terça-feira, 23 de novembro de 2010

Empresas vão ter hortas próprias

LUÍS GARCIA

A Câmara de Loures quer fomentar a criação de hortas biológicas
exploradas por empresas, sendo parte dos produtos doada a pessoas
carenciadas. A medida faz parte de um protocolo que será assinado hoje
e visa desenvolver a agricultura biológica.

O acordo que será hoje celebrado entre a autarquia e a Associação
Portuguesa de Agricultura Biológica (AGROBIO), na presença do ministro
da Agricultura, procura promover não só uma produção agrícola
sustentável mas também o consumo de alimentos mais saudáveis.

Entre as acções previstas está a criação de um cluster que agregue os
vários tipos de profissionais ligados ao sector, como agricultores,
indústrias de transformação e vendedores. A ideia, explica o
presidente da AGROBIO, Jaime Ferreira, é "desenvolver a economia local
para que contribua para uma forte coesão social, criando mais emprego
e novas actividades".

"É preciso voltar a gerar estes mercados e negócios locais, que
existiam no passado, quando Loures abastecia a cidade de Lisboa com os
seus produtos", defende o responsável.

Para isso, a AGROBIO, a autarquia e outros parceiros, como a
Cooperativa Agrícola de Loures, vão criar feiras para vender e dar a
conhecer produtos biológicos e traçar um plano de conversão para a
agricultura orgânica.

Um dos projectos mais inovadores consistirá na criação de hortas
empresariais. A ideia é que empresas de vários ramos criem e explorem
pequenos quintais em espaços desocupados das suas instalações ou em
terrenos cedidos pela Câmara de Loures. Os produtos obtidos nestas
culturas reverterão para os próprios funcionários da empresa e para
pessoas necessitadas.

De acordo com a vereadora do Desenvolvimento Socioeconómico da Câmara
de Loures, Emília Figueiredo, também está prevista a criação de hortas
biológicas que envolvam "a comunidade em geral" e a organização de
actividades que fomentem a inclusão de deficientes.

"Pretendemos aumentar a produção e o consumo de produtos alimentares
saudáveis, bem como o número de empresas e trabalhadores no sector",
explica a autarca, destacando "as vantagens ambientais" deste tipo de
exploração agrícola.

Jaime Ferreira também defende que o investimento na agricultura
biológica é uma aposta rentável, uma vez que, apesar de necessitar de
um maior investimento inicial, "há uma procura crescente destes
produtos, que têm mais valor, e uma escassez de oferta". Por outro
lado, argumenta o presidente da AGROBIO, embora o facto de este tipo
de exploração agrícola requerer mais mão-de-obra encareça os produtos,
também cria mais emprego.

O plano de actividades a desenvolver na sequência do protocolo inclui
ainda acções de sensibilização para o público em geral e sessões de
formação para agricultores.

As escolas, em especial as do primeiro ciclo, também serão alvo de
várias iniciativas, como a inclusão progressiva de produtos biológicos
nas ementas.

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Loures&Option=Interior&content_id=1716853

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