sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Portugal oferece mais empregos a quem tem menos escolaridade

Relatório da Comissão Europeia

09.12.2010 - 17:09 Por Lusa

É no mercado nacional que mais pessoas com baixa escolaridade encontram trabalho, revela o observatório europeu de vagas profissionais que divulgou hoje o seu primeiro boletim trimestral.

Em Portugal, 59 por cento das pessoas que arranjaram trabalho no segundo trimestre de 2010 eram pouco escolarizadas, seguindo-se Malta (52 por cento), Espanha (50 por cento), Itália (43 por cento) e Grécia (37 por cento).

O relatório da Comissão Europeia adianta que esta situação resulta provavelmente de uma conjugação entre a estrutura económica e o nível de escolaridade.

"A agricultura e o turismo, por exemplo, são sectores importantes nestes países e têm uma procura relativamente elevada de trabalhadores pouco qualificados", acrescenta o documento.


No topo dos profissionais que encontraram trabalho, em Portugal, nos doze meses anteriores ao segundo trimestre de 2010, encontram-se mecânicos e técnicos de equipamentos eléctricos e electrónicos, técnicos de informática e motoristas.

A maior percentagem de pessoas com elevado grau de escolaridade que encontraram emprego registou-se na Irlanda (37 por cento), seguindo-se o Luxemburgo e o Chipre (34 por cento), a Bélgica e o Reino Unido (33 por cento) e a Holanda (30 por cento).

O observatório destaca, por outro lado, que mesmo no auge da crise, 40 milhões de europeus encontraram um novo emprego entre Julho de 2009 e Junho de 2010 e que no primeiro semestre deste ano, o número de pessoas que encontraram trabalho aumentou 4 por cento face ao período homólogo.

Comparando o segundo trimestre de 2010, este valor foi 8 por cento superior ao registado em 2009.

Os países onde mais pessoas voltaram ou entraram no mercado de trabalho foram a Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Itália, Polónia e Suécia, que representam 78 por cento do total de trabalhadores que encontraram emprego.

A maioria dos empregadores queriam preencher vagas em profissões ligadas ao comércio (como demonstradores e vendedores) e mais de três milhões de europeus encontraram um trabalho em áreas comerciais.

Também a limpeza e restauração tiveram uma procura elevada, enquanto as vagas que exigem competências técnicas e administrativas se revelaram mais difíceis de preencher.

No que respeita ao trabalho temporário, o número de trabalhadores duplicou na última década, passando de 1,9 milhões em 1998 para 3,9 milhões em 2008, o que reflecte a liberalização e desregulamentação crescente do mercado de trabalho

Enquanto a República Checa, Espanha e Hungria tem bastantes trabalhadores com pouca escolaridade inscritos nas agências de trabalho temporário, em Portugal o número de inscritos nesta categoria é relativamente baixo.

Portugal é um dos países onde a maioria dos trabalhadores temporários têm um nível de educação médio, a par da Noruega, Grécia, Suíça e Holanda.

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