejo e "exigem respeito pelo trabalho que desenvolvem".

"Os novos tempos exigem novos desafios e os agricultores estão na primeira linha da inovação. Têm demonstrado, enquanto fileira, uma extraordinária evolução e adoção de práticas exemplares, de produção e proteção do meio ambiente, implicados na contenção dos efeitos das alterações climáticas", pode ler-se no documento.

Segundo a federação de agricultores e a associação de olivicultores, que citam a Carta de Uso de Ocupação do Solo de Portugal Continental de 2018, a agricultura do Alentejo pratica-se numa superfície agrícola utilizada (SAU) total de aproximadamente 2,6 milhões de hectares.

"Constitui-se num mosaico agrícola diversificado, repartido por 54% de floresta (dos quais 42% corresponde a sistema de montado), 20% de culturas temporárias de sequeiro e regadio, 14% de pastagens naturais, 7% de olival (sequeiro e regadio), 3% de matos, 1% de vinha e 1% de pomares", assinalaram.

No Alentejo, realçaram as duas estruturas, "estima-se que a área de regadio (público mais privado) deverá rondar os 10% da SAU. Desta área, o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva projeta irrigar 180 mil hectares".

Quanto à cultura da oliveira irrigada por gota a gota, adiantaram que a área atual "não ultrapassa os 70 mil hectares", ou seja, "cerca de 3% da SAU" e que "é, ao contrário do que se faz crer, uma cultura com benefícios comprovados".

"Mediterrânica, autóctone, bem adaptada ao nosso clima e solos. Pouco exigente em água, a sua cultura permite também poupanças ao nível da utilização de fertilizantes ou fitofármacos. Também tem um papel relevante no combate à erosão dos solos. Usa modernos sistemas de rega gota a gota, monitorizados, com um número crescente de olivicultores a obter certificações de Uso Eficiente de Água", acrescentaram.

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