quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nestlé alerta para uma crise alimentar pior do que a de 2008 devido aos biocombustíveis

Por Agência Lusa, publicado em 14 Ago 2012 - 13:43 | Actualizado há 21
horas 56 minutos


O presidente da Nestlé afirmou hoje que o mundo enfrenta uma maior
crise do que a registada em 2008 devido à subida de preços dos
alimentos em consequência do aumento da terra dedicada à produção de
biocombustíveis.

"A Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) chegou
às mesmas conclusões do que tenho vindo a dizer há muitos anos: que
não se ocupe a terra para a produção de biocombustíveis já que se
perde para a alimentação", disse o presidente da Nestlé, Peter
Brabeck-Letmathe, ao diário austríaco Wiener Zeitung.

Peter Brabeck-Letmathe referia-se à questão de a FAO ter
solicitado recentemente aos países para mudar as suas políticas sobre
os biocombustíveis devido ao perigo de uma crise alimentar.

A FAO tem vindo a alertar para o constante aumento dos preços dos
alimentos nos últimos anos, especialmente os cereais e o açúcar, já
que afetam os países em vias de desenvolvimento que dependem da
importação desses produtos para alimentar as suas populações.

"Por trás [do aumento dos preços] há grupos de pressão muito
fortes e altos subsídios e, por isso, prevejo uma crise alimentar com
consequências mais desastrosas do que aconteceu em 2008", frisou.

O presidente da Nestlé recordou que os mais afetados pelo aumento
dos preços são os cidadãos dos países mais pobres que dedicam 80 por
cento da sua remuneração à alimentação.

"A Europa pode aguentar a subida dos preços, mas em África e
grande parte da Ásia, a situação é diferente", observou.

http://www.ionline.pt/dinheiro/nestle-alerta-uma-crise-alimentar-pior-2008-devido-aos-biocombustiveis

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