quarta-feira, 20 de junho de 2012

Disputas ambientais matam uma pessoa por semana no mundo, diz ONG

ONTEM às 16:350

inSharePelo menos uma pessoa é morta por semana no mundo em alguma
disputa ambiental envolvendo terras, recursos naturais e florestas,
segundo um relatório divulgado esta terça-feira.
A organização de direitos humanos Global Witness avaliou a disputa por
recursos naturais e disse que pelo menos 106 pessoas foram mortas só
em 2011, quase o dobro da estimativa de 2009, em atentados e
confrontos em países ricos em recursos, como Brasil, Indonésia e Peru.
Ao todo, 711 pessoas foram mortas entre 2002 e 2011 nesse tipo de
disputa, ou mais de uma por semana, afirmou o grupo, acrescentando que
raramente há punições por esses crimes.
«É um paradoxo bem conhecido que muitos dos países mais pobres do
mundo abrigam os recursos que movimentam a economia global», refere o
relatório. «Agora, com a intensificação da corrida para garantir o
acesso a tais recursos, são os pobres e os activistas que cada vez
mais se encontram na linha de fogo», acrescenta o texto.

Acordos para a exploração dos recursos naturais costumam ser decididos
em segredo entre autoridades, elites políticas e empresas, disse o
relatório, deixando sem direitos ou palavra as pessoas que viviam das
terras ou florestas afectadas.
«Assassínios ocorreram de várias formas - inclusive nos confrontos
entre comunidades e forças de segurança dos Estados, desaparecimentos
seguidos por mortes confirmadas, mortes em custódia, ou assassínios
dirigidos individuais ou múltiplos», refere ainda o documento.
Os países com maior número de assassínios relacionados com a disputa
por recursos são o Brasil, Peru, Colômbia e Filipinas, onde ocorreu
mais de um homicídio por semana, segundo a ONG.
«A Global Witness acredita que essas tendências sejam sintomáticas da
competição cada vez mais acirrada por recursos, e da brutalidade e
injustiça decorrentes.»
«As terras e florestas são usadas para diversos propósitos, incluindo
a agricultura intensiva, minas, plantações, operações madeireiras,
expansão urbana e projectos hidreléctricos», acrescentou o texto.
«Se esse problema não for tratado urgentemente, deve piorar,
particularmente porque podemos esperar mais investimentos em países
com Estado de direito e direitos fundiários fracos», afirmou a Global
Witness. «Isso irá significar mais conflitos violentos por causa de
projectos de investimentos e disputas pela posse fundiária, com
consequências potencialmente trágicas.»

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=578379

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