sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Caçadores criticam tutela por autorizações ilimitadas na caça aos javalis

LUSA

14/08/2013 - 13:47

ENRIC VIVES-RUBIO

A Federação Portuguesa de Caçadores (FPC) criticou hoje o Ministério
da Agricultura pelas autorizações ilimitadas para caçadas aos javalis,
uma actividade que consideram perigosa por haver, anualmente, registos
de caçadores que perdem a vida nesta actividade.

Hélder Ramos, presidente da FPC, exigiu que o Ministério da
Agricultura "suspenda de imediato todas as actividades já agendadas",
tendo assegurado que "se se voltarem a verificar uma vez mais
acidentes fatais", irá accionar os meios legais ao seu alcance a fim
de responsabilizar juridicamente a presidente do Instituto e
Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e a ministra da Agricultura
por estes incidentes.

"O Ministério da Agricultura teima em autorizar caçadas perigosas aos
javalis onde anualmente caçadores perdem a vida e esta é uma situação
inadmissível, tendo em conta o número de mortos e de feridos com balas
de caçadeira verificados nos últimos quatro anos", disse Hélder Ramos.

Segundo o dirigente associativo, que fez questão de defender os
caçadores mas também as espécies cinegéticas, as caçadas vulgarmente
conhecidas por milharias (ou montarias nos milhos), visam na sua
maioria proporcionar aos seus organizadores avultados lucros com a
venda dos postos, traduzindo-se, por outro lado, "em autênticas
chacinas" uma vez que se abatem em massa os animais sem qualquer tipo
de selecção.

"Este negócio gera muito dinheiro, tendo em conta que envolve centenas
de participantes que pagam uma média de 150 a 300 euros por montaria,
e que lança para o meio do milho mais 400 a 500 cães. No meio dos
milheirais, e com a ânsia de disparar, muitas vezes são os caçadores a
disparar sobre outros participantes", observou.

"Esta actividade é horrenda, porque chegam a dizimar colónias inteiras
de javalis, e extremamente perigosa, porque não oferece o mínimo de
segurança e de organização", vincou.

Hélder Ramos disse ainda que esta situação foi já por diversas vezes
denunciada à tutela pela Federação Portuguesa de Caçadores, a qual
terá inclusivamente proposto junto do Ministério da Agricultura e do
ICNF soluções alternativas para resolver os estragos nas culturas de
milho, tabaco e beterraba que passariam pela utilização de matilhas de
cães sem recurso a armas de fogo.

"Desta forma os animais seriam afugentados para o seu habitat natural
e não ocorreriam mortes acidentais advindas do recurso às armas de
fogo", defendeu.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/cacadores-criticam-tutela-por-autorizacoes-ilimitadas-na-caca-aos-javalis-1603082

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