quarta-feira, 22 de maio de 2019

Rangel defende veto a cortes nos fundos europeus


16.05.2019 às 15h34
 
Paulo Rangel campanha europeias Sernancelhe

RUI DUARTE SILVA

Não o disse quando discursou, mas quando foi abordado por um senhor que tocava concertina e o questionava sobre fundos europeus. "Connosco não haverá cortes no fundo de coesão, isso não vai haver. Porque nós exerceremos o veto se for caso disso"
Mariana Lima Cunha
MARIANA LIMA CUNHA
A notícia surgiu de forma, no mínimo, inesperada. Já Paulo Rangel tinha discursado num almoço em Sernancelhe, já tinha falado de fundos europeus e já se preparava para passar ao porco no espeto quando foi abordado por um homem que tocava concertina. Às perguntas deste sobre fundos europeus, feitas em forma de rima, respondeu com uma novidade: com o PSD, não haverá cortes nestes fundos porque o partido exercerá o direito de veto se for preciso - caso vença as eleições e forme Governo depois de outubro. Aliás, Marisa Matias defendeu exatamente o mesmo em entrevista ao Expresso: "Se se mantiver esta tendência, o Governo português não terá outra opção a não ser vetar o orçamento europeu", disse em fevereiro.

Paulo Rangel tinha acabado de fazer um discurso em que os fundos europeus foram, precisamente, o foco principal.O eurodeputado candidato à reeleição dizia que "85% do investimento público" em Portugal é europeu e acusava: "Este Governo, pela mão do cabeça de lista, aceitou, está a dizer que é um bom tratado, que Portugal perca 7% dos fundos de coesão, 1600 milhões de euros". No entanto, essa é a proposta da Comissão Europeia e o acordo ainda não está fechado.

E prosseguiu, dirigindo-se ao público que o ouvia: "Muitos [de vocês] têm as vidas ligadas à agricultura. Mas os agricultores portugueses vão perder, nos pagamentos diretos, 10% - 500 milhões de euros. Nas ajudas do segundo pilar, para o desenvolvimento rural, a perda éde 1200 milhões, 25%. Isto faz uma perda de 1700 milhões na agricultura". Conclusão? É preciso "castigar, penalizar, censurar o PS, que não tem dó nem piedade com o interior e a agricultura. São vocês os primeiros prejudicados com as negociações que foram feitas em Bruxelas e nós nunca vamos aceitar isso".

O social-democrata disse que nunca aceitaria, mas não concretizou. No entanto, logo a seguir, foi abordado pelo homem que tocava concertina e improvisava rimas sobre fundos europeus: "Quero-lhe fazer uma pergunta/o que nos pode trazer/ Não leve a mal/ eu digo isto a cantar/mas é com honestidade que lhe estou a perguntar". Rangel esclareceu que não responderia a cantar ("estou rouco"), mas completou: "Há uma coisa que posso garantir: connosco não haverá cortes no fundo de coesão, isso não vai haver. Porque nós exerceremos o veto se for caso disso".

Sem comentários:

Enviar um comentário